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Perfil de intemperismo e infiltração 137<br />

Um aspecto interessante colocado em evidência por Jacintho (2003) é a constatação de<br />

que o limite de liquidez em amostras não destorroadas aumenta com o peso específico dos<br />

sólidos, embora esse parâmetro tenha apresentado pequena variação. Essa verificação mostra<br />

que as propriedades plásticas do solo estudado estão mais relacionadas à natureza químico-<br />

-mineralógica do que propriamente à textura, pois o peso específico dos sólidos depende da<br />

mineralogia.<br />

4.3.3 Densidade real dos grãos<br />

A Tabela 4 mostra os resultados de densidade real dos grãos (Gs) obtidas para solos saprolíticos<br />

usados em barragens brasileiras. Observa-se que os valores obtidos variam bastante<br />

de local para local, pois dependem da mineralogia, a qual, por sua vez, é função do tipo de<br />

rocha e da intemperização por ela sofrida ao longo do tempo. Portanto, não é possível associar<br />

diretamente a densidade real dos grãos à infiltrabilidade dos solos, pois esta depende em<br />

maior grau de fatores como a porosidade e a própria distribuição dos poros. Conforme mostram<br />

os resultados apresentados por Jacintho (2003), a densidade real dos grãos depende da<br />

mineralogia, e esta, por sua vez, interfere diretamente em parâmetros como a plasticidade e a<br />

coesão. Tem-se, portanto, que a densidade real dos grãos termina por influenciar a infiltração<br />

da água no solo. Essa relação pode ser explorada de modo mais eficiente para o caso de um<br />

perfil de intemperismo ou para uma microrregião.<br />

Tabela 4. Densidade real dos grãos de alguns solos de barragens brasileiras.<br />

Local Rocha de origem Gs Referência<br />

Nova Avanhandava Basalto 2,93 Cruz (1996)<br />

Tucuruí Basalto 2,90 Cruz (1996)<br />

Tucuruí Diabásio 3,06 Cruz (1996)<br />

Tucuruí Metabásio 2,88 Cruz (1996)<br />

Tucuruí Filito 2,81 Cruz (1996)<br />

AHE Capivara Basalto 2,86 Cruz et al. (1975)<br />

UHE Salto Santiago Basalto 2,93 Sardinha et al. (1981)<br />

UHE Euclides da Cunha Gnaisse 2,75 Bourdeaux (1983)<br />

AHE Corumbá I Micaxisto 2,85 Caproni Júnior et al. (1994)<br />

APM Manso Metassiltito / Metarenito 2,71 Jacintho (2005)<br />

Na avaliação da porosidade de solos pouco intemperizados como os saprolíticos e os<br />

saprólitos, objetivando a análise de infiltrabilidade, faz-se necessário que se leve em conta,<br />

quando há presença de argilominerais expansivos, o nível de hidratação dos solos, o qual afeta<br />

diretamente a densidade real. Destaca-se, ainda, que as variações volumétricas oriundas do<br />

umedecimento e da secagem desses solos não impactam diretamente a infiltrabilidade, pois<br />

elas correspondem às variações do volume de vazios e da distância interplanar basal, conforme<br />

apontado por Campos et al. (2008).

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