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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

das fases e de aspectos menos óbvios, como a dependência em relação à textura, são fundamentais<br />

para a compreensão do comportamento do solo não saturado.<br />

Além do estado volumétrico das fases, é necessário examinar o estado de tensões no<br />

solo. O estabelecimento da disciplina “Mecânica dos Solos” é tradicionalmente associado com<br />

os esforços de Terzaghi e seus contemporâneos e ao estabelecimento do princípio de tensões<br />

efetivas. Já a Mecânica dos Solos Não Saturados tem seu estabelecimento formal mais vinculado<br />

aos esforços realizados entre as décadas de 1950 e 1970, motivados principalmente pelos<br />

estudos de “solos problemáticos”: os solos colapsíveis e expansivos. O estabelecimento do par<br />

de variáveis de estado de tensões independentes (Figura 3) é um marco que deve ser ressaltado.<br />

O comportamento do solo não saturado deve ser interpretado em função de duas variáveis<br />

de estado de tensão independentes, sendo conveniente a separação das tensões totais e da poropressão<br />

de água. Tem-se, assim, a tensão total líquida, (σ – u a<br />

) e a sucção matricial, (u a<br />

– u w<br />

).<br />

É importante ressaltar que as duas variáveis de estado de tensão, (σ – u a<br />

) e (u a<br />

– u w<br />

)<br />

reduzem-se a uma variável única (i.e., a tensão efetiva), conforme o solo tende à condição de<br />

completa saturação. À medida que o volume de água armazenada nos poros do solo cresce, o<br />

volume de ar começa a ser reduzido e os meniscos antes existentes passam a dar lugar a uma<br />

condição de ocupação dos volumes em que o ar é confinado no volume de água, estando o ar<br />

no formato de bolhas oclusas. Nessa nova condição, em que os meniscos não mais existem,<br />

qualquer volume de ar ainda presente se encontra sob pressão tal que (u a<br />

– u w<br />

). Assim, quando<br />

o solo tende à condição de completa saturação, (u a<br />

– u w<br />

) = 0 e (σ – u a<br />

) = (σ – u w<br />

). Além da<br />

energia capilar e da energia oriunda das forças de adsorção, é importante também ressaltar o<br />

papel da sucção osmótica, como variável de estado de tensões adicional. A sucção osmótica é<br />

frequentemente desprezada sob o argumento de que suas variações são pequenas e o impacto<br />

dessas variações em problemas típicos de engenharia não é relevante. Mas qualquer problema<br />

que envolva alteração da concentração de sais no solo deve ser examinado considerando com<br />

atenção as sucções osmóticas.<br />

Figura 3. Variáveis de tensão adotada na Mecânica dos Solos.

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