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Capítulo 9<br />

O comportamento de solos não saturados<br />

submetidos à infiltração<br />

Gilson de Farias Neves Gitirana Junior<br />

José Camapum da Carvalho<br />

Silvio Romero de Melo Ferreira<br />

Márcia Maria dos Anjos Mascarenha<br />

1 Introdução<br />

Os solos submetidos a processos de infiltração estão, na maioria das situações, na condição<br />

não saturada. Tal condição é resultado de um conjunto de fatores, dentre os quais se<br />

destacam: a) a proximidade com a superfície do terreno, submetido à evaporação; b) os gradientes<br />

de carga hidráulica que determinam o regime de fluxo, especialmente o gradiente<br />

correspondente à carga altimétrica; c) a posição do lençol d’água, muitas vezes profundo.<br />

Pode-se considerar que outro fator primordial para o estabelecimento de uma condição predominantemente<br />

não saturada do solo é o balanço hídrico ao longo do ano. Regiões áridas e<br />

semiáridas, assim como regiões com períodos chuvosos limitados a uma época específica do<br />

ano, são submetidas a condições atmosféricas que promovem a não saturação do solo.<br />

A infiltração de água no solo produz variações no estado do solo, ou seja, nas tensões<br />

(totais líquidas e sucção matricial) e nos índices físicos, como a umidade e o grau de saturação.<br />

Tais variações são naturalmente experimentadas pelo solo ao longo do ano, devido às variações<br />

sazonais da condição atmosférica. Entretanto, a interferência no regime de flutuação das condições<br />

do solo, causada pelo homem ao implantar estruturas que facilitam a infiltração da água<br />

no solo ou, em outro extremo, a sua desidratação excessiva, pode alterar a amplitude dessas variações.<br />

As variações do estado do solo, que determinam o seu comportamento mecânico, podem<br />

ter impactos importantes em estruturas vizinhas. Torna-se relevante, portanto, o entendimento<br />

das consequências do processo de infiltração no comportamento do solo não saturado.<br />

As flutuações de umidade e sucção matricial em trajetórias de molhagem provocam variações<br />

na resistência ao cisalhamento do solo (geralmente diminuição) e podem causar variações<br />

volumétricas. Tais variações volumétricas podem ser tanto de redução (colapso estrutural ou<br />

deformação oriunda da redução da sucção) quanto de aumento de volume (expansão estrutural<br />

ou mineralógica). De forma geral, os principais problemas de deslocamento ou deformação<br />

advindos da infiltração de água no solo podem ser divididos em duas classes: a) problemas associados<br />

com solos colapsíveis e b) problemas associados com solos expansivos. Considerando<br />

esse contexto, será apresentada, neste capítulo, uma visão geral do comportamento mecânico<br />

de solos não saturados quando submetidos à infiltração. Inicialmente, serão apresentados conceitos<br />

gerais aplicáveis a todos os solos não saturados. Em seguida, serão abordados aspectos<br />

específicos, referentes ao comportamento de solos expansivos e colapsíveis.

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