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Volume 32 - número 01 Jan/Mar 2013 - Colégio Brasileiro de ...

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ASTM CODENT GAEDOW <strong>32</strong>(1):<strong>01</strong>-36 ISSN <strong>01</strong><strong>01</strong>-7772<br />

<strong>Volume</strong> <strong>32</strong> - Número 1 - <strong>Jan</strong>eiro/<strong>Mar</strong>ço, 2<strong>01</strong>3


Melhor relação<br />

custo-benefício entre<br />

os IBPs 1,3,4,11<br />

Alívio aos pacientes<br />

5<br />

Ação rápida<br />

A<br />

5<br />

Comodida<strong>de</strong> posológica 5<br />

Efeito prolongado 5<br />

Prazol®: li<strong>de</strong>rança em receituário<br />

ái<br />

na molécula <strong>de</strong> lansoprazol 2<br />

Eficácia 6<br />

Ação bactericida 6<br />

Segurança 7-10<br />

Referências Bibliográficas: 1. Revista ABC Farma – PMC 18% - Dezembro/2<strong>01</strong>2. 2. Dados Close Up MAT – Fevereiro/2<strong>01</strong>3. 3. Welage LS Berardi RR. Evaluation of omeprazole, lansoprazole, pantoprazole<br />

and rabeprazole in the treatment of acid-related diseases. J Am Pharm Assoc. 2000; 40 (1): 52-62. 4. Manzzionna G, Pace F, Porro GB. Effi cacy of lansoprazole in the short and long-term treatment of Gastrooesophageal<br />

refl ux disease. A Systematic Overview. Clin Drug Invest. 1997; 14: 450-56. 5. Bula do Produto. 6. Nakao M, Malfertheiner P. Growth inhibitory and bactericidal activities of lansoprazole compared<br />

with those of omeprazole and pantoprazole against Helicobacter pylori. Helicobacter. 1998 <strong>Mar</strong>;3(1):21-7. 7. Blume H, Donath F, Warnke A, Schug BS. Pharmacokinetic drug interaction profi les of proton pump<br />

inhibitors. Drug Saf. 2006;29(9):769- 84. 8. An<strong>de</strong>rsson T. Pharmacokinetics, metabolism and interactions of acid pump inhibitors. Focus on omeprazole, lansoprazole and pantoprazole. Clin Pharmacokinet. 1996<br />

Jul;31(1):9-28. 9. Matheson AJ, Jarvis B. Lansoprazole: an update of its place in the management of acid-related disor<strong>de</strong>rs. Drugs. 20<strong>01</strong>;61(12):18<strong>01</strong>-33. 10. Freston JW, Hisada M, Peura DA, Haber MM, Kovacs<br />

TO, Atkinson S, Hunt B. The clinical safety of long-term lansoprazole for the maintenance of healed erosive oesophagitis. Aliment Pharmacol Ther. 2009 Jun 15;29(12):1249-60. 11. How<strong>de</strong>n CW, Ballard II ED,<br />

Robieson W. Evi<strong>de</strong>nce for Therapeutic Equivalence of lansoprazole 30 mg and esomeprazole 40 mg in the treatment of erosive esophagits. Clin Drug Invest. 2002. (22): 99-109.<br />

Prazol ® – lansoprazol. Indicações: Prazol ® 30 mg: cicatrização e alívio sintomático <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo, <strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera gástrica em tratamento <strong>de</strong> curto prazo. Para<br />

tratamento a longo prazo <strong>de</strong> pacientes hipersecretores, portadores ou não <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> Zöllinger-Ellison; Prazol ® 15 mg: manutenção da cicatrização <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva,<br />

<strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera gástrica. Contraindicações: hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida ao lansoprazol ou a qualquer outro componente da<br />

fórmula. Precauções e Advertências: ingerir as cápsulas pela manhã, inteiras, sem mastigar e em jejum. O perfi l farmacocinético <strong>de</strong> lansoprazol po<strong>de</strong> ser modifi cado por insufi ciência<br />

hepática mo<strong>de</strong>rada a severa, bem como em idosos. Cautela na prescrição a pacientes idosos com disfunção hepática, durante a gravi<strong>de</strong>z e no período <strong>de</strong> amamentação. Cautela na<br />

administração <strong>de</strong> doses subsequentes maiores que 30 mg por dia para idosos. Não foram estabelecidas a segurança e a efi cácia do uso em crianças. Cautela em portadores <strong>de</strong> diabetes.<br />

Interações Medicamentosas: teofi lina, sucralfato, cetoconazol, ésteres da ampicilina, sais <strong>de</strong> ferro, digoxina. Reações Adversas: dor abdominal, cefaleia, síndrome gripal, ferimentos<br />

aci<strong>de</strong>ntais, dor no peito, infecção, diarreia, anomalias gastrointestinais (pólipos), vômitos, alterações <strong>de</strong>ntárias, náusea, gastroenterites, alterações retais, artralgia, lupus cutâneo eritematoso,<br />

hipomagnesemia. Posologia: úlcera duo<strong>de</strong>nal: 30 mg ao dia, por duas a quatro semanas; úlcera gástrica e esofagite <strong>de</strong> refl uxo, incluindo úlcera <strong>de</strong> Barrett: 30 mg ao dia, por quatro a oito<br />

semanas; síndrome <strong>de</strong> Zöllinger-Ellison: dose inicial <strong>de</strong> 60 mg ao dia, por três a seis dias. Tratamento <strong>de</strong> manutenção da cicatrização <strong>de</strong> esofagite <strong>de</strong> refl uxo, <strong>de</strong> úlcera duo<strong>de</strong>nal e <strong>de</strong> úlcera<br />

gástrica: 15 mg uma vez ao dia. USO ADULTO. Registro no MS: 1.<strong>01</strong>81.0214. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.<br />

©Medley 2<strong>01</strong>3 ® <strong>Mar</strong>ca Registrada – ANUNCIO MEDICO PRAZOL 2<strong>01</strong>3 – 50517111 – Abril/2<strong>01</strong>3.<br />

Material <strong>de</strong>stinado a profi ssionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.


Gastroenterologia<br />

Endoscopia Digestiva<br />

A Revista GED – Gastrenterologia Endoscopia Digestiva é o órgão ofi cial <strong>de</strong> circulação trimestral da SOBED<br />

(Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia Digestiva), da FBG (Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia), da<br />

SBH (Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia), do CBCD (Colégio <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva) e da SBMD<br />

(Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva). Fundada pelo Capítulo <strong>de</strong> São Paulo da SOBED em 1982,<br />

durante a gestão do Prof. Dr. Arnaldo José Ganc. Registrado na Lei <strong>de</strong> Imprensa em 19/11/1981, sob o no<br />

1.870, Lv. A, n o 5 o Registro <strong>de</strong> Títulos e Documentos <strong>de</strong> São Paulo.<br />

In<strong>de</strong>xada nas seguintes bases <strong>de</strong> dados<br />

LILACS, SCOPUS, EMBASE/EXCERPTA MÉDICA, LATINDEX e ADSAÚDE<br />

Editor Chefe<br />

Paulo Roberto Arruda Alves (SP)<br />

Editores Responsáveis<br />

José Murilo Robilotta Zeitune (SP) – Gastroenterologia<br />

Nelson Adami Andreollo (SP) – Cirurgia Digestiva<br />

Paulo Roberto Arruda Alves (SP) – Endoscopia Digestiva<br />

Rimon Sobhi Azzam (SP) – Motilida<strong>de</strong> Digestiva<br />

Aécio Flávio Meirellez Souza (SP) – Hepatologia<br />

Editores Associados<br />

Arnaldo J. Ganc (SP)<br />

Jaime Natan Eisig (SP)<br />

Eduardo Luiz Rachid Cançado (SP)<br />

<strong>Mar</strong>celo Averbach (SP)<br />

Sânzio S. Amaral (SP)<br />

Conselho Editorial – Brasil<br />

Admar Borges da Costa Jr. (PE), Ana <strong>Mar</strong>ia Pittella (RJ), Antonio Fre<strong>de</strong>rico N. Magalhães (SP), Artur Parada<br />

(SP), Bruno Zilberstein (SP), Claudio Coy (SP), Deborah Crespo (PA), Decio Chinzon (SP), Edmundo Pessoa<br />

Lopes (PE), Edna Strauss (SP), Edson Pedro da Silva (SC), Everson Artifon (SP), Flair Carrilho (SP), Flavio Quilici (SP),<br />

Henrique Coelho (RJ), Hugo Cheinquer (RS), Ismael Maguilnik (RS), João Carlos Andreolli (SP), João Galizzi<br />

Filho (MG), José Galvão Alves (RJ), Julio Cesar U. Coelho (PR), Lix A.R. Oliveira (SP), Lorete M.S. Kotze (PR),<br />

Lúcia Câmara Castro Oliveira (RJ), Luiz Gonzaga Vaz Coelho (MG), Luiz Pimenta Mo<strong>de</strong>na (SP), Luiz Roberto<br />

Lopes (SP), Márcio M. Tolentino (SP), <strong>Mar</strong>cus Túlio Haddad (RJ), <strong>Mar</strong>io Pessoa (SP), <strong>Mar</strong>tha Pedroso (SP),<br />

Maurício Fernando <strong>de</strong> Almeida Barros (SP), Orlando J.M. Torres (MA), Paulo Bittencourt (BA), Paulo R. Ott<br />

Fontes (RS), Paulo Roberto Savassi Rocha (MG), Paulo Sakai (SP), Ramiro Mascarenhas (BA), Raymundo<br />

Paraná (BA), Ricardo A. Refi netti (RJ), Roberto Dantas (SP), Sérgio Gabriel Barros (RS), Tomas Navarro<br />

Rodriguez (SP), Venâncio A.F. Alves (SP), Vera Lúcia Andra<strong>de</strong> (MG), Walton Albuquerque (MG)<br />

Editores Internacionais<br />

Daniel Sifrim (Bélgica), Dirk J. Gouma (Holanda),<br />

Helena Cortez Pinto (Portugal), Jorge Daruich (Argentina)<br />

Expediente Editorial<br />

Coor<strong>de</strong>nadora Geral: Fátima Lombardi dos Santos<br />

En<strong>de</strong>reço da Secretaria Editorial da Revista GED:<br />

Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima, 2.391, Conj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP<br />

Tel.: (11) 3813-1610 – Fax: (11) 30<strong>32</strong>-1460<br />

E-mail: ged@fbg.org.br<br />

Tiragem: 7.000 exemplares<br />

Periodicida<strong>de</strong>: trimestral<br />

Circulação: nacional para todos os associados da SOBED, FBG, SBH, CBCD e SBMD<br />

Números anteriores e separatas: ged@fbg.org.br<br />

Editoração Eletrônica, Distribuição, Impressão e Publicida<strong>de</strong><br />

E-mail: editora@limay.com.br<br />

Tel.: (11) 3186-5600


Sumário<br />

Índice<br />

ISSN <strong>01</strong><strong>01</strong>-7772<br />

Artigo Original<br />

1 A análise morfométrica para avaliar<br />

a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose<br />

hepática na hepatite C crônica após o<br />

transplante renal: uma série<br />

<strong>de</strong> casos<br />

Morphometric analysis to evaluate hepatic<br />

fi brosis progression rate in chronic hepatitis<br />

C after kidney transplantation: a case series<br />

study case series<br />

LUCAS O. CANTADORI, FERNANDO G. ROMEIRO, FABIO<br />

S. YAMASHIRO, CARLOS A. CARAMORI, MARIA F.C.<br />

CARVALHO, GIOVANNI F. SILVA<br />

6 EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal<br />

malignant biliary obstruction: a new<br />

tool when ERCP fails<br />

Drenagem biliar ecoguiada no câncer biliar<br />

distal: uma nova ferramenta na falha da CPRE<br />

JONAS TAKADA, EVERSON L.A. ARTIFON<br />

Relato <strong>de</strong> Caso<br />

13 Apendicite aguda e perfuração<br />

colônica provocada por DIU com<br />

abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />

Appendicitis and colonic perforation caused<br />

by Intrauterine Contraceptive Device with a<br />

vi<strong>de</strong>olaparoscopic approch<br />

ANDRÉ ROSSETTI PORTELA, GERALDO MARTINS ASSUNÇÃO,<br />

LAURA MIRANDA KILIMNIK, KIZY MILLENE FERREIRA DA<br />

COSTA LAGE, JOSÉ DE ALENCAR GONÇALVES DE MACEDO<br />

16 Elastografia ARFI na quantificação dos<br />

graus <strong>de</strong> fibrose hepática<br />

ARFI elastography in quantifying the <strong>de</strong>gree of<br />

hepatic fi brosis<br />

JOEL SCHMILLEVITCH, ANA GORSKI<br />

19<br />

Hemorragia digestiva alta causada por<br />

pólipo gástrico hiperplásico : relato <strong>de</strong><br />

caso<br />

Upper Gastrointestinal Haemorrhage Caused<br />

by Hyperplastic Polyp: Case Report<br />

RENZO RUIZ , JULIANA TRAZZI, GABRIEL IZAR DOMINGUES<br />

DA COSTA, FÁBIO HONDO, CARLOS FURUYA, RICARDO SATO,<br />

PAULO SAKAI, SHINICHI ISHIOKA<br />

25 Cirrose hepática secundária à<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina em<br />

idoso<br />

Cirrhosis secondary to <strong>de</strong>fi ciency of alpha-1<br />

antitrypsin <strong>de</strong>fi ciency in el<strong>de</strong>rly<br />

MARÍLIA MATOS OLIVEIRA, RODRIGO KAMIMURA DE<br />

CASTRO, JOSÉ DO CARMO JÚNIOR, FABRÍCIO FREDERICO<br />

MENDES MARTINS, FELIPE PRATA MISIARA, ERIKA KIYOMI<br />

YUYAMA, SÂNZIO DUPIM SOARES<br />

28 Hemorragia digestiva por fístula<br />

gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong><br />

artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />

Gastric bleeding from splenic artery<br />

pseudoaneurysm: case report<br />

NAYANE PIAUILINO BENVINDO FERREIRA, CECÍLIA LÍVIA DE<br />

OLIVEIRA MARTINS, ANA ANGÉLICA VIEIRA DINIZ, JOÃO<br />

PAULO SEGUNDO DE PAIVA OLIVEIRA, GEÓRGIA KARLA DE<br />

ALMEIDA CIDRIM, SYLENE RAMPCHE DE CARVALHO, OLIVAL<br />

CIRILO LUCENA DA FONSECA NETO<br />

Artigo <strong>de</strong> Revisão<br />

<strong>32</strong> Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico<br />

<strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />

Imaging techniques in the diagnosis of<br />

hepatosplenic schistosomiasis<br />

ZULANE DA SILVA TAVARES VEIGA/ JOÃO LUIZ PEREIRA/<br />

GUSTAVO HENRIQUE PEREIRA/FLÁVIA FERREIRA<br />

FERNANDES/DANIELA MARTINZ MARIZ


Diretoria das Socieda<strong>de</strong>s<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia Digestiva (SOBED)<br />

Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: João Carlos Andreoli • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Ramiro Robson Fernan<strong>de</strong>s Mascarenhas<br />

• 1º Secretário: Jairo Silva Alves • 2ª Secretária: Silvana Dagostin • 1º Tesoureiro: Dalton <strong>Mar</strong>ques Chaves • 2º Tesoureiro:<br />

Luis Fernando Tullio • Se<strong>de</strong>: Rua Peixoto Gomi<strong>de</strong>, 515 – cj. 14 – <strong>01</strong>409-0<strong>01</strong> – São Paulo, SP – Tel/Fax: (11) 3148-8200/<br />

3148-82<strong>01</strong> – E-mail: sobed@uol.com.br – Site: www.sobed.org.br<br />

Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia (FBG)<br />

Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: José Roberto <strong>de</strong> Almeida • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Mauro Bafutto • Secretário Geral:<br />

Adávio <strong>de</strong> Oliveira e Silva • 1ª Secretária: Roberta Cavalcante <strong>de</strong> Almeida • Diretor Financeiro: Roberto Magalhães M.<br />

Filho • Coor<strong>de</strong>nador do FAPEGE: José Galvão-Alves • Presi<strong>de</strong>nte-Eleita (2<strong>01</strong>5-2<strong>01</strong>6):. <strong>Mar</strong>ia do Carmo Friche Passos •<br />

Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Faria Lima, 2391, 10º andar – cj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Tel: (11) 3813-1610/ 3813-1690.<br />

Fax: (11) 30<strong>32</strong>-1460 – E-mail: fbg@fbg.org.br – Site: www.fbg.org.br<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia (SBH)<br />

Diretoria 2<strong>01</strong>2-2<strong>01</strong>3: Presi<strong>de</strong>nte: Henrique Sérgio <strong>de</strong> Moraes Coelho • 1º Vice-Presi<strong>de</strong>nte: <strong>Mar</strong>ia Lucia Gomes Ferraz<br />

• Secretário Geral: Mário Reis Álvares da Silva • Secretária Adjunto: Jorge André <strong>de</strong> Segadas Soares • 1º Tesoureira:<br />

Letícia Cancella Nabuco • Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Faria Lima, 2.391, 10º andar – cj. 102 – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Tel.:<br />

(11) 3812-<strong>32</strong>53 - E-mail: secretaria@sbhepatologia.org.br – Site: www.sbhepatologia.org.br<br />

Colégio <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva (CBCD)<br />

Diretoria Biênio 2<strong>01</strong>3-2<strong>01</strong>4: Presi<strong>de</strong>nte: Ivan Cecconello • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Nicolau Gregori Czezko • 1º Secretário: Nelson<br />

Adami Andreollo • 2º Secretário: José Eduardo Pereira Monteiro da Cunha • 1º Tesoureiro: <strong>Mar</strong>co Aurélio Santo • 2º Tesoureiro:<br />

Paulo Herman • Presi<strong>de</strong>nte-Eleito (2<strong>01</strong>5-2<strong>01</strong>6): Bruno Zilberstein • Se<strong>de</strong>: Av. Brig. Luís Antonio, 278 – 6º andar – salas 10/<br />

11 – <strong>01</strong>318-9<strong>01</strong> – São Paulo, SP – Tel: (11) <strong>32</strong>89-0741/ <strong>32</strong>66-62<strong>01</strong>/ <strong>32</strong>88-8174. Fax: (11) <strong>32</strong>88-8174 – E-mail: secretaria@<br />

cbcd.org.br – Site: www.cbcd.org.br<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva (SBMD)<br />

Diretoria - Gestão 2<strong>01</strong>2-2<strong>01</strong>3: Presi<strong>de</strong>nte: Sânzio Santos Amaral • Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Sérgio Gabriel S. Barros • Secretária Geral:<br />

Angela C. G. M. Falcão • 1 o Secretária: Stella M. M. Regadas • 1 o Tesoureiro: Luiz Henrique S. Fontes • 2º Secretário: Wellington<br />

M. Machado. Se<strong>de</strong>: Av. Briga<strong>de</strong>iro Faria Lima, 2391, Conj. 102, Jardim Paulistano – <strong>01</strong>452-000 – São Paulo, SP – Fone: (11)<br />

3518-9117 – E-mail: sbmd@sbmd.org.br – Site: www.sbmd.org.br


A MELHOR EFICÁC<br />

M.S.: 1.2675.<strong>01</strong>64.003-6<br />

1.2675.<strong>01</strong>64.007-9<br />

1.2675.<strong>01</strong>64.002-8<br />

1.2675.<strong>01</strong>64.006-0<br />

Apresentações<br />

14 e 28 comp<br />

mprimi<br />

mido<br />

dos <strong>de</strong> 20 e 40<br />

mg<br />

HIPERACIDEZ, NINGUÉM MERECE!<br />

Referêerê<br />

rênci<br />

cias<br />

Biblio<br />

liográficas: 1) MD; Ronnie Fass; Approach<br />

to refractory gastroe<br />

sophagealal reflux disea<br />

sease<br />

in adults; © 2<strong>01</strong>2 UpToDate, Inc.<br />

2) AG; McNicholl, PM; Linares,<br />

OP; Nyssen, X; Calvet, JP; Gisbert, Meta-<br />

ana<br />

lys<br />

is: es<br />

omeprazole or rabeprazole vs. first-generationion pump<br />

inhibitors in nthe<br />

treatment<br />

of Helicobacter pylori infection; © 2<strong>01</strong>2 Blackwell Publishi<br />

ng Ltd. 3) Laudo <strong>de</strong> bioequivalência. 4) Revista ABC Farma <strong>Jan</strong> /2<strong>01</strong>3.<br />

BULA<br />

NO FINAL DESTA PUBLICAÇ<br />

ÃO.


NOVO<br />

IA ANTIÁCIDA. 2<br />

ESOP PROTEGE POR MAIS TEMPO.<br />

18h<br />

15,2h<br />

pH INTRAGÁSTRICO ACIMA DE 4 (média em horas)<br />

15h<br />

12h<br />

9h<br />

6h<br />

3h<br />

0h<br />

ESOMEPRAZOL<br />

13,3h<br />

Rabeprazol<br />

12,9h<br />

Omeprazol<br />

12,7h<br />

Lansoprazol<br />

11,2h<br />

Pantoprazol<br />

TESTE DE BIOEQUIVALÊNCIA<br />

EM TODOS OS PRODUTOS<br />

Que o produto <strong>de</strong><br />

referência 4<br />

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Rua Dr. Sampaio Ferraz, 453 | Cambuí | Campinas/SP | CEP 13024-431 | Tel.Fax +55 19 3<strong>32</strong>3 4000 | SAC 0800.026 22 74


Informações aos Autores<br />

Modificado em setembro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2<br />

A GED, órgão ofi cial da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Endoscopia<br />

Digestiva – SOBED, da Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />

– FBG, da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Hepatologia – SBH, do Colégio<br />

<strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Digestiva – CBCD e da Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />

<strong>de</strong> Motilida<strong>de</strong> Digestiva – SBMD, tem por objetivo a divulgação <strong>de</strong><br />

trabalhos que contribuam para o progresso da Gastroenterologia,<br />

da Endoscopia Digestiva, da Hepatologia, da Cirurgia Digestiva e<br />

da Motilida<strong>de</strong> Digestiva.<br />

São publicáveis as colaborações que, enviadas à Secretaria da<br />

GED (Av. Brig. Faria Lima, 2.391 – 10 o andar – cj. 102 –1452-000<br />

– São Paulo, SP, email ged@fbg.org.br), forem aceitas pelo Conselho<br />

Editorial e não tenham sido previamente publicadas e nem<br />

o venham a ser, simultaneamente, em outros periódicos. Serão<br />

aceitos artigos escritos na língua portuguesa. A critério do Conselho<br />

Editorial, po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados manuscritos em língua<br />

inglesa e castelhana.<br />

A GED adota as regras da Uniform Requirements for Manuscripts<br />

Submitted to Biomedical Journals emitidas pelo International<br />

Committee for Medical Journal Editors, disponível na Internet<br />

(http:// www.icmje.org).<br />

Conteúdo da GED<br />

Editoriais<br />

Destinam-se à apresentação <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> natureza polêmica,<br />

atual e <strong>de</strong> impacto, nos quais os editores da GED percebam<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestar <strong>de</strong> forma sintética a visão <strong>de</strong>stes<br />

editores, abordando ou não artigos publicados na GED. Serão<br />

escritos pelos editores e/ou membros do Conselho Editorial ou,<br />

mediante convite, por outros especialistas.<br />

Artigos Originais<br />

De pesquisa clínica e/ou experimental, <strong>de</strong>vem apresentar a<br />

aprovação da pesquisa pelo Conselho <strong>de</strong> Ética do hospital, serviço<br />

ou instituição on<strong>de</strong> o trabalho foi realizado. Os artigos <strong>de</strong>vem ser<br />

estruturados com os seguintes itens: Resumo e Unitermos, Summary<br />

e Keywords, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão,<br />

Conclusões e Referências Bibliográfi cas (acompanhado <strong>de</strong> unitermos).<br />

O título do Artigo Original <strong>de</strong>verá ser bilíngue (português<br />

e inglês).<br />

Introdução – Em que se apresenta a justifi cativa para o estudo,<br />

com referências relacionadas ao assunto e o objetivo do artigo.<br />

Métodos – Em que se apresentam: a) <strong>de</strong>scrição da amostra<br />

utilizada; b) mencionar se há consentimento informado; c)<br />

i<strong>de</strong>ntifi cação dos métodos, aparelhos e procedimentos utilizados,<br />

<strong>de</strong> modo a permitir a reprodução dos resultados pelos leitores;<br />

d) breve <strong>de</strong>scrição e referências <strong>de</strong> métodos publicados mas não<br />

conhecidos amplamente; e) <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> métodos novos ou<br />

modifi cados; f) se for o caso, referir a análise estatística utilizada,<br />

bem como os programas empregados.<br />

Resultados – Em que serão apresentados os resultados em<br />

sequência lógica, em forma <strong>de</strong> texto, tabelas e ilustrações;<br />

recomenda-se evitar repetição excessiva <strong>de</strong> dados em tabelas<br />

ou ilustrações e no texto. No texto, números menores que 10<br />

serão grafados por extenso; <strong>de</strong> 10 em diante, serão expressos em<br />

algarismos arábicos.<br />

Discussão – Em que serão enfatizados: a) os aspectos<br />

originais e importantes do artigo, evitando repetir dados já<br />

apresentados anteriormente; b) a importância e as limitações<br />

dos achados, confrontando com dados da literatura;<br />

c) a ligação das conclusões com os objetivos do estudo;<br />

d) as conclusões <strong>de</strong>correntes do estudo.<br />

Referências – As referências bibliográfi cas <strong>de</strong>vem ser numeradas<br />

na or<strong>de</strong>m em que são citadas primeiramente no texto. Elas <strong>de</strong>vem<br />

seguir as regras do Uniform Requirements for Manuscripts<br />

Submitted to Biomedical Journals – http://www.icmje.org. Alguns<br />

exemplos mais comuns são apresentados a seguir.<br />

Exemplos:<br />

1. Artigo padrão em periódico (<strong>de</strong>vem ser listados todos os<br />

autores; se houver mais <strong>de</strong> seis, citar os seis primeiros,<br />

seguidos por et al.): Alper CA, Kruskal MS, <strong>Mar</strong>cus-Bagle<br />

Y, Craven DE, Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of<br />

response to hepatitis B vaccine. N Engl J Med. 1989;<strong>32</strong>1:708-<br />

12.<br />

2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on<br />

Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter<br />

pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9.<br />

3. Livro com autor(es) responsável(is) por todo o conteúdo:<br />

With TK. Bile pigments. New York: Aca<strong>de</strong>mic Press, 1968.<br />

4. Livro com editor(es) como autor(es): Magrath I, editor. The<br />

non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold, 1997.<br />

5. Capítulo <strong>de</strong> livro: Warshaw AL, Rattner DW. Residual common<br />

duct stones and disor<strong>de</strong>rs of duo<strong>de</strong>nal ampullae.`In: Ellis H,<br />

editor. Maingot’s abdominal operations. New York: Lange<br />

Publishers, 1990:1471-2<br />

Os títulos dos periódicos <strong>de</strong>vem ser abreviados <strong>de</strong> acordo com<br />

o In<strong>de</strong>x Medicus (List of Journals In<strong>de</strong>xed). Se o periódico não<br />

constar <strong>de</strong>ssa lista, grafar o nome por extenso.<br />

Tabelas – As tabelas <strong>de</strong>vem possuir um título sucinto, com<br />

itens explicativos dispostos em seu pé. Devem ser numerados<br />

sequencialmente com algarismos arábicos.<br />

Figuras – Serão aceitas fi guras em preto e branco. Figuras<br />

coloridas po<strong>de</strong>rão ser publicadas quando forem essenciais para<br />

o conteúdo científi co do trabalho; nesses casos, o ônus <strong>de</strong> sua<br />

publicação caberá aos autores.<br />

Artigos <strong>de</strong> Revisão<br />

Somente serão aceitos quando, a convite dos editores da<br />

publicação, fi zerem parte da linha <strong>de</strong> pesquisa do autor,<br />

comprovada pela presença <strong>de</strong> artigos originais na bibliografi a e<br />

citados no texto.


Informações aos Autores<br />

Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Devem ser objetivos e precisos, contendo os seguintes itens:<br />

1) Resumo e Unitermos, Summary e Keywords; 2) Introdução;<br />

3) Relato objetivo; 4) Discussão; 5) Conclusões; 6) Referências<br />

bibliográfi cas. O título do Relato <strong>de</strong> Caso <strong>de</strong>verá ser bilíngue<br />

(português e inglês).<br />

Cartas ao Editor<br />

Cartas en<strong>de</strong>reçadas ao(s) editor(es) serão consi<strong>de</strong>radas para<br />

publicação se promoverem discussão intelectual sobre <strong>de</strong>terminado<br />

artigo <strong>de</strong> publicação recente. Devem conter título informativo e não<br />

mais que 500 palavras. Se aceita, uma cópia será enviada ao autor<br />

do trabalho que suscitou a discussão, com convite para submeter<br />

uma réplica que será publicada junto com a carta.<br />

Conflito <strong>de</strong> interesses<br />

Conforme <strong>de</strong>terminação da Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária<br />

(RDC 102/2000) e do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (196/96)<br />

o(s) autor(es) <strong>de</strong>ve(rão) tornar explícito, por meio <strong>de</strong> formulário<br />

próprio (Divulgação <strong>de</strong> potencial confl ito <strong>de</strong> interesses), qualquer<br />

potencial confl ito <strong>de</strong> interesse relacionado ao artigo submetido.<br />

A presente exigência visa informar sobre relações profi ssionais e/<br />

ou fi nanceiras (como patrocínios e participação societária) com<br />

agentes fi nanceiros relacionados aos produtos farmacêuticos ou<br />

equipamentos envolvidos no artigo, os quais po<strong>de</strong>m teoricamente<br />

infl uenciar as interpretações <strong>de</strong>ste. A existência ou não <strong>de</strong> confl ito<br />

<strong>de</strong> interesses <strong>de</strong>clarado estará ao fi nal <strong>de</strong> todos os artigos<br />

publicados.<br />

Bioética <strong>de</strong> experimentos com seres humanos<br />

Experimentos envolvendo seres humanos <strong>de</strong>vem seguir resolução<br />

específi ca do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (196/96), disponível<br />

na Internet (http://conselho.saú<strong>de</strong>.gov.br//docs/Resoluções/Reso/96<strong>de</strong>96.doc),<br />

incluindo a assinatura <strong>de</strong> um termo<br />

<strong>de</strong> consentimento informado e a proteção da privacida<strong>de</strong> dos<br />

voluntários.<br />

Bioética <strong>de</strong> experimentos com animais<br />

Experimentos envolvendo animais <strong>de</strong>vem seguir resoluções<br />

específi cas (Lei 6.638, <strong>de</strong> 8/5/1979, e Decreto 24.645, <strong>de</strong><br />

10/7/1934).<br />

Ensaios clínicos<br />

Artigos que contêm resultados <strong>de</strong> ensaios clínicos <strong>de</strong>verão<br />

possibilitar todas as informações necessárias à sua a<strong>de</strong>quada<br />

avaliação, conforme previamente estabelecido. Os autores <strong>de</strong>verão<br />

refeir-se ao “CONSORT” (www.consort.statement.org).<br />

Revisão pelos pares<br />

Todos os artigos submetidos serão avaliados por dois revisores,<br />

os quais emitirão parecer fundamentado que servirá para o(s)<br />

editor(es) <strong>de</strong>cidir(em) sobre sua aceitação. Os critérios <strong>de</strong> avaliação<br />

incluem originalida<strong>de</strong>, contribuição para corpo <strong>de</strong> conhecimento<br />

da área, a<strong>de</strong>quação metodológica, clareza e atualida<strong>de</strong>. Os artigos<br />

aceitos para publicação po<strong>de</strong>rão sofrer revisões editoriais para<br />

facilitar sua clareza e entendimento sem alterar seu conteúdo.<br />

Direitos autorais<br />

Todas as <strong>de</strong>clarações contidas nos artigos serão da inteira<br />

responsabilida<strong>de</strong> dos autores. Aceito o artigo, a GED passa a<br />

<strong>de</strong>ter os direitos autorais do material. Assim, todos os autores<br />

dos artigos submetidos à GED <strong>de</strong>vem encaminhar um Termo<br />

<strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Direitos Autorais. O autor responsável pela<br />

correspondência receberá 20 separatas impressas do artigo e o<br />

arquivo correspon<strong>de</strong>nte em formato pdf.<br />

Como enviar o artigo<br />

O(s) autor(es) <strong>de</strong>ve(m) encaminhar:<br />

• Carta <strong>de</strong> apresentação assinada por todos os autores ou pelo<br />

primeiro autor em nome dos <strong>de</strong>mais, contendo: 1) informação<br />

à respeito <strong>de</strong> submissão prévia ou dupla ou submissão <strong>de</strong><br />

qualquer parte do artigo atual; 2) uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> relações,<br />

fi nanceiras ou não, que possam levar a confl ito <strong>de</strong> interesses;<br />

3) uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que o artigo foi lido e aprovado por todos<br />

os coautores e que os critérios necessários para a <strong>de</strong>claração<br />

<strong>de</strong> autoria (consultar Uniform Requirements for Manuscripts<br />

Submitted to Biomedical Journals) foram alcançados por todos<br />

os autores e que cada autor afi rma que os dados do manuscrito<br />

são verda<strong>de</strong>iros; 4) nome, en<strong>de</strong>reço, telefone e e-mail do autor<br />

para correspondência; ele será o responsável pela comunicação<br />

com os outros autores a respeito <strong>de</strong> revisões e provas gráfi cas.<br />

• Termo <strong>de</strong> Divulgação <strong>de</strong> Potencial Confl ito <strong>de</strong> Interesses.<br />

• Termo <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Direitos Autorais.<br />

• Três cópias do artigo, digitado em espaço duplo, impressas em<br />

papel tamanho carta em somente um dos lados, com margens<br />

<strong>de</strong> 2,5cm e espaço 1,5, numerando as páginas no canto superior<br />

direito; as legendas das fi guras, as fi guras propriamente ditas e<br />

as tabelas <strong>de</strong>vem vir ao fi nal, anexadas a cada cópia; assinalar no<br />

texto os locais a<strong>de</strong>quados para inserção <strong>de</strong> fi guras e tabelas.<br />

• Três conjuntos <strong>de</strong> fi guras em cópia fotográfi ca brilhante.<br />

• Um CD contendo somente um arquivo do texto, correspon<strong>de</strong>nte<br />

ao artigo, e os arquivos correspon<strong>de</strong>ntes a fotos ou fi guras.<br />

Como preparar o CD<br />

• CD formatado compatível com IBM/PC;<br />

• Usar editor <strong>de</strong> texto Microsoft Word para Windows;<br />

• O arquivo <strong>de</strong> texto <strong>de</strong>ve conter somente o texto, da página-título<br />

até as referências, e as tabelas;<br />

• As fi guras não <strong>de</strong>vem ser incluídas no mesmo arquivo do texto;<br />

• Colocar no CD a última versão do artigo, idêntica à versão<br />

impressa;<br />

• Etiquetar o CD informando o programa e a versão utilizados, bem<br />

como o nome do arquivo.<br />

A submissão do artigo pelo correio eletrônico (e-mail) possibilita<br />

maior agilida<strong>de</strong> no procedimento <strong>de</strong> revisão. Para isso, será<br />

necessário o envio dos arquivos contendo o texto e as fi guras para<br />

o e-mail da GED (ged@fbg.org.br).<br />

Mensagem aos editores com i<strong>de</strong>ntifi cação dos autores <strong>de</strong>ve ser<br />

enviada, acompanhada dos en<strong>de</strong>reços convencional e eletrônico<br />

e <strong>de</strong> informações sobre o formato utilizado. O artigo <strong>de</strong>verá ser<br />

enviado em anexo, como attachment, no formato Word para<br />

Windows. As fi guras <strong>de</strong>verão estar nos formatos jpg ou tif.


Informations to Authors<br />

GED is the official journal of the Brazilian Society of<br />

Digestive Endoscopy – SOBED, the Brazilian Fe<strong>de</strong>ration of<br />

Gastroenterology – FBG, the Brazilian Society of Hepatology<br />

– SBH, the Brazilian College of Digestive Surgery – CBCD,<br />

and of the Brazilian Society of Digestive Motility – SBMD,<br />

and the purpose of the journal is to publish papers that<br />

may contribute towards the progress of Gastroenterology,<br />

Digestive Endoscopy, Hepatology, Digestive Surgery and<br />

Digestive Motility. Papers sent to the GED Secretariat (Av.<br />

Brig. Faria Lima, 2.391 – 10o andar – cj. 102 –1452-000<br />

– São Paulo, SP, Brazil, e-mail ged@fbg.org.br), which are<br />

accepted by the Editorial Board, and which have not been<br />

previously or will not be concomitantly published in other<br />

journals may be published.<br />

Papers drafted in the Portuguese language will be<br />

accepted. At the discretion of the Editorial Board, papers<br />

in the Spanish and in the English language may also be<br />

accepted.<br />

GED adopts the Uniform Requirements for Manuscripts<br />

Submitted to Biomedical Journals of the International<br />

Committee for Medical Journal Editors, available in the<br />

Internet (http://www.icmje.org).<br />

GED Contents<br />

Editorials<br />

Inten<strong>de</strong>d to present polemic, current, and impacting topics<br />

whenever GED editors feel the need to present their view<br />

in a synthetic manner, whether or not such topics are<br />

presented in GEDpublished papers. Editorials are written<br />

by the editors and/or by Editorial Board members, or by<br />

invited specialists.<br />

Original Articles<br />

Clinical and/or experimental research papers should<br />

present the approval of the research given by the Ethics<br />

Committee of the hospital, clinic, or institution were<br />

the study was carried out. The following items must<br />

be inclu<strong>de</strong>d: Summary (and keywords), Introduction,<br />

Methods, Results, Conclusions, References, and Summary<br />

and Keywords. The title of the Original Article must be<br />

bilingual (Portuguese and English).<br />

Introduction – Presents the justification for the study, with<br />

references related to the topic and the objective of the<br />

paper.<br />

Methods – Presenting: a) <strong>de</strong>scription of the sample<br />

used; b) mention whether or not an informed consent<br />

has been obtained; c) i<strong>de</strong>ntification of methods, <strong>de</strong>vices,<br />

and procedures used in or<strong>de</strong>r to permit reproduction<br />

of the results by the rea<strong>de</strong>rs; d) brief <strong>de</strong>scription and<br />

references to methods that have been published but that<br />

are not broadly know; e) <strong>de</strong>scription of new methods or of<br />

modified methods; f) mention the statistical analysis or the<br />

software used, as the case may be.<br />

Results – Presenting results in a logical sequence, in<br />

text format with tables and illustrations; authors should<br />

avoid excessive information repetition in the tables and<br />

illustrations and in the text. In the text, numbers below ten<br />

will be written in full, whereas numbers 10 and beyond will<br />

be written in Arabic numbers.<br />

Discussion – Emphasis will be given to: a) original and<br />

major aspects of the paper, without repetition of the aspects<br />

previously presented; b) relevance and limitations of the<br />

fi ndings, comparing them to information in the literature; c)<br />

connection of the conclusions to the objectives of the study;<br />

d) conclusions arising out of the study.<br />

References – Bibliographic references should appear in the<br />

or<strong>de</strong>r in which they are fi rst quoted in the text. They should<br />

follow the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted<br />

to Biomedical Journals – http://www. icmje.org. Some of the<br />

more usual example are presented.<br />

Examples:<br />

1. Standard paper in journals (all authors must be listed;<br />

if they are more than six, list the fi rst six followed by et<br />

al.): Alper CA, Kruskal MS, <strong>Mar</strong>cus-Bagle Y, Craven DE,<br />

Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of response to<br />

hepati tis B vaccine. N Engl J Med. 1989;<strong>32</strong>1:708-12.<br />

2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on<br />

Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter<br />

pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9.<br />

3. Book with author(s) responsible for the full text With TK.<br />

Bile pigments: New York: Aca<strong>de</strong>mic Press, 1968.<br />

4. Book with editor(s) as author(s): Magrath I, editor. The<br />

non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold,<br />

1997.<br />

5. Chapter of a book: Warshaw AL, Rattner DW. Residual<br />

common duct stones and disor<strong>de</strong>rs of duo<strong>de</strong>nal<br />

ampullae. In: Ellis H, editor. Maingot’s abdominal<br />

operations. New York: Lange Publishers, 1990:1471-2.<br />

The titles of journal should be abbreviated according to the<br />

In<strong>de</strong>x Medicus (List of Journals In<strong>de</strong>xed). If the journal is not<br />

inclu<strong>de</strong>d in such list, write the name in full.<br />

Tables – Tables should have a summarized title, with explanatory<br />

comments at the foot of the table. They should be sequentially<br />

numbered with Arabic numbers.<br />

Figures – Black and white fi gures will be accepted. Color fi gures<br />

may be published when they are essential for the scientifi c<br />

contents of the paper; in such case, the cost of publishing<br />

colored fi gures will be covered by the authors.


Informations to Authors<br />

Revision Articles<br />

Will be accepted only when the editors have invited the author<br />

to write such articles, when they are part of the research line of<br />

the author as evi<strong>de</strong>nced by the presence of original articles in<br />

the bibliography and in the quotations in the text.<br />

Case Report<br />

Should be objective and precise, with the following items:<br />

1) Summary (and keywords); 2) Introduction; 3) Objective<br />

Report; 4) Discussion; 5) Conclusions; 6) Bibliography. The title<br />

of the Case Report must be bilingual (Portuguese and English).<br />

Letters to the Editor<br />

Letters sent to the editor(s) will be consi<strong>de</strong>red for publication<br />

if they carry an intellectual discussion regarding a recently<br />

published article. They should have an informative title and not<br />

more than 500 words. If accepted, a copy will be sent to the<br />

author of the paper that raised the discussion, with an invitation<br />

to submit a reply to be published together with the letter.<br />

Conflict of interests<br />

As <strong>de</strong>termined by the Sanitary Surveillance Agency (RDC<br />

102/2000) and by the National Health Council (196/96) author(s)<br />

should inform explicitly in the a<strong>de</strong>quate form (Disclosure of<br />

potential confl ict of interests) about any potential confl ict of<br />

interests related to the paper submitted. This requirement is<br />

inten<strong>de</strong>d to inform about professional and/or fi nancial relations<br />

(with sponsorships and corporate interests) with fi nancial<br />

agents related to medical drugs or equipment involved in the<br />

paper, which may theoretically infl uence the interpretation of the<br />

paper. The existence or non-existence of a <strong>de</strong>clared confl ict of<br />

interests shall be inclu<strong>de</strong>d at the end of all articles published.<br />

Bioethics of experiments involving human beings<br />

Experiments involving human beings shall follow the specifi c<br />

resolution of the National Health Council available in the Internet<br />

address (http://conselho.saú<strong>de</strong>.gov.br//docs/Resoluções/Reso/<br />

96<strong>de</strong>96.doc), including the signature of an informed consent<br />

and the protection to volunteer privacy.<br />

Bioethics of experiments involving animals<br />

Experiments involving animals shall follow specifi c resolutions<br />

(Law 6,638, of May 8, 1979, and Decree 24,645, of July 10,<br />

1934).<br />

Clinical Assays<br />

Article containing results of clinical assays should disclose all<br />

information required for their proper evaluation, as previously<br />

established. Authors shall refer to the “CONSORT” (www.<br />

consort. statement.org).<br />

Review by peers<br />

All articles submitted shall be evaluated by two analysts,<br />

who shall issue a fundamented opinion to be used by the<br />

editors to <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> whether or not the paper will be accepted.<br />

Evaluation criteria inclu<strong>de</strong> originality, contribution to the body<br />

of knowledge in the area, methodological a<strong>de</strong>quacy, clarity, and<br />

contemporaneity. Articles accepted for publication may have<br />

editorial revisions to improve clarity and un<strong>de</strong>rstanding without<br />

changing its contents.<br />

Copyrights<br />

All statements contained in the articles will be un<strong>de</strong>r the full<br />

responsibility of the authors. After and article is accepted, GED<br />

becomes the owner of copyrights of the material. Thus, all<br />

authors of the articles submitted to GED should also send a<br />

Deed of Copyright Assignment. The author incharge of receiving<br />

letters from the rea<strong>de</strong>rs will receive 20 printed copies of the<br />

article and the corresponding pdf fi le.<br />

How to send a paper<br />

The author(s) should send:<br />

• A letter of submission signed by all authors or by the fi rst<br />

author to appear in the list on behalf of all authors, containing:<br />

1) information regarding a prior or double submission of any<br />

part of the paper being submitted; 2) a <strong>de</strong>claration of relations,<br />

fi nancial or otherwise, that could lead to a confl ict of interests;<br />

3) a <strong>de</strong>claration that the article has been read and approved<br />

by all coauthors and that the criteria to claim authorship<br />

(see Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to<br />

Biomedical Journals) have been met by all authors and that<br />

each author represents that the information in the manuscript<br />

is true; 4) name, address, telephone number, and e-mail of the<br />

author who will receive letters; this author will be responsible to<br />

communicate revisions and print proofs to the other authors.<br />

• Deed of Disclosure of a Potential Confl ict of Interests.<br />

• Deed of Copyright Assignment.<br />

• Three copies of the paper typed in double space, printed in<br />

letter-sized paper only on the front (without printing on the<br />

back), margins of 2.5 cm and 1.5 space, with pages numbered<br />

in the upper right corner; fi gure legends, fi gures, and tables<br />

should be placed at the end, attached to each copy; indicate<br />

in the text the place to insert fi gures and tables.<br />

• Three sets of fi gures in shiny photographic copies.<br />

• A CD containing the text fi le only, with the paper text, and the<br />

fi les containing photographs or fi gures.<br />

How to prepare the CD<br />

• Formatted CD compatible with IBM/PC;<br />

• Use Microsoft Word for Windows text software;<br />

• The text fi le to contain only the text, from the title page to the<br />

references, and the tables;<br />

• Figures are not to be inclu<strong>de</strong>d in the text fi le;<br />

• Place in the CD the lest version of the paper, i<strong>de</strong>ntical to the<br />

printed version submitted;<br />

• Label the CD informing the software and the version used, and<br />

the fi led name.<br />

Submission of a paper by e-mail allows for greater effi ciency<br />

of the revision procedures. For that purpose, the text and the<br />

fi gures fi les shall be sent to the GED e-mail (ged@fbg.org.br).<br />

Messages to the editors with i<strong>de</strong>ntifi cation of the authors should<br />

be sent together with conventional and electronic addresses,<br />

and together with information about the format used. The paper<br />

shall be sent as an attachment, as a Word for Windows fi le.<br />

Figures shall be in the jpg or tif formats.


Artigo Original<br />

A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão<br />

da fibrose hepática na hepatite C crônica após o transplante<br />

renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />

Morphometric analysis to evaluate hepatic fibrosis progression rate in chronic<br />

hepatitis C after kidney transplantation: a case series study case series<br />

LUCAS O. CANTADORI, 1 FERNANDO G. ROMEIRO, 1 FABIO S. YAMASHIRO, 1 CARLOS A. CARAMORI, 1 MARIA F. C. CARVALHO, 1 GIOVANNI F.<br />

SILVA 1<br />

Resumo<br />

O verda<strong>de</strong>iro papel do transplante renal na progressão<br />

da fi brose hepática causada pelo vírus da hepatite C<br />

ainda é imprevisível. A avaliação histológica do fígado é a<br />

melhor forma para estimar a evolução da fi brose, embora<br />

a análise semiquantitativa traz limitações importantes.<br />

Objetivo: Aplicar um ensaio morfométrico quantitativo<br />

sobre a progressão da fi brose hepática em pacientes<br />

renais crônicos com hepatite C. Métodos: Trinta<br />

pacientes foram inicialmente avaliados, mas apenas sete<br />

foram incluídos. Eles foram submetidos à primeira biópsia<br />

perto da data do transplante e a segunda biópsia, pelo<br />

menos, quatro anos mais tar<strong>de</strong>. A terapia imunossupressora<br />

adotada em todos os casos foi a azatioprina e micofenolato.<br />

A taxa <strong>de</strong> progressão da fi brose (FPR) foi calculada<br />

antes e após a data da cirurgia <strong>de</strong> cada paciente,<br />

<strong>de</strong> acordo com a classifi cação <strong>de</strong> Metavir pontuação e<br />

análise morfométrica. Resultados: A FPR calculada<br />

pelo escore Metavir não mostrou diferença estatística<br />

entre pré e pós-transplante (p = 0,9). A FPR calculada<br />

pela análise morfométrica foi <strong>de</strong> 0,58 ± 0,78 antes do<br />

transplante e 3,0 ± 3,3 após a cirurgia, com signifi cância<br />

estatística entre estes valores (p = 0,0026). Conclusão:<br />

Na amostra avaliada, a progressão da fi brose hepática foi<br />

documentada e quantifi cada apenas pela análise morfométrica,<br />

que é uma abordagem promissora para avaliação<br />

histológica <strong>de</strong>sses pacientes.<br />

Unitermos: Hepatite C, Avaliação Histológica, Transplante<br />

Renal, Cirrose Hepática, Fibrose.<br />

Abstract<br />

The real role of renal transplantation in hepatic fi brosis<br />

progression caused by hepatitis C virus is still unpredictable.<br />

Histological evaluation of the liver is the best form<br />

to estimate fi brosis evolution, although semiquantitative<br />

analysis carries important limitations. Objective: To apply<br />

a morphometric quantitative assay on hepatic fi brosis<br />

progression in renal recipients with hepatits C. Methods:<br />

Thirty patients were initially evaluated, but only seven were<br />

inclu<strong>de</strong>d. They un<strong>de</strong>rwent the fi rst biopsy near the transplantation<br />

date and the second biopsy at least 4 years later.<br />

The immunosuppressant therapy adopted in all cases was<br />

azatioprine and micofenolate. Fibrosis progression rate<br />

(FPR) was calculated before and after the surgery date<br />

in each patient according to Metavir score and morphometric<br />

analysis. Results: The FPR calculated by Metavir<br />

score showed no statistical difference between pre- and<br />

post-transplantation (p=0.9). The FPR calculated by the<br />

morphometric analysis was 0.58 ± 0.78 before transplantation<br />

and 3.0 ± 3.3 after the surgery, with statistical signifi<br />

cance between these values (p=0.0026). Conclusion:<br />

In the sample assessed, the progression of hepatic fi brosis<br />

was documented and quantifi ed only by the morphometric<br />

analysis, which is as a promising approach to histological<br />

evaluation of these patients.<br />

Keywords: Hepatitis C, Histological Techniques, Kidney<br />

Transplantation, Liver Cirrhosis, Fibrosis.<br />

15 1<br />

<strong>32</strong>(1):1-5<br />

1. Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Botucatu/ UNESP – Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista. En<strong>de</strong>reço<br />

<strong>de</strong> correspondência: Fabio da Silva Yamashiro - Depto. <strong>de</strong> Clínica Médica – Distrito <strong>de</strong> Rubião Jr. s/n - CEP: 18618-970 –<br />

Botucatu – SP - Brasil - e-mail: fsyamashiro@fmb.unesp.br. Recebido em: 13/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 20/02/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5


A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose hepática na<br />

hepatite C crônica após o transplante renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />

16 2<br />

<strong>32</strong>(1):1-5<br />

Introdução<br />

A doença renal crônica é um importante fator <strong>de</strong> risco para a<br />

transmissão do vírus da hepatite C (VHC), na qual observamos<br />

altas taxas <strong>de</strong> infecção viral nos pacientes transplantados <strong>de</strong><br />

rim. 8,11 Apesar <strong>de</strong> muitos estudos tentarem <strong>de</strong>terminar o real<br />

impacto do transplante renal e da terapia imunossupressora<br />

na taxa <strong>de</strong> progressão da fi brose hepática (PFH) associada à<br />

infecção pelo vírus da hepatite C, este assunto ainda permanece<br />

sem resposta. 1,3-11,13 Embora alguns investigadores<br />

mostrem elevada PFH entre estes pacientes, a questão ainda<br />

é um <strong>de</strong>safi o porque os resultados são difíceis <strong>de</strong> reproduzir.<br />

As muitas diferenças entre as populações avaliadas nestes<br />

estudos po<strong>de</strong>m explicar a discrepância encontrada. Outra<br />

causa <strong>de</strong> divergência em relação aos achados histológicos<br />

talvez se <strong>de</strong>va à heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião entre os patologistas<br />

em relação às classifi cações histológicas aplicáveis.<br />

A avaliação histológica permanece o melhor método para<br />

classifi car a fi brose hepática em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> permitir o cálculo<br />

da PFH quando duas ou mais amostras são obtidas. Ela po<strong>de</strong><br />

ser realizada por ensaios quantitativos, como na análise<br />

morfométrica, evitando as variações entre diferentes examinadores<br />

e permitindo uma maior precisão na quantifi cação<br />

da PFH. Até hoje não há estudos que tenham utilizado este<br />

método na análise <strong>de</strong> amostra histológica hepática obtida <strong>de</strong><br />

receptores <strong>de</strong> rim. Assim, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo é avaliar<br />

a PFH causada pela hepatite C em pacientes sob terapia<br />

imunossupressora que foram submetidos ao transplante<br />

renal. Os resultados foram analisados semiquantitativamente<br />

(pontuação <strong>de</strong> METAVIR) e morfometricamente.<br />

Materiais e métodos<br />

A amostra foi composta por pacientes que apresentaram<br />

exame positivo para VHC-RNA, submetidos a transplante<br />

<strong>de</strong> rim recebendo terapia imunossupressora. Apenas os<br />

pacientes com duas biópsias em momentos diferentes foram<br />

selecionados. Pacientes que necessitaram <strong>de</strong> uma nova<br />

cirurgia para remover o rim transplantado, indivíduos infectados<br />

com hepatite B ou que tinham recebido tratamento<br />

prévio para hepatite C, e aqueles com amostras histológicas<br />

contendo menos <strong>de</strong> 5 espaços porta foram excluídos.<br />

Uma vez que a infecção viral é atualmente consi<strong>de</strong>rada<br />

uma contraindicação para o transplante renal, o estudo é<br />

retrospectivo. Trinta pacientes foram inicialmente avaliados,<br />

mas apenas sete foram incluídos (cinco do sexo masculino,<br />

dois do sexo feminino). Todos os pacientes foram submetidos<br />

à biópsia hepática próxima ao transplante renal (entre 4<br />

meses antes e imediatamente após a operação), e a segunda<br />

biópsia, pelo menos, 4 anos mais tar<strong>de</strong>. A terapia imunossupressora<br />

adotada em todos os casos foi a azatioprina e micofenolato.<br />

Entre os 23 pacientes excluídos, 7 foram submetidos à<br />

remoção do rim transplantado no primeiro ano após a cirurgia,<br />

cinco não tinham tido nenhuma biópsia hepática até o início do<br />

estudo, cinco morreram antes da segunda biópsia e não tinham<br />

avaliação pós-morte, 2 apresentaram coinfecção com hepatite<br />

B, 2 haviam completado o tratamento da hepatite C e 1 tinha<br />

material insufi ciente na biópsia hepática. O consentimento informado<br />

por escrito antes da participação no estudo foi obtido <strong>de</strong><br />

acordo com a Declaração <strong>de</strong> Helsinque e com a aprovação do<br />

Comitê <strong>de</strong> Ética local.<br />

Os profi ssionais envolvidos na análise dos dados foram cegados,<br />

em particular os que realizaram a avaliação histológica. O tempo<br />

pré-transplante <strong>de</strong> infecção foi <strong>de</strong>fi nido como o tempo entre a via<br />

provável <strong>de</strong> contaminação e da primeira biópsia. A data provável<br />

da contaminação foi assumida como o ano da primeira transfusão,<br />

o início <strong>de</strong> hemodiálise ou quando o paciente tornou-se<br />

adicto <strong>de</strong> uma droga injetada. Todos os fatores <strong>de</strong> risco para a<br />

hepatite C foram consi<strong>de</strong>rados. Quando mais <strong>de</strong> um fator <strong>de</strong><br />

risco for i<strong>de</strong>ntifi cado, a via mais comum <strong>de</strong> transmissão viral foi<br />

avaliada como a causa da infecção (transfusão ou <strong>de</strong>pendência<br />

<strong>de</strong> droga injetada).<br />

A PFH pré-transplante foi <strong>de</strong>terminada através dos estágios <strong>de</strong><br />

fi brose (ou percentagem <strong>de</strong> fi brose em análise morfométrica)<br />

obtidos na primeira biópsia, dividido pelo tempo entre a infecção<br />

e a cirurgia (F1/TI). A PFH pós-transplante foi calculada como a<br />

diferença entre a fase <strong>de</strong> fi brose última (ou fi brose percentual)<br />

e da anterior, dividido pelo tempo entre as biópsias (F2 - F1/%T).<br />

A ida<strong>de</strong> quando a infecção ocorreu, o tempo <strong>de</strong> infecção, genótipo<br />

viral, quantitativa HCV RNA, a etiologia da doença renal e<br />

dados bioquímicos foram avaliados. Os dados bioquímicos foram<br />

obtidos antes e após o transplante em momentos com estreita<br />

proximida<strong>de</strong> das biópsias, e eram compostos <strong>de</strong> aspartato<br />

aminotransferase (ALT), alanina aminotransferase (AST), gamaglutamil<br />

transpeptidase (GGT), bilirrubina e <strong>de</strong> eletroforese <strong>de</strong><br />

proteínas (relação albumina/ globulina).<br />

Quanto à avaliação histológica, as amostras obtidas foram<br />

fi xadas em solução <strong>de</strong> formalina a 10% durante 48 horas e,<br />

em seguida, colocadas em álcool a 70% por mais 24 horas.<br />

Depois disso, o material foi incorporado em blocos <strong>de</strong> parafi na<br />

que foram cortados em 0,4-0,5 secções µm. Todas as amostras<br />

foram coradas utilizando os mesmos procedimentos <strong>de</strong>scritos<br />

para hematoxilina-eosina (HE), Masson e Sirius Picro Vermelho.<br />

A análise semiquantitativa foi realizada por meio <strong>de</strong> avaliação<br />

do patologista usando as colorações <strong>de</strong> HE e Masson. A<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5


L. O. CANTADORI, F. G. ROMEIRO, F. S. YAMASHIRO, C. A. CARAMORI, M. F. C. CARVALHO, G. F. SI LVA<br />

graduação da fi brose foi feita conforme a classifi cação <strong>de</strong><br />

METAVIR, na qual: 0 = ausência <strong>de</strong> fi brose; 1 = fi brose portal<br />

sem septos; 2 = expansão fi brose com alguns septos; 3 =<br />

septos numerosos sem nódulos; e 4 = cirrose. 12<br />

A análise quantitativa foi realizada pelo método morfométrico<br />

através da coloração <strong>de</strong> Picro Sirius Red. As duas amostras <strong>de</strong><br />

cada paciente foram avaliadas cegamente pelo mesmo patologista,<br />

através do índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fi brose, com base na<br />

razão entre a área ocupada pela fi brose e a área total do campo<br />

do microscópio. Usando uma câmera digital (Köhler CTV 500,<br />

sistema NTSC, com adaptação <strong>de</strong> lente <strong>de</strong> 0.63x) e um microscópio<br />

óptico (Leica DMLB, ocular LPlan 10x/25, objetivo lente<br />

PL Fluotar 20x / 0,50), essas áreas foram capturadas e digitalizadas.<br />

A digitalização das imagens foi realizada no computador (AST<br />

Bravo T-MS PRO 6200, Pentium Pro, sistema Windows NT), no<br />

qual as áreas foram calculadas através do software Image Pro<br />

Plus , versão 3.0 (Media Cybernetics LP, Silver Spring, EUA,<br />

1997). Os campos microscópicos foram divididos em pixels com<br />

diferentes intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> luz e comprimentos <strong>de</strong> onda, permitindo<br />

a <strong>de</strong>terminação das áreas <strong>de</strong> interesse.<br />

O número máximo <strong>de</strong> campos aleatórios foi obtido em todas<br />

as amostras e cada campo <strong>de</strong> imagem <strong>de</strong> 640 x 480 pixels<br />

foi adquirido, equivalente a uma área <strong>de</strong> 148.148,14 µm2 foi<br />

visualizada no microscópio em uma ampliação <strong>de</strong> 20 vezes.<br />

A cor vermelha na coloração <strong>de</strong> Picro Sirius Red foi capturada<br />

pelo software e mudada para uma nova cor, aumentando<br />

assim o contraste entre as outras estruturas. A área <strong>de</strong>sta<br />

nova cor foi então medida em µm.<br />

Análise estatística<br />

A comparação da pontuação METAVIR entre os diferentes<br />

momentos foi completada por um mo<strong>de</strong>lo linear generalizado<br />

para medidas repetidas. Erro multinomial e função <strong>de</strong> ligação<br />

cumulativa foram calculados para obter o valor p.<br />

A comparação da análise morfométrica da fi brose entre os<br />

diferentes momentos também foi completada por um mo<strong>de</strong>lo<br />

linear generalizado para medidas repetidas. Erro binomial e<br />

função <strong>de</strong> ligação logística foram estimados para obter o valor<br />

p. A avaliação das taxas <strong>de</strong> progressão da fi brose obtidas por<br />

contagens METAVIR foi obtida por um mo<strong>de</strong>lo linear generalizado<br />

para medidas repetidas. Erro Gaussiano inverso e função<br />

<strong>de</strong> ligação potencial foram calculados para obter o valor p.<br />

A avaliação das taxas <strong>de</strong> progressão da fi brose obtidas por<br />

análise morfométrica foi conseguida por um mo<strong>de</strong>lo linear<br />

generalizado para medidas repetidas. Erro binomial e função <strong>de</strong><br />

ligação logística foram estimados para obter o valor p. O valor <strong>de</strong><br />

p < 0,05 foi consi<strong>de</strong>rado estatisticamente signifi cativo.<br />

Resultados<br />

A mediana do tempo, a partir do momento estimado <strong>de</strong><br />

infecção até a primeira biópsia, foi <strong>de</strong> 15,28 anos e a mediana<br />

do tempo entre as biópsias foi 4,71 anos.<br />

A tabela 1 ilustra os dados epi<strong>de</strong>miológicos e virológicos <strong>de</strong><br />

cada sujeito. A tabela 2 resume os resultados <strong>de</strong> exames laboratoriais,<br />

enquanto a tabela 3 mostra os resultados obtidos a<br />

partir da análise histopatológica das biópsias.<br />

Apenas um paciente não apresentou progressão da fi brose<br />

hepática pela classifi cação <strong>de</strong> METAVIR semiquantitativa.<br />

Todos outros sujeitos apresentaram algum grau <strong>de</strong> progressão<br />

histológica até a segunda biópsia. No entanto, a abordagem<br />

quantitativa por análise morfométrica mostrou progressão da<br />

fi brose em todas as amostras. A PFH calculada pela análise<br />

morfométrica foi <strong>de</strong> 0,58 ± 0,78 antes do transplante e 3,0 ±<br />

3,3 após a cirurgia, com signifi cância estatística entre estes<br />

valores (p = 0,0026). A PFH calculada pelo escore METAVIR<br />

não mostrou diferença estatística entre pré e pós-transplante<br />

(p = 0,9).<br />

Tabela 1: Epi<strong>de</strong>miológicos e genotipagem do HCV dos<br />

pacientes. GN Glomerulonefrite = * = Tempo <strong>de</strong> infecção<br />

antes <strong>de</strong> transplante renal (anos). † = ida<strong>de</strong> estimada da<br />

infecção <strong>de</strong> acordo com o fator <strong>de</strong> risco i<strong>de</strong>ntificado (anos).<br />

Sujeitos<br />

Fatores<br />

<strong>de</strong> risco<br />

Tempo <strong>de</strong><br />

infecção<br />

†<br />

Ida<strong>de</strong> da<br />

infecção<br />

1 Hemodiálise 14 27<br />

2 Hemodiálise 16 <strong>32</strong><br />

Etiologia da<br />

insuficiência<br />

renal<br />

GN<br />

rapidamente<br />

progressiva<br />

Síndrome <strong>de</strong><br />

Alport<br />

HCV<br />

genótipo<br />

3 Hemodiálise 12 40 Hipertensão 1b<br />

4 Transfusão 19 40 Hipertensão 1b<br />

5 Transfusão 14 23<br />

GN<br />

rapidamente 1b<br />

progressiva<br />

6 Transfusão 15 41<br />

Nefropatia<br />

diabética<br />

1b<br />

7 Drogadição 17 25<br />

GN<br />

Membranosa<br />

1b<br />

3a<br />

3a<br />

17 3<br />

<strong>32</strong>(1):1-5<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5


A análise morfométrica para avaliar a taxa <strong>de</strong> progressão da fibrose hepática na<br />

hepatite C crônica após o transplante renal: uma série <strong>de</strong> casos<br />

Tabela 2: Os exames laboratoriais realizados antes e após o<br />

transplante (primeira =/ segunda biópsias). ALT = alanina<br />

aminotransferase. AST aspartato aminotransferase =. GGT<br />

= gama-glutamil transpeptidase. A / G = relação albumina/<br />

globulina. ALT, AST e GGT, bilirrubinas são expressos em<br />

relação ao limite superior normal. Todos os dados são<br />

apresentados como pré/pós-transplante, com um tempo<br />

médio <strong>de</strong> cinco anos entre os exames pré e pós-cirurgia.<br />

Figura. 1: As biópsias do mesmo paciente antes (em<br />

cima) e após (embaixo) o transplante renal. Ambos os<br />

espécimes foram corados pelo Picro Sirius Red para<br />

i<strong>de</strong>ntificar a progressão da fibrose.<br />

Sujeitos ALT AST GGT<br />

Bilirrubina<br />

Total<br />

A/G<br />

1 0,44 / 1,44 0,44 / 6,72 0,65 / 2,09 0,9 / 0,6 1,55 / 1,03<br />

2 0,46 / 0,28 0,33 / 0,5 0,65 / 0,79 1,69 / 2,04 1,46 / 0,71<br />

3 0,04 / 0,61 0,08 / 0,42 0,16 / 1,36 1,4 / 1,4 1,43 / 1,34<br />

4 0,15 / 1,07 0,13 / 1 0,16 / 2,18 0,6 / 0,5 1,08 / 1,36<br />

18 4<br />

<strong>32</strong>(1):1-5<br />

5 0,28 / 0,62 0,25 / 0,45 0,27 / 0,6 1,1 / 0,7 2,02 / 1,2<br />

6 0,2 / 0,68 0,25 / 0,61 0,41 / 8,21 1 / 4 1,26 / 0,92<br />

7 1,53 / 0,77 0,33 / 0,47 0,41 / 1,26 0,7 / 0,4 1,72 / 1,09<br />

Tabela 3: Classificação histopatológica das biópsias<br />

hepáticas antes e após o transplante. MS = estadiamento<br />

METAVIR, que são expressos como fibrose (F) e da<br />

ativida<strong>de</strong> inflamatória (A). MA = análise morfométrica<br />

utilizada para a quantificação <strong>de</strong> fibrose. 1 = transplante<br />

renal antes do transplante e 2 = após o transplante.<br />

A média <strong>de</strong> tempo entre as biópsias foi 4,71 anos.<br />

Sujeitos MS 1 MS 2 MA 1 MA 2<br />

1 F1A0 F2A1 0,34 % 28,74 %<br />

2 F4A3 F4A1 35,57 % 46,5 %<br />

3 F1A1 F2A1 3,04 % 3,2 %<br />

4 F0A0 F1A1 1,34 % 1,79 %<br />

5 F2A1 F2A1 5,11 % 13,23 %<br />

6 F4A1 F3A1 13,38 % 50,<strong>32</strong> %<br />

7 F0A0 F2A0 4,75 % 14,3 %<br />

Discussão<br />

O tratamento <strong>de</strong> VHC em pacientes após o transplante <strong>de</strong><br />

rim não é rotineiramente recomendado <strong>de</strong>vido a preocupações<br />

com o uso <strong>de</strong> interferon po<strong>de</strong>r precipitar rejeição<br />

aguda; mas as cargas virais aumentam por volta <strong>de</strong> 1,0 a<br />

1,5 log10 UI ml-1 após o transplante. 14 Além disso, alanina<br />

aminotransferase aumenta em receptores <strong>de</strong> transplante <strong>de</strong><br />

rim com os testes previamente normais e sobe ainda mais em<br />

pessoas com preexistentes elevações <strong>de</strong> ALT. 14 A presença<br />

<strong>de</strong>stas alterações e o risco <strong>de</strong> progressão da fi brose hepática<br />

merecem gran<strong>de</strong> atenção nestes pacientes.<br />

Há muitos estudos sobre os fatores <strong>de</strong> risco envolvidos na<br />

progressão da fi brose hepática em associação com a hepatite<br />

C em receptores <strong>de</strong> rim sob terapia imunossupressora, 15 mas<br />

o estudo é o primeiro a empregar a análise morfométrica para<br />

quantifi car a progressão da fi brose hepática com essa confi -<br />

guração. Até hoje, apenas um trabalho envolvendo pacientes<br />

com este perfi l foi realizado, mas os resultados encontrados<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5


L. O. CANTADORI, F. G. ROMEIRO, F. S. YAMASHIRO, C. A. CARAMORI, M. F. C. CARVALHO, G. F. SI LVA<br />

foram heterogêneos, mostrando gran<strong>de</strong> variação nas taxas <strong>de</strong><br />

progressão <strong>de</strong> fi brose e até mesmo na regressão da fi brose<br />

anterior na mesma população. 6<br />

A vantagem da análise morfométrica é que ela permite uma<br />

análise histopatológica mais precisa evitando assim variações<br />

intra e interobservadores. Além disso, alguns estudos utilizando<br />

métodos semiquantitativos para avaliar a progressão<br />

da fi brose são forçados a dividir em gran<strong>de</strong>s categorias<br />

em razão dos mo<strong>de</strong>los aplicados até ao momento, sendo<br />

esta uma abordagem que po<strong>de</strong> gerar certa imprecisão na<br />

avaliação da PFH. Em um estudo anterior, a comparação entre<br />

estes métodos mostrou gran<strong>de</strong> variação na análise da fi brose<br />

quando avaliada por morfometria na mesma classifi cação em<br />

relação ao escore semiquantitativo, em particular quando a<br />

cirrose está presente. 8<br />

Em nosso estudo, a análise morfométrica mostrou progressão<br />

da fi brose em todos os pacientes, incluindo o único sujeito em<br />

que a classifi cação METAVIR mostrou regressão da fi brose.<br />

A hipótese <strong>de</strong> que a classifi cação METAVIR é por vezes<br />

subjetiva, o que parece uma explicação a<strong>de</strong>quada para este<br />

caso, mas ela <strong>de</strong>ve ser confi rmada em novos estudos com<br />

mais pacientes. No entanto, uma limitação para estudos<br />

prospectivos é a redução do número <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> transplante<br />

renal com hepatite C porque estes <strong>de</strong>vem ser tratados<br />

antes do transplante. De acordo com avaliações anteriores<br />

e os resultados obtidos neste estudo piloto, a variação entre<br />

as amostras da biópsia hepática e a variação <strong>de</strong> análise por<br />

patologistas diferentes parecem não ser as únicas razões<br />

para os resultados diferentes na literatura sobre a progressão<br />

da fi brose hepática nesta população. 6,8<br />

Para fortalecer as observações histológicas <strong>de</strong> progressão<br />

da fi brose, observou-se ainda sinais bioquímicos compatíveis<br />

com lesões hepáticas ativas. Nossa amostra é muito pequena<br />

para avaliações estatísticas, mas todos os pacientes tinham<br />

elevadas as taxas <strong>de</strong> AST e cinco <strong>de</strong>les (71%) tinham valores<br />

elevados <strong>de</strong> ALT após o transplante <strong>de</strong> rim. Apenas um<br />

sujeito não <strong>de</strong>monstrou redução da relação albumina/ globulina,<br />

enquanto dois pacientes com fi brose hepática avançada<br />

apresentaram um aumento da bilirrubina total. Em conjunto,<br />

estes resultados po<strong>de</strong>m sugerir uma lesão hepática signifi cativa<br />

nos receptores <strong>de</strong> rim que foram avaliados.<br />

Em conclusão, nossos resultados indicam uma progressão<br />

quantifi cável <strong>de</strong> fi brose hepática em pacientes com hepatite<br />

C que foram submetidos a transplante <strong>de</strong> rim e estão sob<br />

terapia imunossupressora. A avaliação histológica por análise<br />

morfométrica se revelou uma abordagem promissora para<br />

evitar interpretações equivocadas <strong>de</strong> progressão <strong>de</strong> fi brose<br />

por ensaios semiquantitativos em receptores <strong>de</strong> transplante<br />

<strong>de</strong> rim.<br />

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case control study. Nephrol Dial Transplant 2002; 17:129-133.<br />

19 5<br />

<strong>32</strong>(1):1-5<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):1-5


Artigo Original<br />

EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary<br />

obstruction: a new tool when ERCP fails<br />

Drenagem biliar ecoguiada no câncer biliar distal: uma nova ferramenta<br />

na falha da CPRE<br />

JONAS TAKADA, 1 EVERSON L.A. ARTIFON 2<br />

20 6<br />

<strong>32</strong>(1):6-12<br />

Summary<br />

Introduction: Most of patients with biliary tract cancer<br />

are diagnosed at an advanced stage. EUS-gui<strong>de</strong>d biliary<br />

drainage (EBD) is an alternative to percutaneous transhepatic<br />

or surgical drainage techniques after failure at<br />

conventional access by endoscopic retrogra<strong>de</strong> cholangiopancreatography<br />

(ERCP). Objectives: To evaluate<br />

EBD effi cacy and safety in patients with malignant biliary<br />

obstruction at the Gastrointestinal Endoscopy Department<br />

from Hospital das Clínicas of São Paulo University.<br />

Methods: There were inclu<strong>de</strong>d in our study patients<br />

that had a clinical history of obstructive jaundice and<br />

failure at biliary drainage by ERCP. EBD was performed<br />

un<strong>de</strong>r radioscopic control. The effi cacy was analyzed<br />

according to clinical outcome and improvement in<br />

quality of life after the procedure, which was assessed<br />

by the application of a quality of life measurement test,<br />

and an evaluation of laboratory tests, signs, symptoms<br />

and procedure-related complications. Results:<br />

From April 2<strong>01</strong>0 to September 2<strong>01</strong>1, <strong>32</strong> patients with<br />

advanced biliary tract cancer were inclu<strong>de</strong>d in our<br />

study. Three (9.4%) patients had technical failure at<br />

EBD procedure. Technical success was achieved in<br />

90.6% (29/<strong>32</strong>) and clinical improvement occurred in<br />

100% (29/29). EUS-gui<strong>de</strong>d choledochoduo<strong>de</strong>nostomy<br />

was the most common drainage procedure (58.62%).<br />

Duo<strong>de</strong>nal self-expandable metallic stents were placed<br />

in 7 (21.85%) cases. There were a signifi cant <strong>de</strong>crease<br />

in bilirubin levels (p


J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />

docoduo<strong>de</strong>nostomia ocorreu em 58,6% e foi o acesso mais<br />

frequente da casuística apresentada. A melhora da bilirrubina<br />

em 7 dias foi signifi cante (p


EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary obstruction:<br />

a new tool when ERCP fails<br />

Then, a 0.035-inch gui<strong>de</strong>wire was introduced through the<br />

EUS needle channel. An attempt was performed to bypass<br />

the gui<strong>de</strong>wire through the lesion to reach the duo<strong>de</strong>nal loop<br />

as a ren<strong>de</strong>zvous maneuver.<br />

If it was unsuccessful, the needle was withdrawn and a wiregui<strong>de</strong>d<br />

needle knife (KD-441Q, Olympus, Tokyo, Japan) was<br />

inserted to increase the orifi ce in the gastrointestinal wall. To<br />

complete the biliary drainage, a partially covered self-expandable<br />

metallic stent (60x10mm or 80x10mm; WallFlex, Boston<br />

Scientifi c, Natick, MA, USA) was passed over the gui<strong>de</strong>wire.<br />

In cases with pyloric or duo<strong>de</strong>nal stenosis, enteral self-expandable<br />

metallic stents were placed un<strong>de</strong>r same procedure.<br />

EBD was characterized as EUS-gui<strong>de</strong>d anterogra<strong>de</strong> drainage,<br />

ren<strong>de</strong>zvous, hepatogastrostomy, hepatojejunostomy, choledochoduo<strong>de</strong>nostomy,<br />

or choledochoantrostomy.<br />

maximum) and it was also assessed normal probability distribution<br />

for each parameter using Kolmogorov-Smirnov test. 14<br />

Occasional chance was not accepted (p


J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />

Patient Age (y) Sex Tumor characteristics<br />

TB<br />

(mg/dl)<br />

AP<br />

(U/L)<br />

A total of 3 (9.4%) patients had failure in EUS-gui<strong>de</strong>d biliary<br />

drainage. Technical success in EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage<br />

was 90.6% (29/<strong>32</strong>) with clinical success of 100% (29/29) of<br />

them. The procedure was completed in 29 (90.6%) patients<br />

by the following techniques: 17 (58.6%) choledochoduo<strong>de</strong>nostomies,<br />

6 (20.7%) hepatogastrostomies, 2 (6.9%)<br />

anterogra<strong>de</strong> drainages, 2 (6.9%) choledochoantrostomies,<br />

1 (3.4%) hepatojejunostomies, and 1 (3.4%) EUS-gui<strong>de</strong>d<br />

ren<strong>de</strong>zvous (Figures 1 and 2).<br />

GGT<br />

(U/L<br />

20 86 F Pancreatic cancer 8.2 464 478<br />

EBD technique<br />

Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />

Enteral stent<br />

TB *<br />

(U/L)<br />

AP *<br />

(U/L)<br />

GGT *<br />

(U/L)<br />

2.95 147 109<br />

21 52 F Pancreatic cancer 19.2 473 312 Choledochoantrostomy 5.6 317 254<br />

22 65 M Pancreatic cancer 6.9 487 378 Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy 2.7 210 123<br />

23 81 M Cholangiocarcinoma 4.4 1189 784 Hepatogastrostomy 3.6 153 113<br />

24 67 F Metastatic lesion 11.24 656 411 EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous 4.7 193 124<br />

25 81 F Metastatic lesion 13.5 292 642 Hepatogastrostomy 3.1 160 112<br />

26 55 M Hepatocarcinoma 9.76 1362 340 Hepatogastrostomy 4.4 402 138<br />

27 56 F Cholangiocarcinoma 18.86 672 498 EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous 9.8 <strong>32</strong>1 345<br />

28 79 F Gallblad<strong>de</strong>r cancer - - - Failed EBD - - -<br />

29 81 M Hepatocarcinoma - - - Failed EBD - - -<br />

30 77 M Pancreatic cancer 25 865 473<br />

Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />

Enteral stent<br />

15.7 527 345<br />

31 51 M Pancreatic cancer 11.12 1380 366 Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy 5.5 567 198<br />

<strong>32</strong> 51 M Pancreatic cancer 17.6 442 662<br />

Choledochoduo<strong>de</strong>nostomy +<br />

Enteral stent<br />

TB – Total bilirubin; AF – Alkaline phosphatase; GGT – Gamma-glutamyl transferase; NR – Normal range value.<br />

* Results 7 days after the procedure.<br />

2.5 NR NR<br />

Figure 2: Image sequence of a EUS-gui<strong>de</strong>d<br />

choledochoduo<strong>de</strong>nostomy. A: Dilated extrahepatic<br />

biliary tree; B: EUS-gui<strong>de</strong>d puncture; C and D:<br />

Cholangiography <strong>de</strong>monstrating a malignant biliary<br />

stricture; E: Fistula enlargement with a needle-knife<br />

catheter; F: Fluoroscopy control of the biliary selfexpan<strong>de</strong>d<br />

metallic stent placement; G: Endoscopic view<br />

of metallic stent; and H: Fluoroscopy view of the biliary<br />

and duo<strong>de</strong>nal stents.<br />

23 9<br />

<strong>32</strong>(1):6-12<br />

Figure 1: Image seguence of a EUS-gui<strong>de</strong>d<br />

hepatogastrostomy. A: Dilated intrahepatic bile duct;<br />

B: Doppler EUS of bile duct; C: EUS-gui<strong>de</strong>d puncture;<br />

D: Cholangiography <strong>de</strong>monstrating a malignant biliary<br />

stricture; E: Fistula enlargement with a needle-knife<br />

catheter; F: Self-expandable metallic stent placement;<br />

and G: Endoscopic view of the metallic stent.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):6-12


EUS-gui<strong>de</strong>d biliary drainage in distal malignant biliary obstruction:<br />

a new tool when ERCP fails<br />

10 24<br />

<strong>32</strong>(1):6-12<br />

Enteral stent placement was necessary in 7 cases (21.75%).<br />

The average diameter of the bile duct at the time of the procedure<br />

was 20.49 mm and the mean procedure time was 47<br />

minutes. In all cases, we opted for partially covered self-expan<strong>de</strong>d<br />

metallic stent.<br />

Complications occurred in 6 (18.75%) patients. One <strong>de</strong>veloped<br />

severe abdominal pain after the procedure and promptly<br />

respon<strong>de</strong>d to analgesia. Two had bleeding at the proximal<br />

stent site placement and they were treated successfully with<br />

epinephrine solution injection and argon plasma.<br />

Early biliary fi stula occurred in 1 patient, in which only conservative<br />

treatment was necessary. In one patient an early migration<br />

of biliary stent occurred and he was referred to surgery<br />

correction. A graft migration occurred in one patient as a result<br />

of a late complication, in this case conservative treatment was<br />

effective, since the fi stula tract was already formed.<br />

In laboratory tests and over the time points accessed, all<br />

patients <strong>de</strong>monstrated a statistically signifi cant improvement in<br />

parameters, such as, total bilirubin, gamma-glutamyl transferase,<br />

alkaline phosphatase, and leukocytes count (p


J. TAKADA, E. L.A. ARTIFON<br />

However, when EUS-gui<strong>de</strong>d ren<strong>de</strong>zvous and anterogra<strong>de</strong><br />

techniques were combined with transmural techniques, the<br />

success rate of endoscopic drainage was 92.55% and the<br />

overall complication rate was 4%, including: biliary fi stula,<br />

pneumoperitoneum, abdominal pain and pancreatitis. In<br />

our study, complications occurred in 6 (18.75%) patients: 1<br />

(3.4%) abdominal pain, 2 (6.9%) bleedings, 1 (3.4%) biliary<br />

fi stula, and 1 (3 4%) late migration of biliary stent.<br />

Recently, Kahaleh et al. reported the largest case series<br />

about EBD with a success rate of 84% (41/49) and minor<br />

complications in 16% (8/49). 12 Thirty-fi ve patients un<strong>de</strong>rwent<br />

intrahepatic approach, with a success rate of 83% (29/35).<br />

Fourteen patients un<strong>de</strong>rwent extrahepatic approach, which<br />

was successful in 86% (12/14) of them. In our series, the<br />

most used drainage technique were choledochoduo<strong>de</strong>nostomy<br />

in 17 (58.62%) patients and hepatogastrostomy in 6<br />

(20.68%). We observed an overall success rate of 90.6%<br />

29/<strong>32</strong>.<br />

Comparing choledochoduo<strong>de</strong>nostomy with hepatogastrostomy,<br />

it is noticed that the extrahepatic biliary tree offers a<br />

more evi<strong>de</strong>nt and feasible access for the fi ne needle EUSgui<strong>de</strong>d<br />

puncture, since that, in the duo<strong>de</strong>nal bulb, the echoendoscope<br />

is in a more stable position. 22,23<br />

In other hand, in the hepatogastrostomy technique, the<br />

echoendoscope is positioned in a straightened position,<br />

which favors the transmission of force along the axis of the<br />

working channel during the stent placement, combined with<br />

the fact that the liver parenchyma soft consistency (except<br />

in cases with un<strong>de</strong>rlying cirrhosis) also offers less resistance<br />

to the stent placement, a fact that does not occur in a thick<br />

fi brous wall of the common bile duct. 24<br />

metallic stent for transmural recanalization in a patient with<br />

malignant biliary obstruction, which presented clinical improvement<br />

at follow-up of three months. 26<br />

Although there are no studies comparing stents types (plastic<br />

or metallic), the self-expan<strong>de</strong>d metallic stents are preferred<br />

for three main reasons: a) when fully expan<strong>de</strong>d, it effectively<br />

seals the transmural channel and may prevent from leakage;<br />

b) its larger diameter offers greater long-term patency,<br />

which reduces the need for stent exchange; c) if there is<br />

stent dysfunction caused by tumor ingrowth or clogging, the<br />

management is somewhat less challenging than if it were<br />

plastic stents, once a new stent (plastic or metallic) can be<br />

easily inserted through the previously positioned occlu<strong>de</strong>d<br />

metallic stent. However, these advantages of metallic stents<br />

must be balanced by its limiting factors, such as cost and<br />

availability.<br />

In this present study, complications were mild and they did<br />

not alter the favorable clinical outcome of biliary drainage<br />

procedure, once the quality of life was signifi cantly better<br />

after the procedure (7, 30, 60 and 90 days) and remained<br />

sustained until the patients last evaluation at three months.<br />

We emphasize the fact that comparative studies of EBD with<br />

surgical bypass or percutaneous transhepatic drainage are<br />

fundamental. The contribution of EBD for palliation in malignant<br />

biliary obstruction led to the conclusion that it is an<br />

effective and safe procedure, given its clinical and technical<br />

success rates.<br />

REFERÊNCIAS<br />

25 11<br />

<strong>32</strong>(1):6-12<br />

The utilization of appropriated equipment is crucial to the<br />

success of this challenging procedure. 22 It could be used a<br />

linear array echoendoscope with a working channel of at<br />

least 3.2 mm. However, we recommend a therapeutic echoendoscope<br />

with a large channel (3.7 or 3.8 mm). The puncture<br />

duct access is usually performed with a 19 or 22-gauge<br />

needle. In general, a 19-gauge needle is preferred because<br />

it accommodates a 0.035-inch gui<strong>de</strong>wire, which enables a<br />

better control during endoscopic manipulation of the biliary<br />

tract. In this study, we used a 19-gauge needle, 0.035-inch<br />

gui<strong>de</strong>wire and needle-knife catheter to enlarge the bilioenteric<br />

channel.<br />

We should also notice that, in the clinical point of view, the<br />

most relevant technical <strong>de</strong>cision seems to be the type of stent<br />

used. 25 In literature, Artifon et al. published the fi rst case of<br />

EUS-gui<strong>de</strong>d hepatogastrostomy using a self-expan<strong>de</strong>d<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

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Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Apendicite aguda e perfuração colônica provocada por DIU<br />

com abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />

Appendicitis and colonic perforation caused by Intrauterine<br />

Contraceptive Device with a vi<strong>de</strong>olaparoscopic approch<br />

ANDRÉ ROSSETTI PORTELA, 1 GERALDO MARTINS ASSUNÇÃO, 2 LAURA MIRANDA KILIMNIK, 3 KIZY MILLENE FERREIRA DA COSTA<br />

LAGE, 3 JOSÉ DE ALENCAR GONÇALVES DE MACEDO 4<br />

Resumo<br />

A perfuração uterina é uma das principais complicações<br />

relacionadas à inserção <strong>de</strong> dispositivo intrauterino<br />

(DIU), po<strong>de</strong>ndo provocar danos a órgãos intra-abdominais.<br />

O artigo tem como objetivo <strong>de</strong>screver o caso<br />

<strong>de</strong> uma paciente tratada por vi<strong>de</strong>olaparoscopia após<br />

o diagnóstico <strong>de</strong> apendicite e perfuração colônica,<br />

causadas por DIU em cavida<strong>de</strong> abdominal. A perfuração<br />

uterina <strong>de</strong>ve sempre ser consi<strong>de</strong>rada nos casos<br />

<strong>de</strong> dor pélvica em pacientes que fazem uso <strong>de</strong> DIU,<br />

sendo a vi<strong>de</strong>olaparoscopia um método seguro para a<br />

retirada do corpo estranho e tratamento das lesões <strong>de</strong><br />

órgãos intracavitários.<br />

Unitermos: Dispositivo Intrauterino, Perfuração Colônica,<br />

Apendicite Aguda.<br />

Summary<br />

Uterus perforation is one of the major complications<br />

caused by insertion of Intrauterine Contraceptive<br />

Device (IUD), being able to provoke injury to intraabdominal<br />

organs. This article <strong>de</strong>scribes the case of a<br />

patient treated laparoscopically after having the diagnosis<br />

of appendicitis and colonic perforation caused<br />

by IUD within abdominal cavity. The uterus perforation<br />

must always be consi<strong>de</strong>red in cases of pelvic pain in<br />

female patients using IUD, and vi<strong>de</strong>olaparocopy is a<br />

safe procedure to remove the <strong>de</strong>vice and treat abdominal<br />

organs damages.<br />

Keyword: Intrauterine Device, Colonic Perforation,<br />

Appendicitis.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método reversível<br />

<strong>de</strong> contracepção efi ciente e amplamente difundido. O<br />

uso do DIU po<strong>de</strong> levar a complicações clínicas e cirúrgicas<br />

<strong>de</strong> repercussões variáveis. A perfuração uterina<br />

é uma complicação rara, po<strong>de</strong>ndo ser tanto assintomática<br />

quanto produzir quadro clínico <strong>de</strong> abordagem<br />

cirúrgica. 1-6<br />

O escopo é relatar um caso <strong>de</strong> migração do DIU para<br />

a cavida<strong>de</strong> peritoneal, evoluindo com apendicite aguda<br />

e perfuração <strong>de</strong> sigmoi<strong>de</strong>, lesões estas tratadas por<br />

vi<strong>de</strong>olaparoscopia.<br />

27 13<br />

<strong>32</strong>(1):13-15<br />

1. Cirurgião Geral e Oncológico, Assistente da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG e Assistente do Instituto<br />

Mário Penna/Hospital Luxemburgo, Belo Horizonte - MG. 2. Cirurgião Geral, Chefe da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong><br />

Belo Horizonte - MG. 3. Resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Cirurgia Geral da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG. 4. Cirurgião Geral e do Aparelho<br />

Digestivo e Assistente da IIª Clínica Cirúrgica da Santa Casa <strong>de</strong> Belo Horizonte - MG. En<strong>de</strong>reço para correspondência: Andre<br />

Rossetti Portela – Rua Engenheiro Amaro Lanari, 130 – Carmo-sion - CEP 30310-580 - Belo Horizonte - MG – Brasil/ e-mail:<br />

andrerossettiportela@gmail.com. Recebido em: 20/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: <strong>01</strong>/02/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15


Apendicite aguda e perfuração colônica provocada<br />

por DIU com abordagem vi<strong>de</strong>olaparoscópica<br />

RELATO DE CASO<br />

LRAC, 31 anos, com história <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> DIU dois<br />

meses após parto cesariano, evoluiu após sete meses com<br />

quadro <strong>de</strong> dor abdominal intensa associada a vômitos e<br />

febre. Realizou ultrassonografi a (US) endovaginal sem alterações,<br />

optado pela retirada do DIU; houve ruptura <strong>de</strong> seu<br />

cordão após ser tracionado, sendo o dispositivo mantido<br />

na cavida<strong>de</strong> uterina. Imediatamente realizado US endovaginal,<br />

i<strong>de</strong>ntifi cou-se o DIU em região do colo do útero sem<br />

o cordão.<br />

Quatro semanas após, foi solicitada avaliação da Cirurgia<br />

Geral pois a paciente apresentou novo episódio <strong>de</strong> dor<br />

abdominal associado a vômitos. Em radiograma da pelve,<br />

observou-se DIU na hemipelve direita (fi gura 1) e, em<br />

US endovaginal, evi<strong>de</strong>nciou-se DIU extracavitário junto à<br />

pare<strong>de</strong> anterior do útero em região ístmica, associado à<br />

reação infl amatória com tamponamento, havendo dor local<br />

durante o exame (fi gura 2).<br />

Em 19 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2, a paciente foi submetida à<br />

vi<strong>de</strong>olaparoscopia, tendo como achado cirúrgico o DIU<br />

envolto em apêndice cecal com reação infl amatória local,<br />

além <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> sigmoi<strong>de</strong> pelo braço do dispositivo.<br />

Foram realizados: apendicectomia (fi gura 3) e rafi a<br />

do sigmoi<strong>de</strong> após extração do braço por laparoscopia. A<br />

paciente evoluiu no pós-operatório sem intercorrências.<br />

O acompanhamento ambulatorial ocorreu sem alterações.<br />

Exame anatomopatológico confi rmou o diagnóstico <strong>de</strong><br />

apendicite aguda.<br />

Figura 3. Peça cirúrgica <strong>de</strong> apêndice cecal e esoapêndice<br />

envolvendo parcialmente o DIU. Nota-se braço do<br />

DIU, responsável pela perfuração colônica.<br />

14 28<br />

<strong>32</strong>(1):13-15<br />

Figura 1. Radiograma em AP, evi<strong>de</strong>nciando DIU em<br />

hemipelve direita.<br />

DISCUSSÃO<br />

O DIU é um método seguro <strong>de</strong> contracepção <strong>de</strong> uso<br />

prolongado. Gravi<strong>de</strong>z ectópica, infecção, sangramento e<br />

perfuração uterina são complicações <strong>de</strong>scritas pelo uso<br />

do DIU.<br />

Figura 2. Observa-se em setas brancas imagem <strong>de</strong> DIU<br />

fora da pare<strong>de</strong> uterina em US endovaginal.<br />

O mecanismo <strong>de</strong> perfuração uterina parece ocorrer durante<br />

a implantação ou por reação infl amatória na pare<strong>de</strong> uterina.<br />

Parida<strong>de</strong>, tempo <strong>de</strong> implantação, abortos prévios, experiência<br />

do profi ssional, tempo pós-parto e posição do útero<br />

parecem estar relacionados como variáveis <strong>de</strong> risco para<br />

perfuração uterina. Esta ocorre com frequência, que varia<br />

<strong>de</strong> 0,05 a 13 por 1000 inserções <strong>de</strong> DIU. Tal variação<br />

se <strong>de</strong>ve a não uniformida<strong>de</strong> técnica do profi ssional que<br />

implanta o DIU e as diferenças <strong>de</strong> acesso e notifi cação <strong>de</strong><br />

casos que ocorrem em diversos países.<br />

Os sintomas po<strong>de</strong>m ser sangramento excessivo, dor<br />

pélvica, sendo em alguns casos a sintomatologia frustra ou<br />

ausente. Nos casos tardios, é importante excluir gestação.<br />

Em 85% dos casos não ocorre injúria a órgãos intracavitários,<br />

em 15% po<strong>de</strong> ocorrer lesão, resultando em perfuração<br />

intestinal, vesical, obstrução intestinal e fístulas entéricas.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15


A. R. PORTELA, G. M. ASSUNÇÃO, L. M. KILIMNIK, K. M. F. C. LAGE, J. A. G. MACEDO<br />

A média <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção da inserção à perfuração<br />

é <strong>de</strong> 306 dias. Em 8,4% dos casos, a perfuração foi <strong>de</strong>tectada<br />

no momento da inserção. 1-6<br />

Diante da suspeita clínica, a ultrassonografi a endovaginal<br />

(USE) e o Rx <strong>de</strong> abdome são solicitados para confi rmar a<br />

saída do DIU da cavida<strong>de</strong> uterina.<br />

O Rx simples não consegue estabelecer as relações<br />

anatômicas com os órgãos ocos <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong><br />

com segurança, sendo mais sensível o uso da tomografi a<br />

computadorizada (TC) para esse fi m. É muito importante<br />

confi rmar a saída do DIU da cavida<strong>de</strong> uterina, e caso não<br />

tenha saído por completo, po<strong>de</strong> ser aventada a hipótese<br />

da retirada por histeroscopia.<br />

Um algoritmo proposto na literatura em caso <strong>de</strong> suspeita<br />

<strong>de</strong> perfuração uterina por DIU é a solicitação da USE<br />

seguida pelo Rx simples da pelve em duas incidências<br />

(AP e lateral). Caso o DIU não seja visto na pelve, a TC<br />

<strong>de</strong> abdome e pelve po<strong>de</strong> ser útil no planejamento cirúrgico.<br />

Alguns autores sugerem o uso da TC como primeira<br />

escolha, o que é questionável já que os Rx e a USE<br />

são exames <strong>de</strong> baixo custo, sem exposição excessiva à<br />

radiação e muito sensíveis para a indicação cirúrgica, que<br />

é quase sempre compulsória. 2,5<br />

Na maioria dos casos, o DIU po<strong>de</strong> ser retirado por laparoscopia<br />

com segurança e efi ciência, permitindo inspeção<br />

criteriosa da cavida<strong>de</strong> peritoneal e i<strong>de</strong>ntifi cação <strong>de</strong> lesões<br />

associadas, assim como a correção das lesões por tal via<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que realizado por profi ssional treinado em cirurgia<br />

laparoscópica avançada.<br />

A evolução clínica, na maioria das vezes, permite ao<br />

médico assistente programar a intervenção <strong>de</strong> forma<br />

eletiva. Retirada do DIU é o tratamento recomendado,<br />

mesmo com o elevado número <strong>de</strong> casos assintomáticos,<br />

em vista da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rências e lesão <strong>de</strong> órgãos<br />

intra-abdominais. 1-3,5,7-11<br />

REFERÊNCIAS<br />

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intra-uterino. Arq Gastroenterol. 2003;40(1):45-46.<br />

29 15<br />

<strong>32</strong>(1):13-15<br />

CONCLUSÃO<br />

Em toda paciente com dor pélvica, em uso <strong>de</strong> DIU, <strong>de</strong>ve<br />

ser aventada a hipótese <strong>de</strong> migração do dispositivo para<br />

a cavida<strong>de</strong> peritoneal. A gestação <strong>de</strong>ve ser excluída. A<br />

retirada do DIU intracavitário <strong>de</strong>ve ser feita por vi<strong>de</strong>olaparoscopia<br />

ou laparotomia mesmo em pacientes assintomáticos.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):13-15


Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Elastografia ARFI na quantificação dos graus <strong>de</strong> fibrose<br />

hepática<br />

ARFI elastography in quantifying the <strong>de</strong>gree of hepatic fibrosis<br />

JOEL SCHMILLEVITCH, 1 ANA GORSKI 2<br />

16 30<br />

<strong>32</strong>(1):16-18<br />

Resumo<br />

A quantifi cação do grau <strong>de</strong> fi brose do fígado é essencial<br />

para avaliar os pacientes com doença hepática crônica.<br />

Novos métodos <strong>de</strong> diagnósticos não-invasivos têm sido<br />

<strong>de</strong>senvolvidos com o objetivo <strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong><br />

biópsia hepática. Em 2009, a elastografi a ARFI aparece<br />

em um software acoplado ao equipamento <strong>de</strong> ultrassom<br />

convencional. A literatura tem <strong>de</strong>monstrada a alta precisão<br />

entre ARFI elastografi a e a biópsia do fígado. A vantagem<br />

do método a ser acoplado a equipamento <strong>de</strong> ultrassons<br />

convencionais é a visualização do fígado, e que ele po<strong>de</strong><br />

ser usado durante o exame <strong>de</strong> ultrassom <strong>de</strong> rotina.<br />

Unitermos: Doença Hepática Crônica, Fibrose Hepática,<br />

Elastografi a do Fígado.<br />

Summary<br />

The quantifi cation of the <strong>de</strong>gree of liver fi brosis is essential<br />

to evaluate the patients with chronic liver disease. New<br />

noninvasive diagnostic methods have been <strong>de</strong>veloped with<br />

the aim of reducing the number of liver biopsy. In 2009, the<br />

ARFI elastography appears, a software coupled to conventional<br />

ultrasound equipment. The literature has <strong>de</strong>monstrated<br />

high accuracy between ARFI elastography and liver<br />

biopsy. The advantage of the method to be coupled to<br />

conventional ultrasound equipment is the visualization of<br />

the liver and that it can be used during routine ultrasound<br />

examination.<br />

Keywords: Liver, Chronic Liver Disease, Hepatic Fibrosis,<br />

Liver Elastography.<br />

Relato <strong>de</strong> Caso<br />

A quantifi cação dos graus <strong>de</strong> fi brose hepática é fundamental<br />

para a <strong>de</strong>cisão terapêutica, seguimento e prognóstico<br />

nos pacientes portadores <strong>de</strong> doenças hepáticas<br />

crônicas.<br />

A biópsia hepática vem sendo consi<strong>de</strong>rada como padrão<br />

<strong>de</strong> referência no estadiamento da fi brose hepática associada<br />

a marcadores sorológicos. No entanto apresenta<br />

as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> ser procedimento invasivo, necessitando<br />

internação, sedação, com risco <strong>de</strong> complicações<br />

leves ou mais severas e infl uenciadas por fatores,<br />

tais como o tamanho da amostra e variações intra e<br />

interobservadores. 1,2<br />

Na última década, novos métodos diagnósticos nãoinvasivos<br />

e marcadores sorológicos foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />

com a fi nalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o número <strong>de</strong> biópsias hepáticas.<br />

1. Diretor do Centro <strong>de</strong> Diagnósticos Schmillevitch, Pesquisador do Instituto <strong>de</strong> Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e Presi<strong>de</strong>nte do Departamento <strong>de</strong> Diagnóstico por Imagem da Socieda<strong>de</strong> Paulista<br />

<strong>de</strong> Pediatria. 2. Diretora do Centro <strong>de</strong> Diagnósticos Schmillevitch. En<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correspondência: Joel Schmillevitch - Centro<br />

<strong>de</strong> Diagnósticos Schemillevitch – Rua Cardoso <strong>de</strong> Almeida, 1156 – apto. 63 - CEP 05<strong>01</strong>3-0<strong>01</strong>. São Paulo - SP. Recebido em:<br />

20/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 02/02/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18


J. SCHMILLEVITCH, A. GORSKI<br />

Em 2003, surgiram os primeiros trabalhos científi cos com a<br />

elastografi a transitória (Fibroscan, Echosens, França), que<br />

pela imagem unidimensional, modo M, provoca vibrações<br />

mecânicas, com ondas <strong>de</strong> baixa frequência, medindo a velocida<strong>de</strong><br />

no parênquima hepático em Kilopascals, proporcionalmente<br />

ao grau <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z do fígado. 3<br />

O número <strong>de</strong> trabalhos publicados com a elastografi a transitória<br />

é crescente, e os resultados têm <strong>de</strong>monstrado elevada<br />

acurácia na quantifi cação dos graus <strong>de</strong> fi brose hepática. 3<br />

Em 2009, são iniciadas as publicações da elastografi a ARFI<br />

(Acoustic Radiation Force Impulse), software acoplado a<br />

equipamento convencional <strong>de</strong> ultrassonografi a (Siemens<br />

S2000, USA), que através do transdutor convencional <strong>de</strong><br />

ultrassom, com 3,5 MHz, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compressão,<br />

emite ondas 10.000 vezes mais rápidas em relação às ondas<br />

convencionais. A propagação das ondas é seguida da<br />

<strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> pulsos, que é utilizada para mensurar a velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> propagação da onda, que é diretamente relacionada<br />

ao grau <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z hepática. 4-7<br />

As medidas são preferencialmente realizadas no lobo hepático<br />

direito, nos segmentos 5 e 8, através dos espaços intercostais.<br />

A utilização no lobo esquerdo é útil nos pacientes<br />

obesos, nos quais po<strong>de</strong> haver difi culda<strong>de</strong>s técnicas na<br />

obtenção das medidas no lobo direito. São realizadas, pelo<br />

menos, 10 medidas com o cálculo da média. Os resultados<br />

obtidos são expressos em metros por segundo e variam <strong>de</strong><br />

0,5 a 4,4m/seg (Figura 1). 8-10<br />

Figura 1. Elastografia ARFI realizada no segmento, V<br />

mostrando velocida<strong>de</strong> 2,68m/s compatível com<br />

fibrose grau IV (cirrose).<br />

A esteatose hepática, a ascite e a obesida<strong>de</strong> não interferem<br />

no resultado do exame. 7 Estudo <strong>de</strong> metanálise com 518<br />

pacientes mostrou correlação entre os resultados da elastografi<br />

a ARFI e a biópsia hepática, com acurácia <strong>de</strong> 87%<br />

para fi brose grau II, 91% para fi brose grau III e 93% para<br />

fi brose grau IV. 11<br />

Estudo piloto, o primeiro nacional 12 , com 29 casos, <strong>de</strong>monstrou<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100% e especifi cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 89,5% para<br />

predizer fi brose severa e 100% <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e 92% para<br />

cirrose. A elastografi a ARFI tem sido validada em trabalhos<br />

científi cos, com resultados equivalentes aos da elastografi a<br />

transitória. 8,13,14<br />

As doenças que hiperestimam a elastografi a ARFI são<br />

congestão hepática, colestase hepática, hepatite aguda e<br />

IMC acima <strong>de</strong> 40. 15<br />

A elastografi a ARFI por estar acoplada a equipamento<br />

convencional <strong>de</strong> ultrassonografi a, apresentando as<br />

seguintes vantagens:<br />

a) Visualização do fígado, através do modo B, com <strong>de</strong>fi nição<br />

do local a ser realizada a medição, evitando-se vasos ou<br />

outras estruturas que po<strong>de</strong>riam prejudicar o procedimento;<br />

b) A elastografi a ARFI po<strong>de</strong> ser realizada durante o exame<br />

<strong>de</strong> ultrassom <strong>de</strong> rotina;<br />

c) possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização do doppler hepático; e<br />

d) baixo número <strong>de</strong> exames inválidos.<br />

Novos protocolos com a elastografi a ARFI têm sido publicados:<br />

potencial do método para avaliação da resposta ao<br />

tratamento antiviral, potencial do método como preditor <strong>de</strong><br />

varizes hepáticas, relação com a <strong>de</strong>scompensação hepática<br />

em cirróticos, valor do exame na avaliação do tratamento<br />

<strong>de</strong> tumores hepáticos por radioablação, esteatose hepática<br />

não-alcoólica, esteatohepatite, na doença fi brocística e nos<br />

fígados transplantados. 15-22<br />

A ressonância magnética tem apresentada elevada acurácia<br />

na quantifi cação dos graus da fi brose hepática. No entanto,<br />

o foco está dirigido à elastografi a pois se trata <strong>de</strong> método<br />

inócuo, com maior rapi<strong>de</strong>z e facilida<strong>de</strong> na sua realização. 23<br />

Os resultados da elastografi a ARFI <strong>de</strong>monstram potencial<br />

do método, mas novos estudos são necessários para validar<br />

o exame.<br />

Os dois métodos <strong>de</strong> elastografi a estão sendo introduzidos<br />

lentamente no Brasil. Na França, on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> equipamentos<br />

é elevado, o exame foi incorporado à prática<br />

médica, com diminuição signifi cativa do número <strong>de</strong> biópsias<br />

hepáticas.<br />

31 17<br />

<strong>32</strong>(1):16-18<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18


Elastografia ARFI na quantificação dos graus <strong>de</strong> fibrose hepática<br />

18 <strong>32</strong><br />

<strong>32</strong>(1):16-18<br />

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GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):16-18


Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Hemorragia digestiva alta causada por pólipo gástrico<br />

hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />

Upper gastrointestinal haemorrhage caused by hyperplastic polyp: case<br />

report<br />

RENZO RUIZ, 3 JULIANA TRAZZI, 3 GABRIEL IZAR DOMINGUES DA COSTA, 3 FÁBIO HONDO, 2 CARLOS FURUYA, 2 RICARDO SATO, 2 PAULO<br />

SAKAI, 1 SHINICHI ISHIOKA 1<br />

Resumo<br />

Conceitualmente, hemorragia digestiva alta (EDA) é <strong>de</strong>fi -<br />

nida como qualquer sangramento <strong>de</strong> localização proximal<br />

ao ângulo <strong>de</strong> Treitz na prática originária do esôfago, estômago<br />

e duo<strong>de</strong>no. Apesar dos avanços, tanto na área<br />

diagnóstica quanto terapêutica, a hemorragia digestiva<br />

continua sendo uma importante causa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>,<br />

com alta incidência e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto econômico.<br />

Mesmo com novas técnicas endoscópicas, a mortalida<strong>de</strong><br />

permanece elevada com o passar dos anos.<br />

No presente artigo, relatamos o caso <strong>de</strong> uma paciente<br />

<strong>de</strong> 80 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>u entrada em nosso serviço,<br />

referindo 2 episódios <strong>de</strong> hematêmeses nas 12 horas que<br />

antece<strong>de</strong>ram à admissão hospitalar. Após estabilização<br />

hemodinâmica, foi submetida à EDA que revelou gran<strong>de</strong><br />

pólipo gástrico, sem sinais <strong>de</strong> sangramento ativo. Optou-se<br />

por terapia mecânica hemostática combinada (endoloop<br />

e hemoclips), com sucesso. Porém houve ressangramento<br />

da lesão, com instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica, e a<br />

segunda tentativa <strong>de</strong> hemostasia mecânica foi associada<br />

à correção do INR com plasma, já que a paciente fazia<br />

uso crônico <strong>de</strong> warfarin <strong>de</strong>vido à fi brilação atrial crônica.<br />

Paciente evoluiu bem, tendo alta após 3 dias da segunda<br />

abordagem endoscópica. Estudos recentes evi<strong>de</strong>nciam<br />

que a terapia combinada é mais efetiva do que a monoterapia<br />

no controle das hemorragias digestivas altas. No<br />

presente caso, optamos por dois métodos mecânicos,<br />

com êxito somente após a segunda abordagem. Neste<br />

caso, a coagulopatia foi o principal fator predisponente na<br />

ocorrência do ressagramento. Portanto sempre se <strong>de</strong>ve<br />

atentar para sua correção em casos em que se acredite<br />

que a alteração possa infl uenciar negativamente no prognóstico.<br />

Unitermos: Hemorragia Digestiva Alta, Terapêutica<br />

Endoscópica Mecânica, Pólipo Hiperplásico, Endoloop,<br />

hemoclips.<br />

Summary<br />

Conceptually, upper gastrointestinal bleeding is <strong>de</strong>fi ned as<br />

any bleeding located proximal to the angle of Treitz, originating<br />

from the esophagus, stomach and duo<strong>de</strong>num. Despite<br />

advances in the diagnostic and therapeutic methods,<br />

gastrointestinal bleeding remains a important cause of<br />

morbidity and mortality, with high inci<strong>de</strong>nce and economic<br />

impact. Even with new endoscopic techniques, mortality<br />

remains high over the years.<br />

In this article, we report a case of a 80-year-old woman<br />

who was admitted in our hospital, referring 2 episo<strong>de</strong>s of<br />

hematemeses, 12 hrs before the admission. After hemodynamic<br />

stabilization, we submit <strong>de</strong> patient to a EGD<br />

that revealed a large gastric polyp with no signs of active<br />

bleeding. We chose a combined therapy, mechanical and<br />

haemostatic (end loop and hem clips), successfully. But<br />

33 19<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

1. Coor<strong>de</strong>nador do Serviço <strong>de</strong> Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo - SP. 2. Assistente<br />

do Serviço <strong>de</strong> Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo – SP. 3. Estagiário do Serviço <strong>de</strong><br />

Endoscopia Gastrointestinal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo – SP. En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />

Renzo Fruiz. Rua <strong>Mar</strong>tiniano <strong>de</strong> Carvalho,1049 - apto. 71M - CEP: <strong>01</strong><strong>32</strong>10<strong>01</strong> São Paulo – SP. e-mail: renzofruiz@hotmail.com.<br />

Recebido em:15/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24


Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />

gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />

20 34<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

after this, there was rebreeding, hemodynamic instability, and<br />

a second attempt was tried. In the second approach we associated<br />

mechanical therapy to correction of INR with plasma,<br />

since the patient had chronic use of warfare due to chronic<br />

atria fi brillation. Patient recovered well and was discharged<br />

three days after the second endoscopic approach. Recent<br />

studies show that combined therapy is more effective than<br />

monoterapia in controlling high digestive bleeding. In this case<br />

we chose two mechanical methods, successfully only after the<br />

second approach. In this case the coagulopathy was the main<br />

predisposing factor in the rebleeding occurrence. Therefore<br />

we must always be attentive to its correction in cases where<br />

we believe that it can negatively infl uence the prognosis.<br />

Keywords: Upper Gastrointestinal Bleeding, Endoscopic<br />

Treatment Mechanics, Hyperplastic Polyp, Endoloop, Hemoclips.<br />

Introdução<br />

A hemorragia digestiva alta, quando manifestada por hematêmese,<br />

normalmente leva os pacientes a procurar imediatamente<br />

auxílio médico. O tratamento dos sangramentos do<br />

trato gastrointestinal evoluiu muito nas últimas décadas.<br />

A endoscopia digestiva alta <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />

somente papel diagnóstico para atualmente ser consi<strong>de</strong>rada<br />

primordial no tratamento <strong>de</strong>stes sangramentos. Com o<br />

avanço da tecnologia, atualmente dispomos <strong>de</strong> um variado<br />

arsenal <strong>de</strong> dispositivos endoscópicos que po<strong>de</strong> ser usado<br />

<strong>de</strong> forma isolada ou combinada no combate <strong>de</strong>ssas situações.<br />

A doença ulcerosa péptica e as erosões gastroduo<strong>de</strong>nais,<br />

mesmo apresentando queda <strong>de</strong> sua incidência com o passar<br />

dos anos, ainda são responsáveis por mais <strong>de</strong> 50% das<br />

hemorragias digestivas situadas acima do ângulo <strong>de</strong> Treitz. 1<br />

Os pólipos gástricos, apesar <strong>de</strong> frequentes na maioria das<br />

vezes, são assintomáticos e raramente se manifestam por<br />

sangramentos muito menos vultosos. A seguir, relatamos<br />

um caso <strong>de</strong>sta infrequente forma <strong>de</strong> apresentação.<br />

Relato <strong>de</strong> caso<br />

M.G., 80 anos, sexo feminino, aposentada, proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

São Paulo. Foi admitida no Pronto Atendimento do Hospital<br />

Alemão Oswaldo Cruz/SP, em junho <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2, com relato <strong>de</strong><br />

ter apresentado dois episódios <strong>de</strong> hematêmeses volumosos<br />

(sic) 12 horas antes da admissão hospitalar. Durante a<br />

avaliação médica inicial, apresentou novo episódio <strong>de</strong> HDA<br />

<strong>de</strong> pequena monta. Negava episódios <strong>de</strong> sangramentos<br />

prévios.<br />

Antece<strong>de</strong>ntes: Fibrilação atrial em uso <strong>de</strong> warfarin, HAS,<br />

hipertireoidismo, hipercolesterolemia e <strong>de</strong>pressão.<br />

Em uso <strong>de</strong>: zolpi<strong>de</strong>m 10 mg, gabapentina 400 mg, atenolol<br />

50 mg, warfarin 5 mg, propiltiouracil 100 mg, razapina 15<br />

mg, ácido fólico 5 mg, glucosamina 500 mg, atorvastatina<br />

cálcica 10 mg e condroitina 400 mg.<br />

Ao exame físico: REG, <strong>de</strong>scorada (+/+4), <strong>de</strong>sidratada<br />

(+/+4), acianótica, anictéria e afebril ao toque.<br />

• PA: 115 x 66 mmHg<br />

• FC: 26bpm<br />

• FR: 17inc/min<br />

• Sat. 95 % com cateter <strong>de</strong> O2 3L/min.<br />

• Temp. : 35.9 *C<br />

• ACV: RCR, 2 t, BNF, sem sopros<br />

• AR: MVUA, sem ruídos adventícios<br />

• ABD: globoso, peristalse +, RHA aumentados, flácido,<br />

indolor à palpação superficial e profunda, DB: neg., ausência<br />

<strong>de</strong> massas ou visceromegalias.<br />

• MMII: sem e<strong>de</strong>mas, panturrilhas livres, pulsos pediosos +.<br />

• Lúcida e orientada no tempo e no espaço, Glasgow 15,<br />

pupilas isocóricas e fotorreagentes.<br />

A conduta inicial realizada foi expansão volêmica com 500<br />

ml <strong>de</strong> SF 0,9% associada a pantoprazol 40 mg IV, metoclopramida<br />

10 mg IV, vitamina K 0,5 ml diluída IV e solicitação<br />

<strong>de</strong> hemograma completo, coagulograma completo, provas<br />

<strong>de</strong> função hepática, tipagem sanguínea e solicitação <strong>de</strong><br />

endoscopia digestiva alta.<br />

Resultados iniciais<br />

• Eritrócitos 3,64 milhões/mm 3<br />

• Hb<br />

10.9 g/dl<br />

• Ht 33,3%<br />

• Plaquetas 231.000/mm 3<br />

• Tempo <strong>de</strong> Protrombina 27,2 seg.<br />

• INR 2,5<br />

• TTPA<br />

45,1 seg.<br />

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R. RUIZ, J. TRAZZI, G. I. D. COSTA, F. HONDO, C. FURUYA, R. SATO, P. SAKAI, S. ISHIOKA<br />

EDA:<br />

Lago mucoso hemático (fi gura 2) e antro exibindo um pólipo<br />

pediculado em região pré-pilórica na face posterior (fi gura<br />

1), avermelhado, lobulado, amolecido ao toque da pinça,<br />

medindo cerca <strong>de</strong> 15 mm, com coto vascular visível em seu<br />

pedículo e coágulo escuro a<strong>de</strong>rido, sem sangramento ativo<br />

no momento. Efetuada aplicação <strong>de</strong> endoloop (fi gura 3) +<br />

polipectomia (fi guras 4 e 7), sem intercorrências e colocação<br />

<strong>de</strong> 3 hemoclips (fi guras 5 e 6) após.<br />

Figura 4 - Polipectomia com alça.<br />

Figura 1 - Pólipo com coágulo a<strong>de</strong>rido no pedículo.<br />

Figura 5 - Aplicação <strong>de</strong> hemoclips.<br />

35 21<br />

Figura 2 - Sangue em fundo gástrico.<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

Figura 6 - Aspecto final.<br />

Figura 3 - Endoloop locado na base do pedículo.<br />

Figura 7 - Pólipo ressecado.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24


Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />

gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />

Após terapêutica endoscópica, paciente permaneceu sob<br />

observação em UTI.<br />

Estável hemodinamicamente. Porém, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 10 horas,<br />

paciente apresentou nova hematêmese <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto.<br />

Nesse momento estava lúcida, orientada, mas bastante<br />

ansiosa.<br />

Descorada (++/+4), <strong>de</strong>sidratada (++/4), acianótica,<br />

anictérica e afebril ao toque<br />

ACV: RCR, 2T, BNF sem sopros , FC: 120 bpm, PA : 110<br />

x 60 mmHg. Perfusão lentificada<br />

Nova EDA (fi gura 8) evi<strong>de</strong>nciou:<br />

Presença <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coágulos<br />

em câmara gástrica. Antro exibindo base <strong>de</strong><br />

polipectomia recente com 3 hemoclips e um<br />

endoloop, com coágulo a<strong>de</strong>rido na face posterior<br />

<strong>de</strong> região pré-pilórica. Optado por aplicação<br />

<strong>de</strong> mais um hemoclip.<br />

Após nova terapêutica endoscópica, paciente<br />

permanece estável sob observação em UTI.<br />

Novos exames solicitados 12 horas após a última<br />

intervenção mostram reversão da coagulopatia.<br />

AR: MVUA, sem ruídos adventícios; taquipneica<br />

(20 inc/min.)<br />

Hb<br />

9.1 g/dl<br />

22 36<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

ABD: globoso, peristalse +, RHA aumentados, flácido,<br />

indolor á palpação superficial e profunda, DB: neg<br />

ausência <strong>de</strong> massas ou vísceromegalias<br />

MMII: sem e<strong>de</strong>mas, panturrilhas livres,<br />

pulsos pediosos +<br />

Hb<br />

Exames<br />

7.8 g/dl<br />

Ht 22.9 %<br />

INR 2.5<br />

Ur<br />

Cr<br />

82 mg/dl<br />

0.98 mg/dl<br />

Ht 26.4%<br />

Plaq. 126.000/mm 3<br />

INR 1.1<br />

Ur<br />

Cr.<br />

60 mg/dl<br />

0.91 mg/dl<br />

Figura 8 - Coágulo a<strong>de</strong>rido ao pedículo da polipectomia<br />

prévia.<br />

Tendo em vista a nova HDA, foram realizadas as seguintes<br />

medidas:<br />

Transfusão <strong>de</strong> dois concentrado <strong>de</strong> hemácias e 4<br />

plasmas frescos congelados<br />

500 UI <strong>de</strong> complexo protrombínico (Beriplex) para<br />

a rápida correção da coagulopatia, tendo em vista<br />

sangramento ativo relacionado à vitamina K e<br />

instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica<br />

Expansão com hidroxietilamido + cloreto <strong>de</strong> sódio à 6 %<br />

(Voluven ® 130/0,4)<br />

Sondagem vesical<br />

Solicitação <strong>de</strong> nova EDA após estabilização<br />

hemodinâmica<br />

Permaneceu estável, do ponto <strong>de</strong> vista hemodinâmico, por<br />

mais 48 horas na UTI. Em seguida, já no quarto, a dieta foi<br />

reintroduzida <strong>de</strong> forma progressiva e a paciente recebeu<br />

alta um dia após dieta livre e sem queixas.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24


R. RUIZ, J. TRAZZI, G. I. D. COSTA, F. HONDO, C. FURUYA, R. SATO, P. SAKAI, S. ISHIOKA<br />

O anatomopatológico da peça (fi guras 9 e10) foi concluído<br />

como se segue:<br />

Figura 9 - H.E. 400x erosões na superfície<br />

Box 1. Terapias endoscópicas<br />

Injeção<br />

Epinefrina<br />

Escleroterapia<br />

Trombina<br />

Fibrina<br />

Cianoacrilato<br />

Figura 10 - H.E. 400x estroma e<strong>de</strong>matoso com vasos<br />

congestos<br />

Pólipo hiperplásico em mucosa gástrica <strong>de</strong> padrão pilórico<br />

com extenso componente erosivo superfi cial. Pesquisa negativa<br />

para Helicobacter pylori.<br />

Discussão<br />

A hemorragia digestiva alta é responsável por mais <strong>de</strong> 300.000<br />

hospitalizações e cerca <strong>de</strong> 30.000 mortes por ano nos EUA. 3<br />

A terapia endoscópica tem revolucionado o tratamento da<br />

HDA com seu extenso armamento terapêutico (box 1). Porém,<br />

com todo esse arsenal, a mortalida<strong>de</strong> ainda permanece alta,<br />

variando entre 7 e 10%. 4<br />

Terapia Ablativa<br />

Termocoagulação - ”Heater probe”<br />

Eletrocoagulação – Bisturi bipolar<br />

Crioterapia<br />

Fotocoagulação – Laser<br />

Coagulação com plasma <strong>de</strong> argônio<br />

Terapia Mecânica<br />

Endoclips<br />

Endoloop<br />

Ligaduras<br />

As lesões gástricas benignas, como os pólipos hiperplásicos,<br />

são causas incomuns <strong>de</strong> hemorragia digestiva alta e são<br />

raros os que geram sangramentos severos com instabilida<strong>de</strong><br />

hemodinâmica, como o caso relatado. A incidência <strong>de</strong> pólipos<br />

gástricos em endoscopias <strong>de</strong> rotina é aproximadamente 2%,<br />

segundo Ming. 6<br />

Os pólipos hiperplásicos são os mais comuns encontrados<br />

no estômago (71,3%), 5 seguidos pelos <strong>de</strong> glândulas fúndicas<br />

(16,3%) 5 e por último os a<strong>de</strong>nomatosos (12,4%). 5 Pólipos<br />

hiperplásicos não são consi<strong>de</strong>rados lesões pré-cancerígenas,<br />

porém, em menos <strong>de</strong> 1% dos casos, po<strong>de</strong> haver a<strong>de</strong>nocarcinoma<br />

focal. 7 Na gran<strong>de</strong> maioria das vezes, são achados <strong>de</strong><br />

exames, sem muito signifi cado clinico.<br />

No presente caso, a apresentação foi atípica. A paciente<br />

apresentava um escore <strong>de</strong> Rockall elevado, 7 no qual a mortalida<strong>de</strong>,<br />

segundo alguns estudos, passa <strong>de</strong> 5%.<br />

A abordagem da HDA não-varicosa <strong>de</strong>ve ser voltada primeiramente<br />

para manutenção da pervieda<strong>de</strong> das vias aéreas e<br />

para estabilização hemodinâmica. Apesar do uso rotineiro <strong>de</strong><br />

inibidores <strong>de</strong> bomba <strong>de</strong> próton em altas doses nos casos <strong>de</strong><br />

HDA não-varicosas, ainda faltam estudos consistentes que<br />

provem o real benefício <strong>de</strong>sta conduta.<br />

37 23<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24


Hemorragia digestiva alta causada por pólipo<br />

gástrico hiperplásico: relato <strong>de</strong> caso<br />

24 38<br />

<strong>32</strong>(1):19-24<br />

Atualmente existem diversas formas terapêuticas que po<strong>de</strong>m<br />

ser adotadas nos casos <strong>de</strong> HDA não-varicosas, como é<br />

mostrado no box 1.<br />

Neste relato <strong>de</strong> caso, no qual a causa da hemorragia era um<br />

gran<strong>de</strong> pólipo pediculado hiperplásico com erosão em sua<br />

superfície, optamos pela colocação <strong>de</strong> um endoloop com<br />

posterior polipectomia e, por fi m, aplicação <strong>de</strong> hemoclips.<br />

Porém, houve ressangramento da lesão, provavelmente<br />

precipitado também pelo INR alargado, já que a paciente<br />

em questão fazia uso <strong>de</strong> cumarínicos <strong>de</strong>vido à fi brilação atrial<br />

crônica. Insistimos novamente na hemostasia mecânica<br />

associada à correção da coagulopatia, na qual obtivemos<br />

sucesso nesta segunda abordagem.<br />

Em uma metanálise 8 que comparou injeção versus termocoagulação<br />

versus hemoclips nos casos <strong>de</strong> sangramento<br />

não-varicosos, observou-se que as taxas <strong>de</strong> hemostasia<br />

foram maiores nos grupos que se submeteram à aplicação<br />

<strong>de</strong> hemoclips (81,5%) e termocoagulação (81,3%) em<br />

comparação à injeção <strong>de</strong> adrenalina (75,4%).<br />

Estudos comprovam que a terapia combinada (injeção <strong>de</strong><br />

adrenalina associada a outro método hemostático, como<br />

a termocoagulação ou outro método mecânico) reduziu a<br />

mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5,1% para 2,6% sem aumentar o índice <strong>de</strong><br />

complicações.<br />

Em conclusão, os pólipos, apesar <strong>de</strong> ser uma causa incomum<br />

<strong>de</strong> hemorragia digestiva alta severa, <strong>de</strong>vem ser lembrados no<br />

diagnóstico diferencial dos sangramentos <strong>de</strong> vulto do TGI.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

6.<br />

7.<br />

8.<br />

Acute Nonvariceal UpperGastrointestinal Bleeding:<br />

EndoscopicDiagnosis and TherapyMitchell S. Cappell,<br />

MD, PhDa,*, David Frie<strong>de</strong>l, MDbMed Clin N Am 92<br />

(2008)511–550<br />

Non-variceal upper gastrointestinal haemorrhage:<br />

Gui<strong>de</strong>lines. British Society of Gastroenterology Endoscopy<br />

Committee. Gut 2002;51(Suppl IV):iv1–iv6<br />

Fallah MA, Prakash C, Edmundowicz S. Acute<br />

gastrointestinal bleeding. Med Clin NorthAm<br />

2000;84(5):1183–208.<br />

Palmer K. Acute upper gastrointestinal haemorrhage. Br<br />

Med Bull 2007;83:307–24.<br />

Gastric polyps: a retrospective analysis of 26,000 digestive<br />

endoscopies Drausio Jefferson MoraisI; A<strong>de</strong>mar<br />

YamanakaI; José Murilo Robilotta ZeituneI; Nelson<br />

Adami AndreolloII<br />

Ming SC. Malignant potential of epithelial polyps of<br />

stomach. In: Ming SC, editor. Precursors of gastric<br />

cancer. New York: Praeger; 1984. p.219.<br />

Nakamura T, Nakano G. Histopathological classifi cation<br />

and malignant chance in gastric polyps. J Clin Pathol.<br />

1985;38:754-64.<br />

Sung jj, Tsoi KK, Lai LH, Wu jC, Lau jy. Endoscopic<br />

clipping versus injection and thermo-coagulation in the<br />

treatment of nonvariceal upper gastrointestinal bleeding:<br />

a meta-analysis. Gut 2007;56(10):1364-73.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):19-24


Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Cirrose hepática secundária à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1<br />

antitripsina em idoso<br />

Cirrhosis secondary to <strong>de</strong>ficiency of alpha-1 antitrypsin <strong>de</strong>ficiency<br />

in el<strong>de</strong>rly<br />

MARÍLIA MATOS OLIVEIRA, 1 RODRIGO KAMIMURA DE CASTRO, 1 JOSÉ DO CARMO JÚNIOR, 2 FABRÍCIO FREDERICO MENDES MARTINS, 3<br />

FELIPE PRATA MISIARA, 4 ERIKA KIYOMI YUYAMA, 1 SÂNZIO DUPIM SOARES 1<br />

Resumo<br />

A <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina é um distúrbio <strong>de</strong><br />

herança autossômica codominante que afeta principalmente<br />

pulmão e fígado. É uma das mais comuns <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />

genéticas, não sendo frequentemente reconhecida.<br />

O caso relatado é <strong>de</strong> uma mulher <strong>de</strong> 69 anos, com história<br />

<strong>de</strong> dor e aumento do volume abdominal há cinco meses.<br />

Durante investigação evi<strong>de</strong>nciou-se que se tratava <strong>de</strong><br />

cirrose hepática Child-Pugh C. Foi realizado protocolo<br />

<strong>de</strong> investigação <strong>de</strong> hepatopatia crônica e diagnosticado<br />

<strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina. Paciente recebeu alta<br />

após 60 dias <strong>de</strong> internação hospitalar e segue acompanhamento<br />

ambulatorial.<br />

Unitermos: Defi ciência <strong>de</strong> Alfa-1 Antitripsina, Doença<br />

Hepática, Idoso.<br />

Summary<br />

A <strong>de</strong>fi ciency of alpha-1 antitrypsin <strong>de</strong>fi ciency is a disor<strong>de</strong>r<br />

of autosomal co-dominant herância that primarily affects<br />

the lung and liver. It is one of the most common genetic<br />

disor<strong>de</strong>rs, is often not recognized. The case reported is<br />

from a woman of 69 years old with a history of pain and<br />

increased abdominal volume fi ve months ago. During investigation<br />

it became clear that it is liver cirrhosis Child-Pugh<br />

C. We conducted research protocol diagnosed chronic liver<br />

disease and alpha-1 antitrypsin. The patient was discharged<br />

after 60 days of hospitalization and outpatient follow.<br />

Keywords: Alpha-1 Antitrypsin Defi ciency, Liver Disease,<br />

El<strong>de</strong>rly.<br />

Introdução<br />

A alfa-1 antitripsina é uma glicoproteína produzida<br />

principalmente no fígado. Ela tem como função inativar<br />

enzimas, principalmente elastase neutrofílica, impedindo<br />

dano tecidual. Caso haja <strong>de</strong>fi ciência da glicoproteína,<br />

ocorrem polimerização e acúmulo <strong>de</strong>ntro dos hepatócitos,<br />

causando dano tecidual. A doença afeta principalmente<br />

pulmões e fígado. Há relato <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

1:2000/5000 indivíduos, 1 porém somente 10% <strong>de</strong>les<br />

apresentam sinais e sintomas <strong>de</strong> doença hepática. A<br />

doença frequentemente não é diagnosticada.<br />

Objetivo<br />

Relatar um caso <strong>de</strong> paciente idosa admitida com cirrose<br />

hepática secundária à <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina.<br />

39 25<br />

<strong>32</strong>(1):25-27<br />

1. Resi<strong>de</strong>nte em Clínica Médica do Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 2. Coor<strong>de</strong>nador<br />

da Disciplina <strong>de</strong> Gastroenterologia do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 3. Professor<br />

<strong>de</strong> Clínica Médica e Hematologia do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 4. Coor<strong>de</strong>nador<br />

da Disciplina <strong>de</strong> Clínica Médica do Curso <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. En<strong>de</strong>reço para<br />

correspondência: Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba - Rua Santo Antônio, 182 - CEP: 38<strong>01</strong>0-160 - Uberaba - MG.<br />

Recebido em: 15/<strong>01</strong>/2<strong>01</strong>3. Aprovado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27


Cirrose hepática secundária à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina em idoso<br />

Método<br />

FAP, feminino, 69 anos, branca, foi admitida no Serviço <strong>de</strong><br />

Clínica Médica do Hospital Universitário da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Uberaba (UNIUBE), com quadro <strong>de</strong> dor e aumento do<br />

volume abdominal há 5 meses. Previamente hipertensa,<br />

sem história <strong>de</strong> etilismo e tabagismo. Ao exame físico<br />

apresenta-se com icterícia, abdome globoso, ausência <strong>de</strong><br />

visceromegalias e piparote positivo. Após avaliação laboratorial<br />

e <strong>de</strong> imagem, foi confi rmada a hipótese <strong>de</strong> cirrose<br />

hepática Child-Pugh C e a investigação iniciada. A tomografi<br />

a <strong>de</strong> abdome mostrava fígado <strong>de</strong> dimensões reduzidas,<br />

com contornos irregulares e lobulados (foto 1). A análise do<br />

líquido ascítico realizada através <strong>de</strong> paracentese evi<strong>de</strong>nciou<br />

gradiente soro-ascite, 3,6 ausência <strong>de</strong> células neoplásicas e<br />

<strong>de</strong> peritonite, sugerindo hipertensão portal.<br />

exame <strong>de</strong> genotipagem foi alelos MZ. Exame <strong>de</strong> imunohistoquímica<br />

do material confi rmou o diagnóstico (fotos 2, 3<br />

e 4). A paciente recebeu alta após 60 dias <strong>de</strong> investigação<br />

hospitalar, ascite refratária e síndrome hepatorrenal revertida.<br />

Encaminhada para o ambulatório <strong>de</strong> gastroenterologia<br />

para prosseguir acompanhamento, segue clinicamente<br />

estável.<br />

Foto 2: Imuno-histoquímica evi<strong>de</strong>nciando corpos<br />

eosinófilos no citoplasma dos hepatócitos.<br />

Foto 1: Tomografia computadorizada <strong>de</strong> abdome.<br />

26 40<br />

<strong>32</strong>(1):25-27<br />

Foto 3: Imuno-histoquímica mostra presença<br />

<strong>de</strong> PAS resistentes à diastase.<br />

As sorologias (anti-HCV, HbsAg, anti-Hbc Igm, anti-Hbc IgG<br />

e anti-HIV) foram negativas. Na endoscopia digestiva alta,<br />

foram visualizadas varizes esofagianas sendo uma <strong>de</strong> fi no<br />

calibre e duas incipientes, além <strong>de</strong> gastropatia hipertensiva<br />

leve. Os marcadores CEA, alfa fetoproteína, anti-LKM 1,<br />

anti-mitocôndria, antimúsculo liso e FAN foram negativos.<br />

Exames laboratoriais, como ferritina, cobre urinário e ceruloplasmina,<br />

vieram normais além <strong>de</strong> exame oftalmológico,<br />

<strong>de</strong>scartando presença <strong>de</strong> anel <strong>de</strong> Kayser-Fleischer.<br />

Foto 4: Imuno-histoquímica evi<strong>de</strong>nciando presença<br />

<strong>de</strong> alfa-1 antitripsina.<br />

A dosagem sérica <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina apresentou valor<br />

<strong>de</strong> 10% abaixo do limite inferior <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>. Realizado<br />

biópsia hepática, na qual foram evi<strong>de</strong>nciadas inclusões PAS<br />

positivas resistentes à digestão com amilase, corroborando<br />

para o diagnóstico fi nal. A mutação apresentada através do<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27


M. M. OLIVEIRA, R. K. CASTRO, J. C. JÚNIOR, F. FREDERICO M. MARTINS, F. P. MISIARA, E. K. YUYAMA, S. D. SOARES<br />

Discussão<br />

Estima-se que a frequência <strong>de</strong> <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina<br />

seja 1:2000/5000 nascidos vivos. 1,6 No entanto,<br />

somente cerca <strong>de</strong> 10% dos indivíduos afetados <strong>de</strong>senvolvem<br />

sinais e sintomas <strong>de</strong> doença hepática. 8<br />

A <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina é a causa genética mais<br />

comum <strong>de</strong> doença hepática em crianças, sendo também a<br />

causa mais comum <strong>de</strong> transplante hepático. 4 O diagnóstico<br />

é difícil <strong>de</strong> ser estabelecido, apresentando média <strong>de</strong> tempo<br />

entre o início dos sintomas e o diagnóstico <strong>de</strong> 8,3 anos. 5 O<br />

primeiro relato da doença ocorreu há cerca <strong>de</strong> 800 anos,<br />

porém só houve relato formal da mesma há cerca <strong>de</strong> 40<br />

anos.<br />

A investigação se inicia através <strong>de</strong> uma anamnese <strong>de</strong>talhada,<br />

exame físico minucioso e exames laboratoriais.<br />

O primeiro exame a ser realizado é a quantifi cação dos<br />

níveis séricos <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina, que está diminuída na<br />

doença pulmonar e na hepatopatia. A <strong>de</strong>terminação da<br />

mutação apresentada é importante fator diagnóstico, assim<br />

como a genotipagem. 2<br />

Ao contrário da doença pulmonar, a hepatopatia relacionada<br />

à <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina não é causada pela<br />

redução dos níveis séricos da enzima, mas pelo acúmulo <strong>de</strong><br />

polímeros no interior dos hepatócitos. Dessa forma, somente<br />

os portadores <strong>de</strong> mutações que resultam em polimerização,<br />

como S, M e, principalmente Z, po<strong>de</strong>m apresentar hepatopatia.<br />

1 Pacientes com alelo MZ não apresentam risco signifi<br />

cativo <strong>de</strong> doença pulmonar. 8<br />

A mutação mais importante encontrada é a Z. Ela altera a<br />

estrutura da proteína, afeta a função <strong>de</strong> inativação da elastase<br />

e promove a formação <strong>de</strong> polímeros, com acúmulo<br />

<strong>de</strong>ntro do retículo endoplasmático dos hepatócitos. 5<br />

Além do tratamento habitual da hepatopatia, usado para<br />

várias etiologias, o tratamento específi co atualmente<br />

disponível consiste em infusão intravenosa periódica <strong>de</strong><br />

concentrados da proteína purifi cados a partir <strong>de</strong> plasma<br />

humano. No entanto, não há estudos que comprovem<br />

custo–efetivida<strong>de</strong>. 6,7 Além disso, ela não está indicada para<br />

o tratamento da doença hepática. 8<br />

A abstinência alcoólica, dieta a<strong>de</strong>quada, tratamento <strong>de</strong><br />

varizes esofagianas e peritonite bacteriana espontânea,<br />

assim como o transplante hepático, são terapêuticas utilizadas<br />

em pacientes cirróticos <strong>de</strong> várias etiologias. 2<br />

A vacinação contra hepatite A e B está indicada para todos<br />

os pacientes com <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina pois<br />

apresentam risco aumentado <strong>de</strong> cronifi cação <strong>de</strong> infecção<br />

viral. 2<br />

Conclusão<br />

Apesar da <strong>de</strong>fi ciência <strong>de</strong> alfa-1 antitripsina, causando<br />

cirrose hepática em paciente idoso, sem doença pulmonar<br />

associada, ser consi<strong>de</strong>rada rara, <strong>de</strong>ve ser lembrada na<br />

investigação <strong>de</strong> cirrose hepática especialmente quando não<br />

há causa <strong>de</strong>fi nida.<br />

REFERÊNCIAS<br />

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41 27<br />

<strong>32</strong>(1):25-27<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):25-27


Relato <strong>de</strong> Caso<br />

Hemorragia digestiva por fístula gástrica <strong>de</strong><br />

pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />

Gastric bleeding from splenic artery pseudoaneurysm: case report<br />

NAYANE PIAUILINO BENVINDO FERREIRA, 1 CECÍLIA LÍVIA DE OLIVEIRA MARTINS, 2 ANA ANGÉLICA VIEIRA DINIZ, 1 JOÃO PAULO SEGUNDO DE<br />

PAIVA OLIVEIRA, 3 GEÓRGIA KARLA DE ALMEIDA CIDRIM, 4 SYLENE RAMPCHE DE CARVALHO, 5 OLIVAL CIRILO LUCENA DA FONSECA NETO 6<br />

28 42<br />

<strong>32</strong>(1):28-31<br />

Resumo<br />

Hemorragia digestiva por ruptura <strong>de</strong> pseudoaneurisma<br />

<strong>de</strong> artéria esplênica (PAAE) é incomum. Pancreatite é a<br />

responsável pela maioria dos PAAEs. Tomografi a computadorizada<br />

<strong>de</strong> abdome é um bom método não-invasivo<br />

para i<strong>de</strong>ntifi car complicações vasculares <strong>de</strong> pancreatite.<br />

Angiografi a localiza o sítio arterial sangrante. Tratamento<br />

<strong>de</strong> PAAE é mandatório, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tamanho<br />

do pseudoaneurisma ou sintomas associados. Embolização<br />

transarterial percutânea da artéria esplênica é tratamento<br />

padrão-ouro em pacientes hemodinamicamente<br />

estáveis. Cirurgia está indicada para pacientes hemodinamicamente<br />

instáveis ou com falha terapêutica angiográfi<br />

ca. Relatamos um caso <strong>de</strong> paciente com hemorragia<br />

digestiva alta por fístula gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong><br />

artéria esplênica, associada a quadro <strong>de</strong> pancreatite alcoólica.<br />

Unitermos: Hemorragia Gastrointestinal, Pseudoaneurisma,<br />

Artéria Esplênica, Pancreatite Alcoólica, Fístula<br />

Gástrica, Cirurgia.<br />

Summary<br />

Gastrointestinal hemorrhage due to rupture of splenic<br />

artery pseudoaneurysm (SAPA) is unusual. Pancreatitis<br />

is responsible for most SAPAs. Computed tomography<br />

of the abdomen is a good noninvasive method to i<strong>de</strong>ntify<br />

vascular complications of pancreatitis. Angiography<br />

located arterial site bleeding. Treatment of SAPA is<br />

mandatory, regardless of size or symptoms associated<br />

pseudoaneurysm. Percutaneous transarterial embolization<br />

of the splenic artery is the gold standard treatment<br />

in hemodynamically stable patients. Surgery is indicated<br />

for hemodynamically unstable patients or angiographic<br />

treatment failure. We report a case of a patient with upper<br />

gastrointestinal bleeding by gastric fi stula of splenic artery<br />

pseudoaneurysm associated with alcoholic pancreatitis.<br />

Keywords: Gastrointestinal Hemorrhage, Aneurysm,<br />

False, Splenic Artery, Pancreatitis, Alcoholic, Gastric<br />

Fistula, Surgery.<br />

Introdução<br />

Sangramento gastrointestinal por pseudoaneurisma<br />

<strong>de</strong> artéria esplênica (PAAE) é incomum. Cerca <strong>de</strong> 160<br />

casos foram registrados na literatura. 1 Gran<strong>de</strong> parte dos<br />

pacientes tem história <strong>de</strong> etilismo severo. 2<br />

Pancreatite aguda ou crônica é responsável por 52% dos<br />

PAAEs. Outras causas incluem: trauma (29%), causas<br />

intraoperatórias e pós-operatórias (3%), úlcera gástrica<br />

1. Resi<strong>de</strong>nte em Clínica Médica do Hospital da Restauração (HR) – Recife – PE- Brasil. 2. Estudante <strong>de</strong> Medicina da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ciências Médicas da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco (FCM/UPE), Recife – PE - Brasil. 3. Resi<strong>de</strong>nte em Cirurgia Geral do Hospital<br />

da Restauração (HR), Recife – PE - Brasil. 4. Médica Anatomopatologista do Hospital da Restauração (HR), Recife – PE - Brasil.<br />

5. Médica Preceptora do Serviço <strong>de</strong> Clínica Médica do Hospital da Restauração (HR) - Recife – PE - Brasil. 6. Médico Preceptor<br />

do Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Geral do Hospital da Restauração. En<strong>de</strong>reço para correspondência: Cecília Lívia <strong>de</strong> Oliveira - Rua Gen.<br />

Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Farias, 96 - Centro - CEP: 55900-000 - Goiânia - GO. E-mail: cecilivia@yahoo.com.br. Enviado em: 07/03/2<strong>01</strong>3.<br />

Aprovado em: 13/03/2<strong>01</strong>3.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31


N. P. B. FERREIRA, C. L. O. MARTINS, A. A. V. DINIZ, J. P. S. P. OLIVEIRA, G. K. A. CIDRIM, S. R. CARVALHO, O. C. L. F. NETO<br />

(2%), úlcera duo<strong>de</strong>nal (muito rara). 1 Pequeno número <strong>de</strong><br />

PAAE não possui causa <strong>de</strong>fi nida. 2<br />

O tamanho do PAAE não é <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> ruptura. Des<strong>de</strong><br />

os pseudoaneurismas muito pequenos (0,3 cm) até os<br />

maiores (17 cm) po<strong>de</strong>m se romper. 2 Risco <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong><br />

PAAE po<strong>de</strong> chegar a 37%, com taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90%<br />

se não tratado. 3<br />

O presente relato trata <strong>de</strong> paciente jovem, etilista crônico,<br />

com quadro <strong>de</strong> hemorragia digestiva alta por ruptura <strong>de</strong><br />

pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica, com fi stulização para<br />

cavida<strong>de</strong> gástrica, associado à pancreatite alcoólica, tratado<br />

com gastrectomia segmentar, esplenectomia e ligadura <strong>de</strong><br />

artéria esplênica, sem intercorrências.<br />

Relato <strong>de</strong> caso<br />

N.C.S., sexo masculino, 39 anos, natural e proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Chã<br />

<strong>de</strong> Alegria/PE, foi admitido na Emergência Clínica do Hospital<br />

da Restauração em outubro <strong>de</strong> 2<strong>01</strong>2 por quadro <strong>de</strong> hematêmese,<br />

3 episódios em menos <strong>de</strong> 24h da admissão, precedidos<br />

por 2 picos febris, sem outros sintomas associados.<br />

Apresentava antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> etilismo (consumo diário <strong>de</strong><br />

400 g <strong>de</strong> etanol, iniciado há 12 anos), tabagismo (carga<br />

tabágica <strong>de</strong> 5 maços/ano), exposição à área endêmica para<br />

esquistossomose.<br />

Na admissão, encontrava-se consciente, orientado, eupneico,<br />

hidratado, afebril, hipocorado, taquicárdico, normotenso, com<br />

abdome plano, <strong>de</strong>pressível, doloroso à palpação profunda em<br />

epigástrio, sem sinais <strong>de</strong> irritação peritoneal, fígado palpável<br />

a 5 cm <strong>de</strong> rebordo costal direito, ruídos hidroaéreos audíveis.<br />

Exames laboratoriais da admissão evi<strong>de</strong>nciaram hemoglobina<br />

(HGB): 2,9 g/dL, hematócrito (HCT): 9,7%, contagem<br />

<strong>de</strong> glóbulos brancos (WBC): 19.570/µL, plaquetas (PLT):<br />

2<strong>32</strong>.000/µL, razão normalizada internacional (INR): 1,54<br />

(normal: 0,8 - 1,2). Paciente foi hemotransfundido e submetido<br />

à endoscopia digestiva alta (EDA), que não i<strong>de</strong>ntifi cou<br />

anormalida<strong>de</strong>s.<br />

No 6.º dia do internamento, o paciente evoluiu com aumento<br />

sérico expressivo <strong>de</strong> lipase: 1.892 U/L, amilase: <strong>32</strong>6 U/L,<br />

fosfatase alcalina (FA): 308 U/L, gamaglutamiltransferase<br />

(GGT): 483 U/L, albumina: 2,39 g/dL, bilirrubina total (BT)<br />

e frações normais, INR: 1,56, transaminase glutâmico-oxalacética<br />

(TGO): 95 U/L, transaminase glutâmico-pirúvica<br />

(TGP): 65 U/L, HGB: 9,3 g/dL, HCT: 29,9%, WBC: 22.590/<br />

µL, PLT: 257.000/µL. Ultrassonografi a (USG) <strong>de</strong> abdome<br />

total mostrou fígado com textura heterogênea, alterado<br />

em volume, e pâncreas com região cefálica espessada, <strong>de</strong><br />

textura heterogênea, compatível com pancreatite. Tomografi a<br />

computadorizada (TC) <strong>de</strong> tórax evi<strong>de</strong>nciou aumento volumétrico<br />

do pâncreas, sobretudo em região cefálica, e discreta<br />

<strong>de</strong>nsifi cação dos planos adiposos circunjacentes. Também foi<br />

vista formação ovalada, hipoatenuante, com intensa impregnação<br />

ao material <strong>de</strong> contraste endovenoso, localizada em<br />

cauda pancreática, medindo 2,5 x 2,3 cm.<br />

Arteriografi a posterior em tronco celíaco e suas ramifi cações<br />

e artéria mesentérica evi<strong>de</strong>nciaram trombose espontânea<br />

<strong>de</strong> pseudoaneurisma em artéria esplênica, sem sinais <strong>de</strong><br />

sangramento.<br />

No 14.º dia <strong>de</strong> internamento, o paciente evoluiu como novo<br />

episódio <strong>de</strong> hematêmese, queda hematimétrica, HGB: 7,2 g/<br />

dL, HCT: 22,2%, piora leucométrica, WBC: 68.500/µL, relação<br />

TGO/TGP 3,4:1, com TGP normal, BT: 2,68 mg/dL, bilirrubina<br />

direta (BD): 2,15 mg/dL, normalização <strong>de</strong> amilase e lipase.<br />

EDA realizada mostrou varizes <strong>de</strong> fi no calibre em 1/3 distal<br />

do esôfago e varizes gástricas compatíveis com gastropatia<br />

da hipertensão portal hemorrágica, sem sangramento ativo.<br />

No 20.º dia do internamento, TC <strong>de</strong> abdome mostrou mo<strong>de</strong>rado<br />

<strong>de</strong>rrame pleural bilateral, ascite mo<strong>de</strong>rada, pâncreas<br />

com volume preservado e atenuação discretamente heterogênea<br />

em corpo e cauda, baço <strong>de</strong> dimensões normais, com<br />

área hipoatenuante <strong>de</strong> localização subcapsular e formação<br />

aneurismática adjacente ao hilo esplênico, medindo 2,0 cm<br />

em seu maior diâmetro (Figura 1).<br />

Figura 1a. Pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica<br />

43 29<br />

<strong>32</strong>(1):28-31<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31


Hemorragia digestiva por fístula gástrica <strong>de</strong> pseudoaneurisma<br />

<strong>de</strong> artéria esplênica: relato <strong>de</strong> caso<br />

Figura 1a. Pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria esplênica<br />

Figura 2: (A) Parênquima esplênico, exibindo amplas<br />

áreas <strong>de</strong> necrose e infiltrado inflamatório agudo.<br />

Hematoxilina-eosina. 400x. (B) Pâncreas com<br />

arquitetura tecidual preservada. Hematoxilina-eosina.<br />

100x. (C) Cirrose hepática. Hematoxilina-eosina. 100x.<br />

(D) Cirrose hepática. Tricrômico <strong>de</strong> Masson. 100x.<br />

30 44<br />

<strong>32</strong>(1):28-31<br />

O paciente evoluiu com melena, dispneia, taquicardia, hipotensão,<br />

e<strong>de</strong>ma simétrico importante em membros inferiores,<br />

murmúrio vesicular abolido em hemitórax esquerdo, abdome<br />

distendido e doloroso à palpação em epigástrio, HGB: 7,7 g/<br />

dL, HCT: 24,6%, WBC: 37.620/µL, INR: 1,41, albumina: 1,89<br />

g/dL, FA: 451 U/L, GGT: 591 U/L, bilirrubinas, transaminases,<br />

amilase e lipase normais. Radiografi a <strong>de</strong> tórax evi<strong>de</strong>nciou<br />

<strong>de</strong>rrame pleural em ½ inferior do hemitórax esquerdo,<br />

com consolidação ipsilateral, possivelmente infl amatória,<br />

infecciosa ou atelectásica.<br />

O paciente apresentou novo episódio <strong>de</strong> hematêmese, com<br />

sangramento volumoso, vermelho rutilante e instabilida<strong>de</strong><br />

hemodinâmica, sendo realizada cirurgia <strong>de</strong> emergência,<br />

que evi<strong>de</strong>nciou fi stulização <strong>de</strong> pseudoaneurisma <strong>de</strong> artéria<br />

esplênica para cavida<strong>de</strong> gástrica. Foi realizada gastrectomia<br />

segmentar, esplenectomia e ligadura <strong>de</strong> artéria esplênica.<br />

Estudo anatomopatológico <strong>de</strong> peças cirúrgicas mostrou<br />

baço com extensa área <strong>de</strong> necrose e alterações infl amatórias<br />

agudas inespecífi cas, acompanhando tecido pancreático<br />

normal, e fígado cirrótico (Figura 2). O paciente evoluiu sem<br />

intercorrências, recebendo alta em boas condições clínicas.<br />

Discussão<br />

Artéria esplênica, pela contiguida<strong>de</strong> com o pâncreas, é o vaso<br />

mais comumente afetado na pancreatite. PAAE se <strong>de</strong>senvolve<br />

em 10% dos pacientes com pancreatite aguda. 4<br />

Vazamento <strong>de</strong> enzimas pancreáticas, especialmente elastase<br />

do pâncreas infl amado, po<strong>de</strong> resultar em autodigestão enzimática<br />

da pare<strong>de</strong> arterial, com confi namento sanguíneo perivascular<br />

e posterior formação <strong>de</strong> pseudoaneurisma.<br />

Com a expansão progressiva, a PAAE po<strong>de</strong> romper para o<br />

interior <strong>de</strong> retroperitônio, cavida<strong>de</strong> peritoneal, trato gastrointestinal<br />

ou, raramente, ducto pancreático. 5<br />

Clinicamente, a PAAE sangrante costuma apresentar anemia<br />

silenciosa com melena ou sangramento maciço intermitente<br />

para <strong>de</strong>ntro do trato gastrointestinal (TGI). 6 Apenas 2,5% dos<br />

PAAEs <strong>de</strong>scritos foram assintomáticos. 2<br />

O diagnóstico <strong>de</strong> PAAE <strong>de</strong>ve ser suspeitado em pacientes<br />

com pancreatite que <strong>de</strong>senvolvem hemorragia digestiva alta,<br />

sem causa evi<strong>de</strong>nte, e imagem tomográfi ca sugestiva <strong>de</strong><br />

pseudoaneurisma. 4<br />

A EDA po<strong>de</strong> excluir outras causas <strong>de</strong> hemorragia digestiva<br />

alta, mas apenas ocasionalmente mostra sangramento<br />

através da ampola <strong>de</strong> Vater. 7<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31


N. P. B. FERREIRA, C. L. O. MARTINS, A. A. V. DINIZ, J. P. S. P. OLIVEIRA, G. K. A. CIDRIM, S. R. CARVALHO, O. C. L. F. NETO<br />

USG e TC <strong>de</strong> abdome são exames <strong>de</strong> primeira linha na investigação<br />

<strong>de</strong> pancreatite, sendo fundamental reconhecer anormalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> imagem e manter alto índice <strong>de</strong> suspeição para<br />

PAAE. 5<br />

USG com doppler é operador-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e po<strong>de</strong> ser limitada<br />

por obesida<strong>de</strong>, sombra gasosa intestinal, arteriosclerose.<br />

Pequenos pseudoaneurismas po<strong>de</strong>m passar <strong>de</strong>spercebidos<br />

pela menor resolução espacial do método. 8 TC <strong>de</strong> abdome é<br />

um bom método não-invasivo para i<strong>de</strong>ntifi car complicações<br />

vasculares <strong>de</strong> pancreatite. No entanto, angiografi a permite<br />

i<strong>de</strong>ntifi cação da fonte <strong>de</strong> sangramento e correção do foco<br />

sangrante quando indicada. 9<br />

O tratamento <strong>de</strong> PAAE é mandatório, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> tamanho do pseudoaneurisma ou sintomas associados 3<br />

<strong>de</strong>vido à alta taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> quando não tratado (25 a<br />

50%). 9<br />

A embolização transarterial percutânea da artéria sangrante<br />

é tratamento padrão-ouro para PAAE em pacientes hemodinamicamente<br />

estáveis. A taxa <strong>de</strong> sucesso do procedimento<br />

varia <strong>de</strong> 78% a 100%. 4 Falhas po<strong>de</strong>m resultar da inabilida<strong>de</strong><br />

para cateterização do vaso, espasmo arterial, perfuração/ruptura<br />

do PAAE. Taxa <strong>de</strong> complicação varia <strong>de</strong> 3 a<br />

18%. Maiores complicações são: agudização <strong>de</strong> pancreatite<br />

crônica, necrose pancreática, infarto esplênico, isquemia<br />

intestinal, migração/oclusão do dispositivo utilizado. 10<br />

Abordagem cirúrgica agressiva está reservada para pacientes<br />

hemodinamicamente instáveis ou com falha terapêutica<br />

angiográfi ca. 9 Complicações secundárias <strong>de</strong> hemorragia,<br />

como infecção ou compressão extrínseca, po<strong>de</strong>m indicar<br />

cirurgia. 10<br />

Ainda não há consenso sobre o melhor procedimento<br />

cirúrgico para tratamento <strong>de</strong> PAAE, mas ligação proximal e<br />

distal dos vasos sangrantes tem sido superior à ressecção<br />

pancreática em algumas séries. 9 Pancreatectomia distal e<br />

esplenectomia são recomendadas para tratamento <strong>de</strong> lesões<br />

sangrantes localizadas em cauda pancreática por apresentarem<br />

baixa taxa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. Pancreaticoduo<strong>de</strong>nectomia<br />

<strong>de</strong>ve ser limitada a situações especiais. 6<br />

Resultados cirúrgicos são melhores em pacientes com lesão<br />

em corpo ou cauda pancreática (mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16%), se<br />

comparados àqueles com lesão em cabeça <strong>de</strong> pâncreas<br />

(mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 43%). 6 O paciente em questão apresentou<br />

hemorragia digestiva alta recorrente, não justifi cada pelos<br />

achados endoscópicos (varizes esofágicas <strong>de</strong> fi no calibre e<br />

gastropatia da hipertensão portal hemorrágica sem sangramento<br />

ativo).<br />

O quadro <strong>de</strong> pancreatite aguda <strong>de</strong> etiologia alcoólica,<br />

evoluindo com formação e ruptura <strong>de</strong> PAAE para o interior<br />

do TGI, permaneceu como principal hipótese. No entanto,<br />

não foi possível evi<strong>de</strong>nciar origem do sangramento por EDA<br />

pela limitação do método. Arteriografi a realizada i<strong>de</strong>ntifi cou<br />

trombose espontânea <strong>de</strong> PAAE. Como o paciente apresentou<br />

novo episódio <strong>de</strong> sangramento e instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica,<br />

optou-se pela laparotomia exploradora. A visualização<br />

<strong>de</strong> fístula <strong>de</strong> PAAE para cavida<strong>de</strong> gástrica e as lesões isquêmicas<br />

extensas do baço indicaram gastrectomia segmentar,<br />

com ligadura <strong>de</strong> artéria esplênica e esplenectomia. Apesar<br />

<strong>de</strong> diversos estudos recomendarem pancreatectomia distal<br />

em lesões pancreáticas caudais, o pâncreas foi preservado,<br />

pois não havia comprometimento tecidual importante.<br />

Conclusão<br />

A ruptura <strong>de</strong> PAAE para o interior do TGI <strong>de</strong>ve ser lembrada<br />

em pacientes com hemorragia digestiva alta associada a<br />

quadro <strong>de</strong> pancreatite aguda, sem evidência endoscópica da<br />

origem do sangramento.<br />

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45 31<br />

<strong>32</strong>(1):28-31<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):28-31


Artigo <strong>de</strong> Revisão<br />

Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose<br />

hepatoesplênica<br />

Imaging techniques in the diagnosis of hepatosplenic schistosomiasis<br />

ZULANE DA SILVA TAVARES VEIGA, 1 JOÃO LUIZ PEREIRA, 2 GUSTAVO HENRIQUE PEREIRA, 3 FLÁVIA FERREIRA FERNANDES, 4<br />

DANIELA MARTINZ MARIZ 5<br />

<strong>32</strong> 46<br />

<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />

Resumo<br />

A esquistossomose constitui grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública, com mais <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> infectados no<br />

mundo. Deste total, cerca <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong>senvolvem a forma<br />

hepatoesplênica da doença caracterizada por fi brose periportal<br />

e hipertensão porta. No passado, o diagnóstico da<br />

esquistossomose hepatoesplênica (EHE) era realizado<br />

por métodos invasivos como esplenoportografi a e biópsia<br />

hepática. O estudo das alterações no sistema porta e da<br />

morfologia hepática e esplênica com métodos <strong>de</strong> imagem<br />

representou um avanço signifi cativo no diagnóstico da<br />

doença. Os métodos mais utilizados atualmente são a<br />

ultrassonografi a abdominal, a ressonância nuclear magnética<br />

e a tomografi a computadorizada <strong>de</strong> abdomen. O objetivo<br />

do presente artigo é abordar as principais contribuições<br />

<strong>de</strong> cada método no diagnóstico da EHE.<br />

Unitermos: Esquistossomose Hepatoesplênica, Diagnóstico,<br />

Métodos <strong>de</strong> Imagem.<br />

Abstract<br />

Schistosomiasis is a serious public health problem with<br />

over 200 million infected worldwi<strong>de</strong>. Nearly 10% of infected<br />

individuals <strong>de</strong>velop the hepatosplenic form of the disease<br />

characterized by periportal fi brosis and portal hypertension.<br />

In the past, the diagnosis of hepatosplenic schistosomiasis<br />

(HHS) was performed by invasive methods such as<br />

liver biopsy and splenoportography. The study of changes<br />

in portal system and morphological aspects of liver and<br />

spleen with imaging techniques represented a signifi cant<br />

advance in the diagnosis of the disease. The most wi<strong>de</strong>ly<br />

used techniques are abdominal ultrasonography, magnetic<br />

resonance imaging and computed tomography of the<br />

abdomen. The aim of this article is to discuss the main<br />

contribution of each technique in the diagnosis of HHS.<br />

Keywords: Hepatosplenic Schistosomiasis, Diagnosis,<br />

Imaging Techniques.<br />

Revisão<br />

A esquistossomose é uma doença milenar – há <strong>de</strong>scrição<br />

<strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> Schistosoma mansoni encontrados em múmias<br />

egípcias em 3500 a.C. Entretanto, apenas em 1851, foi<br />

i<strong>de</strong>ntifi cado o parasita Schistosoma hematobium por Theodore<br />

Bilharz nas veias mesentéricas <strong>de</strong> um camponês<br />

egípcio durante uma autópsia¹. A doença foi introduzida<br />

no Brasil provavelmente através do tráfi co <strong>de</strong> escravos<br />

e disseminada para o interior do país pelo fl uxo migratório.<br />

Os primeiros casos da doença foram <strong>de</strong>scritos por<br />

Pirajá da Silva em 1908, mas foi em 1916 que Adolpho<br />

Lutz <strong>de</strong>screveu a doença <strong>de</strong> forma mais ampla: vias <strong>de</strong><br />

transmissão, hospe<strong>de</strong>iro, biologia do parasita e métodos<br />

diagnósticos.¹<br />

1. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> <strong>Jan</strong>eiro (UFRJ). 2. Médico<br />

do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da UFRJ. 3. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC<br />

da UFRJ. 4. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia do HC da UFRJ. 5. Médica do Serviço <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />

e Hepatologia do HC da UFRJ. En<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> correspondência: Zulane da Silva Tavares Veiga - Av. Londres 616 - prédio 1, 3º<br />

andar (Setor <strong>de</strong> Gastroenterologia e Hepatologia) – CEP 21041-030. Bonsucesso - Rio <strong>de</strong> <strong>Jan</strong>eiro – RJ/ e-mail: zulane @yahoo.<br />

com.br. Recebido em: 17/05/2<strong>01</strong>2. Aprovado em: 10/12/2<strong>01</strong>2.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36


Z. S. T. VEIGA, J. L. PEREIRA, G. H. PEREIRA, F. F. FERNANDES, D. M. MARIZ<br />

Atualmente, a esquistossomose constitui grave problema <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> pública no mundo com mais <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> infectados<br />

distribuídos em 76 países.² Deste total, 10% <strong>de</strong>senvolvem<br />

a forma hepatoesplênica da doença² caracterizada por fi brose<br />

periportal e hipertensão porta. Ainda que diferentes espécies<br />

<strong>de</strong> Schistosoma predominem em <strong>de</strong>terminadas regiões, como<br />

Schistosoma haematobium na África subsaariana e Schistosoma<br />

japonicum na China, o Schistossoma mansoni é a<br />

espécie mais difundida e prevalente em todo o mundo, sendo<br />

endêmico em 52 países e em territórios da América do Sul,<br />

África, Caribe e região oriental do Mediterrâneo.³<br />

No Brasil, apesar da queda nas taxas <strong>de</strong> prevalência – <strong>de</strong><br />

23,3% em 1977 para 5,4% em 2002¹ – após a implantação<br />

dos Programas Nacionais <strong>de</strong> Controle da Esquistossomose em<br />

1976, a doença ainda é causa <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> signifi cativa. As<br />

zonas endêmicas se concentram no nor<strong>de</strong>ste brasileiro, predominantemente<br />

na faixa litorânea da Bahia ao Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Norte além <strong>de</strong> Minas Gerais e Espírito Santo. Ocorrem ainda<br />

focos isolados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, Pará, Piauí, São Paulo, Rio <strong>de</strong><br />

<strong>Jan</strong>eiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. 4<br />

A fi brose, consequente à reação infl amatória causada pela<br />

presença <strong>de</strong> ovos do parasita nas pare<strong>de</strong>s dos vasos portais,<br />

é o substrato anatômico da forma grave da doença. 5 A complicação<br />

mais grave é a hemorragia digestiva alta por ruptura <strong>de</strong><br />

varizes esofagogástricas que representam a principal causa <strong>de</strong><br />

óbito em pacientes com esquistossomose. 6<br />

No passado, o diagnóstico <strong>de</strong> forma hepatoesplênica era<br />

realizado por métodos invasivos como esplenoportografi a e<br />

biópsia hepática. O estudo das alterações no sistema porta e<br />

da morfologia hepática e esplênica com métodos <strong>de</strong> imagem<br />

representou um avanço signifi cativo no diagnóstico da forma<br />

hepatoesplênica da esquistossomose. Os métodos mais utilizados<br />

atualmente no estudo da hipertensão porta são a ultrassonografi<br />

a abdominal, a ressonância nuclear magnética e a<br />

tomografi a computadorizada <strong>de</strong> abdômen.<br />

O objetivo do presente artigo é abordar as principais contribuições<br />

<strong>de</strong> cada método no diagnóstico da Esquistossomose<br />

Hepatoesplênica (EHE).<br />

Ultrassonografia Abdominal<br />

A ultrassonografi a abdominal (USG) é o método <strong>de</strong> escolha<br />

para avaliar as alterações no fígado e baço causadas pela EHE, e<br />

vem sendo amplamente utilizado em estudos populacionais nas<br />

regiões <strong>de</strong> alta prevalência e na avaliação <strong>de</strong> pacientes com a<br />

doença <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80. 7 Apesar <strong>de</strong> ser um método com<br />

gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> interobservador, é não-invasivo, simples,<br />

seguro, com boa acessibilida<strong>de</strong> em nosso meio e capaz <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntifi car as principais alterações ocasionadas pela doença. É o<br />

método <strong>de</strong> primeira escolha no diagnóstico da fi brose hepática e<br />

na classifi cação <strong>de</strong> sua intensida<strong>de</strong>. 7,8 Estudos recentes <strong>de</strong>monstraram<br />

que a sensibilida<strong>de</strong> e a especifi cida<strong>de</strong> da ultrassonografi a<br />

abdominal no reconhecimento da fi brose hepática esquistossomótica<br />

– também conhecida como Fibrose <strong>de</strong> Symmers – é<br />

comparável ao exame histológico. 9,10<br />

Dentre os achados ultrassonográfi cos, o espessamento fi broso<br />

periportal é a alteração mais frequente e característica da<br />

doença, sendo evi<strong>de</strong>nciado como área <strong>de</strong> hiperecogenicida<strong>de</strong><br />

periportal. Esse espessamento fi broso é mais acentuado no hilo<br />

hepático, po<strong>de</strong>ndo se esten<strong>de</strong>r para os espaços portais intrahepáticos<br />

e para a região perivesicular. 9<br />

No fígado, po<strong>de</strong>m-se i<strong>de</strong>ntifi car granulomas que se formam<br />

nos espaços periportais reacionais aos ovos <strong>de</strong> Schistossoma<br />

mansoni. Geralmente não são visíveis à macroscopia <strong>de</strong>vido às<br />

pequenas dimensões, porém eventualmente po<strong>de</strong>m apresentar<br />

dimensões maiores e aparecerem na ultrassonografi a como<br />

nódulo solitário em até 11% dos pacientes. 12<br />

O parênquima hepático geralmente encontra-se preservado,<br />

contudo, em casos avançados, a superfície hepática po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

pseudonódulos como resultado da progressão da fi brose.<br />

Outras alterações hepáticas <strong>de</strong>tectáveis à ultrassonografi a são<br />

a hipertrofi a do lobo esquerdo com atrofi a do lobo direito, que<br />

parece estar relacionado ao maior fl uxo sanguíneo para o lobo<br />

esquerdo, 11 uma vez que recebe maior aporte sanguíneo da<br />

veia esplênica. Esplenomegalia, que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aumento<br />

discreto até muito expressivo, tem sido encontrada em 90% a<br />

100% dos casos 12 e está relacionada a diversos fatores, <strong>de</strong>ntre<br />

eles, o estímulo antigênico contínuo com proliferação retículo<br />

endotelial e a congestão consequente à hipertensão porta.<br />

Em alguns casos, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifi cados nódulos esplênicos,<br />

também conhecidos como nódulos si<strong>de</strong>róticos ou nódulos<br />

<strong>de</strong> Gamna-Gandi. Tais nódulos são focos hemorrágicos organizados<br />

<strong>de</strong>ntro do baço causados pela hipertensão porta. O<br />

aspecto ultrassonográfi co é <strong>de</strong> lesão nodular hiperecogênica<br />

com pequenas dimensões. A fi brose perivesicular é observada<br />

em até 80% dos casos 12,13 e po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a uma extensão<br />

da fi brose periportal. 14 Trombose <strong>de</strong> veia porta é um achado<br />

pouco comum na EHE, po<strong>de</strong>ndo estar presente em até 6% dos<br />

casos. 12<br />

A ultrassonografi a po<strong>de</strong> ainda ser utilizada como instrumento<br />

<strong>de</strong> avaliação da resposta terapêutica e regressão da fi brose,<br />

conforme foi <strong>de</strong>monstrado em dois estudos: Homeida et al<br />

47 33<br />

<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36


Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />

34 48<br />

<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />

estudou 28 pacientes que apresentaram regressão da fi brose<br />

três anos após o tratamento com Praziquantel 15 ; e Cota et al.,<br />

avaliando 42 pacientes quatro anos após o tratamento com<br />

Oxaminiquine e confi rmando a regressão da fi brose em <strong>32</strong>% dos<br />

pacientes, <strong>de</strong>saparecimento da esplenomegalia em 59%. 16<br />

A introdução da dopplerfl uxometria aumentou a sensibilida<strong>de</strong><br />

da USG, uma vez que permite o estudo dos padrões hemodinâmicos<br />

<strong>de</strong> modo não-invasivo, com a avaliação do diâmetro dos<br />

vasos, velocida<strong>de</strong> e direção dos fl uxos sanguíneos e a <strong>de</strong>tecção<br />

<strong>de</strong> vasos venosos colaterais. Na hipertensão porta, po<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>tectar graus variáveis <strong>de</strong> dilatação da veia porta, veias esplênica<br />

e mesentérica superior. A presença <strong>de</strong> vasos colaterais 17<br />

com fl uxo hepatofugal é frequentemente <strong>de</strong>scrita especialmente<br />

no território das veias gástrica esquerda e gástrica curta, assim<br />

como no aparecimento <strong>de</strong> anastosmoses esplenorrenais espontâneas<br />

e veias paraumbilicais. Estes po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifi cados como<br />

vasos dilatados no hilo hepático, na pequena curvatura gástrica<br />

(veia gástrica esquerda), no hilo esplênico (veias gástricas curtas<br />

e anastomoses venosas esplenorrenais espontâneas) e como<br />

vasos ao longo do ligamento redondo (veias paraumbilicais e<br />

císticas).<br />

É importante ressaltar que o aumento <strong>de</strong> calibre das veias<br />

paraumbilicais com fl uxo hepatofugal é um achado bastante<br />

característico <strong>de</strong> hipertensão porta. 18 Uma alteração frequente<br />

na hipertensão porta por esquistossomose é a i<strong>de</strong>ntifi cação da<br />

veia gástrica esquerda, que po<strong>de</strong> ocorrer quando seu diâmetro<br />

medir mais <strong>de</strong> 6 mm. Este achado é mais frequente na esquistossomose<br />

do que na cirrose, fato atribuído à hipertrofi a do lobo<br />

esquerdo, o que facilitaria sua i<strong>de</strong>ntifi cação. 12<br />

Alguns estudos sugerem que parâmetros, como o tamanho do<br />

baço, diâmetros da veia porta e esplênica e a presença <strong>de</strong> circulação<br />

colateral, estão relacionados ao risco <strong>de</strong> hemorragia digestiva<br />

por ruptura <strong>de</strong> varizes <strong>de</strong> esôfago em pacientes com esquistossomose<br />

hepatoesplênica, 19,20 ainda que não haja consenso na<br />

literatura.<br />

O Quadro 1 resume os oito principais achados ultrassonográfi cos<br />

da Fibrose Hepática Esquistossomótica (Fibrose <strong>de</strong> Symmers).<br />

Espessamento<br />

periportal<br />

Espessamento<br />

perivesicular<br />

Redução do lobo<br />

direito<br />

Aumento do lobo<br />

esquerdo<br />

Esplenomegalia<br />

Dilatação dos<br />

vasos portais<br />

Circulação colateral<br />

hepatofugal<br />

Trombose porta<br />

Classificação <strong>de</strong> Fibrose Periportal<br />

Com objetivo <strong>de</strong> padronizar e quantifi car a fi brose periportal<br />

em pacientes esquistossomóticos, foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />

critérios ultrassonográfi cos para a avaliação da fi brose<br />

periportal pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) nos<br />

encontros <strong>de</strong> Cairo em 1990 e Niamey em 1996.<br />

Os critérios utilizados são o qualitativo, que leva em consi<strong>de</strong>ração<br />

a textura hepática, e o quantitativo, que utiliza a<br />

medida objetiva da espessura das pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ramos da veia<br />

porta. De acordo com este protocolo, a fi brose periportal<br />

po<strong>de</strong> ser classifi cada como: ausente (padrão A), leve (B, C,<br />

D e Dc), mo<strong>de</strong>rada (E e Ec) ou intensa (F). 21 Essa classifi -<br />

cação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrada na Figura 1.<br />

Figura 1. Padrões ultrassonográficos <strong>de</strong> fibrose hepática<br />

associada à esquistossomose da OMS. A. Padrão<br />

normal. B. “Céu estrelado” (Focos ecogênicos difusos).<br />

C. Ecos anelares e hastes <strong>de</strong> cachimbo. D. “Ruff” Hiperecogenicida<strong>de</strong><br />

junto à bifurcação portal. E. “Manchas”<br />

(focos ecogênicos, esten<strong>de</strong>ndo-se dos vasos portais<br />

para o parênquima). F. “Garra <strong>de</strong> pássaro” (bandas altamente<br />

ecogênicas esten<strong>de</strong>ndo-se até o parênquima<br />

retraindo-o; Dc e Ec: padrões combinados.<br />

Adaptado do Niamey Working Group 1996.<br />

As alterações causadas pela EHE <strong>de</strong>vem ser diferenciadas<br />

das alterações causadas por outras doenças que causam<br />

hipertensão porta.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36


Z. S. T. VEIGA, J. L. PEREIRA, G. H. PEREIRA, F. F. FERNANDES, D. M. MARIZ<br />

O principal diagnóstico diferencial da EHE na prática clínica<br />

é a cirrose hepática. Na cirrose, habitualmente observa-se<br />

superfície hepática irregular, geralmente nodular, além <strong>de</strong><br />

heterogenicida<strong>de</strong> difusa do parênquima. 22 Ascite é frequentemente<br />

<strong>de</strong>tectada. Estas características habitualmente estão<br />

ausentes na esquistossomose.<br />

A esplenomegalia, ainda que frequente na cirrose, habitualmente<br />

não atinge as dimensões observadas na esquistossomose.<br />

12 O espessamento periportal também po<strong>de</strong> ser encontrado<br />

na cirrose, porém é limitado ao tronco portal sendo<br />

menos acentuado do que na esquistossomose. 12<br />

uma padronização dos achados <strong>de</strong> fi brose periportal na RNM.<br />

Silva et al. 30 , ao avaliar 60 pacientes com EHE por RNM com o<br />

objetivo <strong>de</strong> classifi car a intensida<strong>de</strong> da fi brose periportal, utilizando<br />

a padronização da OMS para USG como guia, observou<br />

baixa reprodutibilida<strong>de</strong>, indicando que talvez seja necessária<br />

uma padronização própria para a RNM.<br />

Poucos estudos comparam a USG com a RNM. Voieta et<br />

al., 29 ao avaliar 14 pacientes com EHE e hemorragia digestiva<br />

submetidos aos dois métodos <strong>de</strong> imagem, encontrou mo<strong>de</strong>rada<br />

concordância (kappa 0,41) entre USG e RNM na i<strong>de</strong>ntifi<br />

cação da Fibrose <strong>de</strong> Symmers.<br />

Ressonância Nuclear Magnética<br />

A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) é um método<br />

<strong>de</strong> imagem com alta sensibilida<strong>de</strong> para avaliação <strong>de</strong> alterações<br />

hepáticas causadas por diversas patologias, tendo sido<br />

<strong>de</strong>scrita no estudo da esquistossomose fundamentalmente<br />

como relatos <strong>de</strong> caso e série <strong>de</strong> casos. 23-28<br />

Os achados mais importantes da esquistossomose hepatoesplênica<br />

na RNM são a acentuação do sinal periportal<br />

em sequências T2 e a hipointensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinal em relação<br />

ao parênquima hepático normal em sequência T1 com<br />

supressão <strong>de</strong> gordura. Sequências T1 mostram acentuação<br />

do sinal periportal <strong>de</strong>pois da administração <strong>de</strong> contraste.<br />

Tem-se sugerido que o sinal hiperintenso observado em T2<br />

po<strong>de</strong> diferenciar ativida<strong>de</strong> infl amatória <strong>de</strong> fi brose, o que não<br />

é possível ser avaliado pela USG. 24<br />

Outras alterações frequentemente observadas incluem alargamento<br />

das fi ssuras hepáticas como a fi ssura umbilical, fossa<br />

vesicular e hilo hepático, irregularida<strong>de</strong> no contorno hepático<br />

e heterogenicida<strong>de</strong> do parênquima. 24 Mudanças morfológicas<br />

no fígado e baço são bem caracterizadas como redução do<br />

lobo direito, aumento do lobo esquerdo e caudado, assim<br />

como esplenomegalia. Nódulos si<strong>de</strong>róticos <strong>de</strong> Gamna-Gandi<br />

são <strong>de</strong>tectados no baço em 84% dos casos. 24<br />

É importante ressaltar que as imagens da RNM correlacionam-se<br />

fortemente com os achados anatomopatológicos<br />

macroscópicos da Fibrose <strong>de</strong> Symmers com maior niti<strong>de</strong>z do<br />

que a USG, com a vantagem <strong>de</strong> ser um método não-invasivo. 29<br />

Além disso, apresenta superiorida<strong>de</strong> na i<strong>de</strong>ntifi cação dos<br />

vasos portais, trombose <strong>de</strong> veia porta e colaterais sobretudo<br />

quando combinado com a realização <strong>de</strong> angiorressonância. 24<br />

Em contraponto ao fato <strong>de</strong> ser um método não-invasivo e altamente<br />

sensível, seu uso no diagnóstico da doença é limitado<br />

pela pouca acessibilida<strong>de</strong>. Soma-se a isso o fato <strong>de</strong> não existir<br />

Tomografia Computadorizada<br />

A Tomografi a Computadorizada (TC) po<strong>de</strong> ser utilizada no<br />

estudo da esquistossomose com achados similares aos da<br />

USG. Na TC, o espessamento periportal é visualizado como<br />

áreas <strong>de</strong> hipo<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> nas áreas periportais que po<strong>de</strong> se<br />

esten<strong>de</strong>r uniformemente pelos dois lobos hepáticos com<br />

marcada acentuação após a injeção <strong>de</strong> contraste, 27,28 tornando-se<br />

iso<strong>de</strong>nso ou hiper<strong>de</strong>nso em relação ao parênquima<br />

circunjacente. A TC po<strong>de</strong> ser utilizada para <strong>de</strong>linear o sistema<br />

porta e a circulação colateral com sensibilida<strong>de</strong> semelhante à<br />

RNM. 7 A angiotomografi a po<strong>de</strong> ser utilizada para <strong>de</strong>monstrar<br />

os shunts portossistêmicos. 7<br />

Outros Métodos <strong>de</strong> Imagem<br />

Outros métodos <strong>de</strong> imagem vêm sendo estudados na avaliação<br />

da esquistossomose hepatoesplênica. A ecoendoscopia na<br />

graduação da presença e intensida<strong>de</strong> da hipertensão porta<br />

assim como a elastografi a hepática transitória na avaliação da<br />

fi brose. 31 Aguardam-se as conclusões dos estudos.<br />

Conclusão<br />

A avaliação não-invasiva por métodos <strong>de</strong> imagem tem sido<br />

amplamente utilizada em pacientes com EHE. A USG é<br />

o método melhor consolidado no estudo das alterações<br />

causadas pela doença, no entanto possui limitações sobretudo<br />

por ser operador <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. A RNM <strong>de</strong>screve <strong>de</strong><br />

forma mais <strong>de</strong>talhada as alterações <strong>de</strong>correntes da fi brose<br />

hepática e da hipertensão porta. No entanto, ainda aguarda<br />

padronização na avaliação da fi brose periportal hepática e<br />

seu uso rotineiro é limitado pela pouca acessibilida<strong>de</strong>. Os<br />

achados da TC po<strong>de</strong>m ser semelhantes aos da USG. Novos<br />

métodos <strong>de</strong> imagem como ecoendoscopia e fi broscan estão<br />

em avaliação no estudo da EHE.<br />

49 35<br />

<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36


Métodos <strong>de</strong> imagem no diagnóstico <strong>de</strong> esquistossomose hepatoesplênica<br />

36 50<br />

<strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36<br />

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training-gui<strong>de</strong>line-publica¬tions/ultrasound-in-schistosomias.<br />

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Fernan<strong>de</strong>s FF, Veiga ZTV, Pereira GHS, Pereira JL et al.<br />

Avaliação <strong>de</strong> Fibrose Hepática por Elastografi a Hepática<br />

Transitória em Pacientes com Esquistossomose Hepatoesplênica.<br />

Pôster apresentado no XXI Congresso <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong><br />

Hepatologia 2<strong>01</strong>1.<br />

GED gastroenterol. endosc. dig. 2<strong>01</strong>3: <strong>32</strong>(1):<strong>32</strong>-36


ESOP (esomeprazol magnésio). APRESENTAÇÕES: Comprimidos revestidos <strong>de</strong> 20mg e 40mg. Embalagem contendo 14 e 28c omprimidos revestidos. INDICAÇÕES: é indicado<br />

para o tratamento <strong>de</strong> doenças ácido pépticas e alívio dos sintomas <strong>de</strong> azia, regurgitação ácida e dor epigástrica. Também é efetivo para a erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori<br />

associado com os antibióticos corretos. - Doença do refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva; - Tratamento <strong>de</strong> manutenção para prevenir a<br />

recidiva <strong>de</strong> esofagite; - Tratamento dos sintomas da doença <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE), tais como: pirose/azia (queimação retroesternal), regurgitação ácida e dor<br />

epigástrica; - Pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia contínua com antiinfl amatórios não hormonais (AINH): - Tratamento dos sintomas gastrintestinais altos associados à terapia com<br />

AINH; - Cicatrização <strong>de</strong> úlceras gástricas associadas à terapia com AINH, incluindo COX-2 seletivos; - Prevenção <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais associadas ao tratamento com<br />

AINH, incluindo COX-2 seletivos, em pacientes <strong>de</strong> risco; - Tratamento da úlcera duo<strong>de</strong>nal aasociada ao Helicobacter pylor; - Erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori em associação<br />

com um tratamento antibacteriano a<strong>de</strong>quado; - Condições patológicas hipersecretoras incluindo síndrome <strong>de</strong> Zollinger-Ellison e hipersecreção idiopática; - Manutenção da<br />

hemostasia e prevenção <strong>de</strong> ressangramento <strong>de</strong> úlceras gástrica e duo<strong>de</strong>nal após tratamento com esomeprazol sódico iv. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida<br />

ao esomeprazol, benzoimidazóis ou a qualquer outro componente da formulação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Na presença <strong>de</strong> qualquer sintoma <strong>de</strong> alarme (ex.: perda <strong>de</strong><br />

peso não intencional signifi cativa, vômito recorrente, disfagia, hamatêmese ou melena) e quando há suspeita ou presença <strong>de</strong> úlcera gástrica, a malignida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser excluída,<br />

pois o tratamento com Esop po<strong>de</strong> aliviar os sintomas e retardar o diagnóstico. Os pacientes sob tratamento prolongado (particulatmente aqueles tratados por mais <strong>de</strong> um ano)<br />

<strong>de</strong>vem ser mantidos sob supervisão médica constante. Pacientes em tratamento <strong>de</strong> uso conforme a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser instruídos a contatar o seu médico se os seus<br />

sintomas mudarem <strong>de</strong> característica. Quando prescrever Esop para uso quando necessário, as implicações <strong>de</strong> interações com outros medicamentos, <strong>de</strong>vido à ocilações nas<br />

concentrações plasmáticas <strong>de</strong> esomeprazol <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas. Quando prescrever Esop para erradicação <strong>de</strong> Helicobacter pylori, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar possíveis interações<br />

medicamentosas para todos os componentes da terapia tripla. A claritromicina é um potente inibidor do CYP3A4 e, portanto, as contraindicações e interações da claritromicina<br />

<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas quando a terapia tripla é utilizada em pacientes tratados concomitantemente com outros fármacos metabolizadores via CYP3A4, como a cisaprida. Não<br />

é recomendada a administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol com fármacos como o atazanavir e o nelfi navir. Pacientes com problemas hereditários raros <strong>de</strong> intolerância à<br />

frutose, e má absorção <strong>de</strong> glicose-galactose ou insufi ciência <strong>de</strong> sacarase-isomaltase não <strong>de</strong>vem receber este medicamento. Uso durante a gravi<strong>de</strong>z e lactação: Categoria <strong>de</strong><br />

risco na gravi<strong>de</strong>z: B. Estão disponíveis dados clínicos limitados para o esomeprazol em gestantes sob exposição. Estudos em animais com esmeprazol não indicam efeitos<br />

nocivos diretos ou indiretos com relação ao <strong>de</strong>senvolvimento embrionário/fetal. Estudos em animais com a mistura racêmica não indicam efeitos nocivos diretos ou indiretos com<br />

relação à gravi<strong>de</strong>z, parto ou <strong>de</strong>senvolvimento pós-natal. Deve-se tomar cuidado na prescrição para mulheres grávidas. Não se sabe se o esomeprazol é excretado no leite<br />

humano. Não foram realizados estudos em lactantes. Portanto, Esop não <strong>de</strong>ve ser usado durante a amamentação. RESULTADOS DE EFICÁCIA: Efeito na secreção ácida<br />

gástrica: Após a dose oral com 20mg e 40mg <strong>de</strong> esomeprazol, o início do efeito ocorre em uma hora. Após a administração repetida <strong>de</strong> 20mg <strong>de</strong> esomeprazol, uma vez ao dia,<br />

por cinco dias, o pico médio <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> ácido após estimulação pentagastrina é reduzido em 90%, quando medido 6-7 horas após a dosagem, no quinto dia. Após 5 dias<br />

da dose oral com 20mg e 40mg <strong>de</strong> esomeprazol, o pH intragástrico maior que 4 foi mantidopor um período médio <strong>de</strong> 13 e 17horas, respectivamente, em um período <strong>de</strong> 24<br />

horas, em pacientes com Doença do Refl uxo Gastroesofágico (DRGE) sintomáticos. As proporções <strong>de</strong> pacientes que mantiveram um pH intragástrico maior que 4 pelo menos 8,<br />

12 e 16 horas, respectivamente, para 20mg <strong>de</strong> esomeprazol foram 76%, 54% e 24%. As proporções correspon<strong>de</strong>ntes para 40mg <strong>de</strong> esomeprazol foram 97%, 92% e 56%.<br />

Usando a AUC (área sobre a curva) como um parâmetro substituto para a concentração plasmática, foi mostrada uma relação entre a inibição da secreção ácida e exposição.<br />

Efeitos terapêuticos da inibição ácida: Cicatrização da esofagite <strong>de</strong> refl uxo com 40mg <strong>de</strong> esomeprazol ocorre em aproximadamente 78% dos pacientes após 4 semanas, e em<br />

93% após 8 semanas. O tratamento <strong>de</strong> uma semana com 20mg <strong>de</strong> esomeprazol duas vezes ao dia e antibióticos a<strong>de</strong>quados, resulta em erradicação bem sucedida do<br />

Helicobacter pylori em aproximadamente 90% dos pacientes. Após o tratamento <strong>de</strong> erradicação por uma semana, não há necessida<strong>de</strong> da monoterapia subsequente com drogas<br />

antisecretoras para a cicatrização efetiva <strong>de</strong> úlcera e para o <strong>de</strong>saparecimento dos sintomas <strong>de</strong> úlceras duo<strong>de</strong>nais não complicadas. Em um estudo clínico randomizado, duplocego,<br />

placebo-controlado, 764 pacientes receberam 80mg por infusão intravenosa contínua em bolus <strong>de</strong> esomeprazol sódico iv por 71,5 horas, seguido por tratamento contínuo<br />

com esomeprazol 40mg, por via oral, por 27 dias. Aos 7 e 30 dias pós-tratamento, a ocorrência <strong>de</strong> ressangramento foi <strong>de</strong> 7,2% por grupo tratamento vs 12,9% no grupo placebo<br />

e 7,7% vs 13,6% respctivamente. Outros efeitos relacionados com a inibição ácida: Durante o tratamento com substâncias antisecretoras, a gastrina sérica aumenta em<br />

resposta à diminuição da secreção ácida. Um número aumentado <strong>de</strong> células enterocromafi ns, possivelmente relacionado com o aumento dos níveis séricos <strong>de</strong> gastrina, foi<br />

observado em alguns pacientes durante tratamento a longo prazo com esomeprazol. Foi relatado que durante o tratamento prolongado com drogas antisecretoras, cistos<br />

glandulares gástricos ocorreram em uma frequencia relativamente elevada. Essas alterações são uma consequência fi siológica da inibição pronunciada da secreção ácida, são<br />

benignas e parecem ser reversíveis. Com a aci<strong>de</strong>z gástrica reduzida <strong>de</strong>vido à qualquer meio, incluindo inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons, há aumento da contagem gástrica <strong>de</strong><br />

bactérias normalmente presentes no trato gastrointestinal. Tratamento com inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons po<strong>de</strong> levar à um leve aumento do risco <strong>de</strong> infecções gastrointestinais,<br />

como Salmonella e Campylobacter. Estudos clínicos comparativos: Em cinco estudos cruzados, o perfi l do pH intragástrico em 24 horas com esomeprazol 40mg oral, lansoprazol<br />

30mg, omeprazol 20mg, pantoprazol 40mg e rabeprazol 20mg uma vez ao dia foi avaliado em 24 pacientes com Doença do Refl uxo Gastroesofágico (DRGE) sintomáticos. No<br />

quinto dia, o pH intragástrico foi mantido acima <strong>de</strong> 4,0 por uma média <strong>de</strong> 15,3 horas com esomeprazol, 13,3 horas com rabeprazol, 12,9 horas com omeprazol, 12,7 horas<br />

com lansoprazol e 11,2 horas com pantoprazol (p ≤ 0,0<strong>01</strong> para as diferenças entre esomeprazol e todos os outros comparados). O esomeprazol também levou a um aumento<br />

signifi cativo na porcentagem <strong>de</strong> pacientes com pH intragástrico maior que 4,0 por mais <strong>de</strong> 12 horas comparado com outros inibidores da bomba <strong>de</strong> prótons (p


foram relatados quando administrados juntamente com omeprazol e administração concomitante não é recomendada. Para outros fármacos antiretrovirais, como saquinavir,<br />

níveis séricos elevados foram relatados. Existem também alguns fármacos antiretrovirais para os quais níveis séricos inalterados foram relatados quando administrados como<br />

omeprazol. Devido aos efeitos farmacodinâmicos similares e às proprieda<strong>de</strong>s farmacocinéticas <strong>de</strong> omeprazol e esomeprazol, não é recomendada administração concomitante<br />

com esomeprazol e fármacos antiretrovirais, como atazanavir e nelfi navir. Foi <strong>de</strong>monstrado que o esomeprazol não apresenta efeitos clinicamente relevantes na farmacocinética<br />

<strong>de</strong> amoxicilina ou quinidina. Estudos que avaliaram a administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol e naproxeno (AINH não seletivo) ou rofecoxibe (AINH COX-2 seletivo) não<br />

i<strong>de</strong>ntifi caram interação clinicamente relevante. Efeitos <strong>de</strong> outros fármacos na farmacocinética <strong>de</strong> esomeprazol: O esomeprazol é metabolizado pelo CYP2C19 e CYP3A4. A<br />

administração concomitante <strong>de</strong> esomeprazol e um inibidor CYP3A4, claritromicina (500mg duas vezes ao dia), resultou em uma duplicação da exposição (AUC) ao esomeprazol.<br />

A administração concomitante do esomeprazol e um inibidor combinado <strong>de</strong> CYP2C19 e CYP3A4, como o voriconazol, po<strong>de</strong> resultar em uma maior duplicação da exposição ao<br />

esomeprazol. Entretanto, o ajuste da dose <strong>de</strong> esomeprazol não é necessário em qualquer uma <strong>de</strong>stas situações. REAÇÕES ADVERSAS: Comuns: dor <strong>de</strong> cabeça, dor na barriga,<br />

diarreia, gases, enjôo, vômito e prisão <strong>de</strong> ventre. Incomuns: inchaço periférico, difi culda<strong>de</strong> para dormir, tontura, sensação <strong>de</strong> queimação/dormência na pele, sonolência, vertigem,<br />

boca seca, aumento da quantida<strong>de</strong> das enzimas do fígado (este efeito só po<strong>de</strong> ser visto quando um exame <strong>de</strong> sangue é realizado) e reações na pele (<strong>de</strong>rmatite, coceira, urticária<br />

e erupções da pele). Raras: diminuição dos glóbulos brancos do sangue (leucopenia), diminuição das células <strong>de</strong> coagulação no sangue (trombocitompenia), reações <strong>de</strong><br />

hipersensibilida<strong>de</strong> ao medicamento (inchaço, reações/choque anafi lático), diminuição <strong>de</strong> sódio no sangue (hiponatremia), agitação, confusão, <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns do paladar;<br />

visão turva, broncoespasmo, infl amação na mucosa da boca (estomatite), infecção gastrointestinal fúngica (candidíase gastrointestinal), infl amação do fígado (hepatite) com ou<br />

sem icterícia (presença <strong>de</strong> coloração amarela na pele e nos olhos) queda <strong>de</strong> cabelo, sensibilida<strong>de</strong> da pele à luz (fotossensibilida<strong>de</strong>), dores nas articulações, dor muscular, malestar,<br />

aumento da trasnpiração e febre. POSOLOGIA: Adultos: Doença do Refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva: 40mg uma vez ao dia<br />

por 4 semanas. Um tratamento adicional <strong>de</strong> 4 semanas é recomendado para pacientes com esofagite não cicatrizada ou que apresentam sintomas persistentes. - Tratamento<br />

<strong>de</strong> manutenção para prevenir a recidiva em pacientes com esofagite: 20mg uma vez ao dia; - Tratamento dos sintomas das doenças <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE), tais<br />

como pirose/azia (queimação retroesternal), regurgitação ácida e dor epigástrica: 20mg uma vez ao dia para os pacientes que não apresentam esofagite. Se o controle dos<br />

sintomas não for obtido após 4 semanas, o pacientes <strong>de</strong>ve ser investigado. Uma vez resolvidos os sintomas da DRGE, o controle dos sintomas po<strong>de</strong> ser obtido usando-se Esop<br />

na dose <strong>de</strong> 20mg/dia, quando necessário. Em pacientes <strong>de</strong> risco tratados com AINH, o controle dos sintomas utilizando-se um tratamento sob <strong>de</strong>manda, não é recomendado.<br />

Pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia contínua com antiinfl amatórios não hormonais (AINH): - Tratamento dos sintomas gastrointestinais altos associados à terapia com AINH: 20mg<br />

uma vez ao dia em pacientes que precisam <strong>de</strong> terapia com AINH. Se os sintomas não forem controlados após 4 semanas, o paciente <strong>de</strong>ve ser investigado; - Cicatrização <strong>de</strong><br />

úlceras gástricas associadas à terapia com AINH: a dose é <strong>de</strong> 20mg uma vez ao dia por 4 a 8 semanas. Alguns pacientes po<strong>de</strong>m precisar da dose <strong>de</strong> 40mg, uma vez ao dia, por<br />

4 a 8 semanas. - Prevenção <strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais associadas à terapia com AINH em pacientes <strong>de</strong> risco: 20mg uma vez ao dia. Tratamento da úlcera duo<strong>de</strong>nal<br />

associada ao Helicobater pylori erradicação do Helicobater pylori: - 20mg <strong>de</strong> Esop com 1g <strong>de</strong> amoxicilina e 500mg <strong>de</strong> claritromicina, todos duas vezes ao dia, por 7 dias. Não<br />

há necessida<strong>de</strong> da continuida<strong>de</strong> do tratamento com drogas antisecretoras para a cicatrização e resolução dos sintomas <strong>de</strong> úlcera. Condições patológicas hipersecretoras<br />

incluindo síndrome <strong>de</strong> Zollinger-Ellison e hipersecreção idiopática: - A dose inicial recomendada é <strong>de</strong> 40mg <strong>de</strong> Esop duas vezes ao dia. O ajuste <strong>de</strong> dose <strong>de</strong>ve ser individualizado<br />

e o tratamento continuado pelo tempo indicado clinicamente. Doses até 120mg foram administradas duas vezes ao dia. Manutenção da hemostasia e prevenção <strong>de</strong> ressangramento<br />

<strong>de</strong> úlceras gástricas e duo<strong>de</strong>nais após tratamento com esomeprazol sódico iv: - 40mg uma vez ao dia por 4 semanas. O período do tratamento oral <strong>de</strong>ve ser precedido por terapia<br />

<strong>de</strong> supressão ácida com esomeprazol iv 80mg administrado por infusão em bolus por 30 minutos, seguido por uma infusão intravenosa contínua <strong>de</strong> 8mg/h administrada durante<br />

3 dias. Crianças 12-18 anos: Doença do refl uxo gastroesofágico (DRGE): - Tratamento da esofagite <strong>de</strong> refl uxo erosiva: 40mg uma vez ao dia por 4 semanas. Um tratamento<br />

adicional <strong>de</strong> 4 semanas é recomendado para os pacientes com esofagite não cicatrizada ou aqueles que apresentam sintomas persistentes. - Tratamento dos sintomas da<br />

doença <strong>de</strong> refl uxo gastroesofágico (DRGE): 20mg uma vez ao dia para os pacientes que não apresentam esofagite. Se o controle dos sintomas não for obtido após 4 semanas,<br />

o paciente <strong>de</strong>ve ser investigado. Uma vez resolvidos os sintomas da DRGE, Esop po<strong>de</strong> ser usado na dose <strong>de</strong> 20mg/dia e sob supervisão médica. - O tratamento com Esop para<br />

crianças (12 – 18 anos) <strong>de</strong>ve ser limitado a 8 semanas. Cada comprimido <strong>de</strong> esomeprazol magnésio triidratado 22,3mg e 44,5mg, equivale respectivamente a esomeprazol<br />

20mg e 40mg. Se o paciente esquecer <strong>de</strong> tomar uma dose Esop, <strong>de</strong>ve-se tomá-lo assim que lembrar, mas se estiver próximo ao horário da próxima dose, não é necessário<br />

tomar a dose esquecida, <strong>de</strong>ve-se apenas tomar a próxima dose, no horário habitual. Crianças: Esop não <strong>de</strong>ve ser usado em crianças menores <strong>de</strong> 12 anos, pois não há dados<br />

disponíveis. Insuficiência renal: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose para os pacientes com insufi ciência renal. Devido à experiência limitada em pacientes com insufi ciência renal<br />

grave, esses pacientes <strong>de</strong>vem ser tratados com precaução. Insufi ciência hepática: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose para os pacientes com insufi ciência hepática <strong>de</strong> leve a<br />

mo<strong>de</strong>rada. Para os pacientes com insufi ciência hepática <strong>de</strong> leve a mo<strong>de</strong>rada. Para os pacientes com insufi ciência hepática grave, uma dose máxima diária <strong>de</strong> 20mg <strong>de</strong> Esop<br />

não <strong>de</strong>ve ser excedida. Idosos: não é necessário ajuste <strong>de</strong> dose. SUPERDOSE: Os sintomas <strong>de</strong>scritos com relação à superdosagem <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> esomeprazol (experiência<br />

limitada <strong>de</strong> doses com mais <strong>de</strong> 240mg/dia) são transitórios. Doses únicas <strong>de</strong> 80mg <strong>de</strong> esomeprazol não apresentaram intercorrências. Não se conhece antídoto específi co. O<br />

esomeprazol liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas e, portanto, não é dializável. Em casos <strong>de</strong> superdosagem, o tratamento <strong>de</strong>ve ser sintomático e medidas <strong>de</strong> suporte<br />

gerais <strong>de</strong>vem ser utilizadas. Registro MS nº 1.2675.<strong>01</strong>64 Detentora: NOVA QUIMICA FARMACÊUTICA LTDA. Fabricado por: EMS S/A - Hortolândia – SP. VENDA SOB<br />

PRESCRIÇÃO MÉDICA.<br />

Contraindicações: Hipersensibilida<strong>de</strong> conhecida ao esomeprazol, benzoimidazóis<br />

ou a qualquer outro componente da formulação.<br />

Interações medicamentosas: Em comum com o uso <strong>de</strong> outros inibidores da secreção<br />

ácida ou antiácidos, a absorção <strong>de</strong> cetoconazol e itraconazol po<strong>de</strong><br />

diminuir durante o tratamento com esomeprazol. O esomeprazol inibe sua<br />

principal enzima <strong>de</strong> matebolização, CYP2C19. Para alguns fármacos antiretrovirais,<br />

como atazanavir e nelfi navir, níveis séricos reduzidos foram relatados<br />

quando administrados juntamente com omeprazol e administração<br />

concomitante não é recomendada.


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A exclusiva tecnologia LICAPS ® <strong>de</strong> Prolive<br />

mantém o probiótico estável e inativo até a<br />

chegada no intestino. 2,3<br />

Probióticos <strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong> sobreviver à passagem pelo<br />

estômago e duo<strong>de</strong>no, alcançando o local <strong>de</strong> ação em quantida<strong>de</strong>s<br />

a<strong>de</strong>quadas para impactar o microambiente do intestino e trazer<br />

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*Alimentos com Alegações <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong>s Funcionais e ou <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Novos Alimentos/Ingredientes, Substâncias Bioativas e Probióticos. Disponível em:<br />

http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm. Acesso em <strong>Mar</strong>ço/2<strong>01</strong>3.<br />

**Baseado no PMC sugerido para apresentação com 30 cápsulas.<br />

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Cód.: 7007969 - Impresso em março/2<strong>01</strong>3.<br />

2,3,<br />

,3,4<br />

,4


O PRIMEIRO<br />

CONTINUA<br />

LÍDER2,3<br />

Tolerabilida<strong>de</strong> 4,5,6<br />

Menor incidência <strong>de</strong><br />

interação medicamentosaa 4,<br />

5<br />

Eficácia<br />

6,7<br />

Alta<br />

taxa a <strong>de</strong> erradicação<br />

6<br />

do H. pylori<br />

Alívio para o paciente 7<br />

Alivio dos sintomas dispepticoss<br />

7<br />

Eliminação da bacteria e<br />

7<br />

cicatrização da ulcera<br />

4,<br />

13 anos <strong>de</strong> pioneirismo<br />

no tratamento do H. pylori 1<br />

7<br />

dias<br />

28<br />

dias<br />

14<br />

dias<br />

MARCA DE REFERÊNCIA: 1<br />

RECOMENDADA PELO CONSENSO<br />

BRASILEIRO SOBRE H. pylori 8<br />

O tratamento tríplice<br />

com lansoprazol, o IBP<br />

comprovadamente eficaz. 4,5<br />

Referências Bibliográficas: 1. Dados IMS PMB. Setembro/2<strong>01</strong>1- Classe A02B2. 2. Dados Close Up MAT – Fevereiro/2<strong>01</strong>3. 3. Dados IMS Close Up – MAT e Mês – unida<strong>de</strong>s e reais - Fevereiro/2<strong>01</strong>3 - Classe A02B2.<br />

4. Blume H, Donath F, Warnke A, Schug BS. Pharmacokinetic drug interaction profi les of proton pump inhibitors. Drug Saf. 2006;29(9):769-84. 5. An<strong>de</strong>rsson T. Pharmacokinetics, metabolism and interactions of acid<br />

pump inhibitors. Focus on omeprazole, lansoprazole and pantoprazole. Clin Pharmacokinet. 1996 Jul;31(1):9-28. 6. Bellelis P, Samano EST, Nunes RC, Ribeiro LM, Chehter EZ, Catapani WR. Effi cacy of a triple therapy for<br />

Helicobacter pylori eradication in a well-<strong>de</strong>veloped urban area in Brazil. São Paulo Med J. 2004; 122(2): 73-75. 7. Bula PyloriPac ® / PyloriPac ® IBP. 8. Coelho LGV, Zaterka S, Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia e<br />

Núcleo <strong>Brasileiro</strong> para o Estudo do Helicobacter. II Consenso <strong>Brasileiro</strong> sobre Helicobacter pylori. Arq Gastroenterol. 2005; 42 (2): 128-<strong>32</strong>.<br />

PyloriPac ® - PyloriPac ® IBP - lansoprazol + claritromicina + amoxicilina. Indicações: alívio dos sintomas dispépticos relacionados à infecção por Helicobacter pylori e sua erradicação; pacientes com úlceras<br />

ativas ou história <strong>de</strong> úlcera há um ano. Contraindicações: pacientes com história <strong>de</strong> reação alérgica às penicilinas, hipersensibilida<strong>de</strong> aos componentes da fórmula, à<br />

eritromicina, a outros macrolí<strong>de</strong>os; distúrbios eletrolíticos, problemas cardíacos; pacientes em tratamento com terfenadina. Precauções e Advertências: não abrir ou mastigar as cápsulas; cautela em pacientes<br />

idosos, com disfunção hepática e/ou insufi ciência renal mo<strong>de</strong>rada ou grave; possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resistência cruzada com outros macrolí<strong>de</strong>os; po<strong>de</strong> ocorrer anafi laxia, principalmente em histórias <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> às<br />

penicilinas, às cefalosporinas, não existem estudos a<strong>de</strong>quados durante a gestação humana; a amoxicilina é excretada no leite materno. Interações medicamentosas: lansoprazol: teofi lina, sucralfato, fármacos<br />

que <strong>de</strong>pendam do pH gástrico; claritromicina: teofi lina, carbamazepina, digoxina, cisaprida, primozida,terfenadina, astemizol, zidovudina; amoxicilina: probenecida, antibacterianos bacteriostáticos,<br />

alopurinol, digoxina, contraceptivos orais. Reações adversas: diarreia, cefaleia, tontura, náusea, constipação, epigastralgia, vômito, paladar alterado, elevação transitória <strong>de</strong> enzimas hepáticas incluindo aumento <strong>de</strong><br />

enzimas hepáticas, hepatite colestática e/ou hepatocelular, com ou sem icterícia, glossite, estomatite e monilíase oral, reações alérgicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> urticária e erupções cutâneas leves, até anafi laxia e síndrome <strong>de</strong> Stevens-<br />

Johnson, colite pseudomembranosa, anemia, trombocitopenia, púrpura trombocitopênica, eosinofi lia, leucopenia e agranulocitose, lupus cutâneo eritematoso, hipomagnesemia. Posologia: Pyloripac ® : 1 cápsula <strong>de</strong><br />

lansoprazol 30 mg, 1 comprimido <strong>de</strong> claritromicina 500 mg e 2 cápsulas <strong>de</strong> amoxicilina 500 mg, ingeridos à cada 12 horas, em jejum, durante 7, 10 ou 14 dias. Pyloripac ® IBP: 1 cápsula <strong>de</strong> lansoprazol 30 mg, uma vez<br />

ao dia, <strong>de</strong> 1 a 2 semanas. Após o uso <strong>de</strong> lansoprazol, iniciar o esquema tríplice ingeridos a cada 12 horas, em jejum, durante 7 dias. Po<strong>de</strong>-se também utilizar 1 cápsula <strong>de</strong> lansoprazol 30 mg, por 1 a 2 semanas após o<br />

esquema <strong>de</strong> eliminação do H. pylori, para complementação do tratamento e cicatrização da úlcera péptica. USO ADULTO. Registro no M.S: 1.<strong>01</strong>81.0319. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO<br />

COM RETENÇÃO DA RECEITA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.<br />

©Medley 2<strong>01</strong>3 ® <strong>Mar</strong>ca Registrada – Pyloripac ® IBP ANUNCIO MEDICO PYLORIPAC 2<strong>01</strong>3 - 50517110 – Abril/2<strong>01</strong>3.<br />

Material <strong>de</strong>stinado a profi ssionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos.

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