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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Considerando as regiões norte e sul, as taxas de infiltração ao longo dos perfis apresentaram<br />

variações mais expressivas entre os perfis e em profundidade durante os testes executados,<br />

principalmente nos meses de abril e julho. Em agosto-setembro, essas variações apresentaram<br />

diferenças menores. Em ambas as regiões, os menores valores obtidos para as taxas<br />

de infiltração a 0,5 m de profundidade apontam para a ação de adensamentos por processos<br />

de contração oriundos da interação solo-atmosfera e compactações de origens diversas das<br />

camadas mais superficiais do perfil, tais como passagem de veículos e pisoteio de animais.<br />

Verifica-se, ainda, para ambas as regiões, que entre 1 m e 2 m de profundidade as taxas<br />

de infiltração, independentemente da época do ano em que foram realizados os ensaios, tenderam<br />

a se estabilizar, invertendo-se a partir daí a tendência de variação da taxa de infiltração<br />

até 3 m de profundidade, quando aparentemente tende a estabilizar-se. Portanto, depreende-<br />

-se desses resultados que, até 1 m de profundidade, as influências externas oriundas do antropismo<br />

da própria interação solo-atmosfera no que tange à sazonalidade se fazem presentes<br />

de modo mais marcante; a partir de 2 m, à medida que se aprofunda no perfil, a taxa de<br />

infiltração passa aparentemente a ser mais influenciada por aspectos internos como o nível<br />

de intemperização do maciço. A influência geológica, conforme já observado por Cardoso<br />

(1995), ao estudar a colapsibilidade de solos do Distrito Federal, é praticamente imperceptível<br />

no manto superficial de solo profundamente intemperizado, não marcando, assim, diferenças<br />

de comportamento entre as duas regiões. Com isso, é possível concluir que a zona ativa do<br />

perfil restringe-se aos três primeiros metros, independentemente da região e formação geológica<br />

de base.<br />

Destaca-se, finalmente, que as variações das taxas de infiltração ao longo dos perfis e<br />

entre diferentes épocas do ano refletem a influência da sazonalidade na variação da umidade e<br />

da sucção na zona ativa do perfil. É evidente que as variações de umidade e sucção e, portanto,<br />

da capacidade de infiltração do solo depende de fatores como cobertura do solo, morfologia<br />

do terreno e tipo de solo.<br />

4 Considerações finais<br />

Os perfis estudados situam-se em áreas de baixas declividades, inferiores a 8%, o que<br />

reflete uma tendência preferencial à infiltração, principalmente o Poço 7.1, que se situa nas<br />

Superfícies Aplainadas dos Chapadões de Goiânia, conforme Casseti (1992). Por outro lado,<br />

características geotécnicas dos perfis quanto ao teor de agregação, entre 37 e 74%, índice de<br />

vazios entre 0,9 e 2,7 e grau de saturação, nos períodos úmidos (janeiro e abril), entre 40 e<br />

60% e, nos períodos mais secos (julho, agosto e setembro), entre 9 e 15%, podem justificar<br />

o comportamento da infiltração para os respectivos perfis, quando se observam as elevadas<br />

taxas de infiltração.<br />

A variação sazonal da saturação do solo associada ao elevado índice de vazios dos perfis<br />

de solos estudados permite afirmar que, após períodos de estiagem prolongados, a presença<br />

de fase ar contínua pode, quando ocorre a infiltração em consequência de precipitações, provocar<br />

o surgimento de poropressões positivas na fase ar, em consequência da frente de saturação,<br />

impedindo, assim, a sua continuidade. Essas condições fazem com que o processo de<br />

infiltração, nos meses secos, mesmo com ocorrência de eventos pluviométricos de intensida-

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