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A interação entre a geomorfologia e os processos de infiltração 83<br />

como é o caso, por exemplo, das vertentes côncavas em mapa que, por terem forma “embaciada”,<br />

facilitam a concentração do escoamento superficial. Isso faz com que as vertentes côncavas<br />

em mapa, tipos I e II na Figura 6, sejam particularmente suscetíveis aos processos erosivos<br />

pluviais. É evidente que, como interferem no fluxo superficial, essas formas de vertente são<br />

também definidoras da maior ou menor capacidade de infiltração da água no maciço.<br />

Com relação à suscetibilidade das vertentes aos processos erosivos e à infiltração, devem-<br />

-se considerar, além da morfologia, também fatores morfométricos, tais como o comprimento<br />

de rampa e a declividade. Quanto mais elevados a declividade e o comprimento de rampa,<br />

respeitadas as fragilidades inerentes ao meio físico de cada lugar, tais como natureza da rocha<br />

e condições climáticas, maior será o gradiente hidráulico e, consequentemente, maior a<br />

fragilidade da vertente (Figura 7) e sua propensão ao desenvolvimento de processos erosivos<br />

acelerados. Ressalta-se que as vertentes com declividades elevadas e forma côncava em planta<br />

são ainda mais suscetíveis à erosão. Já a infiltração é dificultada em declividades acentuadas.<br />

Sobre o comprimento de rampa, considerando-se unidades de área, o seu efeito isolado sobre<br />

a taxa de infiltração pode ser desprezado. Entretanto, se conjugados fatores como variações<br />

de densidade do fluido ampliado por processos erosivos e por variações térmicas do fluido<br />

devido ao contado com o solo a montante, o comprimento da vertente poderá interferir de<br />

modo significativo na infiltração.<br />

FRAGILIDADE DECLIVIDADE (%)<br />

Muito Fraca até 6%<br />

Fraca de 6 a12%<br />

Média de 12 a 20%<br />

Forte de 20 a30%<br />

Muito Forte acima de 30%<br />

Figura 7. Fragilidade do relevo de acordo com a declividade (Ross, 1996).<br />

As vertentes são fundamentais no contexto da geomorfologia e da ocupação humana,<br />

pois, de acordo com Tricart (1957), essas formas constituem o elemento dominante do relevo<br />

na maior parte das regiões, apresentando-se, portanto, como a forma de relevo mais importante<br />

para o homem. É sobre as vertentes que se desenvolvem atividades tanto agropecuárias<br />

como urbanas. Essa ocupação geralmente influencia sobremaneira os principais processos<br />

que ocorrem sobre as vertentes: a infiltração, o escoamento superficial, o intemperismo, os<br />

movimentos de massa e a erosão. De acordo com Casseti (1991), a ocupação da vertente altera<br />

os processos morfodinâmicos. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo a incidência direta<br />

dos raios solares e a efeitos pluviométricos diversos, além de facilitar o aumento da velocidade<br />

dos ventos. Isso aumenta o escoamento superficial geralmente em detrimento da infiltração.<br />

Casseti (1991) enfatiza, ainda, que a consolidação da ocupação urbana acompanhada da impermeabilização<br />

da superfície sobre as vertentes também agrava a concentração dos fluxos<br />

superficiais, comprometendo a infiltração e, consequentemente, o abastecimento do nível freático.<br />

Isso potencializa os processos erosivos, intensifica o aporte de sedimentos nos cursos<br />

d’água e favorece as vazões de pico, gerando inundações urbanas. Há que se destacar também<br />

que a exposição do solo ao vento e ao sol, além de provocar o aumento excessivo da sucção,<br />

pode gerar trincas na superfície do maciço que favorecem a infiltração. Restrepo (2010) e

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