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O comportamento de solos não saturados submetidos à infiltração 173<br />

5 Solos expansivos<br />

Os solos podem ser mineralógica ou estruturalmente expansivos, ou ambos. São características<br />

dos solos potencialmente expansivos:<br />

a) são solos geralmente não saturados;<br />

b) são solos argilosos ou argilo-siltosos;<br />

c) nos solos mineralogicamente expansivos, há a presença de argilo-minerais expansivos;<br />

d) podem ser solos derivados de certas rochas ígneas, como basaltos, diabásios e gabros,<br />

e de certas rochas sedimentares, como folhelhos e calcários;<br />

e) apresentam expansão em presença de água, o que pode gerar a obstrução de canais<br />

de fluxo, dificultando a passagem de água;<br />

f) quando o fenômeno está ligado a variações de umidade, são regidos pela sazonalidade,<br />

expandindo sob aumento de umidade (redução da sucção) e contraindo com a<br />

elevação da sucção;<br />

O fenômeno da expansibilidade é mais intenso nas camadas mais rasas do solo, devido<br />

aos níveis de tensão mais baixos. No entanto, devido ao processo de intemperismo, os solos<br />

residuais expansivos podem se encontrar recobertos por camadas de solo não expansivos<br />

como os solos lateríticos. No Brasil, os solos expansivos aflorantes ocorrem principalmente<br />

no semiárido da região nordeste. Sob camadas intemperizadas, os solos expansivos se fazem<br />

presentes no território nacional como um todo e dependem da rocha de origem e do processo<br />

de intemperismo pelo qual passou.<br />

Os solos mineralogicamente expansivos, embora possam expandir por alívio das tensões<br />

externas, geralmente aumentam de volume com a elevação do teor de umidade. São solos que<br />

comumente possuem elevados valores de limite de liquidez e de índice de plasticidade. Já o<br />

solos estruturalmente expansivos têm a expansão atrelada ao alívio da energia neles atuantes,<br />

podendo esta se dar no campo das tensões externas, alívio de carga, ou no campo da energia<br />

interna, como, por exemplo, pela queda na sucção em um processo de infiltração de águas<br />

pluviais.<br />

Aqui a fase água deve se dividir em duas: a) intercamadas do mineral e b) interpartículas.<br />

No caso dos solos mineralogicamente expansivos, as duas fases podem variar. Já no caso<br />

dos solos estruturalmente expansivos, apenas a segunda varia, uma vez que a estrutura do<br />

mineral é essencialmente estável frente às variações de umidade. Esse aspecto do comportamento<br />

é importante, por exemplo, para a permeabilidade, pois são medidos os vazios totais<br />

(intercamadas dos minerais e interpartículas), e as variações dos vazios interpartículas são<br />

menores. No comportamento mecânico, esse entendimento é igualmente relevante, pois nele<br />

também são importantes os vazios interpartículas e as tensões atuantes entre elas.<br />

No fenômeno da expansibilidade, os argilominerais expansivos atraem a água para o<br />

espaço entre as camadas, aumentando a distância interplanar basal. Nesse caso, o aumento do<br />

volume está atrelado ao aumento de volume do próprio mineral. Esse volume não intervém<br />

no fluxo, exceto o oriundo da própria absorção estrutural do mineral. Nesse processo de expansão,<br />

a variação de volume total não corresponde à variação de volume dos canais de fluxo.<br />

Esses podem diminuir ou aumentar segundo o tipo de solo, mas serão sempre menores que<br />

a expansão registrada para o solo como um todo. Portanto, em consequência das variações

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