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A interação entre a geomorfologia e os processos de infiltração 81<br />

que é variável no tempo. O relevo, em termos geológicos “está intimamente ligado ao fator<br />

tempo na gênese dos solos; é, portanto, de se esperar que, na paisagem brasileira, onde os<br />

processos de pedogênese são bastante ativos ele tenha um papel crítico como controlador do<br />

tempo de exposição aos agentes bioclimáticos” (Rezende et al., 1995, p. 133). Logo, enfatizando<br />

o relevo como elemento importante no processo de infiltração, inevitavelmente se está<br />

tratando desses elementos e de suas relações, pois sua interação é intrínseca. Por exemplo, falar<br />

que um topo plano influencia a infiltração ou que um topo convexo, uma escarpa ou mesmo<br />

uma vertente convexa influencia o escoamento superficial é fazer referência ao respectivo<br />

tipo de solo que recobre essas formas. Nos topos planos, a característica topográfica favorece a<br />

infiltração; por conseguinte, a água que circula no maciço favorecerá o processamento de reações<br />

químicas que resultam no intemperismo e na formação de mantos espessos de solo, uma<br />

vez que, nessa condição, a alteração intempérica é forte e o transporte mecânico de partículas<br />

na superfície menos importante. Nessas condições, o fluxo vertical favorecido impõe solubilizações<br />

e lixiviações mais significativas no plano horizontal. Esse plano submete-se de modo<br />

mais significativo ao fluxo, propiciando o surgimento de condições anisotrópicas de fluxo e<br />

de comportamento mecânico do maciço, e evolui ao longo do tempo até que os elementos<br />

estruturais de sustentação se rompam por diferentes motivos gerando subsidências (Figura 4).<br />

Figura 4. Mecanismo de degradação do maciço interpartículas ou interagregados devido a fluxo predominantemente<br />

vertical.<br />

Por outro lado, os relevos mais declivosos, até por uma questão de gravidade, dificultam<br />

a infiltração. Logo, a pouca presença de água circulando no maciço não favorece o intemperismo,<br />

os solos que se formam são mais rasos, e o transporte mecânico de partículas<br />

pelo fluxo superficial se torna mais acentuado (Figura 5). Isso não significa que o pouco que<br />

infiltra ou o que provém por fluxo interno do topo do maciço não seja desencadeador de instabilizações<br />

modeladoras do relevo. A zona de interface entre o material intemperizado e não<br />

intemperizado constitui-se, geralmente, pela baixa permeabilidade deste último, em região de<br />

acumulação de água, comprometendo as tensões efetivas atuantes e, portanto, a resistência ao<br />

cisalhamento do solo.<br />

Figura 5. Influência da topografia nos fluxos d’água e intemperismo (TOLEDO et al., 2000).

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