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A interação entre a geomorfologia e os processos de infiltração 77<br />

3 A gênese do relevo e a dinâmica da infiltração<br />

Ao longo do tempo geológico, os processos exógenos atuando junto com os processos<br />

endógenos de soerguimento determinaram as diversas formas de relevo existentes na superfície<br />

terrestre. Várias teorias explicam essas relações processuais da morfogênese, destacando-<br />

-se a peneplanação, a pediplanação e a etchplanação.<br />

A teoria precursora na explicação do relevo terrestre é a peneplanação desenvolvida<br />

por W.M Davis (1889). Esse autor, fundamentando-se no conceito de nível de base de Powell<br />

(1875), segundo o qual os rios não podem erodir abaixo do seu nível de base, sugere que a<br />

interação entre a capacidade de entalhamento dos vales e o soerguimento da massa continental<br />

gerariam três fases no relevo: juvenil, madura e senil. A fase juvenil é caracterizada pela<br />

formação de diversos canyons resultantes do forte entalhamento dos talvegues em função do<br />

elevado gradiente produzido pelo soerguimento (Casseti, 1994). Um posterior “equilíbrio”<br />

entre a erosão e a deposição marca o fim da juventude e o começo da maturidade (Figura 2).<br />

A morfologia resultante desse ciclo seria representada por extensas áreas planas denominadas<br />

peneplanos. Ao atingir o estágio de senilidade, o relevo poderia ser submetido a novo soerguimento,<br />

iniciando novamente o ciclo do relevo “juvenil-maduro-senil”, sendo essa nova fase<br />

denominada de rejuvenescimento.<br />

Figura 2. Ciclo do relevo segundo Davis (Rice, 1982 apud Casseti, 2005).<br />

A teoria da pediplanação parte do princípio de que a evolução das vertentes se dá por retração<br />

paralela, por intemperismo e gravidade, incisão fluvial e por tectônica. Em condições<br />

de clima úmido, prevalecem a ação do intemperismo e creep (King, 1953). Com respeito à<br />

evolução das vertentes, Jahn (1954 apud Casseti, 1991) distingue os componentes perpendicular<br />

e paralelo. O componente perpendicular está relacionado à infiltração que determina<br />

a intemperização e formação de solos. O componente paralelo refere-se ao escoamento que<br />

permite a atuação dos processos degradacionais no transporte do material elaborado pelo<br />

componente perpendicular. A atuação desses “componentes” foi denominada por Tricart<br />

(1957) como “balanço morfogenético”.<br />

Conforme apresentado por Penck (1924), a vertente evolui por recuo paralelo ocasionado<br />

pela incisão vertical, que é o processo de “entalhamento dos vales” (dissecação) e pela<br />

denudação (ou rebaixamento), que envolve os processos de erosão sobre as vertentes. Existem<br />

ainda as influências tectônicas que contribuem para o soerguimento (Figura 3).

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