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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

de sementes (Miranda, 2002; Andrade, 2002), situação que diminui drasticamente a<br />

sobrevivência e o crescimento de plântulas de espécies lenhosas nativas (hERINGER, 1971).<br />

Hoffmann (1996) observou, em área com até um ano depois de queimadas, que o estabelecimento<br />

das plantas foi drasticamente reduzido.<br />

Hoffmann e Moreira (2002) constataram que o fogo também causa diminuição na altura<br />

média da vegetação. Outros autores como Ramos e Rosa (1996) e Armando (1994) também<br />

mostraram que queimadas regulares podem afetar a altura das plantas, áreas queimadas possuíam<br />

plantas menores do que aquelas protegidas do fogo por longos períodos de tempo.<br />

Conforme enfatizou Henriques (2005) a partir de resultados obtidos em trabalhos de<br />

vários autores, verifica-se que o fogo modifica as fisionomias do Cerrado, de fisionomia fechada<br />

para aberta, principalmente no que se refere à modificação de fisionomias com maior<br />

densidade/altura de lenhosas e baixa abundância de gramíneas (por exemplo, cerradão) para<br />

um fisionomia com baixa altura/densidade de lenhosas e alta cobertura de gramíneas (por<br />

exemplo, cerrado sensu stricto, campo limpo, campo sujo). Por outro lado, Durigan et al.<br />

(1987), utilizando fotografias aéreas, analisaram o comportamento das fisionomias do cerrado<br />

sensu lato após 22 anos de proteção contra o fogo no Município de Assis, em São Paulo.<br />

Os resultados mostraram que a densidade e a altura da vegetação das fisionomias abertas<br />

evoluíram para uma fisionomia florestal mais densa, de porte mais alto após a proteção contra<br />

o fogo.<br />

b) Redução da biodiversidade<br />

Autores verificaram, para algumas fitofisionomias do bioma Cerrado, que eventos de<br />

queima resultam em diminuição na diversidade das comunidades vegetais (DURIGAN<br />

et al., 1994; Eiten e Sambuichi, 1996; MOREIRA, 2000; SATO, 2003; Santiago et<br />

al., 2005; PARCA, 2007; LOPES et al., 2009; OLIVEIRA, 2010). Para Hoffmann e Moreira<br />

(2002), a redução na diversidade vegetal deve-se à eliminação de espécies pouco resistentes<br />

ao fogo.<br />

c) Modificação no ambiente edáfico<br />

É muito importante conhecer-se o efeito do fogo sobre o solo para que se possa entender<br />

melhor a resposta do ecossistema à modificação causada pelo fogo (KATO, 2001). Sabe-se que<br />

o fogo provoca, de forma direta e indireta, diversas modificações de natureza física, biológica<br />

e, sobretudo, química. Para SPERA et al., (2000) muitos autores condenam o uso do fogo<br />

como método de manejo de solo, atribuindo-lhe possíveis ações degradantes e esterilizantes.<br />

Levando-se em conta que a queimada pode levar a morte de indivíduos e eliminação<br />

total da serrapilheira, fica evidente que o fogo diminui a proteção da superfície do solo, além<br />

de apresentar evidências na diminuição do teor de matéria orgânica do solo (KATO, 2001).<br />

Solos desnudos recebem impacto direto das gotas de chuva, o que causa a quebra dos agregados<br />

da superfície e ocasiona a obstrução dos poros. Isso resulta em compactação, selamento<br />

da superfície, além de ampliação no escoamento superficial (KATO, 2001; KATO e hARIDAsan,<br />

2002). Os agregados têm grande importância por influenciar diretamente a estrutura do<br />

solo, que, por sua vez, influenciará a infiltração da água. Tem-se, ainda, que o solo desnudo<br />

fica submetido, com maior intensidade, aos efeitos de umedecimento e secagem, mecanismo<br />

auxiliar no processo de compactação, reduzindo ainda mais a capacidade de infiltração do

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