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132<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

4.1 Aspectos químicos<br />

Os solos saprolíticos são, geralmente, caracterizados por valores de pH mais próximos<br />

do neutro e, em relação aos solos lateríticos, por mais elevada capacidade de troca catiônica<br />

(CTC). Um exemplo da ordem de grandeza do pH desses solos é fornecido por Jacintho<br />

(2005) para o solo saprolítico do Aproveitamento Múltiplo de Manso, para o qual se obteve<br />

um pH em água igual a 6,4, enquanto o pH em KCl foi de 5,5.<br />

Para os solos regionais, Cardoso (2002), ao estudar cinco solos saprolíticos finos, obteve<br />

valores de pH em água variando entre 4,05 e 4,45 e em KCl variando entre 4,70 e 4,80, valores<br />

estes inferiores aos obtidos para os solos lateríticos pelo mesmo autor.<br />

Jacintho (2010), ao estudar um solo saprolítico proveniente da Usina Hidrelétrica de<br />

Corumbá I, observou que tal solo apresentou valores de pH em água e em KCl de 4,3 e 5,0,<br />

respectivamente. Esses valores são próximos aos encontrados por Cardoso (2002) para solos<br />

saprolíticos do Distrito Federal. O ∆pH (∆pH = pH KCl<br />

-pH H2O<br />

) para o solo natural apresentou<br />

valor positivo de 0,7, dada a presença de goethita e gibbsita em sua composição mineralógica,<br />

o que aponta, mesmo não se tratando de solo laterítico, para nível já acentuado de intemperização.<br />

Kiehl (1979) relaciona o ∆pH positivo com a presença de óxidos de ferro e alumínio.<br />

Quanto aos valores de capacidade de troca catiônica, Cardoso (2002) apresenta para<br />

os mesmos solos saprolíticos finos do Distrito Federal valores que variam entre 1,34 e 3,00<br />

cmol c<br />

/kg. Esses valores não foram muito diferentes dos obtidos pelo mesmo autor para os<br />

solos lateríticos regionais.<br />

4.2 Aspectos mineralógicos<br />

Segundo Nogami e Villibor (1995), mineralogicamente, os solos saprolíticos apresentam<br />

a seguinte composição:<br />

• fração areia – mineralogia complexa contendo vários minerais em diferentes graus de<br />

alteração, tais como feldspatos, micas, além do quartzo;<br />

• fração silte – principalmente caulinita, mica e quartzo;<br />

• fração argila – caulinita, haloisita, nontronita, vermiculita e atapulgita.<br />

Vaughan (1990), citado por Pastore (1992), refere-se à caulinita, haloisita, atapulgita e<br />

esmectitas como componentes da fração fina dos solos residuais, e ao quartzo e feldspatos em<br />

vários graus de alteração como as frações mais grosseiras. Jacintho (2005), ao estudar solos<br />

saprolíticos provenientes do Aproveitamento Múltiplo de Manso, no Mato Grosso, encontrou<br />

os mesmos componentes na fração grossa e fina do solo estudado, quais sejam: quartzo, ilita,<br />

clorita e feldspatos.<br />

Carvalho (1995b), ao estudar o perfil de intemperismo do solo de Brasília, verificou para<br />

a profundidade de 10 m (correspondente ao início do horizonte saprolítico) a presença de:<br />

caulinita, quartzo, hematita e ilita.<br />

Segundo Pastore (1992), os tipos e a proporção entre os minerais presentes no solo são<br />

muito variáveis, pois dependem da composição inicial da rocha de origem e do intemperismo<br />

por ela sofrido. Por exemplo, em rochas em que as porcentagens de quartzo, feldspato e mica<br />

são próximas, poderá haver quantidades também próximas de quartzo, caulinita e mica no<br />

solo, ao passo que, em paleossomas migmatíticos, o mineral predominante será a biotita.

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