Volume 32 - número 01 Jan/Mar 2013 - Colégio Brasileiro de ...
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ASTM CODENT GAEDOW <strong>32</strong>(1):<strong>01</strong>-36 ISSN <strong>01</strong><strong>01</strong>-7772<br />
<strong>Volume</strong> <strong>32</strong> - Número 1 - <strong>Jan</strong>eiro/<strong>Mar</strong>ço, 2<strong>01</strong>3
Melhor relação<br />
custo-benefício entre<br />
os IBPs 1,3,4,11<br />
Alívio aos pacientes<br />
5<br />
Ação rápida<br />
A<br />
5<br />
Comodida<strong>de</strong> posológica 5<br />
Efeito prolongado 5<br />
Prazol®: li<strong>de</strong>rança em receituário<br />
ái<br />
na molécula <strong>de</strong> lansoprazol 2<br />
Eficácia 6<br />
Ação bactericida 6<br />
Segurança 7-10<br />
Referências Bibliográficas: 1. Revista ABC Farma – PMC 18% - Dezembro/2<strong>01</strong>2. 2. Dados Close Up MAT – Fevereiro/2<strong>01</strong>3. 3. Welage LS Berardi RR. Evaluation of omeprazole, lansoprazole, pantoprazole<br />
and rabeprazole in the treatment of acid-related diseases. J Am Pharm Assoc. 2000; 40 (1): 52-62. 4. Manzzionna G, Pace F, Porro GB. Effi cacy of lansoprazole in the short and long-term treatment of Gastrooesophageal<br />
refl ux disease. A Systematic Overview. Clin Drug Invest. 1997; 14: 450-56. 5. Bula do Produto. 6. Nakao M, Malfertheiner P. Growth inhibitory and bactericidal activities of lansoprazole compared<br />
with those of omeprazole and pantoprazole against Helicobacter pylori. Helicobacter. 1998 <strong>Mar</strong>;3(1):21-7. 7. Blume H, Donath F, Warnke A, Schug BS. Pharmacokinetic drug interaction profi les of proton pump<br />
inhibitors. Drug Saf. 2006;29(9):769- 84. 8. An<strong>de</strong>rsson T. Pharmacokinetics, metabolism and interactions of acid pump inhibitors. Focus on omeprazole, lansoprazole and pantoprazole. Clin Pharmacokinet. 1996<br />
Jul;31(1):9-28. 9. Matheson AJ, Jarvis B. Lansoprazole: an update of its place in the management of acid-related disor<strong>de</strong>rs. Drugs. 20<strong>01</strong>;61(12):18<strong>01</strong>-33. 10. Freston JW, Hisada M, Peura DA, Haber MM, Kovacs<br />
TO, Atkinson S, Hunt B. The clinical safety of long-term lansoprazole for the maintenance of healed erosive oesophagitis. Aliment Pharmacol Ther. 2009 Jun 15;29(12):1249-60. 11. How<strong>de</strong>n CW, Ballard II ED,<br />
Robieson W. Evi<strong>de</strong>nce for Therapeutic Equivalence of lansoprazole 30 mg and esomeprazole 40 mg in the treatment of erosive esophagits. Clin Drug Invest. 2002. (22): 99-109.<br />
Prazol ® – lansoprazol. Indicações: Prazol ® 30 mg: cicatrização e alívio sintomático <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo, <strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera gástrica em tratamento <strong>de</strong> curto prazo. Para<br />
tratamento a longo prazo <strong>de</strong> pacientes hipersecretores, portadores ou não <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> Zöllinger-Ellison; Prazol ® 15 mg: manutenção da cicatrização <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva,<br />
<strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera gástrica. Contraindicações: hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida ao lansoprazol ou a qualquer outro componente da<br />
fórmula. Precauções e Advertências: ingerir as cápsulas pela manhã, inteiras, sem mastigar e em jejum. O perfi l farmacocinético <strong>de</strong> lansoprazol po<strong>de</strong> ser modifi cado por insufi ciência<br />
hepática mo<strong>de</strong>rada a severa, bem como em idosos. Cautela na prescrição a pacientes idosos com disfunção hepática, durante a gravi<strong>de</strong>z e no período <strong>de</strong> amamentação. Cautela na<br />
administração <strong>de</strong> doses subsequentes maiores que 30 mg por dia para idosos. Não foram estabelecidas a segurança e a efi cácia do uso em crianças. Cautela em portadores <strong>de</strong> diabetes.<br />
Interações Medicamentosas: teofi lina, sucralfato, cetoconazol, ésteres da ampicilina, sais <strong>de</strong> ferro, digoxina. Reações Adversas: dor abdominal, cefaleia, síndrome gripal, ferimentos<br />
aci<strong>de</strong>ntais, dor no peito, infecção, diarreia, anomalias gastrointestinais (pólipos), vômitos, alterações <strong>de</strong>ntárias, náusea, gastroenterites, alterações retais, artralgia, lupus cutâneo eritematoso,<br />
hipomagnesemia. Posologia: úlcera duo<strong>de</strong>nal: 30 mg ao dia, por duas a quatro semanas; úlcera gástrica e esofagite <strong>de</strong> refl uxo, incluindo úlcera <strong>de</strong> Barrett: 30 mg ao dia, por quatro a oito<br />
semanas; síndrome <strong>de</strong> Zöllinger-Ellison: dose inicial <strong>de</strong> 60 mg ao dia, por três a seis dias. Tratamento <strong>de</strong> manutenção da cicatrização <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo, <strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera<br />
gástrica: 15 mg uma vez ao dia. USO ADULTO. Registro no MS: 1.<strong>01</strong>81.0214. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.<br />
©Medley 2<strong>01</strong>3 ® <strong>Mar</strong>ca Registrada – ANUNCIO MEDICO PRAZOL 2<strong>01</strong>3 – 50517111 – Abril/2<strong>01</strong>3.<br />
Material <strong>de</strong>stinado a profi ssionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.
Gastroenterologia<br />
Endoscopia Digestiva<br />
A Revista GED – Gastrenterologia Endoscopia Digestiva é o órgão ofi cial <strong>de</strong> circulação trimestral da SOBED<br />
(Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia Digestiva), da FBG (Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia), da<br />
SBH (Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia), do CBCD (Colégio <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva) e da SBMD<br />
(Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva). Fundada pelo Capítulo <strong>de</strong> São Paulo da SOBED em 1982,<br />
durante a gestão do Prof. Dr. Arnaldo José Ganc. Registrado na Lei <strong>de</strong> Imprensa em 19/11/1981, sob o no<br />
1.870, Lv. A, n o 5 o Registro <strong>de</strong> Títulos e Documentos <strong>de</strong> São Paulo.<br />
In<strong>de</strong>xada nas seguintes bases <strong>de</strong> dados<br />
LILACS, SCOPUS, EMBASE/EXCERPTA MÉDICA, LATINDEX e ADSAÚDE<br />
Editor Chefe<br />
Paulo Roberto Arruda Alves (SP)<br />
Editores Responsáveis<br />
José Murilo Robilotta Zeitune (SP) – Gastroenterologia<br />
Nelson Adami Andreollo (SP) – Cirurgia Digestiva<br />
Paulo Roberto Arruda Alves (SP) – Endoscopia Digestiva<br />
Rimon Sobhi Azzam (SP) – Motilida<strong>de</strong> Digestiva<br />
Aécio Flávio Meirellez Souza (SP) – Hepatologia<br />
Editores Associados<br />
Arnaldo J. Ganc (SP)<br />
Jaime Natan Eisig (SP)<br />
Eduardo Luiz Rachid Cançado (SP)<br />
<strong>Mar</strong>celo Averbach (SP)<br />
Sânzio S. Amaral (SP)<br />
Conselho Editorial – Brasil<br />
Admar Borges da Costa Jr. (PE), Ana <strong>Mar</strong>ia Pittella (RJ), Antonio Fre<strong>de</strong>rico N. Magalhães (SP), Artur Parada<br />
(SP), Bruno Zilberstein (SP), Claudio Coy (SP), Deborah Crespo (PA), Decio Chinzon (SP), Edmundo Pessoa<br />
Lopes (PE), Edna Strauss (SP), Edson Pedro da Silva (SC), Everson Artifon (SP), Flair Carrilho (SP), Flavio Quilici (SP),<br />
Henrique Coelho (RJ), Hugo Cheinquer (RS), Ismael Maguilnik (RS), João Carlos Andreolli (SP), João Galizzi<br />
Filho (MG), José Galvão Alves (RJ), Julio Cesar U. Coelho (PR), Lix A.R. Oliveira (SP), Lorete M.S. Kotze (PR),<br />
Lúcia Câmara Castro Oliveira (RJ), Luiz Gonzaga Vaz Coelho (MG), Luiz Pimenta Mo<strong>de</strong>na (SP), Luiz Roberto<br />
Lopes (SP), Márcio M. Tolentino (SP), <strong>Mar</strong>cus Túlio Haddad (RJ), <strong>Mar</strong>io Pessoa (SP), <strong>Mar</strong>tha Pedroso (SP),<br />
Maurício Fernando <strong>de</strong> Almeida Barros (SP), Orlando J.M. Torres (MA), Paulo Bittencourt (BA), Paulo R. Ott<br />
Fontes (RS), Paulo Roberto Savassi Rocha (MG), Paulo Sakai (SP), Ramiro Mascarenhas (BA), Raymundo<br />
Paraná (BA), Ricardo A. Refi netti (RJ), Roberto Dantas (SP), Sérgio Gabriel Barros (RS), Tomas Navarro<br />
Rodriguez (SP), Venâncio A.F. Alves (SP), Vera Lúcia Andra<strong>de</strong> (MG), Walton Albuquerque (MG)<br />
Editores Internacionais<br />
Daniel Sifrim (Bélgica), Dirk J. Gouma (Holanda),<br />
Helena Cortez Pinto (Portugal), Jorge Daruich (Argentina)<br />
Expediente Editorial<br />
Coor<strong>de</strong>nadora Geral: Fátima Lombardi dos Santos<br />
En<strong>de</strong>reço da Secretaria Editorial da Revista GED:<br />
Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima, 2.391, Conj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP<br />
Tel.: (11) 3813-1610 – Fax: (11) 30<strong>32</strong>-1460<br />
E-mail: ged@fbg.org.br<br />
Tiragem: 7.000 exemplares<br />
Periodicida<strong>de</strong>: trimestral<br />
Circulação: nacional para todos os associados da SOBED, FBG, SBH, CBCD e SBMD<br />
Números anteriores e separatas: ged@fbg.org.br<br />
Editoração Eletrônica, Distribuição, Impressão e Publicida<strong>de</strong><br />
E-mail: editora@limay.com.br<br />
Tel.: (11) 3186-5600
Sumário<br />
Índice<br />
ISSN <strong>01</strong><strong>01</strong>-7772<br />
Artigo Original<br />
1 A análise morfométrica para avaliar<br />
a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose<br />
hepática na hepatite C crônica após o<br />
transplante renal: uma série<br />
<strong>de</strong> casos<br />
Morphometric analysis to evaluate hepatic<br />
fi brosis progression rate in chronic hepatitis<br />
C after kidney transplantation: a case series<br />
study case series<br />
LUCAS O. CANTADORI, FERNANDO G. ROMEIRO, FABIO<br />
S. YAMASHIRO, CARLOS A. CARAMORI, MARIA F.C.<br />
CARVALHO, GIOVANNI F. SILVA<br />
6 EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal<br />
malignant biliary obstruction: a new<br />
tool when ERCP fails<br />
Drenagem biliar ecoguiada no câncer biliar<br />
distal: uma nova ferramenta na falha da CPRE<br />
JONAS TAKADA, EVERSON L.A. ARTIFON<br />
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
13 Apendicite aguda e perfuração<br />
colônica provocada por DIU com<br />
abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />
Appendicitis and colonic perforation caused<br />
by Intrauterine Contraceptive Device with a<br />
vi<strong>de</strong>olaparoscopic approch<br />
ANDRÉ ROSSETTI PORTELA, GERALDO MARTINS ASSUNÇÃO,<br />
LAURA MIRANDA KILIMNIK, KIZY MILLENE FERREIRA DA<br />
COSTA LAGE, JOSÉ DE ALENCAR GONÇALVES DE MACEDO<br />
16 Elastografia ARFI na quantificação dos<br />
graus <strong>de</strong> fibrose hepática<br />
ARFI elastography in quantifying the <strong>de</strong>gree of<br />
hepatic fi brosis<br />
JOEL SCHMILLEVITCH, ANA GORSKI<br />
19<br />
Hemorragia digestiva alta causada por<br />
pólipo gástrico hiperplásico : relato <strong>de</strong><br />
caso<br />
Upper Gastrointestinal Haemorrhage Caused<br />
by Hyperplastic Polyp: Case Report<br />
RENZO RUIZ , JULIANA TRAZZI, GABRIEL IZAR DOMINGUES<br />
DA COSTA, FÁBIO HONDO, CARLOS FURUYA, RICARDO SATO,<br />
PAULO SAKAI, SHINICHI ISHIOKA<br />
25 Cirrose hepática secundária à<br />
<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina em<br />
idoso<br />
Cirrhosis secondary to <strong>de</strong>fi ciency of alpha-1<br />
antitrypsin <strong>de</strong>fi ciency in el<strong>de</strong>rly<br />
MARÍLIA MATOS OLIVEIRA, RODRIGO KAMIMURA DE<br />
CASTRO, JOSÉ DO CARMO JÚNIOR, FABRÍCIO FREDERICO<br />
MENDES MARTINS, FELIPE PRATA MISIARA, ERIKA KIYOMI<br />
YUYAMA, SÂNZIO DUPIM SOARES<br />
28 Hemorragia digestiva por fístula<br />
gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong><br />
artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />
Gastric bleeding from splenic artery<br />
pseudoaneurysm: case report<br />
NAYANE PIAUILINO BENVINDO FERREIRA, CECÍLIA LÍVIA DE<br />
OLIVEIRA MARTINS, ANA ANGÉLICA VIEIRA DINIZ, JOÃO<br />
PAULO SEGUNDO DE PAIVA OLIVEIRA, GEÓRGIA KARLA DE<br />
ALMEIDA CIDRIM, SYLENE RAMPCHE DE CARVALHO, OLIVAL<br />
CIRILO LUCENA DA FONSECA NETO<br />
Artigo <strong>de</strong> Revisão<br />
<strong>32</strong> Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico<br />
<strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />
Imaging techniques in the diagnosis of<br />
hepatosplenic schistosomiasis<br />
ZULANE DA SILVA TAVARES VEIGA/ JOÃO LUIZ PEREIRA/<br />
GUSTAVO HENRIQUE PEREIRA/FLÁVIA FERREIRA<br />
FERNANDES/DANIELA MARTINZ MARIZ
Diretoria das Socieda<strong>de</strong>s<br />
Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia Digestiva (SOBED)<br />
Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: João Carlos Andreoli • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Ramiro Robson Fernan<strong>de</strong>s Mascarenhas<br />
• 1º Secretário: Jairo Silva Alves • 2ª Secretária: Silvana Dagostin • 1º Tesoureiro: Dalton <strong>Mar</strong>ques Chaves • 2º Tesoureiro:<br />
Luis Fernando Tullio • Se<strong>de</strong>: Rua Peixoto Gomi<strong>de</strong>, 515 – cj. 14 – <strong>01</strong>409-0<strong>01</strong> – São Paulo, SP – Tel/Fax: (11) 3148-8200/<br />
3148-82<strong>01</strong> – E-mail: sobed@uol.com.br – Site: www.sobed.org.br<br />
Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia (FBG)<br />
Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: José Roberto <strong>de</strong> Almeida • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Mauro Bafutto • Secretário Geral:<br />
Adávio <strong>de</strong> Oliveira e Silva • 1ª Secretária: Roberta Cavalcante <strong>de</strong> Almeida • Diretor Financeiro: Roberto Magalhães M.<br />
Filho • Coor<strong>de</strong>nador do FAPEGE: José Galvão-Alves • Presi<strong>de</strong>nte-Eleita (2<strong>01</strong>5-2<strong>01</strong>6):. <strong>Mar</strong>ia do Carmo Friche Passos •<br />
Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Faria Lima, 2391, 10º andar – cj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Tel: (11) 3813-1610/ 3813-1690.<br />
Fax: (11) 30<strong>32</strong>-1460 – E-mail: fbg@fbg.org.br – Site: www.fbg.org.br<br />
Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia (SBH)<br />
Diretoria 2<strong>01</strong>2-2<strong>01</strong>3: Presi<strong>de</strong>nte: Henrique Sérgio <strong>de</strong> Moraes Coelho • 1º Vice-Presi<strong>de</strong>nte: <strong>Mar</strong>ia Lucia Gomes Ferraz<br />
• Secretário Geral: Mário Reis Álvares da Silva • Secretária Adjunto: Jorge André <strong>de</strong> Segadas Soares • 1º Tesoureira:<br />
Letícia Cancella Nabuco • Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Faria Lima, 2.391, 10º andar – cj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Tel.:<br />
(11) 3812-<strong>32</strong>53 - E-mail: secretaria@sbhepatologia.org.br – Site: www.sbhepatologia.org.br<br />
Colégio <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva (CBCD)<br />
Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: Ivan Cecconello • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Nicolau Gregori Czezko • 1º Secretário: Nelson<br />
Adami Andreollo • 2º Secretário: José Eduardo Pereira Monteiro da Cunha • 1º Tesoureiro: <strong>Mar</strong>co Aurélio Santo • 2º Tesoureiro:<br />
Paulo Herman • Presi<strong>de</strong>nte-Eleito (2<strong>01</strong>5-2<strong>01</strong>6): Bruno Zilberstein • Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Luís Antonio, 278 – 6º andar – salas 10/<br />
11 – <strong>01</strong>318-9<strong>01</strong> – São Paulo, SP – Tel: (11) <strong>32</strong>89-0741/ <strong>32</strong>66-62<strong>01</strong>/ <strong>32</strong>88-8174. Fax: (11) <strong>32</strong>88-8174 – E-mail: secretaria@<br />
cbcd.org.br – Site: www.cbcd.org.br<br />
Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva (SBMD)<br />
Diretoria - Gestão 2<strong>01</strong>2-2<strong>01</strong>3: Presi<strong>de</strong>nte: Sânzio Santos Amaral • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Sérgio Gabriel S. Barros • Secretária Geral:<br />
Angela C. G. M. Falcão • 1 o Secretária: Stella M. M. Regadas • 1 o Tesoureiro: Luiz Henrique S. Fontes • 2º Secretário: Wellington<br />
M. Machado. Se<strong>de</strong>: Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima, 2391, Conj. 102, Jardim Paulistano – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Fone: (11)<br />
3518-9117 – E-mail: sbmd@sbmd.org.br – Site: www.sbmd.org.br
A MELHOR EFICÁC<br />
M.S.: 1.2675.<strong>01</strong>64.003-6<br />
1.2675.<strong>01</strong>64.007-9<br />
1.2675.<strong>01</strong>64.002-8<br />
1.2675.<strong>01</strong>64.006-0<br />
Apresentações<br />
14 e 28 comp<br />
mprimi<br />
mido<br />
dos <strong>de</strong> 20 e 40<br />
mg<br />
HIPERACIDEZ, NINGUÉM MERECE!<br />
Referêerê<br />
rênci<br />
cias<br />
Biblio<br />
liográficas: 1) MD; Ronnie Fass; Approach<br />
to refractory gastroe<br />
sophagealal reflux disea<br />
sease<br />
in adults; © 2<strong>01</strong>2 UpToDate, Inc.<br />
2) AG; McNicholl, PM; Linares,<br />
OP; Nyssen, X; Calvet, JP; Gisbert, Meta-<br />
ana<br />
lys<br />
is: es<br />
omeprazole or rabeprazole vs. first-generationion pump<br />
inhibitors in nthe<br />
treatment<br />
of Helicobacter pylori infection; © 2<strong>01</strong>2 Blackwell Publishi<br />
ng Ltd. 3) Laudo <strong>de</strong> bioequivalência. 4) Revista ABC Farma <strong>Jan</strong> /2<strong>01</strong>3.<br />
BULA<br />
NO FINAL DESTA PUBLICAÇ<br />
ÃO.
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IA ANTIÁCIDA. 2<br />
ESOP PROTEGE POR MAIS TEMPO.<br />
18h<br />
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pH INTRAGÁSTRICO ACIMA DE 4 (média em horas)<br />
15h<br />
12h<br />
9h<br />
6h<br />
3h<br />
0h<br />
ESOMEPRAZOL<br />
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Rabeprazol<br />
12,9h<br />
Omeprazol<br />
12,7h<br />
Lansoprazol<br />
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Pantoprazol<br />
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Informações aos Autores<br />
Modificado em setembro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2<br />
A GED, órgão ofi cial da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia<br />
Digestiva – SOBED, da Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />
– FBG, da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia – SBH, do Colégio<br />
<strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva – CBCD e da Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />
<strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva – SBMD, tem por objetivo a divulgação <strong>de</strong><br />
trabalhos que contribuam para o progresso da Gastroenterologia,<br />
da Endoscopia Digestiva, da Hepatologia, da Cirurgia Digestiva e<br />
da Motilida<strong>de</strong> Digestiva.<br />
São publicáveis as colaborações que, enviadas à Secretaria da<br />
GED (Av. Brig. Faria Lima, 2.391 – 10 o andar – cj. 102 –1452-000<br />
– São Paulo, SP, email ged@fbg.org.br), forem aceitas pelo Conselho<br />
Editorial e não tenham sido previamente publicadas e nem<br />
o venham a ser, simultaneamente, em outros periódicos. Serão<br />
aceitos artigos escritos na língua portuguesa. A critério do Conselho<br />
Editorial, po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados manuscritos em língua<br />
inglesa e castelhana.<br />
A GED adota as regras da Uniform Requirements for Manuscripts<br />
Submitted to Biomedical Journals emitidas pelo International<br />
Committee for Medical Journal Editors, disponível na Internet<br />
(http:// www.icmje.org).<br />
Conteúdo da GED<br />
Editoriais<br />
Destinam-se à apresentação <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> natureza polêmica,<br />
atual e <strong>de</strong> impacto, nos quais os editores da GED percebam<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestar <strong>de</strong> forma sintética a visão <strong>de</strong>stes<br />
editores, abordando ou não artigos publicados na GED. Serão<br />
escritos pelos editores e/ou membros do Conselho Editorial ou,<br />
mediante convite, por outros especialistas.<br />
Artigos Originais<br />
De pesquisa clínica e/ou experimental, <strong>de</strong>vem apresentar a<br />
aprovação da pesquisa pelo Conselho <strong>de</strong> Ética do hospital, serviço<br />
ou instituição on<strong>de</strong> o trabalho foi realizado. Os artigos <strong>de</strong>vem ser<br />
estruturados com os seguintes itens: Resumo e Unitermos, Summary<br />
e Keywords, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão,<br />
Conclusões e Referências Bibliográfi cas (acompanhado <strong>de</strong> unitermos).<br />
O título do Artigo Original <strong>de</strong>verá ser bilíngue (português<br />
e inglês).<br />
Introdução – Em que se apresenta a justifi cativa para o estudo,<br />
com referências relacionadas ao assunto e o objetivo do artigo.<br />
Métodos – Em que se apresentam: a) <strong>de</strong>scrição da amostra<br />
utilizada; b) mencionar se há consentimento informado; c)<br />
i<strong>de</strong>ntifi cação dos métodos, aparelhos e procedimentos utilizados,<br />
<strong>de</strong> modo a permitir a reprodução dos resultados pelos leitores;<br />
d) breve <strong>de</strong>scrição e referências <strong>de</strong> métodos publicados mas não<br />
conhecidos amplamente; e) <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> métodos novos ou<br />
modifi cados; f) se for o caso, referir a análise estatística utilizada,<br />
bem como os programas empregados.<br />
Resultados – Em que serão apresentados os resultados em<br />
sequência lógica, em forma <strong>de</strong> texto, tabelas e ilustrações;<br />
recomenda-se evitar repetição excessiva <strong>de</strong> dados em tabelas<br />
ou ilustrações e no texto. No texto, números menores que 10<br />
serão grafados por extenso; <strong>de</strong> 10 em diante, serão expressos em<br />
algarismos arábicos.<br />
Discussão – Em que serão enfatizados: a) os aspectos<br />
originais e importantes do artigo, evitando repetir dados já<br />
apresentados anteriormente; b) a importância e as limitações<br />
dos achados, confrontando com dados da literatura;<br />
c) a ligação das conclusões com os objetivos do estudo;<br />
d) as conclusões <strong>de</strong>correntes do estudo.<br />
Referências – As referências bibliográfi cas <strong>de</strong>vem ser numeradas<br />
na or<strong>de</strong>m em que são citadas primeiramente no texto. Elas <strong>de</strong>vem<br />
seguir as regras do Uniform Requirements for Manuscripts<br />
Submitted to Biomedical Journals – http://www.icmje.org. Alguns<br />
exemplos mais comuns são apresentados a seguir.<br />
Exemplos:<br />
1. Artigo padrão em periódico (<strong>de</strong>vem ser listados todos os<br />
autores; se houver mais <strong>de</strong> seis, citar os seis primeiros,<br />
seguidos por et al.): Alper CA, Kruskal MS, <strong>Mar</strong>cus-Bagle<br />
Y, Craven DE, Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of<br />
response to hepatitis B vaccine. N Engl J Med. 1989;<strong>32</strong>1:708-<br />
12.<br />
2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on<br />
Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter<br />
pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9.<br />
3. Livro com autor(es) responsável(is) por todo o conteúdo:<br />
With TK. Bile pigments. New York: Aca<strong>de</strong>mic Press, 1968.<br />
4. Livro com editor(es) como autor(es): Magrath I, editor. The<br />
non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold, 1997.<br />
5. Capítulo <strong>de</strong> livro: Warshaw AL, Rattner DW. Residual common<br />
duct stones and disor<strong>de</strong>rs of duo<strong>de</strong>nal ampullae.`In: Ellis H,<br />
editor. Maingot’s abdominal operations. New York: Lange<br />
Publishers, 1990:1471-2<br />
Os títulos dos periódicos <strong>de</strong>vem ser abreviados <strong>de</strong> acordo com<br />
o In<strong>de</strong>x Medicus (List of Journals In<strong>de</strong>xed). Se o periódico não<br />
constar <strong>de</strong>ssa lista, grafar o nome por extenso.<br />
Tabelas – As tabelas <strong>de</strong>vem possuir um título sucinto, com<br />
itens explicativos dispostos em seu pé. Devem ser numerados<br />
sequencialmente com algarismos arábicos.<br />
Figuras – Serão aceitas fi guras em preto e branco. Figuras<br />
coloridas po<strong>de</strong>rão ser publicadas quando forem essenciais para<br />
o conteúdo científi co do trabalho; nesses casos, o ônus <strong>de</strong> sua<br />
publicação caberá aos autores.<br />
Artigos <strong>de</strong> Revisão<br />
Somente serão aceitos quando, a convite dos editores da<br />
publicação, fi zerem parte da linha <strong>de</strong> pesquisa do autor,<br />
comprovada pela presença <strong>de</strong> artigos originais na bibliografi a e<br />
citados no texto.
Informações aos Autores<br />
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Devem ser objetivos e precisos, contendo os seguintes itens:<br />
1) Resumo e Unitermos, Summary e Keywords; 2) Introdução;<br />
3) Relato objetivo; 4) Discussão; 5) Conclusões; 6) Referências<br />
bibliográfi cas. O título do Relato <strong>de</strong> Caso <strong>de</strong>verá ser bilíngue<br />
(português e inglês).<br />
Cartas ao Editor<br />
Cartas en<strong>de</strong>reçadas ao(s) editor(es) serão consi<strong>de</strong>radas para<br />
publicação se promoverem discussão intelectual sobre <strong>de</strong>terminado<br />
artigo <strong>de</strong> publicação recente. Devem conter título informativo e não<br />
mais que 500 palavras. Se aceita, uma cópia será enviada ao autor<br />
do trabalho que suscitou a discussão, com convite para submeter<br />
uma réplica que será publicada junto com a carta.<br />
Conflito <strong>de</strong> interesses<br />
Conforme <strong>de</strong>terminação da Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária<br />
(RDC 102/2000) e do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (196/96)<br />
o(s) autor(es) <strong>de</strong>ve(rão) tornar explícito, por meio <strong>de</strong> formulário<br />
próprio (Divulgação <strong>de</strong> potencial confl ito <strong>de</strong> interesses), qualquer<br />
potencial confl ito <strong>de</strong> interesse relacionado ao artigo submetido.<br />
A presente exigência visa informar sobre relações profi ssionais e/<br />
ou fi nanceiras (como patrocínios e participação societária) com<br />
agentes fi nanceiros relacionados aos produtos farmacêuticos ou<br />
equipamentos envolvidos no artigo, os quais po<strong>de</strong>m teoricamente<br />
infl uenciar as interpretações <strong>de</strong>ste. A existência ou não <strong>de</strong> confl ito<br />
<strong>de</strong> interesses <strong>de</strong>clarado estará ao fi nal <strong>de</strong> todos os artigos<br />
publicados.<br />
Bioética <strong>de</strong> experimentos com seres humanos<br />
Experimentos envolvendo seres humanos <strong>de</strong>vem seguir resolução<br />
específi ca do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (196/96), disponível<br />
na Internet (http://conselho.saú<strong>de</strong>.gov.br//docs/Resoluções/Reso/96<strong>de</strong>96.doc),<br />
incluindo a assinatura <strong>de</strong> um termo<br />
<strong>de</strong> consentimento informado e a proteção da privacida<strong>de</strong> dos<br />
voluntários.<br />
Bioética <strong>de</strong> experimentos com animais<br />
Experimentos envolvendo animais <strong>de</strong>vem seguir resoluções<br />
específi cas (Lei 6.638, <strong>de</strong> 8/5/1979, e Decreto 24.645, <strong>de</strong><br />
10/7/1934).<br />
Ensaios clínicos<br />
Artigos que contêm resultados <strong>de</strong> ensaios clínicos <strong>de</strong>verão<br />
possibilitar todas as informações necessárias à sua a<strong>de</strong>quada<br />
avaliação, conforme previamente estabelecido. Os autores <strong>de</strong>verão<br />
refeir-se ao “CONSORT” (www.consort.statement.org).<br />
Revisão pelos pares<br />
Todos os artigos submetidos serão avaliados por dois revisores,<br />
os quais emitirão parecer fundamentado que servirá para o(s)<br />
editor(es) <strong>de</strong>cidir(em) sobre sua aceitação. Os critérios <strong>de</strong> avaliação<br />
incluem originalida<strong>de</strong>, contribuição para corpo <strong>de</strong> conhecimento<br />
da área, a<strong>de</strong>quação metodológica, clareza e atualida<strong>de</strong>. Os artigos<br />
aceitos para publicação po<strong>de</strong>rão sofrer revisões editoriais para<br />
facilitar sua clareza e entendimento sem alterar seu conteúdo.<br />
Direitos autorais<br />
Todas as <strong>de</strong>clarações contidas nos artigos serão da inteira<br />
responsabilida<strong>de</strong> dos autores. Aceito o artigo, a GED passa a<br />
<strong>de</strong>ter os direitos autorais do material. Assim, todos os autores<br />
dos artigos submetidos à GED <strong>de</strong>vem encaminhar um Termo<br />
<strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Direitos Autorais. O autor responsável pela<br />
correspondência receberá 20 separatas impressas do artigo e o<br />
arquivo correspon<strong>de</strong>nte em formato pdf.<br />
Como enviar o artigo<br />
O(s) autor(es) <strong>de</strong>ve(m) encaminhar:<br />
• Carta <strong>de</strong> apresentação assinada por todos os autores ou pelo<br />
primeiro autor em nome dos <strong>de</strong>mais, contendo: 1) informação<br />
à respeito <strong>de</strong> submissão prévia ou dupla ou submissão <strong>de</strong><br />
qualquer parte do artigo atual; 2) uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> relações,<br />
fi nanceiras ou não, que possam levar a confl ito <strong>de</strong> interesses;<br />
3) uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que o artigo foi lido e aprovado por todos<br />
os coautores e que os critérios necessários para a <strong>de</strong>claração<br />
<strong>de</strong> autoria (consultar Uniform Requirements for Manuscripts<br />
Submitted to Biomedical Journals) foram alcançados por todos<br />
os autores e que cada autor afi rma que os dados do manuscrito<br />
são verda<strong>de</strong>iros; 4) nome, en<strong>de</strong>reço, telefone e e-mail do autor<br />
para correspondência; ele será o responsável pela comunicação<br />
com os outros autores a respeito <strong>de</strong> revisões e provas gráfi cas.<br />
• Termo <strong>de</strong> Divulgação <strong>de</strong> Potencial Confl ito <strong>de</strong> Interesses.<br />
• Termo <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Direitos Autorais.<br />
• Três cópias do artigo, digitado em espaço duplo, impressas em<br />
papel tamanho carta em somente um dos lados, com margens<br />
<strong>de</strong> 2,5cm e espaço 1,5, numerando as páginas no canto superior<br />
direito; as legendas das fi guras, as fi guras propriamente ditas e<br />
as tabelas <strong>de</strong>vem vir ao fi nal, anexadas a cada cópia; assinalar no<br />
texto os locais a<strong>de</strong>quados para inserção <strong>de</strong> fi guras e tabelas.<br />
• Três conjuntos <strong>de</strong> fi guras em cópia fotográfi ca brilhante.<br />
• Um CD contendo somente um arquivo do texto, correspon<strong>de</strong>nte<br />
ao artigo, e os arquivos correspon<strong>de</strong>ntes a fotos ou fi guras.<br />
Como preparar o CD<br />
• CD formatado compatível com IBM/PC;<br />
• Usar editor <strong>de</strong> texto Microsoft Word para Windows;<br />
• O arquivo <strong>de</strong> texto <strong>de</strong>ve conter somente o texto, da página-título<br />
até as referências, e as tabelas;<br />
• As fi guras não <strong>de</strong>vem ser incluídas no mesmo arquivo do texto;<br />
• Colocar no CD a última versão do artigo, idêntica à versão<br />
impressa;<br />
• Etiquetar o CD informando o programa e a versão utilizados, bem<br />
como o nome do arquivo.<br />
A submissão do artigo pelo correio eletrônico (e-mail) possibilita<br />
maior agilida<strong>de</strong> no procedimento <strong>de</strong> revisão. Para isso, será<br />
necessário o envio dos arquivos contendo o texto e as fi guras para<br />
o e-mail da GED (ged@fbg.org.br).<br />
Mensagem aos editores com i<strong>de</strong>ntifi cação dos autores <strong>de</strong>ve ser<br />
enviada, acompanhada dos en<strong>de</strong>reços convencional e eletrônico<br />
e <strong>de</strong> informações sobre o formato utilizado. O artigo <strong>de</strong>verá ser<br />
enviado em anexo, como attachment, no formato Word para<br />
Windows. As fi guras <strong>de</strong>verão estar nos formatos jpg ou tif.
Informations to Authors<br />
GED is the official journal of the Brazilian Society of<br />
Digestive Endoscopy – SOBED, the Brazilian Fe<strong>de</strong>ration of<br />
Gastroenterology – FBG, the Brazilian Society of Hepatology<br />
– SBH, the Brazilian College of Digestive Surgery – CBCD,<br />
and of the Brazilian Society of Digestive Motility – SBMD,<br />
and the purpose of the journal is to publish papers that<br />
may contribute towards the progress of Gastroenterology,<br />
Digestive Endoscopy, Hepatology, Digestive Surgery and<br />
Digestive Motility. Papers sent to the GED Secretariat (Av.<br />
Brig. Faria Lima, 2.391 – 10o andar – cj. 102 –1452-000<br />
– São Paulo, SP, Brazil, e-mail ged@fbg.org.br), which are<br />
accepted by the Editorial Board, and which have not been<br />
previously or will not be concomitantly published in other<br />
journals may be published.<br />
Papers drafted in the Portuguese language will be<br />
accepted. At the discretion of the Editorial Board, papers<br />
in the Spanish and in the English language may also be<br />
accepted.<br />
GED adopts the Uniform Requirements for Manuscripts<br />
Submitted to Biomedical Journals of the International<br />
Committee for Medical Journal Editors, available in the<br />
Internet (http://www.icmje.org).<br />
GED Contents<br />
Editorials<br />
Inten<strong>de</strong>d to present polemic, current, and impacting topics<br />
whenever GED editors feel the need to present their view<br />
in a synthetic manner, whether or not such topics are<br />
presented in GEDpublished papers. Editorials are written<br />
by the editors and/or by Editorial Board members, or by<br />
invited specialists.<br />
Original Articles<br />
Clinical and/or experimental research papers should<br />
present the approval of the research given by the Ethics<br />
Committee of the hospital, clinic, or institution were<br />
the study was carried out. The following items must<br />
be inclu<strong>de</strong>d: Summary (and keywords), Introduction,<br />
Methods, Results, Conclusions, References, and Summary<br />
and Keywords. The title of the Original Article must be<br />
bilingual (Portuguese and English).<br />
Introduction – Presents the justification for the study, with<br />
references related to the topic and the objective of the<br />
paper.<br />
Methods – Presenting: a) <strong>de</strong>scription of the sample<br />
used; b) mention whether or not an informed consent<br />
has been obtained; c) i<strong>de</strong>ntification of methods, <strong>de</strong>vices,<br />
and procedures used in or<strong>de</strong>r to permit reproduction<br />
of the results by the rea<strong>de</strong>rs; d) brief <strong>de</strong>scription and<br />
references to methods that have been published but that<br />
are not broadly know; e) <strong>de</strong>scription of new methods or of<br />
modified methods; f) mention the statistical analysis or the<br />
software used, as the case may be.<br />
Results – Presenting results in a logical sequence, in<br />
text format with tables and illustrations; authors should<br />
avoid excessive information repetition in the tables and<br />
illustrations and in the text. In the text, numbers below ten<br />
will be written in full, whereas numbers 10 and beyond will<br />
be written in Arabic numbers.<br />
Discussion – Emphasis will be given to: a) original and<br />
major aspects of the paper, without repetition of the aspects<br />
previously presented; b) relevance and limitations of the<br />
fi ndings, comparing them to information in the literature; c)<br />
connection of the conclusions to the objectives of the study;<br />
d) conclusions arising out of the study.<br />
References – Bibliographic references should appear in the<br />
or<strong>de</strong>r in which they are fi rst quoted in the text. They should<br />
follow the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted<br />
to Biomedical Journals – http://www. icmje.org. Some of the<br />
more usual example are presented.<br />
Examples:<br />
1. Standard paper in journals (all authors must be listed;<br />
if they are more than six, list the fi rst six followed by et<br />
al.): Alper CA, Kruskal MS, <strong>Mar</strong>cus-Bagle Y, Craven DE,<br />
Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of response to<br />
hepati tis B vaccine. N Engl J Med. 1989;<strong>32</strong>1:708-12.<br />
2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on<br />
Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter<br />
pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9.<br />
3. Book with author(s) responsible for the full text With TK.<br />
Bile pigments: New York: Aca<strong>de</strong>mic Press, 1968.<br />
4. Book with editor(s) as author(s): Magrath I, editor. The<br />
non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold,<br />
1997.<br />
5. Chapter of a book: Warshaw AL, Rattner DW. Residual<br />
common duct stones and disor<strong>de</strong>rs of duo<strong>de</strong>nal<br />
ampullae. In: Ellis H, editor. Maingot’s abdominal<br />
operations. New York: Lange Publishers, 1990:1471-2.<br />
The titles of journal should be abbreviated according to the<br />
In<strong>de</strong>x Medicus (List of Journals In<strong>de</strong>xed). If the journal is not<br />
inclu<strong>de</strong>d in such list, write the name in full.<br />
Tables – Tables should have a summarized title, with explanatory<br />
comments at the foot of the table. They should be sequentially<br />
numbered with Arabic numbers.<br />
Figures – Black and white fi gures will be accepted. Color fi gures<br />
may be published when they are essential for the scientifi c<br />
contents of the paper; in such case, the cost of publishing<br />
colored fi gures will be covered by the authors.
Informations to Authors<br />
Revision Articles<br />
Will be accepted only when the editors have invited the author<br />
to write such articles, when they are part of the research line of<br />
the author as evi<strong>de</strong>nced by the presence of original articles in<br />
the bibliography and in the quotations in the text.<br />
Case Report<br />
Should be objective and precise, with the following items:<br />
1) Summary (and keywords); 2) Introduction; 3) Objective<br />
Report; 4) Discussion; 5) Conclusions; 6) Bibliography. The title<br />
of the Case Report must be bilingual (Portuguese and English).<br />
Letters to the Editor<br />
Letters sent to the editor(s) will be consi<strong>de</strong>red for publication<br />
if they carry an intellectual discussion regarding a recently<br />
published article. They should have an informative title and not<br />
more than 500 words. If accepted, a copy will be sent to the<br />
author of the paper that raised the discussion, with an invitation<br />
to submit a reply to be published together with the letter.<br />
Conflict of interests<br />
As <strong>de</strong>termined by the Sanitary Surveillance Agency (RDC<br />
102/2000) and by the National Health Council (196/96) author(s)<br />
should inform explicitly in the a<strong>de</strong>quate form (Disclosure of<br />
potential confl ict of interests) about any potential confl ict of<br />
interests related to the paper submitted. This requirement is<br />
inten<strong>de</strong>d to inform about professional and/or fi nancial relations<br />
(with sponsorships and corporate interests) with fi nancial<br />
agents related to medical drugs or equipment involved in the<br />
paper, which may theoretically infl uence the interpretation of the<br />
paper. The existence or non-existence of a <strong>de</strong>clared confl ict of<br />
interests shall be inclu<strong>de</strong>d at the end of all articles published.<br />
Bioethics of experiments involving human beings<br />
Experiments involving human beings shall follow the specifi c<br />
resolution of the National Health Council available in the Internet<br />
address (http://conselho.saú<strong>de</strong>.gov.br//docs/Resoluções/Reso/<br />
96<strong>de</strong>96.doc), including the signature of an informed consent<br />
and the protection to volunteer privacy.<br />
Bioethics of experiments involving animals<br />
Experiments involving animals shall follow specifi c resolutions<br />
(Law 6,638, of May 8, 1979, and Decree 24,645, of July 10,<br />
1934).<br />
Clinical Assays<br />
Article containing results of clinical assays should disclose all<br />
information required for their proper evaluation, as previously<br />
established. Authors shall refer to the “CONSORT” (www.<br />
consort. statement.org).<br />
Review by peers<br />
All articles submitted shall be evaluated by two analysts,<br />
who shall issue a fundamented opinion to be used by the<br />
editors to <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> whether or not the paper will be accepted.<br />
Evaluation criteria inclu<strong>de</strong> originality, contribution to the body<br />
of knowledge in the area, methodological a<strong>de</strong>quacy, clarity, and<br />
contemporaneity. Articles accepted for publication may have<br />
editorial revisions to improve clarity and un<strong>de</strong>rstanding without<br />
changing its contents.<br />
Copyrights<br />
All statements contained in the articles will be un<strong>de</strong>r the full<br />
responsibility of the authors. After and article is accepted, GED<br />
becomes the owner of copyrights of the material. Thus, all<br />
authors of the articles submitted to GED should also send a<br />
Deed of Copyright Assignment. The author incharge of receiving<br />
letters from the rea<strong>de</strong>rs will receive 20 printed copies of the<br />
article and the corresponding pdf fi le.<br />
How to send a paper<br />
The author(s) should send:<br />
• A letter of submission signed by all authors or by the fi rst<br />
author to appear in the list on behalf of all authors, containing:<br />
1) information regarding a prior or double submission of any<br />
part of the paper being submitted; 2) a <strong>de</strong>claration of relations,<br />
fi nancial or otherwise, that could lead to a confl ict of interests;<br />
3) a <strong>de</strong>claration that the article has been read and approved<br />
by all coauthors and that the criteria to claim authorship<br />
(see Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to<br />
Biomedical Journals) have been met by all authors and that<br />
each author represents that the information in the manuscript<br />
is true; 4) name, address, telephone number, and e-mail of the<br />
author who will receive letters; this author will be responsible to<br />
communicate revisions and print proofs to the other authors.<br />
• Deed of Disclosure of a Potential Confl ict of Interests.<br />
• Deed of Copyright Assignment.<br />
• Three copies of the paper typed in double space, printed in<br />
letter-sized paper only on the front (without printing on the<br />
back), margins of 2.5 cm and 1.5 space, with pages numbered<br />
in the upper right corner; fi gure legends, fi gures, and tables<br />
should be placed at the end, attached to each copy; indicate<br />
in the text the place to insert fi gures and tables.<br />
• Three sets of fi gures in shiny photographic copies.<br />
• A CD containing the text fi le only, with the paper text, and the<br />
fi les containing photographs or fi gures.<br />
How to prepare the CD<br />
• Formatted CD compatible with IBM/PC;<br />
• Use Microsoft Word for Windows text software;<br />
• The text fi le to contain only the text, from the title page to the<br />
references, and the tables;<br />
• Figures are not to be inclu<strong>de</strong>d in the text fi le;<br />
• Place in the CD the lest version of the paper, i<strong>de</strong>ntical to the<br />
printed version submitted;<br />
• Label the CD informing the software and the version used, and<br />
the fi led name.<br />
Submission of a paper by e-mail allows for greater effi ciency<br />
of the revision procedures. For that purpose, the text and the<br />
fi gures fi les shall be sent to the GED e-mail (ged@fbg.org.br).<br />
Messages to the editors with i<strong>de</strong>ntifi cation of the authors should<br />
be sent together with conventional and electronic addresses,<br />
and together with information about the format used. The paper<br />
shall be sent as an attachment, as a Word for Windows fi le.<br />
Figures shall be in the jpg or tif formats.
Artigo Original<br />
A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão<br />
da fibrose hepática na hepatite C crônica após o transplante<br />
renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />
Morphometric analysis to evaluate hepatic fibrosis progression rate in chronic<br />
hepatitis C after kidney transplantation: a case series study case series<br />
LUCAS O. CANTADORI, 1 FERNANDO G. ROMEIRO, 1 FABIO S. YAMASHIRO, 1 CARLOS A. CARAMORI, 1 MARIA F. C. CARVALHO, 1 GIOVANNI F.<br />
SILVA 1<br />
Resumo<br />
O verda<strong>de</strong>iro papel do transplante renal na progressão<br />
da fi brose hepática causada pelo vírus da hepatite C<br />
ainda é imprevisível. A avaliação histológica do fígado é a<br />
melhor forma para estimar a evolução da fi brose, embora<br />
a análise semiquantitativa traz limitações importantes.<br />
Objetivo: Aplicar um ensaio morfométrico quantitativo<br />
sobre a progressão da fi brose hepática em pacientes<br />
renais crônicos com hepatite C. Métodos: Trinta<br />
pacientes foram inicialmente avaliados, mas apenas sete<br />
foram incluídos. Eles foram submetidos à primeira biópsia<br />
perto da data do transplante e a segunda biópsia, pelo<br />
menos, quatro anos mais tar<strong>de</strong>. A terapia imunossupressora<br />
adotada em todos os casos foi a azatioprina e micofenolato.<br />
A taxa <strong>de</strong> progressão da fi brose (FPR) foi calculada<br />
antes e após a data da cirurgia <strong>de</strong> cada paciente,<br />
<strong>de</strong> acordo com a classifi cação <strong>de</strong> Metavir pontuação e<br />
análise morfométrica. Resultados: A FPR calculada<br />
pelo escore Metavir não mostrou diferença estatística<br />
entre pré e pós-transplante (p = 0,9). A FPR calculada<br />
pela análise morfométrica foi <strong>de</strong> 0,58 ± 0,78 antes do<br />
transplante e 3,0 ± 3,3 após a cirurgia, com signifi cância<br />
estatística entre estes valores (p = 0,0026). Conclusão:<br />
Na amostra avaliada, a progressão da fi brose hepática foi<br />
documentada e quantifi cada apenas pela análise morfométrica,<br />
que é uma abordagem promissora para avaliação<br />
histológica <strong>de</strong>sses pacientes.<br />
Unitermos: Hepatite C, Avaliação Histológica, Transplante<br />
Renal, Cirrose Hepática, Fibrose.<br />
Abstract<br />
The real role of renal transplantation in hepatic fi brosis<br />
progression caused by hepatitis C virus is still unpredictable.<br />
Histological evaluation of the liver is the best form<br />
to estimate fi brosis evolution, although semiquantitative<br />
analysis carries important limitations. Objective: To apply<br />
a morphometric quantitative assay on hepatic fi brosis<br />
progression in renal recipients with hepatits C. Methods:<br />
Thirty patients were initially evaluated, but only seven were<br />
inclu<strong>de</strong>d. They un<strong>de</strong>rwent the fi rst biopsy near the transplantation<br />
date and the second biopsy at least 4 years later.<br />
The immunosuppressant therapy adopted in all cases was<br />
azatioprine and micofenolate. Fibrosis progression rate<br />
(FPR) was calculated before and after the surgery date<br />
in each patient according to Metavir score and morphometric<br />
analysis. Results: The FPR calculated by Metavir<br />
score showed no statistical difference between pre- and<br />
post-transplantation (p=0.9). The FPR calculated by the<br />
morphometric analysis was 0.58 ± 0.78 before transplantation<br />
and 3.0 ± 3.3 after the surgery, with statistical signifi<br />
cance between these values (p=0.0026). Conclusion:<br />
In the sample assessed, the progression of hepatic fi brosis<br />
was documented and quantifi ed only by the morphometric<br />
analysis, which is as a promising approach to histological<br />
evaluation of these patients.<br />
Keywords: Hepatitis C, Histological Techniques, Kidney<br />
Transplantation, Liver Cirrhosis, Fibrosis.<br />
15 1<br />
<strong>32</strong>(1):1-5<br />
1. Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu/ UNESP – Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista. En<strong>de</strong>reço<br />
<strong>de</strong> correspondência: Fabio da Silva Yamashiro - Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica – Distrito <strong>de</strong> Rubião Jr. s/n - CEP: 18618-970 –<br />
Botucatu – SP - Brasil - e-mail: fsyamashiro@fmb.unesp.br. Recebido em: 13/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 20/02/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5
A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose hepática na<br />
hepatite C crônica após o transplante renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />
16 2<br />
<strong>32</strong>(1):1-5<br />
Introdução<br />
A doença renal crônica é um importante fator <strong>de</strong> risco para a<br />
transmissão do vírus da hepatite C (VHC), na qual observamos<br />
altas taxas <strong>de</strong> infecção viral nos pacientes transplantados <strong>de</strong><br />
rim. 8,11 Apesar <strong>de</strong> muitos estudos tentarem <strong>de</strong>terminar o real<br />
impacto do transplante renal e da terapia imunossupressora<br />
na taxa <strong>de</strong> progressão da fi brose hepática (PFH) associada à<br />
infecção pelo vírus da hepatite C, este assunto ainda permanece<br />
sem resposta. 1,3-11,13 Embora alguns investigadores<br />
mostrem elevada PFH entre estes pacientes, a questão ainda<br />
é um <strong>de</strong>safi o porque os resultados são difíceis <strong>de</strong> reproduzir.<br />
As muitas diferenças entre as populações avaliadas nestes<br />
estudos po<strong>de</strong>m explicar a discrepância encontrada. Outra<br />
causa <strong>de</strong> divergência em relação aos achados histológicos<br />
talvez se <strong>de</strong>va à heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião entre os patologistas<br />
em relação às classifi cações histológicas aplicáveis.<br />
A avaliação histológica permanece o melhor método para<br />
classifi car a fi brose hepática em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> permitir o cálculo<br />
da PFH quando duas ou mais amostras são obtidas. Ela po<strong>de</strong><br />
ser realizada por ensaios quantitativos, como na análise<br />
morfométrica, evitando as variações entre diferentes examinadores<br />
e permitindo uma maior precisão na quantifi cação<br />
da PFH. Até hoje não há estudos que tenham utilizado este<br />
método na análise <strong>de</strong> amostra histológica hepática obtida <strong>de</strong><br />
receptores <strong>de</strong> rim. Assim, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo é avaliar<br />
a PFH causada pela hepatite C em pacientes sob terapia<br />
imunossupressora que foram submetidos ao transplante<br />
renal. Os resultados foram analisados semiquantitativamente<br />
(pontuação <strong>de</strong> METAVIR) e morfometricamente.<br />
Materiais e métodos<br />
A amostra foi composta por pacientes que apresentaram<br />
exame positivo para VHC-RNA, submetidos a transplante<br />
<strong>de</strong> rim recebendo terapia imunossupressora. Apenas os<br />
pacientes com duas biópsias em momentos diferentes foram<br />
selecionados. Pacientes que necessitaram <strong>de</strong> uma nova<br />
cirurgia para remover o rim transplantado, indivíduos infectados<br />
com hepatite B ou que tinham recebido tratamento<br />
prévio para hepatite C, e aqueles com amostras histológicas<br />
contendo menos <strong>de</strong> 5 espaços porta foram excluídos.<br />
Uma vez que a infecção viral é atualmente consi<strong>de</strong>rada<br />
uma contraindicação para o transplante renal, o estudo é<br />
retrospectivo. Trinta pacientes foram inicialmente avaliados,<br />
mas apenas sete foram incluídos (cinco do sexo masculino,<br />
dois do sexo feminino). Todos os pacientes foram submetidos<br />
à biópsia hepática próxima ao transplante renal (entre 4<br />
meses antes e imediatamente após a operação), e a segunda<br />
biópsia, pelo menos, 4 anos mais tar<strong>de</strong>. A terapia imunossupressora<br />
adotada em todos os casos foi a azatioprina e micofenolato.<br />
Entre os 23 pacientes excluídos, 7 foram submetidos à<br />
remoção do rim transplantado no primeiro ano após a cirurgia,<br />
cinco não tinham tido nenhuma biópsia hepática até o início do<br />
estudo, cinco morreram antes da segunda biópsia e não tinham<br />
avaliação pós-morte, 2 apresentaram coinfecção com hepatite<br />
B, 2 haviam completado o tratamento da hepatite C e 1 tinha<br />
material insufi ciente na biópsia hepática. O consentimento informado<br />
por escrito antes da participação no estudo foi obtido <strong>de</strong><br />
acordo com a Declaração <strong>de</strong> Helsinque e com a aprovação do<br />
Comitê <strong>de</strong> Ética local.<br />
Os profi ssionais envolvidos na análise dos dados foram cegados,<br />
em particular os que realizaram a avaliação histológica. O tempo<br />
pré-transplante <strong>de</strong> infecção foi <strong>de</strong>fi nido como o tempo entre a via<br />
provável <strong>de</strong> contaminação e da primeira biópsia. A data provável<br />
da contaminação foi assumida como o ano da primeira transfusão,<br />
o início <strong>de</strong> hemodiálise ou quando o paciente tornou-se<br />
adicto <strong>de</strong> uma droga injetada. Todos os fatores <strong>de</strong> risco para a<br />
hepatite C foram consi<strong>de</strong>rados. Quando mais <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong><br />
risco for i<strong>de</strong>ntifi cado, a via mais comum <strong>de</strong> transmissão viral foi<br />
avaliada como a causa da infecção (transfusão ou <strong>de</strong>pendência<br />
<strong>de</strong> droga injetada).<br />
A PFH pré-transplante foi <strong>de</strong>terminada através dos estágios <strong>de</strong><br />
fi brose (ou percentagem <strong>de</strong> fi brose em análise morfométrica)<br />
obtidos na primeira biópsia, dividido pelo tempo entre a infecção<br />
e a cirurgia (F1/TI). A PFH pós-transplante foi calculada como a<br />
diferença entre a fase <strong>de</strong> fi brose última (ou fi brose percentual)<br />
e da anterior, dividido pelo tempo entre as biópsias (F2 - F1/%T).<br />
A ida<strong>de</strong> quando a infecção ocorreu, o tempo <strong>de</strong> infecção, genótipo<br />
viral, quantitativa HCV RNA, a etiologia da doença renal e<br />
dados bioquímicos foram avaliados. Os dados bioquímicos foram<br />
obtidos antes e após o transplante em momentos com estreita<br />
proximida<strong>de</strong> das biópsias, e eram compostos <strong>de</strong> aspartato<br />
aminotransferase (ALT), alanina aminotransferase (AST), gamaglutamil<br />
transpeptidase (GGT), bilirrubina e <strong>de</strong> eletroforese <strong>de</strong><br />
proteínas (relação albumina/ globulina).<br />
Quanto à avaliação histológica, as amostras obtidas foram<br />
fi xadas em solução <strong>de</strong> formalina a 10% durante 48 horas e,<br />
em seguida, colocadas em álcool a 70% por mais 24 horas.<br />
Depois disso, o material foi incorporado em blocos <strong>de</strong> parafi na<br />
que foram cortados em 0,4-0,5 secções µm. Todas as amostras<br />
foram coradas utilizando os mesmos procedimentos <strong>de</strong>scritos<br />
para hematoxilina-eosina (HE), Masson e Sirius Picro Vermelho.<br />
A análise semiquantitativa foi realizada por meio <strong>de</strong> avaliação<br />
do patologista usando as colorações <strong>de</strong> HE e Masson. A<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5
L. O. CANTADORI, F. G. ROMEIRO, F. S. YAMASHIRO, C. A. CARAMORI, M. F. C. CARVALHO, G. F. SI LVA<br />
graduação da fi brose foi feita conforme a classifi cação <strong>de</strong><br />
METAVIR, na qual: 0 = ausência <strong>de</strong> fi brose; 1 = fi brose portal<br />
sem septos; 2 = expansão fi brose com alguns septos; 3 =<br />
septos numerosos sem nódulos; e 4 = cirrose. 12<br />
A análise quantitativa foi realizada pelo método morfométrico<br />
através da coloração <strong>de</strong> Picro Sirius Red. As duas amostras <strong>de</strong><br />
cada paciente foram avaliadas cegamente pelo mesmo patologista,<br />
através do índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fi brose, com base na<br />
razão entre a área ocupada pela fi brose e a área total do campo<br />
do microscópio. Usando uma câmera digital (Köhler CTV 500,<br />
sistema NTSC, com adaptação <strong>de</strong> lente <strong>de</strong> 0.63x) e um microscópio<br />
óptico (Leica DMLB, ocular LPlan 10x/25, objetivo lente<br />
PL Fluotar 20x / 0,50), essas áreas foram capturadas e digitalizadas.<br />
A digitalização das imagens foi realizada no computador (AST<br />
Bravo T-MS PRO 6200, Pentium Pro, sistema Windows NT), no<br />
qual as áreas foram calculadas através do software Image Pro<br />
Plus , versão 3.0 (Media Cybernetics LP, Silver Spring, EUA,<br />
1997). Os campos microscópicos foram divididos em pixels com<br />
diferentes intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> luz e comprimentos <strong>de</strong> onda, permitindo<br />
a <strong>de</strong>terminação das áreas <strong>de</strong> interesse.<br />
O número máximo <strong>de</strong> campos aleatórios foi obtido em todas<br />
as amostras e cada campo <strong>de</strong> imagem <strong>de</strong> 640 x 480 pixels<br />
foi adquirido, equivalente a uma área <strong>de</strong> 148.148,14 µm2 foi<br />
visualizada no microscópio em uma ampliação <strong>de</strong> 20 vezes.<br />
A cor vermelha na coloração <strong>de</strong> Picro Sirius Red foi capturada<br />
pelo software e mudada para uma nova cor, aumentando<br />
assim o contraste entre as outras estruturas. A área <strong>de</strong>sta<br />
nova cor foi então medida em µm.<br />
Análise estatística<br />
A comparação da pontuação METAVIR entre os diferentes<br />
momentos foi completada por um mo<strong>de</strong>lo linear generalizado<br />
para medidas repetidas. Erro multinomial e função <strong>de</strong> ligação<br />
cumulativa foram calculados para obter o valor p.<br />
A comparação da análise morfométrica da fi brose entre os<br />
diferentes momentos também foi completada por um mo<strong>de</strong>lo<br />
linear generalizado para medidas repetidas. Erro binomial e<br />
função <strong>de</strong> ligação logística foram estimados para obter o valor<br />
p. A avaliação das taxas <strong>de</strong> progressão da fi brose obtidas por<br />
contagens METAVIR foi obtida por um mo<strong>de</strong>lo linear generalizado<br />
para medidas repetidas. Erro Gaussiano inverso e função<br />
<strong>de</strong> ligação potencial foram calculados para obter o valor p.<br />
A avaliação das taxas <strong>de</strong> progressão da fi brose obtidas por<br />
análise morfométrica foi conseguida por um mo<strong>de</strong>lo linear<br />
generalizado para medidas repetidas. Erro binomial e função <strong>de</strong><br />
ligação logística foram estimados para obter o valor p. O valor <strong>de</strong><br />
p < 0,05 foi consi<strong>de</strong>rado estatisticamente signifi cativo.<br />
Resultados<br />
A mediana do tempo, a partir do momento estimado <strong>de</strong><br />
infecção até a primeira biópsia, foi <strong>de</strong> 15,28 anos e a mediana<br />
do tempo entre as biópsias foi 4,71 anos.<br />
A tabela 1 ilustra os dados epi<strong>de</strong>miológicos e virológicos <strong>de</strong><br />
cada sujeito. A tabela 2 resume os resultados <strong>de</strong> exames laboratoriais,<br />
enquanto a tabela 3 mostra os resultados obtidos a<br />
partir da análise histopatológica das biópsias.<br />
Apenas um paciente não apresentou progressão da fi brose<br />
hepática pela classifi cação <strong>de</strong> METAVIR semiquantitativa.<br />
Todos outros sujeitos apresentaram algum grau <strong>de</strong> progressão<br />
histológica até a segunda biópsia. No entanto, a abordagem<br />
quantitativa por análise morfométrica mostrou progressão da<br />
fi brose em todas as amostras. A PFH calculada pela análise<br />
morfométrica foi <strong>de</strong> 0,58 ± 0,78 antes do transplante e 3,0 ±<br />
3,3 após a cirurgia, com signifi cância estatística entre estes<br />
valores (p = 0,0026). A PFH calculada pelo escore METAVIR<br />
não mostrou diferença estatística entre pré e pós-transplante<br />
(p = 0,9).<br />
Tabela 1: Epi<strong>de</strong>miológicos e genotipagem do HCV dos<br />
pacientes. GN Glomerulonefrite = * = Tempo <strong>de</strong> infecção<br />
antes <strong>de</strong> transplante renal (anos). † = ida<strong>de</strong> estimada da<br />
infecção <strong>de</strong> acordo com o fator <strong>de</strong> risco i<strong>de</strong>ntificado (anos).<br />
Sujeitos<br />
Fatores<br />
<strong>de</strong> risco<br />
Tempo <strong>de</strong><br />
infecção<br />
†<br />
Ida<strong>de</strong> da<br />
infecção<br />
1 Hemodiálise 14 27<br />
2 Hemodiálise 16 <strong>32</strong><br />
Etiologia da<br />
insuficiência<br />
renal<br />
GN<br />
rapidamente<br />
progressiva<br />
Síndrome <strong>de</strong><br />
Alport<br />
HCV<br />
genótipo<br />
3 Hemodiálise 12 40 Hipertensão 1b<br />
4 Transfusão 19 40 Hipertensão 1b<br />
5 Transfusão 14 23<br />
GN<br />
rapidamente 1b<br />
progressiva<br />
6 Transfusão 15 41<br />
Nefropatia<br />
diabética<br />
1b<br />
7 Drogadição 17 25<br />
GN<br />
Membranosa<br />
1b<br />
3a<br />
3a<br />
17 3<br />
<strong>32</strong>(1):1-5<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5
A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose hepática na<br />
hepatite C crônica após o transplante renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />
Tabela 2: Os exames laboratoriais realizados antes e após o<br />
transplante (primeira =/ segunda biópsias). ALT = alanina<br />
aminotransferase. AST aspartato aminotransferase =. GGT<br />
= gama-glutamil transpeptidase. A / G = relação albumina/<br />
globulina. ALT, AST e GGT, bilirrubinas são expressos em<br />
relação ao limite superior normal. Todos os dados são<br />
apresentados como pré/pós-transplante, com um tempo<br />
médio <strong>de</strong> cinco anos entre os exames pré e pós-cirurgia.<br />
Figura. 1: As biópsias do mesmo paciente antes (em<br />
cima) e após (embaixo) o transplante renal. Ambos os<br />
espécimes foram corados pelo Picro Sirius Red para<br />
i<strong>de</strong>ntificar a progressão da fibrose.<br />
Sujeitos ALT AST GGT<br />
Bilirrubina<br />
Total<br />
A/G<br />
1 0,44 / 1,44 0,44 / 6,72 0,65 / 2,09 0,9 / 0,6 1,55 / 1,03<br />
2 0,46 / 0,28 0,33 / 0,5 0,65 / 0,79 1,69 / 2,04 1,46 / 0,71<br />
3 0,04 / 0,61 0,08 / 0,42 0,16 / 1,36 1,4 / 1,4 1,43 / 1,34<br />
4 0,15 / 1,07 0,13 / 1 0,16 / 2,18 0,6 / 0,5 1,08 / 1,36<br />
18 4<br />
<strong>32</strong>(1):1-5<br />
5 0,28 / 0,62 0,25 / 0,45 0,27 / 0,6 1,1 / 0,7 2,02 / 1,2<br />
6 0,2 / 0,68 0,25 / 0,61 0,41 / 8,21 1 / 4 1,26 / 0,92<br />
7 1,53 / 0,77 0,33 / 0,47 0,41 / 1,26 0,7 / 0,4 1,72 / 1,09<br />
Tabela 3: Classificação histopatológica das biópsias<br />
hepáticas antes e após o transplante. MS = estadiamento<br />
METAVIR, que são expressos como fibrose (F) e da<br />
ativida<strong>de</strong> inflamatória (A). MA = análise morfométrica<br />
utilizada para a quantificação <strong>de</strong> fibrose. 1 = transplante<br />
renal antes do transplante e 2 = após o transplante.<br />
A média <strong>de</strong> tempo entre as biópsias foi 4,71 anos.<br />
Sujeitos MS 1 MS 2 MA 1 MA 2<br />
1 F1A0 F2A1 0,34 % 28,74 %<br />
2 F4A3 F4A1 35,57 % 46,5 %<br />
3 F1A1 F2A1 3,04 % 3,2 %<br />
4 F0A0 F1A1 1,34 % 1,79 %<br />
5 F2A1 F2A1 5,11 % 13,23 %<br />
6 F4A1 F3A1 13,38 % 50,<strong>32</strong> %<br />
7 F0A0 F2A0 4,75 % 14,3 %<br />
Discussão<br />
O tratamento <strong>de</strong> VHC em pacientes após o transplante <strong>de</strong><br />
rim não é rotineiramente recomendado <strong>de</strong>vido a preocupações<br />
com o uso <strong>de</strong> interferon po<strong>de</strong>r precipitar rejeição<br />
aguda; mas as cargas virais aumentam por volta <strong>de</strong> 1,0 a<br />
1,5 log10 UI ml-1 após o transplante. 14 Além disso, alanina<br />
aminotransferase aumenta em receptores <strong>de</strong> transplante <strong>de</strong><br />
rim com os testes previamente normais e sobe ainda mais em<br />
pessoas com preexistentes elevações <strong>de</strong> ALT. 14 A presença<br />
<strong>de</strong>stas alterações e o risco <strong>de</strong> progressão da fi brose hepática<br />
merecem gran<strong>de</strong> atenção nestes pacientes.<br />
Há muitos estudos sobre os fatores <strong>de</strong> risco envolvidos na<br />
progressão da fi brose hepática em associação com a hepatite<br />
C em receptores <strong>de</strong> rim sob terapia imunossupressora, 15 mas<br />
o estudo é o primeiro a empregar a análise morfométrica para<br />
quantifi car a progressão da fi brose hepática com essa confi -<br />
guração. Até hoje, apenas um trabalho envolvendo pacientes<br />
com este perfi l foi realizado, mas os resultados encontrados<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5
L. O. CANTADORI, F. G. ROMEIRO, F. S. YAMASHIRO, C. A. CARAMORI, M. F. C. CARVALHO, G. F. SI LVA<br />
foram heterogêneos, mostrando gran<strong>de</strong> variação nas taxas <strong>de</strong><br />
progressão <strong>de</strong> fi brose e até mesmo na regressão da fi brose<br />
anterior na mesma população. 6<br />
A vantagem da análise morfométrica é que ela permite uma<br />
análise histopatológica mais precisa evitando assim variações<br />
intra e interobservadores. Além disso, alguns estudos utilizando<br />
métodos semiquantitativos para avaliar a progressão<br />
da fi brose são forçados a dividir em gran<strong>de</strong>s categorias<br />
em razão dos mo<strong>de</strong>los aplicados até ao momento, sendo<br />
esta uma abordagem que po<strong>de</strong> gerar certa imprecisão na<br />
avaliação da PFH. Em um estudo anterior, a comparação entre<br />
estes métodos mostrou gran<strong>de</strong> variação na análise da fi brose<br />
quando avaliada por morfometria na mesma classifi cação em<br />
relação ao escore semiquantitativo, em particular quando a<br />
cirrose está presente. 8<br />
Em nosso estudo, a análise morfométrica mostrou progressão<br />
da fi brose em todos os pacientes, incluindo o único sujeito em<br />
que a classifi cação METAVIR mostrou regressão da fi brose.<br />
A hipótese <strong>de</strong> que a classifi cação METAVIR é por vezes<br />
subjetiva, o que parece uma explicação a<strong>de</strong>quada para este<br />
caso, mas ela <strong>de</strong>ve ser confi rmada em novos estudos com<br />
mais pacientes. No entanto, uma limitação para estudos<br />
prospectivos é a redução do número <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> transplante<br />
renal com hepatite C porque estes <strong>de</strong>vem ser tratados<br />
antes do transplante. De acordo com avaliações anteriores<br />
e os resultados obtidos neste estudo piloto, a variação entre<br />
as amostras da biópsia hepática e a variação <strong>de</strong> análise por<br />
patologistas diferentes parecem não ser as únicas razões<br />
para os resultados diferentes na literatura sobre a progressão<br />
da fi brose hepática nesta população. 6,8<br />
Para fortalecer as observações histológicas <strong>de</strong> progressão<br />
da fi brose, observou-se ainda sinais bioquímicos compatíveis<br />
com lesões hepáticas ativas. Nossa amostra é muito pequena<br />
para avaliações estatísticas, mas todos os pacientes tinham<br />
elevadas as taxas <strong>de</strong> AST e cinco <strong>de</strong>les (71%) tinham valores<br />
elevados <strong>de</strong> ALT após o transplante <strong>de</strong> rim. Apenas um<br />
sujeito não <strong>de</strong>monstrou redução da relação albumina/ globulina,<br />
enquanto dois pacientes com fi brose hepática avançada<br />
apresentaram um aumento da bilirrubina total. Em conjunto,<br />
estes resultados po<strong>de</strong>m sugerir uma lesão hepática signifi cativa<br />
nos receptores <strong>de</strong> rim que foram avaliados.<br />
Em conclusão, nossos resultados indicam uma progressão<br />
quantifi cável <strong>de</strong> fi brose hepática em pacientes com hepatite<br />
C que foram submetidos a transplante <strong>de</strong> rim e estão sob<br />
terapia imunossupressora. A avaliação histológica por análise<br />
morfométrica se revelou uma abordagem promissora para<br />
evitar interpretações equivocadas <strong>de</strong> progressão <strong>de</strong> fi brose<br />
por ensaios semiquantitativos em receptores <strong>de</strong> transplante<br />
<strong>de</strong> rim.<br />
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19 5<br />
<strong>32</strong>(1):1-5<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5
Artigo Original<br />
EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary<br />
obstruction: a new tool when ERCP fails<br />
Drenagem biliar ecoguiada no câncer biliar distal: uma nova ferramenta<br />
na falha da CPRE<br />
JONAS TAKADA, 1 EVERSON L.A. ARTIFON 2<br />
20 6<br />
<strong>32</strong>(1):6-12<br />
Summary<br />
Introduction: Most of patients with biliary tract cancer<br />
are diagnosed at an advanced stage. EUS-gui<strong>de</strong>d biliary<br />
drainage (EBD) is an alternative to percutaneous transhepatic<br />
or surgical drainage techniques after failure at<br />
conventional access by endoscopic retrogra<strong>de</strong> cholangiopancreatography<br />
(ERCP). Objectives: To evaluate<br />
EBD effi cacy and safety in patients with malignant biliary<br />
obstruction at the Gastrointestinal Endoscopy Department<br />
from Hospital das Clínicas of São Paulo University.<br />
Methods: There were inclu<strong>de</strong>d in our study patients<br />
that had a clinical history of obstructive jaundice and<br />
failure at biliary drainage by ERCP. EBD was performed<br />
un<strong>de</strong>r radioscopic control. The effi cacy was analyzed<br />
according to clinical outcome and improvement in<br />
quality of life after the procedure, which was assessed<br />
by the application of a quality of life measurement test,<br />
and an evaluation of laboratory tests, signs, symptoms<br />
and procedure-related complications. Results:<br />
From April 2<strong>01</strong>0 to September 2<strong>01</strong>1, <strong>32</strong> patients with<br />
advanced biliary tract cancer were inclu<strong>de</strong>d in our<br />
study. Three (9.4%) patients had technical failure at<br />
EBD procedure. Technical success was achieved in<br />
90.6% (29/<strong>32</strong>) and clinical improvement occurred in<br />
100% (29/29). EUS-gui<strong>de</strong>d choledochoduo<strong>de</strong>nostomy<br />
was the most common drainage procedure (58.62%).<br />
Duo<strong>de</strong>nal self-expandable metallic stents were placed<br />
in 7 (21.85%) cases. There were a signifi cant <strong>de</strong>crease<br />
in bilirubin levels (p
J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />
docoduo<strong>de</strong>nostomia ocorreu em 58,6% e foi o acesso mais<br />
frequente da casuística apresentada. A melhora da bilirrubina<br />
em 7 dias foi signifi cante (p
EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary obstruction:<br />
a new tool when ERCP fails<br />
Then, a 0.035-inch gui<strong>de</strong>wire was introduced through the<br />
EUS needle channel. An attempt was performed to bypass<br />
the gui<strong>de</strong>wire through the lesion to reach the duo<strong>de</strong>nal loop<br />
as a ren<strong>de</strong>zvous maneuver.<br />
If it was unsuccessful, the needle was withdrawn and a wiregui<strong>de</strong>d<br />
needle knife (KD-441Q, Olympus, Tokyo, Japan) was<br />
inserted to increase the orifi ce in the gastrointestinal wall. To<br />
complete the biliary drainage, a partially covered self-expandable<br />
metallic stent (60x10mm or 80x10mm; WallFlex, Boston<br />
Scientifi c, Natick, MA, USA) was passed over the gui<strong>de</strong>wire.<br />
In cases with pyloric or duo<strong>de</strong>nal stenosis, enteral self-expandable<br />
metallic stents were placed un<strong>de</strong>r same procedure.<br />
EBD was characterized as EUS-gui<strong>de</strong>d anterogra<strong>de</strong> drainage,<br />
ren<strong>de</strong>zvous, hepatogastrostomy, hepatojejunostomy, choledochoduo<strong>de</strong>nostomy,<br />
or choledochoantrostomy.<br />
maximum) and it was also assessed normal probability distribution<br />
for each parameter using Kolmogorov-Smirnov test. 14<br />
Occasional chance was not accepted (p
J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />
Patient Age (y) Sex Tumor characteristics<br />
TB<br />
(mg/dl)<br />
AP<br />
(U/L)<br />
A total of 3 (9.4%) patients had failure in EUS-gui<strong>de</strong>d biliary<br />
drainage. Technical success in EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage<br />
was 90.6% (29/<strong>32</strong>) with clinical success of 100% (29/29) of<br />
them. The procedure was completed in 29 (90.6%) patients<br />
by the following techniques: 17 (58.6%) choledochoduo<strong>de</strong>nostomies,<br />
6 (20.7%) hepatogastrostomies, 2 (6.9%)<br />
anterogra<strong>de</strong> drainages, 2 (6.9%) choledochoantrostomies,<br />
1 (3.4%) hepatojejunostomies, and 1 (3.4%) EUS-gui<strong>de</strong>d<br />
ren<strong>de</strong>zvous (Figures 1 and 2).<br />
GGT<br />
(U/L<br />
20 86 F Pancreatic cancer 8.2 464 478<br />
EBD technique<br />
Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />
Enteral stent<br />
TB *<br />
(U/L)<br />
AP *<br />
(U/L)<br />
GGT *<br />
(U/L)<br />
2.95 147 109<br />
21 52 F Pancreatic cancer 19.2 473 312 Choledochoantrostomy 5.6 317 254<br />
22 65 M Pancreatic cancer 6.9 487 378 Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy 2.7 210 123<br />
23 81 M Cholangiocarcinoma 4.4 1189 784 Hepatogastrostomy 3.6 153 113<br />
24 67 F Metastatic lesion 11.24 656 411 EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous 4.7 193 124<br />
25 81 F Metastatic lesion 13.5 292 642 Hepatogastrostomy 3.1 160 112<br />
26 55 M Hepatocarcinoma 9.76 1362 340 Hepatogastrostomy 4.4 402 138<br />
27 56 F Cholangiocarcinoma 18.86 672 498 EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous 9.8 <strong>32</strong>1 345<br />
28 79 F Gallblad<strong>de</strong>r cancer - - - Failed EBD - - -<br />
29 81 M Hepatocarcinoma - - - Failed EBD - - -<br />
30 77 M Pancreatic cancer 25 865 473<br />
Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />
Enteral stent<br />
15.7 527 345<br />
31 51 M Pancreatic cancer 11.12 1380 366 Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy 5.5 567 198<br />
<strong>32</strong> 51 M Pancreatic cancer 17.6 442 662<br />
Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />
Enteral stent<br />
TB – Total bilirubin; AF – Alkaline phosphatase; GGT – Gamma-glutamyl transferase; NR – Normal range value.<br />
* Results 7 days after the procedure.<br />
2.5 NR NR<br />
Figure 2: Image sequence of a EUS-gui<strong>de</strong>d<br />
choledochoduo<strong>de</strong>nostomy. A: Dilated extrahepatic<br />
biliary tree; B: EUS-gui<strong>de</strong>d puncture; C and D:<br />
Cholangiography <strong>de</strong>monstrating a malignant biliary<br />
stricture; E: Fistula enlargement with a needle-knife<br />
catheter; F: Fluoroscopy control of the biliary selfexpan<strong>de</strong>d<br />
metallic stent placement; G: Endoscopic view<br />
of metallic stent; and H: Fluoroscopy view of the biliary<br />
and duo<strong>de</strong>nal stents.<br />
23 9<br />
<strong>32</strong>(1):6-12<br />
Figure 1: Image seguence of a EUS-gui<strong>de</strong>d<br />
hepatogastrostomy. A: Dilated intrahepatic bile duct;<br />
B: Doppler EUS of bile duct; C: EUS-gui<strong>de</strong>d puncture;<br />
D: Cholangiography <strong>de</strong>monstrating a malignant biliary<br />
stricture; E: Fistula enlargement with a needle-knife<br />
catheter; F: Self-expandable metallic stent placement;<br />
and G: Endoscopic view of the metallic stent.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):6-12
EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary obstruction:<br />
a new tool when ERCP fails<br />
10 24<br />
<strong>32</strong>(1):6-12<br />
Enteral stent placement was necessary in 7 cases (21.75%).<br />
The average diameter of the bile duct at the time of the procedure<br />
was 20.49 mm and the mean procedure time was 47<br />
minutes. In all cases, we opted for partially covered self-expan<strong>de</strong>d<br />
metallic stent.<br />
Complications occurred in 6 (18.75%) patients. One <strong>de</strong>veloped<br />
severe abdominal pain after the procedure and promptly<br />
respon<strong>de</strong>d to analgesia. Two had bleeding at the proximal<br />
stent site placement and they were treated successfully with<br />
epinephrine solution injection and argon plasma.<br />
Early biliary fi stula occurred in 1 patient, in which only conservative<br />
treatment was necessary. In one patient an early migration<br />
of biliary stent occurred and he was referred to surgery<br />
correction. A graft migration occurred in one patient as a result<br />
of a late complication, in this case conservative treatment was<br />
effective, since the fi stula tract was already formed.<br />
In laboratory tests and over the time points accessed, all<br />
patients <strong>de</strong>monstrated a statistically signifi cant improvement in<br />
parameters, such as, total bilirubin, gamma-glutamyl transferase,<br />
alkaline phosphatase, and leukocytes count (p
J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />
However, when EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous and anterogra<strong>de</strong><br />
techniques were combined with transmural techniques, the<br />
success rate of endoscopic drainage was 92.55% and the<br />
overall complication rate was 4%, including: biliary fi stula,<br />
pneumoperitoneum, abdominal pain and pancreatitis. In<br />
our study, complications occurred in 6 (18.75%) patients: 1<br />
(3.4%) abdominal pain, 2 (6.9%) bleedings, 1 (3.4%) biliary<br />
fi stula, and 1 (3 4%) late migration of biliary stent.<br />
Recently, Kahaleh et al. reported the largest case series<br />
about EBD with a success rate of 84% (41/49) and minor<br />
complications in 16% (8/49). 12 Thirty-fi ve patients un<strong>de</strong>rwent<br />
intrahepatic approach, with a success rate of 83% (29/35).<br />
Fourteen patients un<strong>de</strong>rwent extrahepatic approach, which<br />
was successful in 86% (12/14) of them. In our series, the<br />
most used drainage technique were choledochoduo<strong>de</strong>nostomy<br />
in 17 (58.62%) patients and hepatogastrostomy in 6<br />
(20.68%). We observed an overall success rate of 90.6%<br />
29/<strong>32</strong>.<br />
Comparing choledochoduo<strong>de</strong>nostomy with hepatogastrostomy,<br />
it is noticed that the extrahepatic biliary tree offers a<br />
more evi<strong>de</strong>nt and feasible access for the fi ne needle EUSgui<strong>de</strong>d<br />
puncture, since that, in the duo<strong>de</strong>nal bulb, the echoendoscope<br />
is in a more stable position. 22,23<br />
In other hand, in the hepatogastrostomy technique, the<br />
echoendoscope is positioned in a straightened position,<br />
which favors the transmission of force along the axis of the<br />
working channel during the stent placement, combined with<br />
the fact that the liver parenchyma soft consistency (except<br />
in cases with un<strong>de</strong>rlying cirrhosis) also offers less resistance<br />
to the stent placement, a fact that does not occur in a thick<br />
fi brous wall of the common bile duct. 24<br />
metallic stent for transmural recanalization in a patient with<br />
malignant biliary obstruction, which presented clinical improvement<br />
at follow-up of three months. 26<br />
Although there are no studies comparing stents types (plastic<br />
or metallic), the self-expan<strong>de</strong>d metallic stents are preferred<br />
for three main reasons: a) when fully expan<strong>de</strong>d, it effectively<br />
seals the transmural channel and may prevent from leakage;<br />
b) its larger diameter offers greater long-term patency,<br />
which reduces the need for stent exchange; c) if there is<br />
stent dysfunction caused by tumor ingrowth or clogging, the<br />
management is somewhat less challenging than if it were<br />
plastic stents, once a new stent (plastic or metallic) can be<br />
easily inserted through the previously positioned occlu<strong>de</strong>d<br />
metallic stent. However, these advantages of metallic stents<br />
must be balanced by its limiting factors, such as cost and<br />
availability.<br />
In this present study, complications were mild and they did<br />
not alter the favorable clinical outcome of biliary drainage<br />
procedure, once the quality of life was signifi cantly better<br />
after the procedure (7, 30, 60 and 90 days) and remained<br />
sustained until the patients last evaluation at three months.<br />
We emphasize the fact that comparative studies of EBD with<br />
surgical bypass or percutaneous transhepatic drainage are<br />
fundamental. The contribution of EBD for palliation in malignant<br />
biliary obstruction led to the conclusion that it is an<br />
effective and safe procedure, given its clinical and technical<br />
success rates.<br />
REFERÊNCIAS<br />
25 11<br />
<strong>32</strong>(1):6-12<br />
The utilization of appropriated equipment is crucial to the<br />
success of this challenging procedure. 22 It could be used a<br />
linear array echoendoscope with a working channel of at<br />
least 3.2 mm. However, we recommend a therapeutic echoendoscope<br />
with a large channel (3.7 or 3.8 mm). The puncture<br />
duct access is usually performed with a 19 or 22-gauge<br />
needle. In general, a 19-gauge needle is preferred because<br />
it accommodates a 0.035-inch gui<strong>de</strong>wire, which enables a<br />
better control during endoscopic manipulation of the biliary<br />
tract. In this study, we used a 19-gauge needle, 0.035-inch<br />
gui<strong>de</strong>wire and needle-knife catheter to enlarge the bilioenteric<br />
channel.<br />
We should also notice that, in the clinical point of view, the<br />
most relevant technical <strong>de</strong>cision seems to be the type of stent<br />
used. 25 In literature, Artifon et al. published the fi rst case of<br />
EUS-gui<strong>de</strong>d hepatogastrostomy using a self-expan<strong>de</strong>d<br />
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Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Apendicite aguda e perfuração colônica provocada por DIU<br />
com abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />
Appendicitis and colonic perforation caused by Intrauterine<br />
Contraceptive Device with a vi<strong>de</strong>olaparoscopic approch<br />
ANDRÉ ROSSETTI PORTELA, 1 GERALDO MARTINS ASSUNÇÃO, 2 LAURA MIRANDA KILIMNIK, 3 KIZY MILLENE FERREIRA DA COSTA<br />
LAGE, 3 JOSÉ DE ALENCAR GONÇALVES DE MACEDO 4<br />
Resumo<br />
A perfuração uterina é uma das principais complicações<br />
relacionadas à inserção <strong>de</strong> dispositivo intrauterino<br />
(DIU), po<strong>de</strong>ndo provocar danos a órgãos intra-abdominais.<br />
O artigo tem como objetivo <strong>de</strong>screver o caso<br />
<strong>de</strong> uma paciente tratada por vi<strong>de</strong>olaparoscopia após<br />
o diagnóstico <strong>de</strong> apendicite e perfuração colônica,<br />
causadas por DIU em cavida<strong>de</strong> abdominal. A perfuração<br />
uterina <strong>de</strong>ve sempre ser consi<strong>de</strong>rada nos casos<br />
<strong>de</strong> dor pélvica em pacientes que fazem uso <strong>de</strong> DIU,<br />
sendo a vi<strong>de</strong>olaparoscopia um método seguro para a<br />
retirada do corpo estranho e tratamento das lesões <strong>de</strong><br />
órgãos intracavitários.<br />
Unitermos: Dispositivo Intrauterino, Perfuração Colônica,<br />
Apendicite Aguda.<br />
Summary<br />
Uterus perforation is one of the major complications<br />
caused by insertion of Intrauterine Contraceptive<br />
Device (IUD), being able to provoke injury to intraabdominal<br />
organs. This article <strong>de</strong>scribes the case of a<br />
patient treated laparoscopically after having the diagnosis<br />
of appendicitis and colonic perforation caused<br />
by IUD within abdominal cavity. The uterus perforation<br />
must always be consi<strong>de</strong>red in cases of pelvic pain in<br />
female patients using IUD, and vi<strong>de</strong>olaparocopy is a<br />
safe procedure to remove the <strong>de</strong>vice and treat abdominal<br />
organs damages.<br />
Keyword: Intrauterine Device, Colonic Perforation,<br />
Appendicitis.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método reversível<br />
<strong>de</strong> contracepção efi ciente e amplamente difundido. O<br />
uso do DIU po<strong>de</strong> levar a complicações clínicas e cirúrgicas<br />
<strong>de</strong> repercussões variáveis. A perfuração uterina<br />
é uma complicação rara, po<strong>de</strong>ndo ser tanto assintomática<br />
quanto produzir quadro clínico <strong>de</strong> abordagem<br />
cirúrgica. 1-6<br />
O escopo é relatar um caso <strong>de</strong> migração do DIU para<br />
a cavida<strong>de</strong> peritoneal, evoluindo com apendicite aguda<br />
e perfuração <strong>de</strong> sigmoi<strong>de</strong>, lesões estas tratadas por<br />
vi<strong>de</strong>olaparoscopia.<br />
27 13<br />
<strong>32</strong>(1):13-15<br />
1. Cirurgião Geral e Oncológico, Assistente da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG e Assistente do Instituto<br />
Mário Penna/Hospital Luxemburgo, Belo Horizonte - MG. 2. Cirurgião Geral, Chefe da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong><br />
Belo Horizonte - MG. 3. Resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Cirurgia Geral da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG. 4. Cirurgião Geral e do Aparelho<br />
Digestivo e Assistente da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG. En<strong>de</strong>reço para correspondência: Andre<br />
Rossetti Portela – Rua Engenheiro Amaro Lanari, 130 – Carmo-sion - CEP 30310-580 - Belo Horizonte - MG – Brasil/ e-mail:<br />
andrerossettiportela@gmail.com. Recebido em: 20/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: <strong>01</strong>/02/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15
Apendicite aguda e perfuração colônica provocada<br />
por DIU com abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />
RELATO DE CASO<br />
LRAC, 31 anos, com história <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> DIU dois<br />
meses após parto cesariano, evoluiu após sete meses com<br />
quadro <strong>de</strong> dor abdominal intensa associada a vômitos e<br />
febre. Realizou ultrassonografi a (US) endovaginal sem alterações,<br />
optado pela retirada do DIU; houve ruptura <strong>de</strong> seu<br />
cordão após ser tracionado, sendo o dispositivo mantido<br />
na cavida<strong>de</strong> uterina. Imediatamente realizado US endovaginal,<br />
i<strong>de</strong>ntifi cou-se o DIU em região do colo do útero sem<br />
o cordão.<br />
Quatro semanas após, foi solicitada avaliação da Cirurgia<br />
Geral pois a paciente apresentou novo episódio <strong>de</strong> dor<br />
abdominal associado a vômitos. Em radiograma da pelve,<br />
observou-se DIU na hemipelve direita (fi gura 1) e, em<br />
US endovaginal, evi<strong>de</strong>nciou-se DIU extracavitário junto à<br />
pare<strong>de</strong> anterior do útero em região ístmica, associado à<br />
reação infl amatória com tamponamento, havendo dor local<br />
durante o exame (fi gura 2).<br />
Em 19 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2, a paciente foi submetida à<br />
vi<strong>de</strong>olaparoscopia, tendo como achado cirúrgico o DIU<br />
envolto em apêndice cecal com reação infl amatória local,<br />
além <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> sigmoi<strong>de</strong> pelo braço do dispositivo.<br />
Foram realizados: apendicectomia (fi gura 3) e rafi a<br />
do sigmoi<strong>de</strong> após extração do braço por laparoscopia. A<br />
paciente evoluiu no pós-operatório sem intercorrências.<br />
O acompanhamento ambulatorial ocorreu sem alterações.<br />
Exame anatomopatológico confi rmou o diagnóstico <strong>de</strong><br />
apendicite aguda.<br />
Figura 3. Peça cirúrgica <strong>de</strong> apêndice cecal e esoapêndice<br />
envolvendo parcialmente o DIU. Nota-se braço do<br />
DIU, responsável pela perfuração colônica.<br />
14 28<br />
<strong>32</strong>(1):13-15<br />
Figura 1. Radiograma em AP, evi<strong>de</strong>nciando DIU em<br />
hemipelve direita.<br />
DISCUSSÃO<br />
O DIU é um método seguro <strong>de</strong> contracepção <strong>de</strong> uso<br />
prolongado. Gravi<strong>de</strong>z ectópica, infecção, sangramento e<br />
perfuração uterina são complicações <strong>de</strong>scritas pelo uso<br />
do DIU.<br />
Figura 2. Observa-se em setas brancas imagem <strong>de</strong> DIU<br />
fora da pare<strong>de</strong> uterina em US endovaginal.<br />
O mecanismo <strong>de</strong> perfuração uterina parece ocorrer durante<br />
a implantação ou por reação infl amatória na pare<strong>de</strong> uterina.<br />
Parida<strong>de</strong>, tempo <strong>de</strong> implantação, abortos prévios, experiência<br />
do profi ssional, tempo pós-parto e posição do útero<br />
parecem estar relacionados como variáveis <strong>de</strong> risco para<br />
perfuração uterina. Esta ocorre com frequência, que varia<br />
<strong>de</strong> 0,05 a 13 por 1000 inserções <strong>de</strong> DIU. Tal variação<br />
se <strong>de</strong>ve a não uniformida<strong>de</strong> técnica do profi ssional que<br />
implanta o DIU e as diferenças <strong>de</strong> acesso e notifi cação <strong>de</strong><br />
casos que ocorrem em diversos países.<br />
Os sintomas po<strong>de</strong>m ser sangramento excessivo, dor<br />
pélvica, sendo em alguns casos a sintomatologia frustra ou<br />
ausente. Nos casos tardios, é importante excluir gestação.<br />
Em 85% dos casos não ocorre injúria a órgãos intracavitários,<br />
em 15% po<strong>de</strong> ocorrer lesão, resultando em perfuração<br />
intestinal, vesical, obstrução intestinal e fístulas entéricas.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15
A. R. PORTELA, G. M. ASSUNÇÃO, L. M. KILIMNIK, K. M. F. C. LAGE, J. A. G. MACEDO<br />
A média <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção da inserção à perfuração<br />
é <strong>de</strong> 306 dias. Em 8,4% dos casos, a perfuração foi <strong>de</strong>tectada<br />
no momento da inserção. 1-6<br />
Diante da suspeita clínica, a ultrassonografi a endovaginal<br />
(USE) e o Rx <strong>de</strong> abdome são solicitados para confi rmar a<br />
saída do DIU da cavida<strong>de</strong> uterina.<br />
O Rx simples não consegue estabelecer as relações<br />
anatômicas com os órgãos ocos <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong><br />
com segurança, sendo mais sensível o uso da tomografi a<br />
computadorizada (TC) para esse fi m. É muito importante<br />
confi rmar a saída do DIU da cavida<strong>de</strong> uterina, e caso não<br />
tenha saído por completo, po<strong>de</strong> ser aventada a hipótese<br />
da retirada por histeroscopia.<br />
Um algoritmo proposto na literatura em caso <strong>de</strong> suspeita<br />
<strong>de</strong> perfuração uterina por DIU é a solicitação da USE<br />
seguida pelo Rx simples da pelve em duas incidências<br />
(AP e lateral). Caso o DIU não seja visto na pelve, a TC<br />
<strong>de</strong> abdome e pelve po<strong>de</strong> ser útil no planejamento cirúrgico.<br />
Alguns autores sugerem o uso da TC como primeira<br />
escolha, o que é questionável já que os Rx e a USE<br />
são exames <strong>de</strong> baixo custo, sem exposição excessiva à<br />
radiação e muito sensíveis para a indicação cirúrgica, que<br />
é quase sempre compulsória. 2,5<br />
Na maioria dos casos, o DIU po<strong>de</strong> ser retirado por laparoscopia<br />
com segurança e efi ciência, permitindo inspeção<br />
criteriosa da cavida<strong>de</strong> peritoneal e i<strong>de</strong>ntifi cação <strong>de</strong> lesões<br />
associadas, assim como a correção das lesões por tal via<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que realizado por profi ssional treinado em cirurgia<br />
laparoscópica avançada.<br />
A evolução clínica, na maioria das vezes, permite ao<br />
médico assistente programar a intervenção <strong>de</strong> forma<br />
eletiva. Retirada do DIU é o tratamento recomendado,<br />
mesmo com o elevado número <strong>de</strong> casos assintomáticos,<br />
em vista da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rências e lesão <strong>de</strong> órgãos<br />
intra-abdominais. 1-3,5,7-11<br />
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29 15<br />
<strong>32</strong>(1):13-15<br />
CONCLUSÃO<br />
Em toda paciente com dor pélvica, em uso <strong>de</strong> DIU, <strong>de</strong>ve<br />
ser aventada a hipótese <strong>de</strong> migração do dispositivo para<br />
a cavida<strong>de</strong> peritoneal. A gestação <strong>de</strong>ve ser excluída. A<br />
retirada do DIU intracavitário <strong>de</strong>ve ser feita por vi<strong>de</strong>olaparoscopia<br />
ou laparotomia mesmo em pacientes assintomáticos.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Elastografia ARFI na quantificação dos graus <strong>de</strong> fibrose<br />
hepática<br />
ARFI elastography in quantifying the <strong>de</strong>gree of hepatic fibrosis<br />
JOEL SCHMILLEVITCH, 1 ANA GORSKI 2<br />
16 30<br />
<strong>32</strong>(1):16-18<br />
Resumo<br />
A quantifi cação do grau <strong>de</strong> fi brose do fígado é essencial<br />
para avaliar os pacientes com doença hepática crônica.<br />
Novos métodos <strong>de</strong> diagnósticos não-invasivos têm sido<br />
<strong>de</strong>senvolvidos com o objetivo <strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong><br />
biópsia hepática. Em 2009, a elastografi a ARFI aparece<br />
em um software acoplado ao equipamento <strong>de</strong> ultrassom<br />
convencional. A literatura tem <strong>de</strong>monstrada a alta precisão<br />
entre ARFI elastografi a e a biópsia do fígado. A vantagem<br />
do método a ser acoplado a equipamento <strong>de</strong> ultrassons<br />
convencionais é a visualização do fígado, e que ele po<strong>de</strong><br />
ser usado durante o exame <strong>de</strong> ultrassom <strong>de</strong> rotina.<br />
Unitermos: Doença Hepática Crônica, Fibrose Hepática,<br />
Elastografi a do Fígado.<br />
Summary<br />
The quantifi cation of the <strong>de</strong>gree of liver fi brosis is essential<br />
to evaluate the patients with chronic liver disease. New<br />
noninvasive diagnostic methods have been <strong>de</strong>veloped with<br />
the aim of reducing the number of liver biopsy. In 2009, the<br />
ARFI elastography appears, a software coupled to conventional<br />
ultrasound equipment. The literature has <strong>de</strong>monstrated<br />
high accuracy between ARFI elastography and liver<br />
biopsy. The advantage of the method to be coupled to<br />
conventional ultrasound equipment is the visualization of<br />
the liver and that it can be used during routine ultrasound<br />
examination.<br />
Keywords: Liver, Chronic Liver Disease, Hepatic Fibrosis,<br />
Liver Elastography.<br />
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
A quantifi cação dos graus <strong>de</strong> fi brose hepática é fundamental<br />
para a <strong>de</strong>cisão terapêutica, seguimento e prognóstico<br />
nos pacientes portadores <strong>de</strong> doenças hepáticas<br />
crônicas.<br />
A biópsia hepática vem sendo consi<strong>de</strong>rada como padrão<br />
<strong>de</strong> referência no estadiamento da fi brose hepática associada<br />
a marcadores sorológicos. No entanto apresenta<br />
as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> ser procedimento invasivo, necessitando<br />
internação, sedação, com risco <strong>de</strong> complicações<br />
leves ou mais severas e infl uenciadas por fatores,<br />
tais como o tamanho da amostra e variações intra e<br />
interobservadores. 1,2<br />
Na última década, novos métodos diagnósticos nãoinvasivos<br />
e marcadores sorológicos foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />
com a fi nalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o número <strong>de</strong> biópsias hepáticas.<br />
1. Diretor do Centro <strong>de</strong> Diagnósticos Schmillevitch, Pesquisador do Instituto <strong>de</strong> Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e Presi<strong>de</strong>nte do Departamento <strong>de</strong> Diagnóstico por Imagem da Socieda<strong>de</strong> Paulista<br />
<strong>de</strong> Pediatria. 2. Diretora do Centro <strong>de</strong> Diagnósticos Schmillevitch. En<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correspondência: Joel Schmillevitch - Centro<br />
<strong>de</strong> Diagnósticos Schemillevitch – Rua Cardoso <strong>de</strong> Almeida, 1156 – apto. 63 - CEP 05<strong>01</strong>3-0<strong>01</strong>. São Paulo - SP. Recebido em:<br />
20/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 02/02/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18
J. SCHMILLEVITCH, A. GORSKI<br />
Em 2003, surgiram os primeiros trabalhos científi cos com a<br />
elastografi a transitória (Fibroscan, Echosens, França), que<br />
pela imagem unidimensional, modo M, provoca vibrações<br />
mecânicas, com ondas <strong>de</strong> baixa frequência, medindo a velocida<strong>de</strong><br />
no parênquima hepático em Kilopascals, proporcionalmente<br />
ao grau <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do fígado. 3<br />
O número <strong>de</strong> trabalhos publicados com a elastografi a transitória<br />
é crescente, e os resultados têm <strong>de</strong>monstrado elevada<br />
acurácia na quantifi cação dos graus <strong>de</strong> fi brose hepática. 3<br />
Em 2009, são iniciadas as publicações da elastografi a ARFI<br />
(Acoustic Radiation Force Impulse), software acoplado a<br />
equipamento convencional <strong>de</strong> ultrassonografi a (Siemens<br />
S2000, USA), que através do transdutor convencional <strong>de</strong><br />
ultrassom, com 3,5 MHz, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compressão,<br />
emite ondas 10.000 vezes mais rápidas em relação às ondas<br />
convencionais. A propagação das ondas é seguida da<br />
<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> pulsos, que é utilizada para mensurar a velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> propagação da onda, que é diretamente relacionada<br />
ao grau <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z hepática. 4-7<br />
As medidas são preferencialmente realizadas no lobo hepático<br />
direito, nos segmentos 5 e 8, através dos espaços intercostais.<br />
A utilização no lobo esquerdo é útil nos pacientes<br />
obesos, nos quais po<strong>de</strong> haver difi culda<strong>de</strong>s técnicas na<br />
obtenção das medidas no lobo direito. São realizadas, pelo<br />
menos, 10 medidas com o cálculo da média. Os resultados<br />
obtidos são expressos em metros por segundo e variam <strong>de</strong><br />
0,5 a 4,4m/seg (Figura 1). 8-10<br />
Figura 1. Elastografia ARFI realizada no segmento, V<br />
mostrando velocida<strong>de</strong> 2,68m/s compatível com<br />
fibrose grau IV (cirrose).<br />
A esteatose hepática, a ascite e a obesida<strong>de</strong> não interferem<br />
no resultado do exame. 7 Estudo <strong>de</strong> metanálise com 518<br />
pacientes mostrou correlação entre os resultados da elastografi<br />
a ARFI e a biópsia hepática, com acurácia <strong>de</strong> 87%<br />
para fi brose grau II, 91% para fi brose grau III e 93% para<br />
fi brose grau IV. 11<br />
Estudo piloto, o primeiro nacional 12 , com 29 casos, <strong>de</strong>monstrou<br />
sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100% e especifi cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 89,5% para<br />
predizer fi brose severa e 100% <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e 92% para<br />
cirrose. A elastografi a ARFI tem sido validada em trabalhos<br />
científi cos, com resultados equivalentes aos da elastografi a<br />
transitória. 8,13,14<br />
As doenças que hiperestimam a elastografi a ARFI são<br />
congestão hepática, colestase hepática, hepatite aguda e<br />
IMC acima <strong>de</strong> 40. 15<br />
A elastografi a ARFI por estar acoplada a equipamento<br />
convencional <strong>de</strong> ultrassonografi a, apresentando as<br />
seguintes vantagens:<br />
a) Visualização do fígado, através do modo B, com <strong>de</strong>fi nição<br />
do local a ser realizada a medição, evitando-se vasos ou<br />
outras estruturas que po<strong>de</strong>riam prejudicar o procedimento;<br />
b) A elastografi a ARFI po<strong>de</strong> ser realizada durante o exame<br />
<strong>de</strong> ultrassom <strong>de</strong> rotina;<br />
c) possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização do doppler hepático; e<br />
d) baixo número <strong>de</strong> exames inválidos.<br />
Novos protocolos com a elastografi a ARFI têm sido publicados:<br />
potencial do método para avaliação da resposta ao<br />
tratamento antiviral, potencial do método como preditor <strong>de</strong><br />
varizes hepáticas, relação com a <strong>de</strong>scompensação hepática<br />
em cirróticos, valor do exame na avaliação do tratamento<br />
<strong>de</strong> tumores hepáticos por radioablação, esteatose hepática<br />
não-alcoólica, esteatohepatite, na doença fi brocística e nos<br />
fígados transplantados. 15-22<br />
A ressonância magnética tem apresentada elevada acurácia<br />
na quantifi cação dos graus da fi brose hepática. No entanto,<br />
o foco está dirigido à elastografi a pois se trata <strong>de</strong> método<br />
inócuo, com maior rapi<strong>de</strong>z e facilida<strong>de</strong> na sua realização. 23<br />
Os resultados da elastografi a ARFI <strong>de</strong>monstram potencial<br />
do método, mas novos estudos são necessários para validar<br />
o exame.<br />
Os dois métodos <strong>de</strong> elastografi a estão sendo introduzidos<br />
lentamente no Brasil. Na França, on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> equipamentos<br />
é elevado, o exame foi incorporado à prática<br />
médica, com diminuição signifi cativa do número <strong>de</strong> biópsias<br />
hepáticas.<br />
31 17<br />
<strong>32</strong>(1):16-18<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18
Elastografia ARFI na quantificação dos graus <strong>de</strong> fibrose hepática<br />
18 <strong>32</strong><br />
<strong>32</strong>(1):16-18<br />
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GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Hemorragia digestiva alta causada por pólipo gástrico<br />
hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />
Upper gastrointestinal haemorrhage caused by hyperplastic polyp: case<br />
report<br />
RENZO RUIZ, 3 JULIANA TRAZZI, 3 GABRIEL IZAR DOMINGUES DA COSTA, 3 FÁBIO HONDO, 2 CARLOS FURUYA, 2 RICARDO SATO, 2 PAULO<br />
SAKAI, 1 SHINICHI ISHIOKA 1<br />
Resumo<br />
Conceitualmente, hemorragia digestiva alta (EDA) é <strong>de</strong>fi -<br />
nida como qualquer sangramento <strong>de</strong> localização proximal<br />
ao ângulo <strong>de</strong> Treitz na prática originária do esôfago, estômago<br />
e duo<strong>de</strong>no. Apesar dos avanços, tanto na área<br />
diagnóstica quanto terapêutica, a hemorragia digestiva<br />
continua sendo uma importante causa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>,<br />
com alta incidência e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto econômico.<br />
Mesmo com novas técnicas endoscópicas, a mortalida<strong>de</strong><br />
permanece elevada com o passar dos anos.<br />
No presente artigo, relatamos o caso <strong>de</strong> uma paciente<br />
<strong>de</strong> 80 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>u entrada em nosso serviço,<br />
referindo 2 episódios <strong>de</strong> hematêmeses nas 12 horas que<br />
antece<strong>de</strong>ram à admissão hospitalar. Após estabilização<br />
hemodinâmica, foi submetida à EDA que revelou gran<strong>de</strong><br />
pólipo gástrico, sem sinais <strong>de</strong> sangramento ativo. Optou-se<br />
por terapia mecânica hemostática combinada (endoloop<br />
e hemoclips), com sucesso. Porém houve ressangramento<br />
da lesão, com instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica, e a<br />
segunda tentativa <strong>de</strong> hemostasia mecânica foi associada<br />
à correção do INR com plasma, já que a paciente fazia<br />
uso crônico <strong>de</strong> warfarin <strong>de</strong>vido à fi brilação atrial crônica.<br />
Paciente evoluiu bem, tendo alta após 3 dias da segunda<br />
abordagem endoscópica. Estudos recentes evi<strong>de</strong>nciam<br />
que a terapia combinada é mais efetiva do que a monoterapia<br />
no controle das hemorragias digestivas altas. No<br />
presente caso, optamos por dois métodos mecânicos,<br />
com êxito somente após a segunda abordagem. Neste<br />
caso, a coagulopatia foi o principal fator predisponente na<br />
ocorrência do ressagramento. Portanto sempre se <strong>de</strong>ve<br />
atentar para sua correção em casos em que se acredite<br />
que a alteração possa infl uenciar negativamente no prognóstico.<br />
Unitermos: Hemorragia Digestiva Alta, Terapêutica<br />
Endoscópica Mecânica, Pólipo Hiperplásico, Endoloop,<br />
hemoclips.<br />
Summary<br />
Conceptually, upper gastrointestinal bleeding is <strong>de</strong>fi ned as<br />
any bleeding located proximal to the angle of Treitz, originating<br />
from the esophagus, stomach and duo<strong>de</strong>num. Despite<br />
advances in the diagnostic and therapeutic methods,<br />
gastrointestinal bleeding remains a important cause of<br />
morbidity and mortality, with high inci<strong>de</strong>nce and economic<br />
impact. Even with new endoscopic techniques, mortality<br />
remains high over the years.<br />
In this article, we report a case of a 80-year-old woman<br />
who was admitted in our hospital, referring 2 episo<strong>de</strong>s of<br />
hematemeses, 12 hrs before the admission. After hemodynamic<br />
stabilization, we submit <strong>de</strong> patient to a EGD<br />
that revealed a large gastric polyp with no signs of active<br />
bleeding. We chose a combined therapy, mechanical and<br />
haemostatic (end loop and hem clips), successfully. But<br />
33 19<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
1. Coor<strong>de</strong>nador do Serviço <strong>de</strong> Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo - SP. 2. Assistente<br />
do Serviço <strong>de</strong> Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo – SP. 3. Estagiário do Serviço <strong>de</strong><br />
Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo – SP. En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />
Renzo Fruiz. Rua <strong>Mar</strong>tiniano <strong>de</strong> Carvalho,1049 - apto. 71M - CEP: <strong>01</strong><strong>32</strong>10<strong>01</strong> São Paulo – SP. e-mail: renzofruiz@hotmail.com.<br />
Recebido em:15/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24
Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />
gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />
20 34<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
after this, there was rebreeding, hemodynamic instability, and<br />
a second attempt was tried. In the second approach we associated<br />
mechanical therapy to correction of INR with plasma,<br />
since the patient had chronic use of warfare due to chronic<br />
atria fi brillation. Patient recovered well and was discharged<br />
three days after the second endoscopic approach. Recent<br />
studies show that combined therapy is more effective than<br />
monoterapia in controlling high digestive bleeding. In this case<br />
we chose two mechanical methods, successfully only after the<br />
second approach. In this case the coagulopathy was the main<br />
predisposing factor in the rebleeding occurrence. Therefore<br />
we must always be attentive to its correction in cases where<br />
we believe that it can negatively infl uence the prognosis.<br />
Keywords: Upper Gastrointestinal Bleeding, Endoscopic<br />
Treatment Mechanics, Hyperplastic Polyp, Endoloop, Hemoclips.<br />
Introdução<br />
A hemorragia digestiva alta, quando manifestada por hematêmese,<br />
normalmente leva os pacientes a procurar imediatamente<br />
auxílio médico. O tratamento dos sangramentos do<br />
trato gastrointestinal evoluiu muito nas últimas décadas.<br />
A endoscopia digestiva alta <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />
somente papel diagnóstico para atualmente ser consi<strong>de</strong>rada<br />
primordial no tratamento <strong>de</strong>stes sangramentos. Com o<br />
avanço da tecnologia, atualmente dispomos <strong>de</strong> um variado<br />
arsenal <strong>de</strong> dispositivos endoscópicos que po<strong>de</strong> ser usado<br />
<strong>de</strong> forma isolada ou combinada no combate <strong>de</strong>ssas situações.<br />
A doença ulcerosa péptica e as erosões gastroduo<strong>de</strong>nais,<br />
mesmo apresentando queda <strong>de</strong> sua incidência com o passar<br />
dos anos, ainda são responsáveis por mais <strong>de</strong> 50% das<br />
hemorragias digestivas situadas acima do ângulo <strong>de</strong> Treitz. 1<br />
Os pólipos gástricos, apesar <strong>de</strong> frequentes na maioria das<br />
vezes, são assintomáticos e raramente se manifestam por<br />
sangramentos muito menos vultosos. A seguir, relatamos<br />
um caso <strong>de</strong>sta infrequente forma <strong>de</strong> apresentação.<br />
Relato <strong>de</strong> caso<br />
M.G., 80 anos, sexo feminino, aposentada, proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
São Paulo. Foi admitida no Pronto Atendimento do Hospital<br />
Alemão Oswaldo Cruz/SP, em junho <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2, com relato <strong>de</strong><br />
ter apresentado dois episódios <strong>de</strong> hematêmeses volumosos<br />
(sic) 12 horas antes da admissão hospitalar. Durante a<br />
avaliação médica inicial, apresentou novo episódio <strong>de</strong> HDA<br />
<strong>de</strong> pequena monta. Negava episódios <strong>de</strong> sangramentos<br />
prévios.<br />
Antece<strong>de</strong>ntes: Fibrilação atrial em uso <strong>de</strong> warfarin, HAS,<br />
hipertireoidismo, hipercolesterolemia e <strong>de</strong>pressão.<br />
Em uso <strong>de</strong>: zolpi<strong>de</strong>m 10 mg, gabapentina 400 mg, atenolol<br />
50 mg, warfarin 5 mg, propiltiouracil 100 mg, razapina 15<br />
mg, ácido fólico 5 mg, glucosamina 500 mg, atorvastatina<br />
cálcica 10 mg e condroitina 400 mg.<br />
Ao exame físico: REG, <strong>de</strong>scorada (+/+4), <strong>de</strong>sidratada<br />
(+/+4), acianótica, anictéria e afebril ao toque.<br />
• PA: 115 x 66 mmHg<br />
• FC: 26bpm<br />
• FR: 17inc/min<br />
• Sat. 95 % com cateter <strong>de</strong> O2 3L/min.<br />
• Temp. : 35.9 *C<br />
• ACV: RCR, 2 t, BNF, sem sopros<br />
• AR: MVUA, sem ruídos adventícios<br />
• ABD: globoso, peristalse +, RHA aumentados, flácido,<br />
indolor à palpação superficial e profunda, DB: neg., ausência<br />
<strong>de</strong> massas ou visceromegalias.<br />
• MMII: sem e<strong>de</strong>mas, panturrilhas livres, pulsos pediosos +.<br />
• Lúcida e orientada no tempo e no espaço, Glasgow 15,<br />
pupilas isocóricas e fotorreagentes.<br />
A conduta inicial realizada foi expansão volêmica com 500<br />
ml <strong>de</strong> SF 0,9% associada a pantoprazol 40 mg IV, metoclopramida<br />
10 mg IV, vitamina K 0,5 ml diluída IV e solicitação<br />
<strong>de</strong> hemograma completo, coagulograma completo, provas<br />
<strong>de</strong> função hepática, tipagem sanguínea e solicitação <strong>de</strong><br />
endoscopia digestiva alta.<br />
Resultados iniciais<br />
• Eritrócitos 3,64 milhões/mm 3<br />
• Hb<br />
10.9 g/dl<br />
• Ht 33,3%<br />
• Plaquetas 231.000/mm 3<br />
• Tempo <strong>de</strong> Protrombina 27,2 seg.<br />
• INR 2,5<br />
• TTPA<br />
45,1 seg.<br />
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R. RUIZ, J. TRAZZI, G. I. D. COSTA, F. HONDO, C. FURUYA, R. SATO, P. SAKAI, S. ISHIOKA<br />
EDA:<br />
Lago mucoso hemático (fi gura 2) e antro exibindo um pólipo<br />
pediculado em região pré-pilórica na face posterior (fi gura<br />
1), avermelhado, lobulado, amolecido ao toque da pinça,<br />
medindo cerca <strong>de</strong> 15 mm, com coto vascular visível em seu<br />
pedículo e coágulo escuro a<strong>de</strong>rido, sem sangramento ativo<br />
no momento. Efetuada aplicação <strong>de</strong> endoloop (fi gura 3) +<br />
polipectomia (fi guras 4 e 7), sem intercorrências e colocação<br />
<strong>de</strong> 3 hemoclips (fi guras 5 e 6) após.<br />
Figura 4 - Polipectomia com alça.<br />
Figura 1 - Pólipo com coágulo a<strong>de</strong>rido no pedículo.<br />
Figura 5 - Aplicação <strong>de</strong> hemoclips.<br />
35 21<br />
Figura 2 - Sangue em fundo gástrico.<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
Figura 6 - Aspecto final.<br />
Figura 3 - Endoloop locado na base do pedículo.<br />
Figura 7 - Pólipo ressecado.<br />
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Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />
gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />
Após terapêutica endoscópica, paciente permaneceu sob<br />
observação em UTI.<br />
Estável hemodinamicamente. Porém, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 10 horas,<br />
paciente apresentou nova hematêmese <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto.<br />
Nesse momento estava lúcida, orientada, mas bastante<br />
ansiosa.<br />
Descorada (++/+4), <strong>de</strong>sidratada (++/4), acianótica,<br />
anictérica e afebril ao toque<br />
ACV: RCR, 2T, BNF sem sopros , FC: 120 bpm, PA : 110<br />
x 60 mmHg. Perfusão lentificada<br />
Nova EDA (fi gura 8) evi<strong>de</strong>nciou:<br />
Presença <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coágulos<br />
em câmara gástrica. Antro exibindo base <strong>de</strong><br />
polipectomia recente com 3 hemoclips e um<br />
endoloop, com coágulo a<strong>de</strong>rido na face posterior<br />
<strong>de</strong> região pré-pilórica. Optado por aplicação<br />
<strong>de</strong> mais um hemoclip.<br />
Após nova terapêutica endoscópica, paciente<br />
permanece estável sob observação em UTI.<br />
Novos exames solicitados 12 horas após a última<br />
intervenção mostram reversão da coagulopatia.<br />
AR: MVUA, sem ruídos adventícios; taquipneica<br />
(20 inc/min.)<br />
Hb<br />
9.1 g/dl<br />
22 36<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
ABD: globoso, peristalse +, RHA aumentados, flácido,<br />
indolor á palpação superficial e profunda, DB: neg<br />
ausência <strong>de</strong> massas ou vísceromegalias<br />
MMII: sem e<strong>de</strong>mas, panturrilhas livres,<br />
pulsos pediosos +<br />
Hb<br />
Exames<br />
7.8 g/dl<br />
Ht 22.9 %<br />
INR 2.5<br />
Ur<br />
Cr<br />
82 mg/dl<br />
0.98 mg/dl<br />
Ht 26.4%<br />
Plaq. 126.000/mm 3<br />
INR 1.1<br />
Ur<br />
Cr.<br />
60 mg/dl<br />
0.91 mg/dl<br />
Figura 8 - Coágulo a<strong>de</strong>rido ao pedículo da polipectomia<br />
prévia.<br />
Tendo em vista a nova HDA, foram realizadas as seguintes<br />
medidas:<br />
Transfusão <strong>de</strong> dois concentrado <strong>de</strong> hemácias e 4<br />
plasmas frescos congelados<br />
500 UI <strong>de</strong> complexo protrombínico (Beriplex) para<br />
a rápida correção da coagulopatia, tendo em vista<br />
sangramento ativo relacionado à vitamina K e<br />
instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica<br />
Expansão com hidroxietilamido + cloreto <strong>de</strong> sódio à 6 %<br />
(Voluven ® 130/0,4)<br />
Sondagem vesical<br />
Solicitação <strong>de</strong> nova EDA após estabilização<br />
hemodinâmica<br />
Permaneceu estável, do ponto <strong>de</strong> vista hemodinâmico, por<br />
mais 48 horas na UTI. Em seguida, já no quarto, a dieta foi<br />
reintroduzida <strong>de</strong> forma progressiva e a paciente recebeu<br />
alta um dia após dieta livre e sem queixas.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24
R. RUIZ, J. TRAZZI, G. I. D. COSTA, F. HONDO, C. FURUYA, R. SATO, P. SAKAI, S. ISHIOKA<br />
O anatomopatológico da peça (fi guras 9 e10) foi concluído<br />
como se segue:<br />
Figura 9 - H.E. 400x erosões na superfície<br />
Box 1. Terapias endoscópicas<br />
Injeção<br />
Epinefrina<br />
Escleroterapia<br />
Trombina<br />
Fibrina<br />
Cianoacrilato<br />
Figura 10 - H.E. 400x estroma e<strong>de</strong>matoso com vasos<br />
congestos<br />
Pólipo hiperplásico em mucosa gástrica <strong>de</strong> padrão pilórico<br />
com extenso componente erosivo superfi cial. Pesquisa negativa<br />
para Helicobacter pylori.<br />
Discussão<br />
A hemorragia digestiva alta é responsável por mais <strong>de</strong> 300.000<br />
hospitalizações e cerca <strong>de</strong> 30.000 mortes por ano nos EUA. 3<br />
A terapia endoscópica tem revolucionado o tratamento da<br />
HDA com seu extenso armamento terapêutico (box 1). Porém,<br />
com todo esse arsenal, a mortalida<strong>de</strong> ainda permanece alta,<br />
variando entre 7 e 10%. 4<br />
Terapia Ablativa<br />
Termocoagulação - ”Heater probe”<br />
Eletrocoagulação – Bisturi bipolar<br />
Crioterapia<br />
Fotocoagulação – Laser<br />
Coagulação com plasma <strong>de</strong> argônio<br />
Terapia Mecânica<br />
Endoclips<br />
Endoloop<br />
Ligaduras<br />
As lesões gástricas benignas, como os pólipos hiperplásicos,<br />
são causas incomuns <strong>de</strong> hemorragia digestiva alta e são<br />
raros os que geram sangramentos severos com instabilida<strong>de</strong><br />
hemodinâmica, como o caso relatado. A incidência <strong>de</strong> pólipos<br />
gástricos em endoscopias <strong>de</strong> rotina é aproximadamente 2%,<br />
segundo Ming. 6<br />
Os pólipos hiperplásicos são os mais comuns encontrados<br />
no estômago (71,3%), 5 seguidos pelos <strong>de</strong> glândulas fúndicas<br />
(16,3%) 5 e por último os a<strong>de</strong>nomatosos (12,4%). 5 Pólipos<br />
hiperplásicos não são consi<strong>de</strong>rados lesões pré-cancerígenas,<br />
porém, em menos <strong>de</strong> 1% dos casos, po<strong>de</strong> haver a<strong>de</strong>nocarcinoma<br />
focal. 7 Na gran<strong>de</strong> maioria das vezes, são achados <strong>de</strong><br />
exames, sem muito signifi cado clinico.<br />
No presente caso, a apresentação foi atípica. A paciente<br />
apresentava um escore <strong>de</strong> Rockall elevado, 7 no qual a mortalida<strong>de</strong>,<br />
segundo alguns estudos, passa <strong>de</strong> 5%.<br />
A abordagem da HDA não-varicosa <strong>de</strong>ve ser voltada primeiramente<br />
para manutenção da pervieda<strong>de</strong> das vias aéreas e<br />
para estabilização hemodinâmica. Apesar do uso rotineiro <strong>de</strong><br />
inibidores <strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> próton em altas doses nos casos <strong>de</strong><br />
HDA não-varicosas, ainda faltam estudos consistentes que<br />
provem o real benefício <strong>de</strong>sta conduta.<br />
37 23<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24
Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />
gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />
24 38<br />
<strong>32</strong>(1):19-24<br />
Atualmente existem diversas formas terapêuticas que po<strong>de</strong>m<br />
ser adotadas nos casos <strong>de</strong> HDA não-varicosas, como é<br />
mostrado no box 1.<br />
Neste relato <strong>de</strong> caso, no qual a causa da hemorragia era um<br />
gran<strong>de</strong> pólipo pediculado hiperplásico com erosão em sua<br />
superfície, optamos pela colocação <strong>de</strong> um endoloop com<br />
posterior polipectomia e, por fi m, aplicação <strong>de</strong> hemoclips.<br />
Porém, houve ressangramento da lesão, provavelmente<br />
precipitado também pelo INR alargado, já que a paciente<br />
em questão fazia uso <strong>de</strong> cumarínicos <strong>de</strong>vido à fi brilação atrial<br />
crônica. Insistimos novamente na hemostasia mecânica<br />
associada à correção da coagulopatia, na qual obtivemos<br />
sucesso nesta segunda abordagem.<br />
Em uma metanálise 8 que comparou injeção versus termocoagulação<br />
versus hemoclips nos casos <strong>de</strong> sangramento<br />
não-varicosos, observou-se que as taxas <strong>de</strong> hemostasia<br />
foram maiores nos grupos que se submeteram à aplicação<br />
<strong>de</strong> hemoclips (81,5%) e termocoagulação (81,3%) em<br />
comparação à injeção <strong>de</strong> adrenalina (75,4%).<br />
Estudos comprovam que a terapia combinada (injeção <strong>de</strong><br />
adrenalina associada a outro método hemostático, como<br />
a termocoagulação ou outro método mecânico) reduziu a<br />
mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5,1% para 2,6% sem aumentar o índice <strong>de</strong><br />
complicações.<br />
Em conclusão, os pólipos, apesar <strong>de</strong> ser uma causa incomum<br />
<strong>de</strong> hemorragia digestiva alta severa, <strong>de</strong>vem ser lembrados no<br />
diagnóstico diferencial dos sangramentos <strong>de</strong> vulto do TGI.<br />
REFERÊNCIAS<br />
1.<br />
2.<br />
3.<br />
4.<br />
5.<br />
6.<br />
7.<br />
8.<br />
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EndoscopicDiagnosis and TherapyMitchell S. Cappell,<br />
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(2008)511–550<br />
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Gui<strong>de</strong>lines. British Society of Gastroenterology Endoscopy<br />
Committee. Gut 2002;51(Suppl IV):iv1–iv6<br />
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endoscopies Drausio Jefferson MoraisI; A<strong>de</strong>mar<br />
YamanakaI; José Murilo Robilotta ZeituneI; Nelson<br />
Adami AndreolloII<br />
Ming SC. Malignant potential of epithelial polyps of<br />
stomach. In: Ming SC, editor. Precursors of gastric<br />
cancer. New York: Praeger; 1984. p.219.<br />
Nakamura T, Nakano G. Histopathological classifi cation<br />
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Sung jj, Tsoi KK, Lai LH, Wu jC, Lau jy. Endoscopic<br />
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GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Cirrose hepática secundária à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1<br />
antitripsina em idoso<br />
Cirrhosis secondary to <strong>de</strong>ficiency of alpha-1 antitrypsin <strong>de</strong>ficiency<br />
in el<strong>de</strong>rly<br />
MARÍLIA MATOS OLIVEIRA, 1 RODRIGO KAMIMURA DE CASTRO, 1 JOSÉ DO CARMO JÚNIOR, 2 FABRÍCIO FREDERICO MENDES MARTINS, 3<br />
FELIPE PRATA MISIARA, 4 ERIKA KIYOMI YUYAMA, 1 SÂNZIO DUPIM SOARES 1<br />
Resumo<br />
A <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina é um distúrbio <strong>de</strong><br />
herança autossômica codominante que afeta principalmente<br />
pulmão e fígado. É uma das mais comuns <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />
genéticas, não sendo frequentemente reconhecida.<br />
O caso relatado é <strong>de</strong> uma mulher <strong>de</strong> 69 anos, com história<br />
<strong>de</strong> dor e aumento do volume abdominal há cinco meses.<br />
Durante investigação evi<strong>de</strong>nciou-se que se tratava <strong>de</strong><br />
cirrose hepática Child-Pugh C. Foi realizado protocolo<br />
<strong>de</strong> investigação <strong>de</strong> hepatopatia crônica e diagnosticado<br />
<strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina. Paciente recebeu alta<br />
após 60 dias <strong>de</strong> internação hospitalar e segue acompanhamento<br />
ambulatorial.<br />
Unitermos: Defi ciência <strong>de</strong> Alfa-1 Antitripsina, Doença<br />
Hepática, Idoso.<br />
Summary<br />
A <strong>de</strong>fi ciency of alpha-1 antitrypsin <strong>de</strong>fi ciency is a disor<strong>de</strong>r<br />
of autosomal co-dominant herância that primarily affects<br />
the lung and liver. It is one of the most common genetic<br />
disor<strong>de</strong>rs, is often not recognized. The case reported is<br />
from a woman of 69 years old with a history of pain and<br />
increased abdominal volume fi ve months ago. During investigation<br />
it became clear that it is liver cirrhosis Child-Pugh<br />
C. We conducted research protocol diagnosed chronic liver<br />
disease and alpha-1 antitrypsin. The patient was discharged<br />
after 60 days of hospitalization and outpatient follow.<br />
Keywords: Alpha-1 Antitrypsin Defi ciency, Liver Disease,<br />
El<strong>de</strong>rly.<br />
Introdução<br />
A alfa-1 antitripsina é uma glicoproteína produzida<br />
principalmente no fígado. Ela tem como função inativar<br />
enzimas, principalmente elastase neutrofílica, impedindo<br />
dano tecidual. Caso haja <strong>de</strong>fi ciência da glicoproteína,<br />
ocorrem polimerização e acúmulo <strong>de</strong>ntro dos hepatócitos,<br />
causando dano tecidual. A doença afeta principalmente<br />
pulmões e fígado. Há relato <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />
1:2000/5000 indivíduos, 1 porém somente 10% <strong>de</strong>les<br />
apresentam sinais e sintomas <strong>de</strong> doença hepática. A<br />
doença frequentemente não é diagnosticada.<br />
Objetivo<br />
Relatar um caso <strong>de</strong> paciente idosa admitida com cirrose<br />
hepática secundária à <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina.<br />
39 25<br />
<strong>32</strong>(1):25-27<br />
1. Resi<strong>de</strong>nte em Clínica Médica do Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 2. Coor<strong>de</strong>nador<br />
da Disciplina <strong>de</strong> Gastroenterologia do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 3. Professor<br />
<strong>de</strong> Clínica Médica e Hematologia do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 4. Coor<strong>de</strong>nador<br />
da Disciplina <strong>de</strong> Clínica Médica do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. En<strong>de</strong>reço para<br />
correspondência: Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba - Rua Santo Antônio, 182 - CEP: 38<strong>01</strong>0-160 - Uberaba - MG.<br />
Recebido em: 15/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27
Cirrose hepática secundária à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina em idoso<br />
Método<br />
FAP, feminino, 69 anos, branca, foi admitida no Serviço <strong>de</strong><br />
Clínica Médica do Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), com quadro <strong>de</strong> dor e aumento do<br />
volume abdominal há 5 meses. Previamente hipertensa,<br />
sem história <strong>de</strong> etilismo e tabagismo. Ao exame físico<br />
apresenta-se com icterícia, abdome globoso, ausência <strong>de</strong><br />
visceromegalias e piparote positivo. Após avaliação laboratorial<br />
e <strong>de</strong> imagem, foi confi rmada a hipótese <strong>de</strong> cirrose<br />
hepática Child-Pugh C e a investigação iniciada. A tomografi<br />
a <strong>de</strong> abdome mostrava fígado <strong>de</strong> dimensões reduzidas,<br />
com contornos irregulares e lobulados (foto 1). A análise do<br />
líquido ascítico realizada através <strong>de</strong> paracentese evi<strong>de</strong>nciou<br />
gradiente soro-ascite, 3,6 ausência <strong>de</strong> células neoplásicas e<br />
<strong>de</strong> peritonite, sugerindo hipertensão portal.<br />
exame <strong>de</strong> genotipagem foi alelos MZ. Exame <strong>de</strong> imunohistoquímica<br />
do material confi rmou o diagnóstico (fotos 2, 3<br />
e 4). A paciente recebeu alta após 60 dias <strong>de</strong> investigação<br />
hospitalar, ascite refratária e síndrome hepatorrenal revertida.<br />
Encaminhada para o ambulatório <strong>de</strong> gastroenterologia<br />
para prosseguir acompanhamento, segue clinicamente<br />
estável.<br />
Foto 2: Imuno-histoquímica evi<strong>de</strong>nciando corpos<br />
eosinófilos no citoplasma dos hepatócitos.<br />
Foto 1: Tomografia computadorizada <strong>de</strong> abdome.<br />
26 40<br />
<strong>32</strong>(1):25-27<br />
Foto 3: Imuno-histoquímica mostra presença<br />
<strong>de</strong> PAS resistentes à diastase.<br />
As sorologias (anti-HCV, HbsAg, anti-Hbc Igm, anti-Hbc IgG<br />
e anti-HIV) foram negativas. Na endoscopia digestiva alta,<br />
foram visualizadas varizes esofagianas sendo uma <strong>de</strong> fi no<br />
calibre e duas incipientes, além <strong>de</strong> gastropatia hipertensiva<br />
leve. Os marcadores CEA, alfa fetoproteína, anti-LKM 1,<br />
anti-mitocôndria, antimúsculo liso e FAN foram negativos.<br />
Exames laboratoriais, como ferritina, cobre urinário e ceruloplasmina,<br />
vieram normais além <strong>de</strong> exame oftalmológico,<br />
<strong>de</strong>scartando presença <strong>de</strong> anel <strong>de</strong> Kayser-Fleischer.<br />
Foto 4: Imuno-histoquímica evi<strong>de</strong>nciando presença<br />
<strong>de</strong> alfa-1 antitripsina.<br />
A dosagem sérica <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina apresentou valor<br />
<strong>de</strong> 10% abaixo do limite inferior <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>. Realizado<br />
biópsia hepática, na qual foram evi<strong>de</strong>nciadas inclusões PAS<br />
positivas resistentes à digestão com amilase, corroborando<br />
para o diagnóstico fi nal. A mutação apresentada através do<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27
M. M. OLIVEIRA, R. K. CASTRO, J. C. JÚNIOR, F. FREDERICO M. MARTINS, F. P. MISIARA, E. K. YUYAMA, S. D. SOARES<br />
Discussão<br />
Estima-se que a frequência <strong>de</strong> <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina<br />
seja 1:2000/5000 nascidos vivos. 1,6 No entanto,<br />
somente cerca <strong>de</strong> 10% dos indivíduos afetados <strong>de</strong>senvolvem<br />
sinais e sintomas <strong>de</strong> doença hepática. 8<br />
A <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina é a causa genética mais<br />
comum <strong>de</strong> doença hepática em crianças, sendo também a<br />
causa mais comum <strong>de</strong> transplante hepático. 4 O diagnóstico<br />
é difícil <strong>de</strong> ser estabelecido, apresentando média <strong>de</strong> tempo<br />
entre o início dos sintomas e o diagnóstico <strong>de</strong> 8,3 anos. 5 O<br />
primeiro relato da doença ocorreu há cerca <strong>de</strong> 800 anos,<br />
porém só houve relato formal da mesma há cerca <strong>de</strong> 40<br />
anos.<br />
A investigação se inicia através <strong>de</strong> uma anamnese <strong>de</strong>talhada,<br />
exame físico minucioso e exames laboratoriais.<br />
O primeiro exame a ser realizado é a quantifi cação dos<br />
níveis séricos <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina, que está diminuída na<br />
doença pulmonar e na hepatopatia. A <strong>de</strong>terminação da<br />
mutação apresentada é importante fator diagnóstico, assim<br />
como a genotipagem. 2<br />
Ao contrário da doença pulmonar, a hepatopatia relacionada<br />
à <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina não é causada pela<br />
redução dos níveis séricos da enzima, mas pelo acúmulo <strong>de</strong><br />
polímeros no interior dos hepatócitos. Dessa forma, somente<br />
os portadores <strong>de</strong> mutações que resultam em polimerização,<br />
como S, M e, principalmente Z, po<strong>de</strong>m apresentar hepatopatia.<br />
1 Pacientes com alelo MZ não apresentam risco signifi<br />
cativo <strong>de</strong> doença pulmonar. 8<br />
A mutação mais importante encontrada é a Z. Ela altera a<br />
estrutura da proteína, afeta a função <strong>de</strong> inativação da elastase<br />
e promove a formação <strong>de</strong> polímeros, com acúmulo<br />
<strong>de</strong>ntro do retículo endoplasmático dos hepatócitos. 5<br />
Além do tratamento habitual da hepatopatia, usado para<br />
várias etiologias, o tratamento específi co atualmente<br />
disponível consiste em infusão intravenosa periódica <strong>de</strong><br />
concentrados da proteína purifi cados a partir <strong>de</strong> plasma<br />
humano. No entanto, não há estudos que comprovem<br />
custo–efetivida<strong>de</strong>. 6,7 Além disso, ela não está indicada para<br />
o tratamento da doença hepática. 8<br />
A abstinência alcoólica, dieta a<strong>de</strong>quada, tratamento <strong>de</strong><br />
varizes esofagianas e peritonite bacteriana espontânea,<br />
assim como o transplante hepático, são terapêuticas utilizadas<br />
em pacientes cirróticos <strong>de</strong> várias etiologias. 2<br />
A vacinação contra hepatite A e B está indicada para todos<br />
os pacientes com <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina pois<br />
apresentam risco aumentado <strong>de</strong> cronifi cação <strong>de</strong> infecção<br />
viral. 2<br />
Conclusão<br />
Apesar da <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina, causando<br />
cirrose hepática em paciente idoso, sem doença pulmonar<br />
associada, ser consi<strong>de</strong>rada rara, <strong>de</strong>ve ser lembrada na<br />
investigação <strong>de</strong> cirrose hepática especialmente quando não<br />
há causa <strong>de</strong>fi nida.<br />
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<strong>32</strong>(1):25-27<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27
Relato <strong>de</strong> Caso<br />
Hemorragia digestiva por fístula gástrica <strong>de</strong><br />
pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />
Gastric bleeding from splenic artery pseudoaneurysm: case report<br />
NAYANE PIAUILINO BENVINDO FERREIRA, 1 CECÍLIA LÍVIA DE OLIVEIRA MARTINS, 2 ANA ANGÉLICA VIEIRA DINIZ, 1 JOÃO PAULO SEGUNDO DE<br />
PAIVA OLIVEIRA, 3 GEÓRGIA KARLA DE ALMEIDA CIDRIM, 4 SYLENE RAMPCHE DE CARVALHO, 5 OLIVAL CIRILO LUCENA DA FONSECA NETO 6<br />
28 42<br />
<strong>32</strong>(1):28-31<br />
Resumo<br />
Hemorragia digestiva por ruptura <strong>de</strong> pseudoaneurisma<br />
<strong>de</strong> artéria esplênica (PAAE) é incomum. Pancreatite é a<br />
responsável pela maioria dos PAAEs. Tomografi a computadorizada<br />
<strong>de</strong> abdome é um bom método não-invasivo<br />
para i<strong>de</strong>ntifi car complicações vasculares <strong>de</strong> pancreatite.<br />
Angiografi a localiza o sítio arterial sangrante. Tratamento<br />
<strong>de</strong> PAAE é mandatório, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tamanho<br />
do pseudoaneurisma ou sintomas associados. Embolização<br />
transarterial percutânea da artéria esplênica é tratamento<br />
padrão-ouro em pacientes hemodinamicamente<br />
estáveis. Cirurgia está indicada para pacientes hemodinamicamente<br />
instáveis ou com falha terapêutica angiográfi<br />
ca. Relatamos um caso <strong>de</strong> paciente com hemorragia<br />
digestiva alta por fístula gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong><br />
artéria esplênica, associada a quadro <strong>de</strong> pancreatite alcoólica.<br />
Unitermos: Hemorragia Gastrointestinal, Pseudoaneurisma,<br />
Artéria Esplênica, Pancreatite Alcoólica, Fístula<br />
Gástrica, Cirurgia.<br />
Summary<br />
Gastrointestinal hemorrhage due to rupture of splenic<br />
artery pseudoaneurysm (SAPA) is unusual. Pancreatitis<br />
is responsible for most SAPAs. Computed tomography<br />
of the abdomen is a good noninvasive method to i<strong>de</strong>ntify<br />
vascular complications of pancreatitis. Angiography<br />
located arterial site bleeding. Treatment of SAPA is<br />
mandatory, regardless of size or symptoms associated<br />
pseudoaneurysm. Percutaneous transarterial embolization<br />
of the splenic artery is the gold standard treatment<br />
in hemodynamically stable patients. Surgery is indicated<br />
for hemodynamically unstable patients or angiographic<br />
treatment failure. We report a case of a patient with upper<br />
gastrointestinal bleeding by gastric fi stula of splenic artery<br />
pseudoaneurysm associated with alcoholic pancreatitis.<br />
Keywords: Gastrointestinal Hemorrhage, Aneurysm,<br />
False, Splenic Artery, Pancreatitis, Alcoholic, Gastric<br />
Fistula, Surgery.<br />
Introdução<br />
Sangramento gastrointestinal por pseudoaneurisma<br />
<strong>de</strong> artéria esplênica (PAAE) é incomum. Cerca <strong>de</strong> 160<br />
casos foram registrados na literatura. 1 Gran<strong>de</strong> parte dos<br />
pacientes tem história <strong>de</strong> etilismo severo. 2<br />
Pancreatite aguda ou crônica é responsável por 52% dos<br />
PAAEs. Outras causas incluem: trauma (29%), causas<br />
intraoperatórias e pós-operatórias (3%), úlcera gástrica<br />
1. Resi<strong>de</strong>nte em Clínica Médica do Hospital da Restauração (HR) – Recife – PE- Brasil. 2. Estudante <strong>de</strong> Medicina da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Ciências Médicas da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco (FCM/UPE), Recife – PE - Brasil. 3. Resi<strong>de</strong>nte em Cirurgia Geral do Hospital<br />
da Restauração (HR), Recife – PE - Brasil. 4. Médica Anatomopatologista do Hospital da Restauração (HR), Recife – PE - Brasil.<br />
5. Médica Preceptora do Serviço <strong>de</strong> Clínica Médica do Hospital da Restauração (HR) - Recife – PE - Brasil. 6. Médico Preceptor<br />
do Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Geral do Hospital da Restauração. En<strong>de</strong>reço para correspondência: Cecília Lívia <strong>de</strong> Oliveira - Rua Gen.<br />
Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Farias, 96 - Centro - CEP: 55900-000 - Goiânia - GO. E-mail: cecilivia@yahoo.com.br. Enviado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />
Aprovado em: 13/03/2<strong>01</strong>3.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31
N. P. B. FERREIRA, C. L. O. MARTINS, A. A. V. DINIZ, J. P. S. P. OLIVEIRA, G. K. A. CIDRIM, S. R. CARVALHO, O. C. L. F. NETO<br />
(2%), úlcera duo<strong>de</strong>nal (muito rara). 1 Pequeno número <strong>de</strong><br />
PAAE não possui causa <strong>de</strong>fi nida. 2<br />
O tamanho do PAAE não é <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> ruptura. Des<strong>de</strong><br />
os pseudoaneurismas muito pequenos (0,3 cm) até os<br />
maiores (17 cm) po<strong>de</strong>m se romper. 2 Risco <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong><br />
PAAE po<strong>de</strong> chegar a 37%, com taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90%<br />
se não tratado. 3<br />
O presente relato trata <strong>de</strong> paciente jovem, etilista crônico,<br />
com quadro <strong>de</strong> hemorragia digestiva alta por ruptura <strong>de</strong><br />
pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica, com fi stulização para<br />
cavida<strong>de</strong> gástrica, associado à pancreatite alcoólica, tratado<br />
com gastrectomia segmentar, esplenectomia e ligadura <strong>de</strong><br />
artéria esplênica, sem intercorrências.<br />
Relato <strong>de</strong> caso<br />
N.C.S., sexo masculino, 39 anos, natural e proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Chã<br />
<strong>de</strong> Alegria/PE, foi admitido na Emergência Clínica do Hospital<br />
da Restauração em outubro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2 por quadro <strong>de</strong> hematêmese,<br />
3 episódios em menos <strong>de</strong> 24h da admissão, precedidos<br />
por 2 picos febris, sem outros sintomas associados.<br />
Apresentava antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> etilismo (consumo diário <strong>de</strong><br />
400 g <strong>de</strong> etanol, iniciado há 12 anos), tabagismo (carga<br />
tabágica <strong>de</strong> 5 maços/ano), exposição à área endêmica para<br />
esquistossomose.<br />
Na admissão, encontrava-se consciente, orientado, eupneico,<br />
hidratado, afebril, hipocorado, taquicárdico, normotenso, com<br />
abdome plano, <strong>de</strong>pressível, doloroso à palpação profunda em<br />
epigástrio, sem sinais <strong>de</strong> irritação peritoneal, fígado palpável<br />
a 5 cm <strong>de</strong> rebordo costal direito, ruídos hidroaéreos audíveis.<br />
Exames laboratoriais da admissão evi<strong>de</strong>nciaram hemoglobina<br />
(HGB): 2,9 g/dL, hematócrito (HCT): 9,7%, contagem<br />
<strong>de</strong> glóbulos brancos (WBC): 19.570/µL, plaquetas (PLT):<br />
2<strong>32</strong>.000/µL, razão normalizada internacional (INR): 1,54<br />
(normal: 0,8 - 1,2). Paciente foi hemotransfundido e submetido<br />
à endoscopia digestiva alta (EDA), que não i<strong>de</strong>ntifi cou<br />
anormalida<strong>de</strong>s.<br />
No 6.º dia do internamento, o paciente evoluiu com aumento<br />
sérico expressivo <strong>de</strong> lipase: 1.892 U/L, amilase: <strong>32</strong>6 U/L,<br />
fosfatase alcalina (FA): 308 U/L, gamaglutamiltransferase<br />
(GGT): 483 U/L, albumina: 2,39 g/dL, bilirrubina total (BT)<br />
e frações normais, INR: 1,56, transaminase glutâmico-oxalacética<br />
(TGO): 95 U/L, transaminase glutâmico-pirúvica<br />
(TGP): 65 U/L, HGB: 9,3 g/dL, HCT: 29,9%, WBC: 22.590/<br />
µL, PLT: 257.000/µL. Ultrassonografi a (USG) <strong>de</strong> abdome<br />
total mostrou fígado com textura heterogênea, alterado<br />
em volume, e pâncreas com região cefálica espessada, <strong>de</strong><br />
textura heterogênea, compatível com pancreatite. Tomografi a<br />
computadorizada (TC) <strong>de</strong> tórax evi<strong>de</strong>nciou aumento volumétrico<br />
do pâncreas, sobretudo em região cefálica, e discreta<br />
<strong>de</strong>nsifi cação dos planos adiposos circunjacentes. Também foi<br />
vista formação ovalada, hipoatenuante, com intensa impregnação<br />
ao material <strong>de</strong> contraste endovenoso, localizada em<br />
cauda pancreática, medindo 2,5 x 2,3 cm.<br />
Arteriografi a posterior em tronco celíaco e suas ramifi cações<br />
e artéria mesentérica evi<strong>de</strong>nciaram trombose espontânea<br />
<strong>de</strong> pseudoaneurisma em artéria esplênica, sem sinais <strong>de</strong><br />
sangramento.<br />
No 14.º dia <strong>de</strong> internamento, o paciente evoluiu como novo<br />
episódio <strong>de</strong> hematêmese, queda hematimétrica, HGB: 7,2 g/<br />
dL, HCT: 22,2%, piora leucométrica, WBC: 68.500/µL, relação<br />
TGO/TGP 3,4:1, com TGP normal, BT: 2,68 mg/dL, bilirrubina<br />
direta (BD): 2,15 mg/dL, normalização <strong>de</strong> amilase e lipase.<br />
EDA realizada mostrou varizes <strong>de</strong> fi no calibre em 1/3 distal<br />
do esôfago e varizes gástricas compatíveis com gastropatia<br />
da hipertensão portal hemorrágica, sem sangramento ativo.<br />
No 20.º dia do internamento, TC <strong>de</strong> abdome mostrou mo<strong>de</strong>rado<br />
<strong>de</strong>rrame pleural bilateral, ascite mo<strong>de</strong>rada, pâncreas<br />
com volume preservado e atenuação discretamente heterogênea<br />
em corpo e cauda, baço <strong>de</strong> dimensões normais, com<br />
área hipoatenuante <strong>de</strong> localização subcapsular e formação<br />
aneurismática adjacente ao hilo esplênico, medindo 2,0 cm<br />
em seu maior diâmetro (Figura 1).<br />
Figura 1a. Pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica<br />
43 29<br />
<strong>32</strong>(1):28-31<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31
Hemorragia digestiva por fístula gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma<br />
<strong>de</strong> artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />
Figura 1a. Pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica<br />
Figura 2: (A) Parênquima esplênico, exibindo amplas<br />
áreas <strong>de</strong> necrose e infiltrado inflamatório agudo.<br />
Hematoxilina-eosina. 400x. (B) Pâncreas com<br />
arquitetura tecidual preservada. Hematoxilina-eosina.<br />
100x. (C) Cirrose hepática. Hematoxilina-eosina. 100x.<br />
(D) Cirrose hepática. Tricrômico <strong>de</strong> Masson. 100x.<br />
30 44<br />
<strong>32</strong>(1):28-31<br />
O paciente evoluiu com melena, dispneia, taquicardia, hipotensão,<br />
e<strong>de</strong>ma simétrico importante em membros inferiores,<br />
murmúrio vesicular abolido em hemitórax esquerdo, abdome<br />
distendido e doloroso à palpação em epigástrio, HGB: 7,7 g/<br />
dL, HCT: 24,6%, WBC: 37.620/µL, INR: 1,41, albumina: 1,89<br />
g/dL, FA: 451 U/L, GGT: 591 U/L, bilirrubinas, transaminases,<br />
amilase e lipase normais. Radiografi a <strong>de</strong> tórax evi<strong>de</strong>nciou<br />
<strong>de</strong>rrame pleural em ½ inferior do hemitórax esquerdo,<br />
com consolidação ipsilateral, possivelmente infl amatória,<br />
infecciosa ou atelectásica.<br />
O paciente apresentou novo episódio <strong>de</strong> hematêmese, com<br />
sangramento volumoso, vermelho rutilante e instabilida<strong>de</strong><br />
hemodinâmica, sendo realizada cirurgia <strong>de</strong> emergência,<br />
que evi<strong>de</strong>nciou fi stulização <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria<br />
esplênica para cavida<strong>de</strong> gástrica. Foi realizada gastrectomia<br />
segmentar, esplenectomia e ligadura <strong>de</strong> artéria esplênica.<br />
Estudo anatomopatológico <strong>de</strong> peças cirúrgicas mostrou<br />
baço com extensa área <strong>de</strong> necrose e alterações infl amatórias<br />
agudas inespecífi cas, acompanhando tecido pancreático<br />
normal, e fígado cirrótico (Figura 2). O paciente evoluiu sem<br />
intercorrências, recebendo alta em boas condições clínicas.<br />
Discussão<br />
Artéria esplênica, pela contiguida<strong>de</strong> com o pâncreas, é o vaso<br />
mais comumente afetado na pancreatite. PAAE se <strong>de</strong>senvolve<br />
em 10% dos pacientes com pancreatite aguda. 4<br />
Vazamento <strong>de</strong> enzimas pancreáticas, especialmente elastase<br />
do pâncreas infl amado, po<strong>de</strong> resultar em autodigestão enzimática<br />
da pare<strong>de</strong> arterial, com confi namento sanguíneo perivascular<br />
e posterior formação <strong>de</strong> pseudoaneurisma.<br />
Com a expansão progressiva, a PAAE po<strong>de</strong> romper para o<br />
interior <strong>de</strong> retroperitônio, cavida<strong>de</strong> peritoneal, trato gastrointestinal<br />
ou, raramente, ducto pancreático. 5<br />
Clinicamente, a PAAE sangrante costuma apresentar anemia<br />
silenciosa com melena ou sangramento maciço intermitente<br />
para <strong>de</strong>ntro do trato gastrointestinal (TGI). 6 Apenas 2,5% dos<br />
PAAEs <strong>de</strong>scritos foram assintomáticos. 2<br />
O diagnóstico <strong>de</strong> PAAE <strong>de</strong>ve ser suspeitado em pacientes<br />
com pancreatite que <strong>de</strong>senvolvem hemorragia digestiva alta,<br />
sem causa evi<strong>de</strong>nte, e imagem tomográfi ca sugestiva <strong>de</strong><br />
pseudoaneurisma. 4<br />
A EDA po<strong>de</strong> excluir outras causas <strong>de</strong> hemorragia digestiva<br />
alta, mas apenas ocasionalmente mostra sangramento<br />
através da ampola <strong>de</strong> Vater. 7<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31
N. P. B. FERREIRA, C. L. O. MARTINS, A. A. V. DINIZ, J. P. S. P. OLIVEIRA, G. K. A. CIDRIM, S. R. CARVALHO, O. C. L. F. NETO<br />
USG e TC <strong>de</strong> abdome são exames <strong>de</strong> primeira linha na investigação<br />
<strong>de</strong> pancreatite, sendo fundamental reconhecer anormalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> imagem e manter alto índice <strong>de</strong> suspeição para<br />
PAAE. 5<br />
USG com doppler é operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e po<strong>de</strong> ser limitada<br />
por obesida<strong>de</strong>, sombra gasosa intestinal, arteriosclerose.<br />
Pequenos pseudoaneurismas po<strong>de</strong>m passar <strong>de</strong>spercebidos<br />
pela menor resolução espacial do método. 8 TC <strong>de</strong> abdome é<br />
um bom método não-invasivo para i<strong>de</strong>ntifi car complicações<br />
vasculares <strong>de</strong> pancreatite. No entanto, angiografi a permite<br />
i<strong>de</strong>ntifi cação da fonte <strong>de</strong> sangramento e correção do foco<br />
sangrante quando indicada. 9<br />
O tratamento <strong>de</strong> PAAE é mandatório, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> tamanho do pseudoaneurisma ou sintomas associados 3<br />
<strong>de</strong>vido à alta taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> quando não tratado (25 a<br />
50%). 9<br />
A embolização transarterial percutânea da artéria sangrante<br />
é tratamento padrão-ouro para PAAE em pacientes hemodinamicamente<br />
estáveis. A taxa <strong>de</strong> sucesso do procedimento<br />
varia <strong>de</strong> 78% a 100%. 4 Falhas po<strong>de</strong>m resultar da inabilida<strong>de</strong><br />
para cateterização do vaso, espasmo arterial, perfuração/ruptura<br />
do PAAE. Taxa <strong>de</strong> complicação varia <strong>de</strong> 3 a<br />
18%. Maiores complicações são: agudização <strong>de</strong> pancreatite<br />
crônica, necrose pancreática, infarto esplênico, isquemia<br />
intestinal, migração/oclusão do dispositivo utilizado. 10<br />
Abordagem cirúrgica agressiva está reservada para pacientes<br />
hemodinamicamente instáveis ou com falha terapêutica<br />
angiográfi ca. 9 Complicações secundárias <strong>de</strong> hemorragia,<br />
como infecção ou compressão extrínseca, po<strong>de</strong>m indicar<br />
cirurgia. 10<br />
Ainda não há consenso sobre o melhor procedimento<br />
cirúrgico para tratamento <strong>de</strong> PAAE, mas ligação proximal e<br />
distal dos vasos sangrantes tem sido superior à ressecção<br />
pancreática em algumas séries. 9 Pancreatectomia distal e<br />
esplenectomia são recomendadas para tratamento <strong>de</strong> lesões<br />
sangrantes localizadas em cauda pancreática por apresentarem<br />
baixa taxa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. Pancreaticoduo<strong>de</strong>nectomia<br />
<strong>de</strong>ve ser limitada a situações especiais. 6<br />
Resultados cirúrgicos são melhores em pacientes com lesão<br />
em corpo ou cauda pancreática (mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16%), se<br />
comparados àqueles com lesão em cabeça <strong>de</strong> pâncreas<br />
(mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 43%). 6 O paciente em questão apresentou<br />
hemorragia digestiva alta recorrente, não justifi cada pelos<br />
achados endoscópicos (varizes esofágicas <strong>de</strong> fi no calibre e<br />
gastropatia da hipertensão portal hemorrágica sem sangramento<br />
ativo).<br />
O quadro <strong>de</strong> pancreatite aguda <strong>de</strong> etiologia alcoólica,<br />
evoluindo com formação e ruptura <strong>de</strong> PAAE para o interior<br />
do TGI, permaneceu como principal hipótese. No entanto,<br />
não foi possível evi<strong>de</strong>nciar origem do sangramento por EDA<br />
pela limitação do método. Arteriografi a realizada i<strong>de</strong>ntifi cou<br />
trombose espontânea <strong>de</strong> PAAE. Como o paciente apresentou<br />
novo episódio <strong>de</strong> sangramento e instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica,<br />
optou-se pela laparotomia exploradora. A visualização<br />
<strong>de</strong> fístula <strong>de</strong> PAAE para cavida<strong>de</strong> gástrica e as lesões isquêmicas<br />
extensas do baço indicaram gastrectomia segmentar,<br />
com ligadura <strong>de</strong> artéria esplênica e esplenectomia. Apesar<br />
<strong>de</strong> diversos estudos recomendarem pancreatectomia distal<br />
em lesões pancreáticas caudais, o pâncreas foi preservado,<br />
pois não havia comprometimento tecidual importante.<br />
Conclusão<br />
A ruptura <strong>de</strong> PAAE para o interior do TGI <strong>de</strong>ve ser lembrada<br />
em pacientes com hemorragia digestiva alta associada a<br />
quadro <strong>de</strong> pancreatite aguda, sem evidência endoscópica da<br />
origem do sangramento.<br />
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45 31<br />
<strong>32</strong>(1):28-31<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31
Artigo <strong>de</strong> Revisão<br />
Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose<br />
hepatoesplênica<br />
Imaging techniques in the diagnosis of hepatosplenic schistosomiasis<br />
ZULANE DA SILVA TAVARES VEIGA, 1 JOÃO LUIZ PEREIRA, 2 GUSTAVO HENRIQUE PEREIRA, 3 FLÁVIA FERREIRA FERNANDES, 4<br />
DANIELA MARTINZ MARIZ 5<br />
<strong>32</strong> 46<br />
<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />
Resumo<br />
A esquistossomose constitui grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
pública, com mais <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> infectados no<br />
mundo. Deste total, cerca <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong>senvolvem a forma<br />
hepatoesplênica da doença caracterizada por fi brose periportal<br />
e hipertensão porta. No passado, o diagnóstico da<br />
esquistossomose hepatoesplênica (EHE) era realizado<br />
por métodos invasivos como esplenoportografi a e biópsia<br />
hepática. O estudo das alterações no sistema porta e da<br />
morfologia hepática e esplênica com métodos <strong>de</strong> imagem<br />
representou um avanço signifi cativo no diagnóstico da<br />
doença. Os métodos mais utilizados atualmente são a<br />
ultrassonografi a abdominal, a ressonância nuclear magnética<br />
e a tomografi a computadorizada <strong>de</strong> abdomen. O objetivo<br />
do presente artigo é abordar as principais contribuições<br />
<strong>de</strong> cada método no diagnóstico da EHE.<br />
Unitermos: Esquistossomose Hepatoesplênica, Diagnóstico,<br />
Métodos <strong>de</strong> Imagem.<br />
Abstract<br />
Schistosomiasis is a serious public health problem with<br />
over 200 million infected worldwi<strong>de</strong>. Nearly 10% of infected<br />
individuals <strong>de</strong>velop the hepatosplenic form of the disease<br />
characterized by periportal fi brosis and portal hypertension.<br />
In the past, the diagnosis of hepatosplenic schistosomiasis<br />
(HHS) was performed by invasive methods such as<br />
liver biopsy and splenoportography. The study of changes<br />
in portal system and morphological aspects of liver and<br />
spleen with imaging techniques represented a signifi cant<br />
advance in the diagnosis of the disease. The most wi<strong>de</strong>ly<br />
used techniques are abdominal ultrasonography, magnetic<br />
resonance imaging and computed tomography of the<br />
abdomen. The aim of this article is to discuss the main<br />
contribution of each technique in the diagnosis of HHS.<br />
Keywords: Hepatosplenic Schistosomiasis, Diagnosis,<br />
Imaging Techniques.<br />
Revisão<br />
A esquistossomose é uma doença milenar – há <strong>de</strong>scrição<br />
<strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> Schistosoma mansoni encontrados em múmias<br />
egípcias em 3500 a.C. Entretanto, apenas em 1851, foi<br />
i<strong>de</strong>ntifi cado o parasita Schistosoma hematobium por Theodore<br />
Bilharz nas veias mesentéricas <strong>de</strong> um camponês<br />
egípcio durante uma autópsia¹. A doença foi introduzida<br />
no Brasil provavelmente através do tráfi co <strong>de</strong> escravos<br />
e disseminada para o interior do país pelo fl uxo migratório.<br />
Os primeiros casos da doença foram <strong>de</strong>scritos por<br />
Pirajá da Silva em 1908, mas foi em 1916 que Adolpho<br />
Lutz <strong>de</strong>screveu a doença <strong>de</strong> forma mais ampla: vias <strong>de</strong><br />
transmissão, hospe<strong>de</strong>iro, biologia do parasita e métodos<br />
diagnósticos.¹<br />
1. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> <strong>Jan</strong>eiro (UFRJ). 2. Médico<br />
do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da UFRJ. 3. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC<br />
da UFRJ. 4. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da UFRJ. 5. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />
e Hepatologia do HC da UFRJ. En<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correspondência: Zulane da Silva Tavares Veiga - Av. Londres 616 - prédio 1, 3º<br />
andar (Setor <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia) – CEP 21041-030. Bonsucesso - Rio <strong>de</strong> <strong>Jan</strong>eiro – RJ/ e-mail: zulane @yahoo.<br />
com.br. Recebido em: 17/05/2<strong>01</strong>2. Aprovado em: 10/12/2<strong>01</strong>2.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36
Z. S. T. VEIGA, J. L. PEREIRA, G. H. PEREIRA, F. F. FERNANDES, D. M. MARIZ<br />
Atualmente, a esquistossomose constitui grave problema <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> pública no mundo com mais <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> infectados<br />
distribuídos em 76 países.² Deste total, 10% <strong>de</strong>senvolvem<br />
a forma hepatoesplênica da doença² caracterizada por fi brose<br />
periportal e hipertensão porta. Ainda que diferentes espécies<br />
<strong>de</strong> Schistosoma predominem em <strong>de</strong>terminadas regiões, como<br />
Schistosoma haematobium na África subsaariana e Schistosoma<br />
japonicum na China, o Schistossoma mansoni é a<br />
espécie mais difundida e prevalente em todo o mundo, sendo<br />
endêmico em 52 países e em territórios da América do Sul,<br />
África, Caribe e região oriental do Mediterrâneo.³<br />
No Brasil, apesar da queda nas taxas <strong>de</strong> prevalência – <strong>de</strong><br />
23,3% em 1977 para 5,4% em 2002¹ – após a implantação<br />
dos Programas Nacionais <strong>de</strong> Controle da Esquistossomose em<br />
1976, a doença ainda é causa <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> signifi cativa. As<br />
zonas endêmicas se concentram no nor<strong>de</strong>ste brasileiro, predominantemente<br />
na faixa litorânea da Bahia ao Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Norte além <strong>de</strong> Minas Gerais e Espírito Santo. Ocorrem ainda<br />
focos isolados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, Pará, Piauí, São Paulo, Rio <strong>de</strong><br />
<strong>Jan</strong>eiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. 4<br />
A fi brose, consequente à reação infl amatória causada pela<br />
presença <strong>de</strong> ovos do parasita nas pare<strong>de</strong>s dos vasos portais,<br />
é o substrato anatômico da forma grave da doença. 5 A complicação<br />
mais grave é a hemorragia digestiva alta por ruptura <strong>de</strong><br />
varizes esofagogástricas que representam a principal causa <strong>de</strong><br />
óbito em pacientes com esquistossomose. 6<br />
No passado, o diagnóstico <strong>de</strong> forma hepatoesplênica era<br />
realizado por métodos invasivos como esplenoportografi a e<br />
biópsia hepática. O estudo das alterações no sistema porta e<br />
da morfologia hepática e esplênica com métodos <strong>de</strong> imagem<br />
representou um avanço signifi cativo no diagnóstico da forma<br />
hepatoesplênica da esquistossomose. Os métodos mais utilizados<br />
atualmente no estudo da hipertensão porta são a ultrassonografi<br />
a abdominal, a ressonância nuclear magnética e a<br />
tomografi a computadorizada <strong>de</strong> abdômen.<br />
O objetivo do presente artigo é abordar as principais contribuições<br />
<strong>de</strong> cada método no diagnóstico da Esquistossomose<br />
Hepatoesplênica (EHE).<br />
Ultrassonografia Abdominal<br />
A ultrassonografi a abdominal (USG) é o método <strong>de</strong> escolha<br />
para avaliar as alterações no fígado e baço causadas pela EHE, e<br />
vem sendo amplamente utilizado em estudos populacionais nas<br />
regiões <strong>de</strong> alta prevalência e na avaliação <strong>de</strong> pacientes com a<br />
doença <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80. 7 Apesar <strong>de</strong> ser um método com<br />
gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> interobservador, é não-invasivo, simples,<br />
seguro, com boa acessibilida<strong>de</strong> em nosso meio e capaz <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntifi car as principais alterações ocasionadas pela doença. É o<br />
método <strong>de</strong> primeira escolha no diagnóstico da fi brose hepática e<br />
na classifi cação <strong>de</strong> sua intensida<strong>de</strong>. 7,8 Estudos recentes <strong>de</strong>monstraram<br />
que a sensibilida<strong>de</strong> e a especifi cida<strong>de</strong> da ultrassonografi a<br />
abdominal no reconhecimento da fi brose hepática esquistossomótica<br />
– também conhecida como Fibrose <strong>de</strong> Symmers – é<br />
comparável ao exame histológico. 9,10<br />
Dentre os achados ultrassonográfi cos, o espessamento fi broso<br />
periportal é a alteração mais frequente e característica da<br />
doença, sendo evi<strong>de</strong>nciado como área <strong>de</strong> hiperecogenicida<strong>de</strong><br />
periportal. Esse espessamento fi broso é mais acentuado no hilo<br />
hepático, po<strong>de</strong>ndo se esten<strong>de</strong>r para os espaços portais intrahepáticos<br />
e para a região perivesicular. 9<br />
No fígado, po<strong>de</strong>m-se i<strong>de</strong>ntifi car granulomas que se formam<br />
nos espaços periportais reacionais aos ovos <strong>de</strong> Schistossoma<br />
mansoni. Geralmente não são visíveis à macroscopia <strong>de</strong>vido às<br />
pequenas dimensões, porém eventualmente po<strong>de</strong>m apresentar<br />
dimensões maiores e aparecerem na ultrassonografi a como<br />
nódulo solitário em até 11% dos pacientes. 12<br />
O parênquima hepático geralmente encontra-se preservado,<br />
contudo, em casos avançados, a superfície hepática po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
pseudonódulos como resultado da progressão da fi brose.<br />
Outras alterações hepáticas <strong>de</strong>tectáveis à ultrassonografi a são<br />
a hipertrofi a do lobo esquerdo com atrofi a do lobo direito, que<br />
parece estar relacionado ao maior fl uxo sanguíneo para o lobo<br />
esquerdo, 11 uma vez que recebe maior aporte sanguíneo da<br />
veia esplênica. Esplenomegalia, que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aumento<br />
discreto até muito expressivo, tem sido encontrada em 90% a<br />
100% dos casos 12 e está relacionada a diversos fatores, <strong>de</strong>ntre<br />
eles, o estímulo antigênico contínuo com proliferação retículo<br />
endotelial e a congestão consequente à hipertensão porta.<br />
Em alguns casos, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifi cados nódulos esplênicos,<br />
também conhecidos como nódulos si<strong>de</strong>róticos ou nódulos<br />
<strong>de</strong> Gamna-Gandi. Tais nódulos são focos hemorrágicos organizados<br />
<strong>de</strong>ntro do baço causados pela hipertensão porta. O<br />
aspecto ultrassonográfi co é <strong>de</strong> lesão nodular hiperecogênica<br />
com pequenas dimensões. A fi brose perivesicular é observada<br />
em até 80% dos casos 12,13 e po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a uma extensão<br />
da fi brose periportal. 14 Trombose <strong>de</strong> veia porta é um achado<br />
pouco comum na EHE, po<strong>de</strong>ndo estar presente em até 6% dos<br />
casos. 12<br />
A ultrassonografi a po<strong>de</strong> ainda ser utilizada como instrumento<br />
<strong>de</strong> avaliação da resposta terapêutica e regressão da fi brose,<br />
conforme foi <strong>de</strong>monstrado em dois estudos: Homeida et al<br />
47 33<br />
<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36
Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />
34 48<br />
<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />
estudou 28 pacientes que apresentaram regressão da fi brose<br />
três anos após o tratamento com Praziquantel 15 ; e Cota et al.,<br />
avaliando 42 pacientes quatro anos após o tratamento com<br />
Oxaminiquine e confi rmando a regressão da fi brose em <strong>32</strong>% dos<br />
pacientes, <strong>de</strong>saparecimento da esplenomegalia em 59%. 16<br />
A introdução da dopplerfl uxometria aumentou a sensibilida<strong>de</strong><br />
da USG, uma vez que permite o estudo dos padrões hemodinâmicos<br />
<strong>de</strong> modo não-invasivo, com a avaliação do diâmetro dos<br />
vasos, velocida<strong>de</strong> e direção dos fl uxos sanguíneos e a <strong>de</strong>tecção<br />
<strong>de</strong> vasos venosos colaterais. Na hipertensão porta, po<strong>de</strong>-se<br />
<strong>de</strong>tectar graus variáveis <strong>de</strong> dilatação da veia porta, veias esplênica<br />
e mesentérica superior. A presença <strong>de</strong> vasos colaterais 17<br />
com fl uxo hepatofugal é frequentemente <strong>de</strong>scrita especialmente<br />
no território das veias gástrica esquerda e gástrica curta, assim<br />
como no aparecimento <strong>de</strong> anastosmoses esplenorrenais espontâneas<br />
e veias paraumbilicais. Estes po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifi cados como<br />
vasos dilatados no hilo hepático, na pequena curvatura gástrica<br />
(veia gástrica esquerda), no hilo esplênico (veias gástricas curtas<br />
e anastomoses venosas esplenorrenais espontâneas) e como<br />
vasos ao longo do ligamento redondo (veias paraumbilicais e<br />
císticas).<br />
É importante ressaltar que o aumento <strong>de</strong> calibre das veias<br />
paraumbilicais com fl uxo hepatofugal é um achado bastante<br />
característico <strong>de</strong> hipertensão porta. 18 Uma alteração frequente<br />
na hipertensão porta por esquistossomose é a i<strong>de</strong>ntifi cação da<br />
veia gástrica esquerda, que po<strong>de</strong> ocorrer quando seu diâmetro<br />
medir mais <strong>de</strong> 6 mm. Este achado é mais frequente na esquistossomose<br />
do que na cirrose, fato atribuído à hipertrofi a do lobo<br />
esquerdo, o que facilitaria sua i<strong>de</strong>ntifi cação. 12<br />
Alguns estudos sugerem que parâmetros, como o tamanho do<br />
baço, diâmetros da veia porta e esplênica e a presença <strong>de</strong> circulação<br />
colateral, estão relacionados ao risco <strong>de</strong> hemorragia digestiva<br />
por ruptura <strong>de</strong> varizes <strong>de</strong> esôfago em pacientes com esquistossomose<br />
hepatoesplênica, 19,20 ainda que não haja consenso na<br />
literatura.<br />
O Quadro 1 resume os oito principais achados ultrassonográfi cos<br />
da Fibrose Hepática Esquistossomótica (Fibrose <strong>de</strong> Symmers).<br />
Espessamento<br />
periportal<br />
Espessamento<br />
perivesicular<br />
Redução do lobo<br />
direito<br />
Aumento do lobo<br />
esquerdo<br />
Esplenomegalia<br />
Dilatação dos<br />
vasos portais<br />
Circulação colateral<br />
hepatofugal<br />
Trombose porta<br />
Classificação <strong>de</strong> Fibrose Periportal<br />
Com objetivo <strong>de</strong> padronizar e quantifi car a fi brose periportal<br />
em pacientes esquistossomóticos, foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />
critérios ultrassonográfi cos para a avaliação da fi brose<br />
periportal pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) nos<br />
encontros <strong>de</strong> Cairo em 1990 e Niamey em 1996.<br />
Os critérios utilizados são o qualitativo, que leva em consi<strong>de</strong>ração<br />
a textura hepática, e o quantitativo, que utiliza a<br />
medida objetiva da espessura das pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ramos da veia<br />
porta. De acordo com este protocolo, a fi brose periportal<br />
po<strong>de</strong> ser classifi cada como: ausente (padrão A), leve (B, C,<br />
D e Dc), mo<strong>de</strong>rada (E e Ec) ou intensa (F). 21 Essa classifi -<br />
cação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrada na Figura 1.<br />
Figura 1. Padrões ultrassonográficos <strong>de</strong> fibrose hepática<br />
associada à esquistossomose da OMS. A. Padrão<br />
normal. B. “Céu estrelado” (Focos ecogênicos difusos).<br />
C. Ecos anelares e hastes <strong>de</strong> cachimbo. D. “Ruff” Hiperecogenicida<strong>de</strong><br />
junto à bifurcação portal. E. “Manchas”<br />
(focos ecogênicos, esten<strong>de</strong>ndo-se dos vasos portais<br />
para o parênquima). F. “Garra <strong>de</strong> pássaro” (bandas altamente<br />
ecogênicas esten<strong>de</strong>ndo-se até o parênquima<br />
retraindo-o; Dc e Ec: padrões combinados.<br />
Adaptado do Niamey Working Group 1996.<br />
As alterações causadas pela EHE <strong>de</strong>vem ser diferenciadas<br />
das alterações causadas por outras doenças que causam<br />
hipertensão porta.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36
Z. S. T. VEIGA, J. L. PEREIRA, G. H. PEREIRA, F. F. FERNANDES, D. M. MARIZ<br />
O principal diagnóstico diferencial da EHE na prática clínica<br />
é a cirrose hepática. Na cirrose, habitualmente observa-se<br />
superfície hepática irregular, geralmente nodular, além <strong>de</strong><br />
heterogenicida<strong>de</strong> difusa do parênquima. 22 Ascite é frequentemente<br />
<strong>de</strong>tectada. Estas características habitualmente estão<br />
ausentes na esquistossomose.<br />
A esplenomegalia, ainda que frequente na cirrose, habitualmente<br />
não atinge as dimensões observadas na esquistossomose.<br />
12 O espessamento periportal também po<strong>de</strong> ser encontrado<br />
na cirrose, porém é limitado ao tronco portal sendo<br />
menos acentuado do que na esquistossomose. 12<br />
uma padronização dos achados <strong>de</strong> fi brose periportal na RNM.<br />
Silva et al. 30 , ao avaliar 60 pacientes com EHE por RNM com o<br />
objetivo <strong>de</strong> classifi car a intensida<strong>de</strong> da fi brose periportal, utilizando<br />
a padronização da OMS para USG como guia, observou<br />
baixa reprodutibilida<strong>de</strong>, indicando que talvez seja necessária<br />
uma padronização própria para a RNM.<br />
Poucos estudos comparam a USG com a RNM. Voieta et<br />
al., 29 ao avaliar 14 pacientes com EHE e hemorragia digestiva<br />
submetidos aos dois métodos <strong>de</strong> imagem, encontrou mo<strong>de</strong>rada<br />
concordância (kappa 0,41) entre USG e RNM na i<strong>de</strong>ntifi<br />
cação da Fibrose <strong>de</strong> Symmers.<br />
Ressonância Nuclear Magnética<br />
A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) é um método<br />
<strong>de</strong> imagem com alta sensibilida<strong>de</strong> para avaliação <strong>de</strong> alterações<br />
hepáticas causadas por diversas patologias, tendo sido<br />
<strong>de</strong>scrita no estudo da esquistossomose fundamentalmente<br />
como relatos <strong>de</strong> caso e série <strong>de</strong> casos. 23-28<br />
Os achados mais importantes da esquistossomose hepatoesplênica<br />
na RNM são a acentuação do sinal periportal<br />
em sequências T2 e a hipointensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinal em relação<br />
ao parênquima hepático normal em sequência T1 com<br />
supressão <strong>de</strong> gordura. Sequências T1 mostram acentuação<br />
do sinal periportal <strong>de</strong>pois da administração <strong>de</strong> contraste.<br />
Tem-se sugerido que o sinal hiperintenso observado em T2<br />
po<strong>de</strong> diferenciar ativida<strong>de</strong> infl amatória <strong>de</strong> fi brose, o que não<br />
é possível ser avaliado pela USG. 24<br />
Outras alterações frequentemente observadas incluem alargamento<br />
das fi ssuras hepáticas como a fi ssura umbilical, fossa<br />
vesicular e hilo hepático, irregularida<strong>de</strong> no contorno hepático<br />
e heterogenicida<strong>de</strong> do parênquima. 24 Mudanças morfológicas<br />
no fígado e baço são bem caracterizadas como redução do<br />
lobo direito, aumento do lobo esquerdo e caudado, assim<br />
como esplenomegalia. Nódulos si<strong>de</strong>róticos <strong>de</strong> Gamna-Gandi<br />
são <strong>de</strong>tectados no baço em 84% dos casos. 24<br />
É importante ressaltar que as imagens da RNM correlacionam-se<br />
fortemente com os achados anatomopatológicos<br />
macroscópicos da Fibrose <strong>de</strong> Symmers com maior niti<strong>de</strong>z do<br />
que a USG, com a vantagem <strong>de</strong> ser um método não-invasivo. 29<br />
Além disso, apresenta superiorida<strong>de</strong> na i<strong>de</strong>ntifi cação dos<br />
vasos portais, trombose <strong>de</strong> veia porta e colaterais sobretudo<br />
quando combinado com a realização <strong>de</strong> angiorressonância. 24<br />
Em contraponto ao fato <strong>de</strong> ser um método não-invasivo e altamente<br />
sensível, seu uso no diagnóstico da doença é limitado<br />
pela pouca acessibilida<strong>de</strong>. Soma-se a isso o fato <strong>de</strong> não existir<br />
Tomografia Computadorizada<br />
A Tomografi a Computadorizada (TC) po<strong>de</strong> ser utilizada no<br />
estudo da esquistossomose com achados similares aos da<br />
USG. Na TC, o espessamento periportal é visualizado como<br />
áreas <strong>de</strong> hipo<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> nas áreas periportais que po<strong>de</strong> se<br />
esten<strong>de</strong>r uniformemente pelos dois lobos hepáticos com<br />
marcada acentuação após a injeção <strong>de</strong> contraste, 27,28 tornando-se<br />
iso<strong>de</strong>nso ou hiper<strong>de</strong>nso em relação ao parênquima<br />
circunjacente. A TC po<strong>de</strong> ser utilizada para <strong>de</strong>linear o sistema<br />
porta e a circulação colateral com sensibilida<strong>de</strong> semelhante à<br />
RNM. 7 A angiotomografi a po<strong>de</strong> ser utilizada para <strong>de</strong>monstrar<br />
os shunts portossistêmicos. 7<br />
Outros Métodos <strong>de</strong> Imagem<br />
Outros métodos <strong>de</strong> imagem vêm sendo estudados na avaliação<br />
da esquistossomose hepatoesplênica. A ecoendoscopia na<br />
graduação da presença e intensida<strong>de</strong> da hipertensão porta<br />
assim como a elastografi a hepática transitória na avaliação da<br />
fi brose. 31 Aguardam-se as conclusões dos estudos.<br />
Conclusão<br />
A avaliação não-invasiva por métodos <strong>de</strong> imagem tem sido<br />
amplamente utilizada em pacientes com EHE. A USG é<br />
o método melhor consolidado no estudo das alterações<br />
causadas pela doença, no entanto possui limitações sobretudo<br />
por ser operador <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A RNM <strong>de</strong>screve <strong>de</strong><br />
forma mais <strong>de</strong>talhada as alterações <strong>de</strong>correntes da fi brose<br />
hepática e da hipertensão porta. No entanto, ainda aguarda<br />
padronização na avaliação da fi brose periportal hepática e<br />
seu uso rotineiro é limitado pela pouca acessibilida<strong>de</strong>. Os<br />
achados da TC po<strong>de</strong>m ser semelhantes aos da USG. Novos<br />
métodos <strong>de</strong> imagem como ecoendoscopia e fi broscan estão<br />
em avaliação no estudo da EHE.<br />
49 35<br />
<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36
Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />
36 50<br />
<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />
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Fernan<strong>de</strong>s FF, Veiga ZTV, Pereira GHS, Pereira JL et al.<br />
Avaliação <strong>de</strong> Fibrose Hepática por Elastografi a Hepática<br />
Transitória em Pacientes com Esquistossomose Hepatoesplênica.<br />
Pôster apresentado no XXI Congresso <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong><br />
Hepatologia 2<strong>01</strong>1.<br />
GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36
ESOP (esomeprazol magnésio). APRESENTAÇÕES: Comprimidos revestidos <strong>de</strong> 20mg e 40mg. Embalagem contendo 14 e 28c omprimidos revestidos. INDICAÇÕES: é indicado<br />
para o tratamento <strong>de</strong> doenças ácido pépticas e alívio dos sintomas <strong>de</strong> azia, regurgitação ácida e dor epigástrica. Também é efetivo para a erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori<br />
associado com os antibióticos corretos. - Doença do refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva; - Tratamento <strong>de</strong> manutenção para prevenir a<br />
recidiva <strong>de</strong> esofagite; - Tratamento dos sintomas da doença <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE), tais como: pirose/azia (queimação retroesternal), regurgitação ácida e dor<br />
epigástrica; - Pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia contínua com antiinfl amatórios não hormonais (AINH): - Tratamento dos sintomas gastrintestinais altos associados à terapia com<br />
AINH; - Cicatrização <strong>de</strong> úlceras gástricas associadas à terapia com AINH, incluindo COX-2 seletivos; - Prevenção <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais associadas ao tratamento com<br />
AINH, incluindo COX-2 seletivos, em pacientes <strong>de</strong> risco; - Tratamento da úlcera duo<strong>de</strong>nal aasociada ao Helicobacter pylor; - Erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori em associação<br />
com um tratamento antibacteriano a<strong>de</strong>quado; - Condições patológicas hipersecretoras incluindo síndrome <strong>de</strong> Zollinger-Ellison e hipersecreção idiopática; - Manutenção da<br />
hemostasia e prevenção <strong>de</strong> ressangramento <strong>de</strong> úlceras gástrica e duo<strong>de</strong>nal após tratamento com esomeprazol sódico iv. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida<br />
ao esomeprazol, benzoimidazóis ou a qualquer outro componente da formulação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Na presença <strong>de</strong> qualquer sintoma <strong>de</strong> alarme (ex.: perda <strong>de</strong><br />
peso não intencional signifi cativa, vômito recorrente, disfagia, hamatêmese ou melena) e quando há suspeita ou presença <strong>de</strong> úlcera gástrica, a malignida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser excluída,<br />
pois o tratamento com Esop po<strong>de</strong> aliviar os sintomas e retardar o diagnóstico. Os pacientes sob tratamento prolongado (particulatmente aqueles tratados por mais <strong>de</strong> um ano)<br />
<strong>de</strong>vem ser mantidos sob supervisão médica constante. Pacientes em tratamento <strong>de</strong> uso conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser instruídos a contatar o seu médico se os seus<br />
sintomas mudarem <strong>de</strong> característica. Quando prescrever Esop para uso quando necessário, as implicações <strong>de</strong> interações com outros medicamentos, <strong>de</strong>vido à ocilações nas<br />
concentrações plasmáticas <strong>de</strong> esomeprazol <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas. Quando prescrever Esop para erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar possíveis interações<br />
medicamentosas para todos os componentes da terapia tripla. A claritromicina é um potente inibidor do CYP3A4 e, portanto, as contraindicações e interações da claritromicina<br />
<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas quando a terapia tripla é utilizada em pacientes tratados concomitantemente com outros fármacos metabolizadores via CYP3A4, como a cisaprida. Não<br />
é recomendada a administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol com fármacos como o atazanavir e o nelfi navir. Pacientes com problemas hereditários raros <strong>de</strong> intolerância à<br />
frutose, e má absorção <strong>de</strong> glicose-galactose ou insufi ciência <strong>de</strong> sacarase-isomaltase não <strong>de</strong>vem receber este medicamento. Uso durante a gravi<strong>de</strong>z e lactação: Categoria <strong>de</strong><br />
risco na gravi<strong>de</strong>z: B. Estão disponíveis dados clínicos limitados para o esomeprazol em gestantes sob exposição. Estudos em animais com esmeprazol não indicam efeitos<br />
nocivos diretos ou indiretos com relação ao <strong>de</strong>senvolvimento embrionário/fetal. Estudos em animais com a mistura racêmica não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos com<br />
relação à gravi<strong>de</strong>z, parto ou <strong>de</strong>senvolvimento pós-natal. Deve-se tomar cuidado na prescrição para mulheres grávidas. Não se sabe se o esomeprazol é excretado no leite<br />
humano. Não foram realizados estudos em lactantes. Portanto, Esop não <strong>de</strong>ve ser usado durante a amamentação. RESULTADOS DE EFICÁCIA: Efeito na secreção ácida<br />
gástrica: Após a dose oral com 20mg e 40mg <strong>de</strong> esomeprazol, o início do efeito ocorre em uma hora. Após a administração repetida <strong>de</strong> 20mg <strong>de</strong> esomeprazol, uma vez ao dia,<br />
por cinco dias, o pico médio <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ácido após estimulação pentagastrina é reduzido em 90%, quando medido 6-7 horas após a dosagem, no quinto dia. Após 5 dias<br />
da dose oral com 20mg e 40mg <strong>de</strong> esomeprazol, o pH intragástrico maior que 4 foi mantidopor um período médio <strong>de</strong> 13 e 17horas, respectivamente, em um período <strong>de</strong> 24<br />
horas, em pacientes com Doença do Refl uxo Gastroesofágico (DRGE) sintomáticos. As proporções <strong>de</strong> pacientes que mantiveram um pH intragástrico maior que 4 pelo menos 8,<br />
12 e 16 horas, respectivamente, para 20mg <strong>de</strong> esomeprazol foram 76%, 54% e 24%. As proporções correspon<strong>de</strong>ntes para 40mg <strong>de</strong> esomeprazol foram 97%, 92% e 56%.<br />
Usando a AUC (área sobre a curva) como um parâmetro substituto para a concentração plasmática, foi mostrada uma relação entre a inibição da secreção ácida e exposição.<br />
Efeitos terapêuticos da inibição ácida: Cicatrização da esofagite <strong>de</strong> refl uxo com 40mg <strong>de</strong> esomeprazol ocorre em aproximadamente 78% dos pacientes após 4 semanas, e em<br />
93% após 8 semanas. O tratamento <strong>de</strong> uma semana com 20mg <strong>de</strong> esomeprazol duas vezes ao dia e antibióticos a<strong>de</strong>quados, resulta em erradicação bem sucedida do<br />
Helicobacter pylori em aproximadamente 90% dos pacientes. Após o tratamento <strong>de</strong> erradicação por uma semana, não há necessida<strong>de</strong> da monoterapia subsequente com drogas<br />
antisecretoras para a cicatrização efetiva <strong>de</strong> úlcera e para o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas <strong>de</strong> úlceras duo<strong>de</strong>nais não complicadas. Em um estudo clínico randomizado, duplocego,<br />
placebo-controlado, 764 pacientes receberam 80mg por infusão intravenosa contínua em bolus <strong>de</strong> esomeprazol sódico iv por 71,5 horas, seguido por tratamento contínuo<br />
com esomeprazol 40mg, por via oral, por 27 dias. Aos 7 e 30 dias pós-tratamento, a ocorrência <strong>de</strong> ressangramento foi <strong>de</strong> 7,2% por grupo tratamento vs 12,9% no grupo placebo<br />
e 7,7% vs 13,6% respctivamente. Outros efeitos relacionados com a inibição ácida: Durante o tratamento com substâncias antisecretoras, a gastrina sérica aumenta em<br />
resposta à diminuição da secreção ácida. Um número aumentado <strong>de</strong> células enterocromafi ns, possivelmente relacionado com o aumento dos níveis séricos <strong>de</strong> gastrina, foi<br />
observado em alguns pacientes durante tratamento a longo prazo com esomeprazol. Foi relatado que durante o tratamento prolongado com drogas antisecretoras, cistos<br />
glandulares gástricos ocorreram em uma frequencia relativamente elevada. Essas alterações são uma consequência fi siológica da inibição pronunciada da secreção ácida, são<br />
benignas e parecem ser reversíveis. Com a aci<strong>de</strong>z gástrica reduzida <strong>de</strong>vido à qualquer meio, incluindo inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons, há aumento da contagem gástrica <strong>de</strong><br />
bactérias normalmente presentes no trato gastrointestinal. Tratamento com inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons po<strong>de</strong> levar à um leve aumento do risco <strong>de</strong> infecções gastrointestinais,<br />
como Salmonella e Campylobacter. Estudos clínicos comparativos: Em cinco estudos cruzados, o perfi l do pH intragástrico em 24 horas com esomeprazol 40mg oral, lansoprazol<br />
30mg, omeprazol 20mg, pantoprazol 40mg e rabeprazol 20mg uma vez ao dia foi avaliado em 24 pacientes com Doença do Refl uxo Gastroesofágico (DRGE) sintomáticos. No<br />
quinto dia, o pH intragástrico foi mantido acima <strong>de</strong> 4,0 por uma média <strong>de</strong> 15,3 horas com esomeprazol, 13,3 horas com rabeprazol, 12,9 horas com omeprazol, 12,7 horas<br />
com lansoprazol e 11,2 horas com pantoprazol (p ≤ 0,0<strong>01</strong> para as diferenças entre esomeprazol e todos os outros comparados). O esomeprazol também levou a um aumento<br />
signifi cativo na porcentagem <strong>de</strong> pacientes com pH intragástrico maior que 4,0 por mais <strong>de</strong> 12 horas comparado com outros inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons (p
foram relatados quando administrados juntamente com omeprazol e administração concomitante não é recomendada. Para outros fármacos antiretrovirais, como saquinavir,<br />
níveis séricos elevados foram relatados. Existem também alguns fármacos antiretrovirais para os quais níveis séricos inalterados foram relatados quando administrados como<br />
omeprazol. Devido aos efeitos farmacodinâmicos similares e às proprieda<strong>de</strong>s farmacocinéticas <strong>de</strong> omeprazol e esomeprazol, não é recomendada administração concomitante<br />
com esomeprazol e fármacos antiretrovirais, como atazanavir e nelfi navir. Foi <strong>de</strong>monstrado que o esomeprazol não apresenta efeitos clinicamente relevantes na farmacocinética<br />
<strong>de</strong> amoxicilina ou quinidina. Estudos que avaliaram a administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol e naproxeno (AINH não seletivo) ou rofecoxibe (AINH COX-2 seletivo) não<br />
i<strong>de</strong>ntifi caram interação clinicamente relevante. Efeitos <strong>de</strong> outros fármacos na farmacocinética <strong>de</strong> esomeprazol: O esomeprazol é metabolizado pelo CYP2C19 e CYP3A4. A<br />
administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol e um inibidor CYP3A4, claritromicina (500mg duas vezes ao dia), resultou em uma duplicação da exposição (AUC) ao esomeprazol.<br />
A administração concomitante do esomeprazol e um inibidor combinado <strong>de</strong> CYP2C19 e CYP3A4, como o voriconazol, po<strong>de</strong> resultar em uma maior duplicação da exposição ao<br />
esomeprazol. Entretanto, o ajuste da dose <strong>de</strong> esomeprazol não é necessário em qualquer uma <strong>de</strong>stas situações. REAÇÕES ADVERSAS: Comuns: dor <strong>de</strong> cabeça, dor na barriga,<br />
diarreia, gases, enjôo, vômito e prisão <strong>de</strong> ventre. Incomuns: inchaço periférico, difi culda<strong>de</strong> para dormir, tontura, sensação <strong>de</strong> queimação/dormência na pele, sonolência, vertigem,<br />
boca seca, aumento da quantida<strong>de</strong> das enzimas do fígado (este efeito só po<strong>de</strong> ser visto quando um exame <strong>de</strong> sangue é realizado) e reações na pele (<strong>de</strong>rmatite, coceira, urticária<br />
e erupções da pele). Raras: diminuição dos glóbulos brancos do sangue (leucopenia), diminuição das células <strong>de</strong> coagulação no sangue (trombocitompenia), reações <strong>de</strong><br />
hipersensibilida<strong>de</strong> ao medicamento (inchaço, reações/choque anafi lático), diminuição <strong>de</strong> sódio no sangue (hiponatremia), agitação, confusão, <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns do paladar;<br />
visão turva, broncoespasmo, infl amação na mucosa da boca (estomatite), infecção gastrointestinal fúngica (candidíase gastrointestinal), infl amação do fígado (hepatite) com ou<br />
sem icterícia (presença <strong>de</strong> coloração amarela na pele e nos olhos) queda <strong>de</strong> cabelo, sensibilida<strong>de</strong> da pele à luz (fotossensibilida<strong>de</strong>), dores nas articulações, dor muscular, malestar,<br />
aumento da trasnpiração e febre. POSOLOGIA: Adultos: Doença do Refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva: 40mg uma vez ao dia<br />
por 4 semanas. Um tratamento adicional <strong>de</strong> 4 semanas é recomendado para pacientes com esofagite não cicatrizada ou que apresentam sintomas persistentes. - Tratamento<br />
<strong>de</strong> manutenção para prevenir a recidiva em pacientes com esofagite: 20mg uma vez ao dia; - Tratamento dos sintomas das doenças <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE), tais<br />
como pirose/azia (queimação retroesternal), regurgitação ácida e dor epigástrica: 20mg uma vez ao dia para os pacientes que não apresentam esofagite. Se o controle dos<br />
sintomas não for obtido após 4 semanas, o pacientes <strong>de</strong>ve ser investigado. Uma vez resolvidos os sintomas da DRGE, o controle dos sintomas po<strong>de</strong> ser obtido usando-se Esop<br />
na dose <strong>de</strong> 20mg/dia, quando necessário. Em pacientes <strong>de</strong> risco tratados com AINH, o controle dos sintomas utilizando-se um tratamento sob <strong>de</strong>manda, não é recomendado.<br />
Pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia contínua com antiinfl amatórios não hormonais (AINH): - Tratamento dos sintomas gastrointestinais altos associados à terapia com AINH: 20mg<br />
uma vez ao dia em pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia com AINH. Se os sintomas não forem controlados após 4 semanas, o paciente <strong>de</strong>ve ser investigado; - Cicatrização <strong>de</strong><br />
úlceras gástricas associadas à terapia com AINH: a dose é <strong>de</strong> 20mg uma vez ao dia por 4 a 8 semanas. Alguns pacientes po<strong>de</strong>m precisar da dose <strong>de</strong> 40mg, uma vez ao dia, por<br />
4 a 8 semanas. - Prevenção <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais associadas à terapia com AINH em pacientes <strong>de</strong> risco: 20mg uma vez ao dia. Tratamento da úlcera duo<strong>de</strong>nal<br />
associada ao Helicobater pylori erradicação do Helicobater pylori: - 20mg <strong>de</strong> Esop com 1g <strong>de</strong> amoxicilina e 500mg <strong>de</strong> claritromicina, todos duas vezes ao dia, por 7 dias. Não<br />
há necessida<strong>de</strong> da continuida<strong>de</strong> do tratamento com drogas antisecretoras para a cicatrização e resolução dos sintomas <strong>de</strong> úlcera. Condições patológicas hipersecretoras<br />
incluindo síndrome <strong>de</strong> Zollinger-Ellison e hipersecreção idiopática: - A dose inicial recomendada é <strong>de</strong> 40mg <strong>de</strong> Esop duas vezes ao dia. O ajuste <strong>de</strong> dose <strong>de</strong>ve ser individualizado<br />
e o tratamento continuado pelo tempo indicado clinicamente. Doses até 120mg foram administradas duas vezes ao dia. Manutenção da hemostasia e prevenção <strong>de</strong> ressangramento<br />
<strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais após tratamento com esomeprazol sódico iv: - 40mg uma vez ao dia por 4 semanas. O período do tratamento oral <strong>de</strong>ve ser precedido por terapia<br />
<strong>de</strong> supressão ácida com esomeprazol iv 80mg administrado por infusão em bolus por 30 minutos, seguido por uma infusão intravenosa contínua <strong>de</strong> 8mg/h administrada durante<br />
3 dias. Crianças 12-18 anos: Doença do refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva: 40mg uma vez ao dia por 4 semanas. Um tratamento<br />
adicional <strong>de</strong> 4 semanas é recomendado para os pacientes com esofagite não cicatrizada ou aqueles que apresentam sintomas persistentes. - Tratamento dos sintomas da<br />
doença <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE): 20mg uma vez ao dia para os pacientes que não apresentam esofagite. Se o controle dos sintomas não for obtido após 4 semanas,<br />
o paciente <strong>de</strong>ve ser investigado. Uma vez resolvidos os sintomas da DRGE, Esop po<strong>de</strong> ser usado na dose <strong>de</strong> 20mg/dia e sob supervisão médica. - O tratamento com Esop para<br />
crianças (12 – 18 anos) <strong>de</strong>ve ser limitado a 8 semanas. Cada comprimido <strong>de</strong> esomeprazol magnésio triidratado 22,3mg e 44,5mg, equivale respectivamente a esomeprazol<br />
20mg e 40mg. Se o paciente esquecer <strong>de</strong> tomar uma dose Esop, <strong>de</strong>ve-se tomá-lo assim que lembrar, mas se estiver próximo ao horário da próxima dose, não é necessário<br />
tomar a dose esquecida, <strong>de</strong>ve-se apenas tomar a próxima dose, no horário habitual. Crianças: Esop não <strong>de</strong>ve ser usado em crianças menores <strong>de</strong> 12 anos, pois não há dados<br />
disponíveis. Insuficiência renal: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose para os pacientes com insufi ciência renal. Devido à experiência limitada em pacientes com insufi ciência renal<br />
grave, esses pacientes <strong>de</strong>vem ser tratados com precaução. Insufi ciência hepática: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose para os pacientes com insufi ciência hepática <strong>de</strong> leve a<br />
mo<strong>de</strong>rada. Para os pacientes com insufi ciência hepática <strong>de</strong> leve a mo<strong>de</strong>rada. Para os pacientes com insufi ciência hepática grave, uma dose máxima diária <strong>de</strong> 20mg <strong>de</strong> Esop<br />
não <strong>de</strong>ve ser excedida. Idosos: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose. SUPERDOSE: Os sintomas <strong>de</strong>scritos com relação à superdosagem <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> esomeprazol (experiência<br />
limitada <strong>de</strong> doses com mais <strong>de</strong> 240mg/dia) são transitórios. Doses únicas <strong>de</strong> 80mg <strong>de</strong> esomeprazol não apresentaram intercorrências. Não se conhece antídoto específi co. O<br />
esomeprazol liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas e, portanto, não é dializável. Em casos <strong>de</strong> superdosagem, o tratamento <strong>de</strong>ve ser sintomático e medidas <strong>de</strong> suporte<br />
gerais <strong>de</strong>vem ser utilizadas. Registro MS nº 1.2675.<strong>01</strong>64 Detentora: NOVA QUIMICA FARMACÊUTICA LTDA. Fabricado por: EMS S/A - Hortolândia – SP. VENDA SOB<br />
PRESCRIÇÃO MÉDICA.<br />
Contraindicações: Hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida ao esomeprazol, benzoimidazóis<br />
ou a qualquer outro componente da formulação.<br />
Interações medicamentosas: Em comum com o uso <strong>de</strong> outros inibidores da secreção<br />
ácida ou antiácidos, a absorção <strong>de</strong> cetoconazol e itraconazol po<strong>de</strong><br />
diminuir durante o tratamento com esomeprazol. O esomeprazol inibe sua<br />
principal enzima <strong>de</strong> matebolização, CYP2C19. Para alguns fármacos antiretrovirais,<br />
como atazanavir e nelfi navir, níveis séricos reduzidos foram relatados<br />
quando administrados juntamente com omeprazol e administração<br />
concomitante não é recomendada.
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*Alimentos com Alegações <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong>s Funcionais e ou <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Novos Alimentos/Ingredientes, Substâncias Bioativas e Probióticos. Disponível em:<br />
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm. Acesso em <strong>Mar</strong>ço/2<strong>01</strong>3.<br />
**Baseado no PMC sugerido para apresentação com 30 cápsulas.<br />
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M.A.; OLLEROS T. Towards a healthier diet for the colon: the infl uence of fructooligosacchari<strong>de</strong>s and lactobacilli on intestinal health. Nutrition Research, v.22,<br />
p.71-84, 2002. 5. Kairos Web Brasil. Disponível em: . Acesso em: 10 <strong>de</strong>zembro 2<strong>01</strong>2.<br />
Cód.: 7007969 - Impresso em março/2<strong>01</strong>3.<br />
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6,7<br />
Alta<br />
taxa a <strong>de</strong> erradicação<br />
6<br />
do H. pylori<br />
Alívio para o paciente 7<br />
Alivio dos sintomas dispepticoss<br />
7<br />
Eliminação da bacteria e<br />
7<br />
cicatrização da ulcera<br />
4,<br />
13 anos <strong>de</strong> pioneirismo<br />
no tratamento do H. pylori 1<br />
7<br />
dias<br />
28<br />
dias<br />
14<br />
dias<br />
MARCA DE REFERÊNCIA: 1<br />
RECOMENDADA PELO CONSENSO<br />
BRASILEIRO SOBRE H. pylori 8<br />
O tratamento tríplice<br />
com lansoprazol, o IBP<br />
comprovadamente eficaz. 4,5<br />
Referências Bibliográficas: 1. Dados IMS PMB. Setembro/2<strong>01</strong>1- Classe A02B2. 2. Dados Close Up MAT – Fevereiro/2<strong>01</strong>3. 3. Dados IMS Close Up – MAT e Mês – unida<strong>de</strong>s e reais - Fevereiro/2<strong>01</strong>3 - Classe A02B2.<br />
4. Blume H, Donath F, Warnke A, Schug BS. Pharmacokinetic drug interaction profi les of proton pump inhibitors. Drug Saf. 2006;29(9):769-84. 5. An<strong>de</strong>rsson T. Pharmacokinetics, metabolism and interactions of acid<br />
pump inhibitors. Focus on omeprazole, lansoprazole and pantoprazole. Clin Pharmacokinet. 1996 Jul;31(1):9-28. 6. Bellelis P, Samano EST, Nunes RC, Ribeiro LM, Chehter EZ, Catapani WR. Effi cacy of a triple therapy for<br />
Helicobacter pylori eradication in a well-<strong>de</strong>veloped urban area in Brazil. São Paulo Med J. 2004; 122(2): 73-75. 7. Bula PyloriPac ® / PyloriPac ® IBP. 8. Coelho LGV, Zaterka S, Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia e<br />
Núcleo <strong>Brasileiro</strong> para o Estudo do Helicobacter. II Consenso <strong>Brasileiro</strong> sobre Helicobacter pylori. Arq Gastroenterol. 2005; 42 (2): 128-<strong>32</strong>.<br />
PyloriPac ® - PyloriPac ® IBP - lansoprazol + claritromicina + amoxicilina. Indicações: alívio dos sintomas dispépticos relacionados à infecção por Helicobacter pylori e sua erradicação; pacientes com úlceras<br />
ativas ou história <strong>de</strong> úlcera há um ano. Contraindicações: pacientes com história <strong>de</strong> reação alérgica às penicilinas, hipersensibilida<strong>de</strong> aos componentes da fórmula, à<br />
eritromicina, a outros macrolí<strong>de</strong>os; distúrbios eletrolíticos, problemas cardíacos; pacientes em tratamento com terfenadina. Precauções e Advertências: não abrir ou mastigar as cápsulas; cautela em pacientes<br />
idosos, com disfunção hepática e/ou insufi ciência renal mo<strong>de</strong>rada ou grave; possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência cruzada com outros macrolí<strong>de</strong>os; po<strong>de</strong> ocorrer anafi laxia, principalmente em histórias <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> às<br />
penicilinas, às cefalosporinas, não existem estudos a<strong>de</strong>quados durante a gestação humana; a amoxicilina é excretada no leite materno. Interações medicamentosas: lansoprazol: teofi lina, sucralfato, fármacos<br />
que <strong>de</strong>pendam do pH gástrico; claritromicina: teofi lina, carbamazepina, digoxina, cisaprida, primozida,terfenadina, astemizol, zidovudina; amoxicilina: probenecida, antibacterianos bacteriostáticos,<br />
alopurinol, digoxina, contraceptivos orais. Reações adversas: diarreia, cefaleia, tontura, náusea, constipação, epigastralgia, vômito, paladar alterado, elevação transitória <strong>de</strong> enzimas hepáticas incluindo aumento <strong>de</strong><br />
enzimas hepáticas, hepatite colestática e/ou hepatocelular, com ou sem icterícia, glossite, estomatite e monilíase oral, reações alérgicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> urticária e erupções cutâneas leves, até anafi laxia e síndrome <strong>de</strong> Stevens-<br />
Johnson, colite pseudomembranosa, anemia, trombocitopenia, púrpura trombocitopênica, eosinofi lia, leucopenia e agranulocitose, lupus cutâneo eritematoso, hipomagnesemia. Posologia: Pyloripac ® : 1 cápsula <strong>de</strong><br />
lansoprazol 30 mg, 1 comprimido <strong>de</strong> claritromicina 500 mg e 2 cápsulas <strong>de</strong> amoxicilina 500 mg, ingeridos à cada 12 horas, em jejum, durante 7, 10 ou 14 dias. Pyloripac ® IBP: 1 cápsula <strong>de</strong> lansoprazol 30 mg, uma vez<br />
ao dia, <strong>de</strong> 1 a 2 semanas. Após o uso <strong>de</strong> lansoprazol, iniciar o esquema tríplice ingeridos a cada 12 horas, em jejum, durante 7 dias. Po<strong>de</strong>-se também utilizar 1 cápsula <strong>de</strong> lansoprazol 30 mg, por 1 a 2 semanas após o<br />
esquema <strong>de</strong> eliminação do H. pylori, para complementação do tratamento e cicatrização da úlcera péptica. USO ADULTO. Registro no M.S: 1.<strong>01</strong>81.0319. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO<br />
COM RETENÇÃO DA RECEITA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.<br />
©Medley 2<strong>01</strong>3 ® <strong>Mar</strong>ca Registrada – Pyloripac ® IBP ANUNCIO MEDICO PYLORIPAC 2<strong>01</strong>3 - 50517110 – Abril/2<strong>01</strong>3.<br />
Material <strong>de</strong>stinado a profi ssionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.