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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Nos estudos realizados por Cardoso (1995, 2002) e Guimarães (2002), nota-se a preocupação<br />

em caracterizar os perfis de intemperismo, avaliando-se aspectos como propriedades<br />

físico-químicas e estruturais e comportamentos como o relativo à colapsibilidade do solo em<br />

consequência da saturação. O conhecimento das características do perfil de solo é essencial<br />

na construção de estruturas de infiltração em regiões tropicais, pois tanto a capacidade de<br />

infiltração como os riscos geotécnicos oriundos da infiltração estão diretamente relacionados<br />

ao nível e ao processo de intemperismo pelo qual passou o solo.<br />

Para se optar pela infiltração planejada, também denominada infiltração compensatória,<br />

deve-se pensar nos cuidados com a qualidade da água infiltrada, pois o nível de riscos<br />

de ordem geotécnica, como a perda de resistência (que induz ao fenômeno conhecido como<br />

colapso) e a erosão interna do solo encontram-se, muitas vezes, associadas às propriedades<br />

químicas do fluido de saturação e podem fazer com que a infiltração não seja tecnicamente<br />

viável.<br />

2 Os solos tropicais<br />

O Comitê de Solos Tropicais (Committee on Tropical Soils of International Society for<br />

Soil Mechanics and Foundation Engineering – ISSMFE), citado por Nogami e Villibor (1995),<br />

define solo tropical como aquele que apresenta peculiaridades de propriedades e de comportamento,<br />

relativamente aos solos não tropicais, em decorrência da atuação de processos geológicos<br />

e/ou pedológicos típicos das regiões tropicais. Dentre os solos tropicais, destacam-se<br />

duas grandes classes: os solos lateríticos e os solos saprolíticos.<br />

Em regiões tropicais, a grande maioria dos solos, em função das suas características físico-químicas<br />

originárias do processo de formação, apresenta alta porosidade e grande sensibilidade<br />

das ligações cimentícias em presença de água, sobretudo quando estas correspondem<br />

a pontes de argila (Paixão e Camapum DE Carvalho, 1994). De forma geral, pode-se<br />

afirmar que a alta porosidade dos solos intemperizados apresenta-se como um aspecto favorável<br />

à infiltração de água nos solos. No entanto, a sensibilidade das ligações cimentícias pode<br />

apresentar-se como um aspecto desfavorável quanto à utilização de sistemas de drenagem<br />

alternativos. A atuação diferenciada do intemperismo aliada aos aspectos geológicos, entre<br />

outros fatores, faz com que as propriedades desses solos apresentem uma grande variabilidade,<br />

surgindo a necessidade de estudos regionalizados.<br />

Nas regiões tropicais, são comuns as chuvas e as variações de temperatura. Ambas influenciam<br />

diretamente na infiltração da água no solo, pois promovem as variações do teor de<br />

umidade do solo e do nível do lençol freático.<br />

Quanto à influência da umidade do solo na infiltração, Restrepo (2010) explica que,<br />

quando a água é aplicada em um solo seco, não há movimento descendente dessa água até<br />

que as partículas do solo estejam envolvidas por uma fina película d’água. As forças de atração<br />

molecular e capilar fazem com que a capacidade de infiltração inicial de um solo seco seja<br />

muito alta. À medida que a água percola, a camada superficial vai ficando semissaturada, fazendo<br />

com que as forças de capilaridade e/ou sucção diminuam. Com isso, diminui também a<br />

capacidade de infiltração, que tende a um valor constante após algumas horas. Outro fenômeno<br />

diz respeito à possibilidade de a infiltração de uma lâmina d’água contínua confinar a fase

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