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134<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

estrutura. Na cadeia evolutiva, tem-se no saprólito a predominância dos minerais primários<br />

que, por força do intemperismo, cedem espaço para os argilominerais 2:1 como as ilitas e<br />

as montmorilonitas que passam a caracterizar o solo saprolítico. Avançando na cadeia do<br />

intemperismo, a tendência é a transformação total dos minerais primários, exceto minerais<br />

resistentes (como o quartzo, que resiste ao intemperismo), em argilominerais 2:1; parte destes<br />

se transformam em argilominerais 1:1 (grupo das caulinitas). Finalmente, tem-se, no término<br />

da cadeia evolutiva, a presença de argilominerais do grupo da caulita e oxi-hidróxidos de<br />

alumínio que deste se originou. Nos perfis de intemperismo regionais, o quartzo e os oxi-<br />

-hidróxidos de ferro se mantêm presentes.<br />

É comum a presença de uma zona de transição entre o solo saprolítico e o solo laterítico.<br />

Essa zona de transição, devido à sua grande heterogeneidade de cor oriunda de diferenças<br />

químico-mineralógicas, é regionalmente conhecida como zona mosqueada. Destaca-se que<br />

essa transição é marcada por importantes dispersões em suas propriedades e comportamentos<br />

mecânico e hidráulico.<br />

4.3 Aspectos físicos<br />

A composição granulométrica, a plasticidade e a mineralogia dos solos saprolíticos estão<br />

intimamente relacionadas à textura e à composição químico-mineralógica das rochas de<br />

origem e ao intemperismo por elas sofrido.<br />

4.3.1 Textura<br />

Segundo Bourdeaux (1983), as maiores dificuldades encontradas para a caracterização<br />

dos solos saprolíticos estão diretamente associadas ao forte potencial evolutivo da composição<br />

granulométrica desses materiais quando manuseados, em face do caráter alterado dos<br />

fragmentos rochosos. Além da sensibilidade ao manuseio, no campo o fracionamento textural<br />

desses materiais pode também ocorrer devido a solicitações, aumento de umidade e<br />

ataque químico.<br />

Pastore (1992), utilizando resultados de ensaios publicados na literatura, conclui que os<br />

solos saprolíticos derivados de rochas de granulação média a grossa, como muitos tipos de<br />

migmatitos, granitos e gnaisses, são compostos, predominantemente, por areias siltosas e siltes<br />

arenosos. Já os solos de granulação fina oriundos de rochas como basaltos e alguns tipos de granitóides<br />

são compostos, em sua maioria, por siltes argilosos e argilas siltosas. Ainda segundo o<br />

mesmo autor, considerando-se que as rochas apresentam granulação desde fina até grosseira,<br />

é de se esperar que a granulometria dos solos saprolíticos, delas derivados, seja muito variável.<br />

Em trabalho realizado por Jacintho et al. (2006), são apresentadas considerações sobre<br />

um solo saprolítico proveniente do Aproveitamento Múltiplo de Manso. A Figura 8 apresenta<br />

a faixa de variação (valores máximos e mínimos) da granulometria do material destorroado<br />

(NBR 6457/1986) e não destorroado. Com auxílio dessa figura, é possível observar o potencial<br />

evolutivo desses solos. A granulometria do material, dependendo do nível de quebra, pode<br />

transitar de um extremo a outro nos gráficos da Figura 9, gerando grande variabilidade no<br />

comportamento do solo.

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