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162<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Figura 4. Possíveis modos de variação da resistência ao cisalhamento com a variação de sucção.<br />

Comportamento mais simples foi observado por Escario (1980), que estudou a argila<br />

cinza de Madri, por meio de ensaios modificados de cisalhamento direto e triaxiais, ambos<br />

com controle de sucção. O autor observou, para a faixa de sucções de até 600 kPa, um aumento<br />

da resistência ao cisalhamento do solo que segue uma taxa constante (i.e., linear). Poucos<br />

anos depois, Camapum de Carvalho (1985), Gan (1986) e Escario e Sáez (1986) observaram,<br />

para outros solos argilosos, ganhos de resistência com a sucção que seguiam tendências não<br />

lineares. O primeiro autor registrou comportamento semelhante ao representado na Figura 4<br />

pelo “solo argiloso 3”, e os demais autores, comportamentos semelhantes ao representado na<br />

Figura 4 pelo “solo argiloso 1”.<br />

Conforme ressaltado por Gan (1986), a taxa de ganho de resistência ao cisalhamento<br />

parece seguir o valor do ângulo de atrito efetivo para valores de sucção baixos e, posteriormente,<br />

quando a sucção é aumentada, parece seguir taxas de ganho cada vez menores. O<br />

valor máximo de sucção para o qual o ganho de resistência segue o valor do ângulo de atrito é<br />

considerado como sendo correspondente ao valor de entrada de ar (Fredlund et al., 1996,<br />

VANAPALLi et al. 1996). O mecanismo observado indica a associação à estrutura do solo e<br />

ao estado de tensões nos micro e macroporos. Em um primeiro estágio, ocorrem variações<br />

nas tensões dos macroporos e, em uma segunda fase, passa a atuar o aspecto micro com interações<br />

ponto a ponto, que se transferem ao comportamento do solo como forças coesivas. Em<br />

uma terceira etapa, essa energia em escala pontual micro pode diminuir à medida que contatos<br />

interpartículas saturarem o seu efeito. A saturação do efeito conduz ao comportamento<br />

mostrado por Camapum de Carvalho (1985) (solo argiloso 3 na Figura 4), e a redução da<br />

energia por perda de continuidade nos contatos conduz ao comportamento do solo argiloso<br />

2 mostrado na mesma figura.<br />

Pode-se também observar comportamentos fortemente não lineares e com perda de<br />

resistência para altas sucções. Esse tipo de comportamento foi observado por Santos et al.<br />

(2006) para a argila porosa colapsível de Brasília (Figura 5). É importante ressaltar que se<br />

trata, de fato, de um solo argiloso, coesivo, composto de agregados com arranjo estrutural

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