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O comportamento de solos não saturados submetidos à infiltração 159<br />

das quatro fases em evidência na Figura 2a e argumentam que a película contrátil precisa<br />

ser reconhecida como uma fase do solo, devido às suas propriedades e ao seu papel no<br />

comportamento do solo. Pode-se afirmar que as fases água e ar fluem nos poros do solo<br />

quando submetidas a gradientes energéticos e o esqueleto sólido, juntamente com a rede de<br />

películas contráteis, equilibram-se e deformam quando submetidas a variações de esforços<br />

de tensões.<br />

Para os solos tropicais profundamente intemperizados – solos lateríticos, a situação representada<br />

na Figura 2a permanece válida para os macroporos. Entretanto, a fração sólida<br />

nela destacada passa à condição de “aparente”, tendo em vista sua constituição ser resultante<br />

de agregação de partículas minerais estabelecendo a presença de microporosidade no interior<br />

dos agregados, a qual é preenchida por água e/ou ar (Figura 2b). Embora em grande parte dos<br />

casos a microporosidade presente no interior dos agregados permaneça em estado saturado,<br />

quando ocorre perda de saturação, pode passar a atuar a situação descrita por esse mesmo<br />

modelo.<br />

Figura 2. Diagrama de fases de um solo não saturado: a) diagrama convencional; b) diagrama ilustrando<br />

a divisão do solo em macro e microestruturas.<br />

A continuidade das fases fluidas no solo não saturado varia à medida que o solo for submetido<br />

à variação de grau de saturação. Um solo arenoso com baixa umidade, tal como um<br />

solo na umidade higroscópica, possui uma fase ar contínua e uma fase água quase sempre descontínua.<br />

À medida que o solo for umedecido, a fase água passa a ocupar uma maior parcela<br />

dos vazios do solo, tornando-se gradualmente, assim como a fase ar, uma fase contínua e com<br />

menor déficit energético (i.e., maior energia). Se a quantidade de água do solo for aumentada<br />

suficientemente, a fase ar passa a se tornar gradualmente descontínua, até desaparecer. A transição<br />

da condição de continuidade das fases do solo deve ser bem compreendida, pois existem<br />

importantes implicações com respeito ao comportamento do solo. É importante observar que<br />

o grau de saturação que corresponde à passagem de condição contínua para descontínua pode<br />

depender também da textura do solo, assim como da distribuição de poros. Um solo mais fino<br />

pode manter a condição de continuidade da fase água em pacotes de argila presentes em solos<br />

pouco intemperizados ou no interior de agregados nos solos profundamente intemperizados,<br />

mesmo com baixos graus de saturação globais. O entendimento da condição de continuidade

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