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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

A textura granular é conferida aos solos lateríticos por um processo pedogenético contínuo<br />

no qual os oxi-hidróxidos de ferro e alumínio passam a atuar de modo mais ou menos<br />

intenso, interferindo diretamente na estabilidade estrutural dos agregados formados.<br />

Levando-se em conta essa peculiaridade dos solos lateríticos, é fácil perceber a necessidade<br />

de a caracterização textural desses solos ser feita levando-se em conta não só a granulometria<br />

das partículas individualizadas, como também e principalmente a correspondente ao<br />

estado agregado, pois é ela que define em maior grau o comportamento do solo.<br />

A textura dos solos lateríticos, ao interferir diretamente no comportamento do solo afetando<br />

parâmetros hidráulicos e mecânicos, assume grande importância no estudo da infiltração<br />

da água no solo. Ao mesmo tempo em que os vazios proporcionam a rápida penetração da<br />

água nos solos, a estabilidade estrutural das ligações pode ser afetada com o umedecimento<br />

decorrente do processo de infiltração.<br />

Ainda no que tange à infiltração, essas observações sobre a textura assumem grande<br />

relevância, pois implicam a necessidade de se conhecer o comportamento hidráulico do solo<br />

a partir de ensaios específicos, como os de permeabilidade em laboratório e infiltração no<br />

campo. Estimativas com base na textura ou determinação indireta a partir de resultados de<br />

ensaios de adensamento oferecem valores irreais de permeabilidade, tendo em vista que ambos<br />

contemplam a porosidade global sem que se leve em conta a distribuição dos poros em<br />

macro e microporos nos solos lateríticos.<br />

3.3.2 Plasticidade<br />

Uma das mais importantes propriedades dos solos lateríticos é a plasticidade. Vários<br />

são os fatores que podem influenciar nos valores finais dos limites de liquidez e de plasticidade.<br />

Normalmente a natureza, a composição química, a mineralogia e o teor da fração fina são<br />

os principais fatores citados como aqueles que praticamente definem a plasticidade de um<br />

solo (QUEIROZ de Carvalho, 1986). Como já se sabe, independentemente da origem<br />

do solo (de região tropical ou temperada), os limites de plasticidade e liquidez aumentam<br />

à medida que aumentam os teores de argila no solo; no entanto, esses limites são afetados<br />

pela presença de agregações e de oxi-hidróxidos de ferro e/ou alumínio presentes nos solos<br />

tropicais.<br />

Em solos formados em regiões tropicais, os principais constituintes argilo-minerais são<br />

os dos grupos da caulinita, ilita e montmorilonita. Os primeiros caracterizam os solos mais<br />

intemperizados e os últimos, os menos intemperizados. Dentre vários outros trabalhos, Baver<br />

et al. (1972) demonstram que a ilita possui os limites de plasticidade e liquidez, bem como o<br />

índice de plasticidade, superiores aos da caulinita, e ambos os argilo-minerais possuem esses<br />

valores bastante inferiores aos da montmorilonita.<br />

Um fator também muito importante na plasticidade dos solos é o seu teor em oxi-hidróxidos<br />

de ferro. Queiroz de Carvalho (1986) formula duas hipóteses para explicar a influência<br />

dos oxi-hidróxidos na plasticidade, a seguir mencionadas.<br />

• Se o ferro presente no solo ocorre associado às partículas finas, recobrindo-as ou mesmo<br />

cimentando-as, é de se esperar que a plasticidade seja afetada por uma redução nos valores<br />

dos limites de liquidez e de plasticidade (Gidigasu, 1976). Assim, a extração do ferro

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