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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

O termo planície de inundação, popularmente chamada de várzea, define uma área de<br />

deposição de carga detrítica, devido à diminuição da competência ou capacidade fluvial. É a<br />

área de borda dos cursos de água da faixa do vale fluvial composta por sedimentos aluviais,<br />

que é inundada periodicamente por transbordamentos dos canais. Essa é a forma mais comum<br />

de sedimentação fluvial existente. Também podem ser citados os deltas, cones de dejeção, as<br />

playas e bahadas e as restingas fluviais, encontrados em rios de todas as dimensões. A planície<br />

de inundação é formada pelos aluviões e materiais depositados (Christofoletti, 1980).<br />

Segundo a Emergency Events Database (EM-DAT, 2011), na América do Sul, somente no<br />

ano de 2010, foram registradas 11 inundações. Cerca de 30% desse valor corresponde apenas<br />

aos eventos registrados no Brasil. Ainda segundo a mesma base de dados, 37 inundações foram<br />

verificadas entre 2000 e 2010 no Brasil. Apenas no ano de 2010, mais de 230 mil pessoas<br />

foram afetadas no País.<br />

Todavia, tais números podem ser muito maiores, dados os critérios dos bancos de dados<br />

de desastres naturais globais e regionais, de acordo com a comparação realizada por Marcelino<br />

et al. (2006) entre os dados do EM-DAT e do Departamento de Estado de Defesa Civil<br />

de Santa Catarina (DESC-SC). Tanto em escala global (EM-DAT) quanto em escala regional<br />

(DESC-SC), cerca de 60% dos casos de desastres naturais são inundações. Porém, uma série<br />

de erros na omissão e inserção de dados e tipologia e na quantificação de danos foi verificada.<br />

Segundo Guha-Sapir e Lechat (1986), as inundações podem ter ambiguidades nas características<br />

do tempo de latência. São eventos quase sempre de lento desenvolvimento e bastante<br />

previsíveis. Além disso, podem causar menor mortalidade, em relação a outros eventos catastróficos.<br />

Inundações acompanhadas de tsunamis ou ciclones são catastróficas.<br />

Perante os conceitos expostos, a municipalidade de Anápolis (GO) não tem lidado apenas<br />

com “conceitos”, mas com a realidade dos fenômenos geomorfológicos e hidrológicos. Cidade<br />

criada em 1907, nascida do desbravamento das terras goianas, devido à combinação de<br />

duas principais atividades: de mineração e as agrícolas. Atualmente, segundo registro do censo<br />

de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Anápolis possui 335.032<br />

habitantes; 98% dessa população é urbana e ocupa uma área de cerca de 900 km² (Figura 1).<br />

Conforme Jesus (2007), esse aumento populacional foi sentido a partir da década de 1970,<br />

quando a população urbana passou a ser superior à rural, com 105.121 habitantes, e em 2000,<br />

já com a cifra de 287.666 habitantes.<br />

Esse crescimento populacional e urbano sem o devido planejamento é citado por Souza<br />

e Teixeira (2003), que realizaram a identificação temporal e espacial das inundações fluviais e<br />

pluviais na área urbana de Anápolis, por meio de inventários da imprensa e dos registros do<br />

Corpo de Bombeiro Militar de Anápolis. A partir do ano de 2001 até março de 2003, foram<br />

registradas 33 inundações e alagamentos. Os locais de maior concentração desses eventos foram<br />

o rio das Antas, o córrego dos Góis, o córrego Água Fria, o ribeirão Extrema e o córrego<br />

dos Cesários e o centro da cidade.<br />

Os bairros frequentemente comprometidos com os eventos de inundação são Vila Góis,<br />

Jardim das Américas, Bairro São Joaquim e o centro da cidade, principalmente a Avenida<br />

Brasil Sul, Avenida Universitária e a Avenida Contorno. A Avenida Brasil Sul, que corta a<br />

cidade passando no centro, devido à sua proximidade das unidades hídricas das Antas e Góis,<br />

drenagens canalizadas localizadas em uma planície de inundação (fundo de vale) densamente<br />

povoada, sofre constantes inundações. Outros fatores são a declividade do terreno e a estru-

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