17.06.2015 Views

baixar

baixar

baixar

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

174<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

dos canais de fluxo, a expansão pode conduzir não só a um aumento de permeabilidade, mas<br />

também à sua redução.<br />

A característica de expansão de um solo depende, primariamente, do tipo de mineral de<br />

argila nele presente, uma vez que nem todos os minerais argilosos experimentam modificações<br />

volumétricas, com variação de umidade. A instabilidade é importante para argilas como<br />

a vermiculita e, em especial, a montmorilonita. Outros argilominerais, como a ilita e a clorita,<br />

podem ou não ser expansivos. Os minerais de argila interestratificados contendo camadas de<br />

minerais expansivos também podem apresentar expansão em função do mineral e número de<br />

camadas presentes no interestratificado.<br />

Os solos podem apresentar expansão mineralógica e estrutural, de tal modo que a presença<br />

de uma não elimina a outra. A expansão mineralógica se dá pela necessidade de hidratação<br />

das próprias camadas do mineral, sendo comum, devido à necessidade de neutralização<br />

das cargas de superfície, que conjuntamente também ocorra expansão estrutural, embora seja<br />

mais relevante a mineralógica. Já a expansão estrutural pode se dar por três motivos: pela<br />

neutralização de cargas de superfície durante a hidratação; por alívio da pressão de sucção e<br />

por alívio das tensões externas ao ponto. Apesar de a expansão mineralógica ser a maior, geralmente<br />

o comportamento hidráulico e mecânico é mais afetado pela estrutural, mesmo que<br />

de origem mineralógica, pois é a ela que está relacionada a variação de porosidade do solo. É<br />

evidente que, quando se está referindo à alteração do comportamento, não se está tratando da<br />

expansão propriamente dita que pode causar grandes danos a estruturas vizinhas.<br />

Para que um solo possa exibir expansividade, são necessários dois requisitos fundamentais:<br />

a) devem existir e entrarem em funcionamento certos mecanismos que, em nível<br />

microescalar, produzam a instabilidade volumétrica do solo; b) devem estar presentes forças<br />

capazes de transferirem a umidade de um ponto a outro do solo. Isso implica um desequilíbrio<br />

da umidade natural do contorno. Esses requisitos podem ser classificados em intrínsecos<br />

e extrínsecos. Os intrínsecos são próprios do solo (composição mineralógica e textura) e estabelecem<br />

a capacidade expansiva teórica; os extrínsecos são impostos por fatores externos, tais<br />

como a climatologia, hidrogeologia, vegetação e a própria atuação humana, e determinam se<br />

o potencial expansivo pode ou não se desenvolver.<br />

Para que se manifeste o potencial expansivo por meio da mudança de umidade do solo,<br />

destacam-se dois grandes grupos de alterações: a) mudanças sazonais e b) modificações da<br />

umidade natural do terreno, pela ação humana. As mudanças sazonais estão vinculadas às<br />

variações climáticas ao longo do ano e sofrem influência do antropismo. As oscilações periódicas<br />

de umidade, na superfície do terreno, dependem da relação no binômio precipitação e<br />

evaporação (Figura 12). Como a evaporação se realiza, com frequência, por meio da atividade<br />

da biomassa, utiliza-se o termo “evapotranspiração”. Cabe salientar que, além desse balanço<br />

hídrico, ainda intervém na umidade do solo superficial a hidratação oriunda de fluxos de<br />

subsuperfície.<br />

Se num período anual a precipitação excede a evapotranspiração e supera a capacidade<br />

de retenção de água intrínseca do terreno, produz-se a eliminação, por drenagem do excesso<br />

de água. Esse tipo de água, se o solo for permeável e assente sobre base impermeável, pode<br />

dar lugar a um nível freático que é, geralmente, variável ao longo do ano. As alterações sazonais<br />

de umidade do solo são, nessas condições, pouco manifestas. Caso as precipitações<br />

estejam concentradas, em determinadas estações, nos meses de seca, pode produzir-se uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!