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224<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

recuperação de áreas de Cerrado senso stricto. Os MDR’s foram propostos pela Universidade<br />

de Brasília em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Biodiversidade<br />

e Florestas e Embrapa Cerrados (Felfili et al., 2005).<br />

Os MDR’s são unidades de plantio onde, em um espaçamento pré-determinado, plantam-se<br />

espécies arbustivas e arbóreas nativas do bioma. As espécies preferenciais utilizadas<br />

nesses plantios são aquelas de uso múltiplo, ou seja, aquelas que podem gerar mais de um<br />

benefício aos proprietários. Essas espécies permitem ao pequeno produtor ter novas fontes<br />

de alimento e ainda proporcionar renda extra nos primeiros anos do plantio, com a venda de<br />

produtos retirados das árvores, tais como: óleos, frutos, sementes, resinas e outros. Após certo<br />

tempo, esse tipo de plantio permite também a exploração da madeira.<br />

Os módulos demonstrativos deverão ter tamanhos e formas conforme as dimensões da<br />

área a ser recuperada. Quanto à cobertura de árvores, as linhas e o espaçamento regular facilitam<br />

o plantio e as operações silviculturais de manutenção. Assim, propõe-se o plantio em<br />

linhas, em covas com 30 ou 40 cm de diâmetro por 60 cm de profundidade, com espaçamento<br />

de 3 x 3 m (Felfili et al., 2005).<br />

As diferentes espécies nativas de cerrado e de mata utilizadas no MDR permitem a ocupação<br />

rápida do solo por espécies florestais nativas com crescimento inicial rápido, que irão<br />

formar a estrutura da vegetação, sombrear as gramíneas invasoras e melhorar as condições<br />

do solo para facilitar a regeneração natural (Felfili et al., 2007). As espécies de cerrado<br />

típico, cuja parte aérea cresce mais devagar, vão ocupar com suas profundas raízes o solo, e<br />

com o tempo o crescimento da parte aérea permitirá a cobertura do solo. Conforme Felfili<br />

et al. (2005), uma vez acelerada a recuperação com o plantio consorciado de espécies de uso<br />

múltiplo das várias formações vegetais do bioma, desbastes podem ser usados para selecionar<br />

espécies da fisionomia original, se desejado.<br />

Independentemente da técnica adotada para recuperação de uma determinada área, a<br />

seleção das espécies arbóreas que serão plantadas tem de ser feita com base na caracterização<br />

ambiental, devendo, segundo Durigan et al. (2001), ser considerados os seguintes critérios:<br />

a) plantar árvores nativas da região;<br />

b) selecionar espécies que se adaptam ao tipo de solo da área a ser reflorestada;<br />

c) empregar o maior número possível de espécies, gerando maior diversidade;<br />

d) priorizar espécies que colaborem com alimento para a fauna, atraindo dispersores de<br />

sementes.<br />

A Tabela 3 apresenta a relação de algumas espécies de uso múltiplo, nativas do bioma<br />

Cerrado, que podem ser utilizadas no plantio dos módulos de recuperação de cerrado senso<br />

stricto.<br />

Tabela 3. Espécies de uso múltiplo, nativas do bioma Cerrado, que podem ser utilizadas no<br />

plantio dos módulos demonstrativos de recuperação de áreas degradadas no Cerrado (MDR).<br />

Nome popular Nome científico Uso<br />

Angico branco Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan melífera, energética, madeireira<br />

Angico monjolo Acacia polyphylla DC. melífera, energética, madeireira<br />

Angico preto Anadenanthera peregrina (L.) Speg. melífera, energética, madeireira<br />

Aroeira Myracrodruon urundeuva Allemao medicinal, madeireira

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