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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

se passa, e imergindo-se progressivamente o corpo-de-prova em água. No primeiro caso, sua<br />

desagregação imediata aponta para o fato de que a fase ar assumiu valores positivos de pressão<br />

que superam a coesão real do solo, indicando que sua estrutura suportará pouco esses efeitos,<br />

potencializando o fenômeno do colapso quando ocorrer o avanço da frente de saturação. No<br />

segundo caso, a desestruturação aponta para a fragilidade da coesão real do solo. Em ambos<br />

os casos, faz-se necessário atentar para a possibilidade de desmoronamentos das paredes laterais<br />

de poços, trincheiras e valas de infiltração, pois esses desmoronamentos podem alterar a<br />

capacidade de infiltração do sistema.<br />

A avaliação da colapsibilidade do solo com base na curva característica solo-água deve<br />

ser feita levando-se em conta a umidade ou o grau de saturação correspondente ao término de<br />

entrada de ar dos macroporos. Como os valores de sucção matricial atuantes nos macroporos<br />

são, geralmente, pequenos e próximos da coesão real dos solos argilosos e siltosos, (u a<br />

– u w<br />

)<br />

< 10 kPa, muitas vezes solos que se encontram com grau de saturação ou umidade superior a<br />

esse limite, provavelmente não apresentarão colapso quando submetidos ao processo de infiltração.<br />

Esta análise indica que a avaliação da colapsibilidade estrutural do solo é dependente<br />

do estado de saturação inicial. Diante dessa limitação, Camapum de Carvalho et al. (2009)<br />

propuseram a avaliação do potencial de colapso estrutural a partir unicamente do ensaio oedométrico<br />

na condição inundada. O método consiste em se gerar uma curva pré-colapso<br />

dada pela curva de adensamento do solo inundado menos o recalque imediato obtido em<br />

cada estágio de carga, considerando-se o intervalo de tempo de 15 segundos. O método se<br />

fundamenta no fato de que, excetuando-se o colapso por mudança da composição química<br />

do fluido de saturação ou ataque químico das cimentações, os demais se dão por variação<br />

da tensão aplicada ou por variação da sucção. Esse método permite avaliar o colapso total<br />

independentemente do grau de saturação inicial, prestando-se, portanto, a definir se o solo<br />

deve ser entendido ou não como colapsível e indicando as precauções a serem tomadas na<br />

implantação de sistemas de infiltração. O método não se presta, entretanto, a definir quanto o<br />

solo colapsará em função do estado inicial de hidratação.<br />

Cabe destacar que a velocidade em que ocorre o colapso corresponde àquela em que se<br />

dão as variações de tensões e energias, em relação à estabilidade estrutural do solo. Assim,<br />

solos caracterizados por cimentações com resistência única tendem a colapsar tão logo seja<br />

imposta a variação de tensão capaz de rompê-las. Já os solos contendo cimentos de diferentes<br />

resistências tendem a colapsar progressivamente à medida que vai sendo atingido o comprometimento<br />

de cada elo.<br />

Embora não exista uma metodologia para obtenção do valor de colapso do solo a partir<br />

da distribuição de poros de amostras colapsadas, Mascarenha (2008) observa que existe<br />

uma relação clara com a porosimetria, conforme ilustrado pela Figura 9, em que constam as<br />

distribuições de poros para amostras no estado natural (e = 0,71) e colapsadas. A primeira<br />

amostra colapsada foi umedecida até uma sucção de 50 kPa, carregada e posteriormente<br />

saturada a uma tensão de 800 kPa (e = 0,53). A segunda amostra colapsada foi carregada e<br />

saturada a uma tensão de 800 kPa (e = 0,45). Enquanto a microestrutura do solo se manteve<br />

constante nos três casos, a macroestrutura sofreu alterações após o colapso, com a diminuição<br />

da densidade dos poros na macroestrutura, sendo a diminuição tanto maior quanto<br />

maior o colapso.

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