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Qualidade da água e suas relações com a infiltração no solo 149<br />

eficiente da degradação dos compostos orgânicos do solo em comparação com os processos<br />

anaeróbios e fermentativos.<br />

O pH do solo afeta diretamente a solubilidade dos compostos químicos, alterando, assim,<br />

a disponibilidade e o transporte desses compostos. A maioria dos solos naturais apresenta<br />

valores de pH entre 6 e 8. Entretanto, solos com elevadas concentrações de matéria orgânica<br />

em regiões caracterizadas por elevada intensidade de chuvas tendem a possuir uma característica<br />

ácida devido à maior lixiviação de componentes ácidos e resíduos de degradação.<br />

3.2 Características biológicas<br />

O solo apresenta elevada atividade biológica resultante do metabolismo das populações<br />

microbianas presentes, principalmente, na camada mais superficial desse ambiente e, em<br />

particular, próximo às raízes das plantas (rizosfera). A camada superficial do solo responsável<br />

pela sustentação do crescimento vegetal, assim como pela decomposição da matéria<br />

orgânica de origem vegetal e animal, abriga uma grande diversidade de micro-organismos<br />

como bactérias (actinomicetes), arqueas, fungos, algas e protozoários. A distribuição, a diversidade<br />

e a estrutura das populações de micro-organismos do solo encontram-se diretamente<br />

relacionadas às características físicas e químicas mencionadas anteriormente. A maioria dos<br />

micro-organismos do solo apresenta metabolismo aeróbio, localizando-se na região insaturada,<br />

principalmente na superfície. Nas zonas saturadas de água, somente micro-organismos<br />

anaeróbios são capazes de crescer. As espécies microbianas colonizadoras dos solos são aquelas<br />

adaptadas às condições de estresse abiótico (características físicas e químicas) e biótico<br />

(competição entre micro-organismos) encontradas nesse ambiente.<br />

As bactérias são o grupo mais abundante na ordem de 10 8 a 10 10 células/g de solo (MAIER<br />

et al., 2009). As espécies bacterianas apresentam características que as favorecem no solo, tais<br />

como metabolismo diverso, tamanho reduzido, capacidade osmorreguladora e maior capacidade<br />

de obtenção de compostos orgânicos simples. Como exemplos do metabolismo autotrófico,<br />

destacam-se as bactérias participantes do ciclo do nitrogênio, oxidação do enxofre e ferro. Dentro<br />

do grupo bacteriano com metabolismo heterotrófico, encontram-se os grandes responsáveis<br />

pela degradação e ciclagem de diferentes compostos. Além das bactérias simbiônticas responsáveis<br />

pela fixação do nitrogênio atmosférico, as espécies participantes do ciclo do carbono (como<br />

as produtoras de antibióticos e inseticidas, metanotróficas, etc.) possuem importante papel na<br />

degradação de moléculas orgânicas complexas. Dentro desse grupo, os actinomicetes formam<br />

um grupo particular por se manter em condições de estresse hídrico, temperatura e pH elevados,<br />

atuando como importantes agentes biodegradadores do ambiente terrestre.<br />

Essa mesma diversidade de vias anabólicas e catabólicas é também observada no grupo<br />

das arqueas. Esses procariotos se sobressaem ainda pela resistência a concentrações extremamente<br />

elevadas de sal, próximo à saturação (halofílicas extremas), e também a temperaturas<br />

elevadíssimas como as hipertermófilas (acima do ponto de ebulição da água).<br />

Juntamente com as bactérias, os fungos filamentosos, segundo grupo mais abundante no<br />

solo (10 5 a 10 6 células /g de solo), exercem importante papel como decompositores, atuando<br />

na ciclagem de compostos orgânicos tanto simples (açúcares) como complexos (celulose e<br />

lignina). Por possuírem maior resistência à dessecação e às condições ácidas, além possuírem<br />

grande diversidade enzimática, algumas espécies de fungos são também capazes de degradar<br />

compostos poluentes.

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