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Análises de cenários de suscetibilidade a inundações e alagamentos 187<br />

acadêmica, mas, sim, à construção de valores éticos, morais e de cidadania, aquela formação<br />

que confere ao indivíduo um traço cultural voltado para o respeito à vida e que valoriza a sua<br />

qualidade no contexto ambiental e na relação com os demais indivíduos.<br />

Existem condições hidrológicas naturais e artificiais de produção da inundação, relacionadas<br />

diretamente com o escoamento superficial, que dependem de diversos atributos e<br />

embasam as escolhas declaradas anteriormente (Equação 1). As condições naturais (relevo,<br />

declividade, densidade da rede de drenagem, quantidade de fluxo de água e altimetria) e as<br />

condições artificiais (provocadas pelas ações humanas em obras hidráulicas, urbanização,<br />

desmatamento, reflorestamento e uso agrícola) das bacias hidrográficas estão relacionadas<br />

com os atributos adotados (Equação 1) para a produção de inundações.<br />

O relevo tem diversos atributos de análise morfométrica linear e espacial das bacias<br />

hidrográficas, dos quais se podem destacar a declividade e altimetria, utilizados no presente<br />

estudo. Quanto maior for a declividade (Equação 1) das encostas da bacia ou de um trecho<br />

do curso de água, maiores serão as velocidades de escoamento e os picos de vazão, com pouco<br />

escoamento de base. Considera-se, ainda, que grandes declividades também aumentam<br />

a dificuldade de infiltração, ampliando-se, assim, a disponibilidade de águas pluviais para<br />

os processos de inundação e/ou alagamento. As cabeceiras das bacias hidrográficas, que se<br />

situam em condições de alta declividade ou na base de encostas, apresentam essas características,<br />

favorecendo, quando desprotegidas, o surgimento de fenômenos como os de erosão e de<br />

excesso de fluxo no canal, promovendo o seu transbordamento.<br />

A ocupação humana geralmente se estende a áreas planas e mais baixas, as quais são<br />

áreas de alto risco de inundação, pois se referem a ambientes de planícies, também conhecidos<br />

como várzeas (Tucci, 2004a), onde as inundações naturalmente fazem parte da geomorfologia<br />

fluvial.<br />

Outro aspecto é a densidade da rede de drenagem: quanto maior for a densidade de<br />

drenagem, mais montanhosa é a bacia e sugere maior quantidade de escoamento superficial,<br />

devido à dificuldade de infiltração e às condições mais favoráveis ao fluxo, induzindo altos<br />

picos no hidrograma unitário. Esse efeito pode ser anulado pela capacidade de um grande<br />

volume de água ser escoado pelos canais (PINTO et al., 2000). A densidade da rede de drenagem<br />

influencia, também, os atributos da área de fluxo acumulado e a distância de drenagem<br />

(Equação 1).<br />

A influência da cobertura do solo da bacia hidrográfica na contribuição para os processos<br />

de inundação pode ser verificada pelo atributo de uso e cobertura do solo (Equação 1).<br />

As bacias que têm os terrenos com maior área vegetada interceptam eficientemente o escoamento<br />

superficial e a precipitação, havendo, como consequência, maior transferência de água<br />

para a atmosfera por evapotranspiração e maior infiltração de água no solo. As bacias rurais,<br />

quando vegetadas, apresentam maior interceptação da água, proporcionando menor escoamento<br />

superficial no terreno e drenagem mais lenta da água. No entanto, a falta da cobertura<br />

vegetal surte efeitos contrários a esses. Já as bacias urbanas possuem grandes áreas impermeabilizadas<br />

por telhados, pisos, calçadas, ruas e avenidas, o que produz não só a ampliação do<br />

volume de água a ser drenado, como também o aumento da velocidade do escoamento superficial<br />

e nas drenagens (PINTO et al., 2000; Tucci, 2004b). Tais fatores implicam a elevação<br />

da vazão máxima, crescendo a tendência para ocorrência de cheias, enchentes, alagamentos<br />

e inundações

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