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164<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

que o solo não saturado tem uma variação de resistência que, na prática, ocorre na forma de<br />

um ganho de coesão em função do aumento da sucção matricial. No caso da Equação 1, a<br />

coesão total, c t<br />

, é dada por:<br />

c t<br />

= c' + (u a<br />

– u w<br />

) f<br />

tan Φ b (2)<br />

Fredlund e Rahardjo (1993) apresentam uma coletânea de valores de Φ b publicados na<br />

literatura até aquela data. De forma geral, pode-se observar que os valores de Φ b variam de<br />

1/2 a 2/3 do valor de Φ'. Cabe destacar que efeitos de cimentação e outros estão incorporados<br />

nessa equação, por meio da coesão efetiva, embora, em alguns casos como o da deposição de<br />

sais nos contatos, esse efeito da cimentação possa ser facilmente destruído.<br />

Finalmente, convém um comentário a respeito das possíveis críticas à utilização da<br />

Equação 1, mediante o fato de que muitos solos apresentam variações não lineares de resistência<br />

com a sucção matricial. Não se deve ignorar o simples fato de que a representação<br />

linear permite uma avaliação simples e de fácil aplicação prática. Além disso, vale lembrar<br />

que o mesmo procedimento é parte da prática na Geotecnia para a envoltória de solos saturados<br />

argilosos muito pré-adensandos, que frequentemente apresentam envoltórias não<br />

lineares. Já nos solos porosos colapsíveis, a perda de linearidade da envoltória pode se dar<br />

por meio de variações no estado físico do solo oriundas de colapsos estruturais que ocorrem<br />

conforme é aumentada a tensão confinante, conforme ilustra Camapum de Carvalho e<br />

Gitirana Jr. (2005). É importante destacar que a perda de linearidade, nesse caso, dá-se de<br />

forma inversa ao convencionalmente obtido, ou seja, ocorre uma ascendência na envoltória<br />

de resistência.<br />

A Figura 6 apresenta uma representação gráfica da envoltória de resistência do solo<br />

não saturado. A envoltória, que no caso de solos saturados é representada por uma relação<br />

linear no plano τ versus (σ f<br />

– u w<br />

), passa a ser representada por um plano no espaço τ; (σ f<br />

– u a<br />

);<br />

(u a<br />

– u w<br />

). A inclinação do plano que define os estados de ruptura é dada por tan Φ b e tan<br />

Φ'. Envoltórias como as estudadas por Camapum de Carvalho e Gitirana Jr. (2005) para os<br />

solos colapsíveis, cuja representação foi adicionada em caráter de ilustração na Figura 6a,<br />

representam peculiaridades dos solos tropicais atreladas a alterações estruturais oriundas<br />

do processo de colapso, cuja análise requer considerar a física do solo relativa à alteração<br />

de porosidade.<br />

A variação não linear da resistência ao cisalhamento com a sucção matricial pode ser<br />

vista como uma resposta do solo à diminuição da “área molhada” onde a sucção de fato atua.<br />

Com base na observação relativa à redução da área molhada, Vanapalli et al. (1996) e Fredlund<br />

et al. (1996) apresentaram formulações teóricas semelhantes, relacionando a variação<br />

de resistência com a quantidade de água armazenada no solo. No caso da proposta de Fredlund<br />

et al. (1996), tal relação é dada da seguinte forma:<br />

τ f f<br />

= c' + (u a<br />

– u w<br />

) f<br />

Ѳ k tanΦ' + (σ f<br />

– u a<br />

) f<br />

tanΦ' (3)<br />

em que: Θ é o conteúdo volumétrico de água normalizado, dado por Θ = θ/ θsat ; θ é o conteúdo<br />

volumétrico de água; θ sat<br />

é o conteúdo volumétrico de água do solo saturado, e k é uma<br />

parâmetro de ajuste, que permite levar em conta a proporcionalidade não linear entre a taxa<br />

de ganho de resistência ao cisalhamento e os valores de Θ. De acordo com as propostas de<br />

Vanapalli et al. (1996) e Fredlund et al. (1996), a taxa de variação de resistência com a sucção<br />

é igual a tanΦ', enquanto o solo estiver saturado.

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