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Programa de Atualização em GIST e TNE - Colégio Brasileiro de ...

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APROVADO<br />

para Acreditação Médica<br />

<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong><br />

Tumores estromais gastrointestinais: epi<strong>de</strong>miologia<br />

e apresentação clínica<br />

Ricardo Corrêa Barbuti<br />

Médico assistente; doutor do Grupo <strong>de</strong> Estômago do Departamento <strong>de</strong> Gastroenterologia<br />

do Hospital das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

(HC/FMUSP); secretário geral da Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong> Gastroenterologia (FBG)<br />

Diagnóstico histopatológico e valor atual da análise<br />

mutacional no <strong>GIST</strong><br />

Paulo Antonio Silvestre <strong>de</strong> Faria<br />

Chefe da Divisão <strong>de</strong> Patologia do Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer (INCA)<br />

Luciana Wernersbach Pinto<br />

Patologista da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)<br />

Simone Barreto Siqueira Parrilha Terra<br />

Resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Patologia no INCA<br />

3


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong><br />

O <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> é um<br />

evento <strong>de</strong> educação médica a distância impresso e<br />

cadastrado na Comissão Nacional <strong>de</strong> Acreditação<br />

(CNA) sob o número <strong>de</strong> protocolo 17435. Este evento está aprovado<br />

pela CNA e oferece créditos para a obtenção do Certificado <strong>de</strong><br />

Atualização Profissional (CAP) nas especialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cancerologia<br />

Cirúrgica (6 pontos), Cancerologia Clínica (6 pontos), Gastroenterologia<br />

(6 pontos), Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (2 pontos),<br />

Radiologia e Diagnóstico por Imag<strong>em</strong> (2 pontos) e Cirurgia Geral<br />

(6 pontos).<br />

Cada capítulo apresenta conteúdo distinto e um pós-teste <strong>em</strong> múltipla<br />

escolha. Um cartão-resposta disponibilizado <strong>em</strong> todos os fascículos<br />

<strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>volvido para a finalização do evento (ver instruções no<br />

cartão-resposta). Candidatos que acertar<strong>em</strong> 70% ou mais das questões<br />

(somados todos os fascículos) serão consi<strong>de</strong>rados participantes e aptos<br />

a receber<strong>em</strong> os créditos <strong>de</strong>vidos.<br />

3<br />

Atenciosamente<br />

Os editores<br />

DIA<br />

GRA<br />

PHIC<br />

®<br />

E D I T O R A<br />

Diretor: Newton Marins, editora médica: Anna Gabriela Fuks, coor<strong>de</strong>nadora editorial: Claudia Gouvêa, revisorachefe:<br />

Andréa Ramos, revisora: Lina Vieira, gerente comercial: Anna Maria Cal<strong>de</strong>ira, programador visual:<br />

João Luis Gue<strong>de</strong>s P. Pereira, jornalista responsável: Roberto Maggessi <strong>de</strong> Souza Filho – Reg. 31250/RJ.<br />

Toda correspondência <strong>de</strong>ve ser dirigida a: Av. Paulo <strong>de</strong> Frontin 707, CEP 20261-241 – Rio <strong>de</strong> Janeiro-RJ, telefax: (21) 2502-7405, e-mail: editora@<br />

diagraphic.com.br, www.diagraphic.com.br. As matérias assinadas, b<strong>em</strong> como suas respectivas fotos <strong>de</strong> conteúdo científico, são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

dos autores, não refletindo necessariamente a posição da editora. Distribuição exclusiva à classe médica.


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 4<br />

3<br />

Ricardo Corrêa<br />

Barbuti<br />

CRM: 66103-SP<br />

Médico assistente; doutor do Grupo<br />

<strong>de</strong> Estômago do Departamento<br />

<strong>de</strong> Gastroenterologia do Hospital<br />

das Clínicas da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (HC/FMUSP); secretário<br />

geral da Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong><br />

Gastroenterologia (FBG)<br />

Tumores estromais<br />

gastrointestinais:<br />

epi<strong>de</strong>miologia e<br />

apresentação clínica<br />

Objetivos <strong>de</strong> aprendizado<br />

• Apresentar a epi<strong>de</strong>miologia dos <strong>GIST</strong>s.<br />

• Descrever o quadro clínico <strong>de</strong> pacientes com <strong>GIST</strong>s.<br />

Pontos-chave<br />

• Os <strong>GIST</strong>s originamse<br />

primariamente<br />

<strong>de</strong> células <strong>de</strong> Cajal,<br />

na musculatura do<br />

estômago e do intestino<br />

<strong>de</strong>lgado, representando<br />

hoje <strong>em</strong> dia os tumores<br />

mesenquimais mais<br />

frequentes do tubo<br />

digestório e 50%<br />

<strong>de</strong> todas as lesões<br />

submucosas observadas<br />

durante endoscopia<br />

digestiva alta ou baixa<br />

• A real incidência<br />

<strong>de</strong>ssa afecção ao<br />

redor do mundo é<br />

ainda <strong>de</strong>sconhecida;<br />

muitos casos são<br />

diagnosticados<br />

aci<strong>de</strong>ntalmente<br />

durante procedimentos<br />

diagnósticos realizados<br />

com outros propósitos.<br />

Introdução e epi<strong>de</strong>miologia<br />

Os tumores estromais que afetam o trato digestivo po<strong>de</strong>m ser divididos <strong>em</strong> dois<br />

grupos: os idênticos aos que se iniciam <strong>em</strong> tecidos moles por todo o organismo<br />

(lipomas, h<strong>em</strong>angiomas, shwanomas, leiomiomas e leiomiossarcomas) e aqueles<br />

conhecidos como tumores estromais gastrointestinais (<strong>GIST</strong>s), caracterizados<br />

pela ausência <strong>de</strong> diferenciação muscular ou neural, representando cerca <strong>de</strong><br />

2% dos tumores do tubo digestório (1) , tendo sido <strong>de</strong>scritos como entida<strong>de</strong> separada<br />

somente <strong>em</strong> 1983, por Mazur e Clark (2) .<br />

Originam-se primariamente <strong>de</strong> células <strong>de</strong> Cajal, na musculatura do estômago<br />

e do intestino <strong>de</strong>lgado, representando hoje <strong>em</strong> dia os tumores mesenquimais<br />

mais frequentes do tubo digestório e 50% <strong>de</strong> todas as lesões submucosas observadas<br />

durante endoscopia digestiva alta ou baixa (3) .<br />

Des<strong>de</strong> os anos 1990, essa entida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rada rara, passou a ser extensamente<br />

estudada, tendo o número <strong>de</strong> trabalhos publicados sobre o assunto<br />

crescido <strong>de</strong> maneira exponencial (3) .<br />

A real incidência <strong>de</strong>ssa afecção ao redor do mundo é ainda <strong>de</strong>sconhecida;<br />

muitos casos são diagnosticados aci<strong>de</strong>ntalmente durante procedimentos<br />

diagnósticos realizados com outros propósitos. Na Itália, estimam-se mil novos<br />

casos por ano (3) . Um estudo sueco envolvendo mais <strong>de</strong> mil casos pô<strong>de</strong><br />

constatar incidência <strong>de</strong> 14,5 casos por milhão/ano, com prevalência estimada


5<br />

Fascículo 3<br />

<strong>de</strong> 129 por milhão (4) . Nesse mesmo estudo, 44% dos casos foram consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong> alto risco para malignida<strong>de</strong> (29%) ou malignos (15%). A mortalida<strong>de</strong> global<br />

pelo tumor ocorreu <strong>em</strong> 1,2% dos casos (4) . Estes dados po<strong>de</strong>m estar subestimados,<br />

já que muitos dos tumores antes classificados como estromais (leiomiomas,<br />

leiomiossarcomas e outros) são agora classificados como <strong>GIST</strong> (3) .<br />

Essa doença afeta preferencialmente os adultos, tipicamente por volta dos<br />

60 anos, po<strong>de</strong>ndo ocorrer <strong>em</strong> qualquer parte do tubo digestivo, porém suas<br />

localizações mais comuns são o estômago (60%) e o intestino <strong>de</strong>lgado proximal<br />

(30%) (5-7) . O acometimento do peritônio (5% a 10%), do esôfago (< 5%)<br />

e do cólon retal (5% a 10%) é mais raro (5-7) . Nos casos mais agressivos, com<br />

metástases, po<strong>de</strong>m se localizar no fígado (local mais comum) e no peritônio,<br />

sendo o acometimento pulmonar e linfonodal menos frequente, comportamento<br />

diverso do observado nos sarcomas. A diss<strong>em</strong>inação extra-abdominal é<br />

rara (8) . Critérios que diferenciam <strong>GIST</strong>s malignos <strong>de</strong> benignos, ou pelo menos<br />

que i<strong>de</strong>ntifiqu<strong>em</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metastatização, não foram ainda claramente<br />

<strong>de</strong>finidos. É sabido que quanto maior o tumor, maior é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ele se comportar como maligno (9) . Do mesmo modo, o local do <strong>GIST</strong> po<strong>de</strong> predizer<br />

sua característica. Por ex<strong>em</strong>plo, tumores gástricos têm menor potencial<br />

maligno do que aqueles originários <strong>de</strong> outros sítios (3, 9) .<br />

Po<strong>de</strong> manifestar-se precoc<strong>em</strong>ente, <strong>em</strong> particular quando existe associação específica,<br />

como na neurofibromatose <strong>de</strong> Von Recklinghausen ou na tría<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Carney (condição que afeta predominant<strong>em</strong>ente jovens mulheres que apresentam<br />

paragangliomas extra-adrenais funcionantes, condromas pulmonares e lesões<br />

submucosas do estômago, tidas anteriormente como leiomiossarcomas) (3) .<br />

Os <strong>GIST</strong>s nessa tría<strong>de</strong> acomet<strong>em</strong> predominant<strong>em</strong>ente o antro, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

multifocais e apresentando melhor prognóstico que os <strong>GIST</strong>s esporádicos. Na<br />

sua varieda<strong>de</strong> familiar, a associação se faz com vários <strong>GIST</strong>s, po<strong>de</strong>ndo acometer<br />

jovens e observando-se, <strong>em</strong> geral, mutações dos genes c-KIT ou do receptor<br />

alfa do fator <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> plaquetas (PDGFRα) (3) .<br />

Os <strong>GIST</strong>s também po<strong>de</strong>m ser herdados por herança autossômica dominante,<br />

seja isoladamente, como componente <strong>de</strong> síndrome associada a outras manifestações,<br />

ou predispondo ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tumores múltiplos, como na<br />

día<strong>de</strong> <strong>de</strong> paraganglioma e sarcoma gástrico estromal, ou síndrome <strong>de</strong> Carney-<br />

Stratakis. Aqui, os <strong>GIST</strong>s são multifocais e os paragangliomas, multicêntricos, o<br />

que dá base para a hipótese <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> genética (3) .<br />

Apresentação clínica<br />

Os <strong>GIST</strong>s são geralmente assintomáticos (69%), sendo muitos <strong>de</strong>scobertos <strong>de</strong><br />

maneira aci<strong>de</strong>ntal durante procedimentos cirúrgicos (21%) e <strong>em</strong> autópsias (10%).<br />

Pacientes com tumores maiores po<strong>de</strong>m se queixar <strong>de</strong> sintomas dispépticos vagos,<br />

Pontos-chave<br />

• O <strong>GIST</strong> afeta<br />

preferencialmente os<br />

adultos, tipicamente<br />

por volta dos 60 anos,<br />

po<strong>de</strong>ndo ocorrer <strong>em</strong><br />

qualquer parte do<br />

tubo digestivo, porém<br />

suas localizações mais<br />

comuns são o estômago<br />

(60%) e o intestino<br />

<strong>de</strong>lgado proximal<br />

(30%). O acometimento<br />

do peritônio (5% a<br />

10%), do esôfago<br />

(< 5%) e do cólon retal<br />

(5% a 10%) é mais raro.<br />

• Os <strong>GIST</strong>s também<br />

po<strong>de</strong>m ser herdados<br />

por herança<br />

autossômica<br />

dominante, seja<br />

isoladamente, como<br />

componente <strong>de</strong><br />

síndrome associada a<br />

outras manifestações,<br />

ou predispondo ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

tumores múltiplos,<br />

como na día<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

paraganglioma e<br />

sarcoma gástrico<br />

estromal, ou síndrome<br />

<strong>de</strong> Carney-Stratakis.<br />

Referências<br />

1. Miettinen M, Majidi M,<br />

Lasota J. Pathology and<br />

diagnostic criteria of<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors (<strong>GIST</strong>s): a review. Eur<br />

J Cancer 2002; 38(Suppl 5):<br />

p. S39-51.<br />

2. Mazur MT, Clark HB. Gastric<br />

stromal tumors. Reappraisal<br />

of histogenesis. Am J Surg<br />

Pathol, 1983; 7(6): p. 507-19.


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 6<br />

3. Biasco G, et al.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors: report of an audit<br />

and review of the literature.<br />

Eur J Cancer Prev, 2009;<br />

18(2): p. 106-16.<br />

4. Nilsson B, et al.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors: the inci<strong>de</strong>nce,<br />

prevalence, clinical course,<br />

and prognostication in the<br />

preimatinib mesylate era: a<br />

population-based study in<br />

western Swe<strong>de</strong>n. Cancer,<br />

2005; 103(4): p. 821-9.<br />

5. Beghini A, et al.<br />

Germline mutation in the<br />

juxtam<strong>em</strong>brane domain<br />

of the kit gene in a family<br />

with gastrointestinal stromal<br />

tumors and urticaria<br />

pigmentosa. Cancer, 2001;<br />

92(3): p. 657-62.<br />

6. Li FP, et al. Familial<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumor syndrome: phenotypic<br />

and molecular features in a<br />

kindred. J Clin Oncol, 2005;<br />

23(12): p. 2735-43.<br />

7. Isozaki K, et al. Germlineactivating<br />

mutation in the<br />

kinase domain of KIT gene<br />

in familial gastrointestinal<br />

stromal tumors. Am J Pathol,<br />

2000; 157(5): p. 1581-5.<br />

8. D<strong>em</strong>atteo RP, et al.<br />

Clinical manag<strong>em</strong>ent of<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors: before and after<br />

STI-571. Hum Pathol, 2002;<br />

33(5): p. 466-77.<br />

9. Scarpa M, et al. A<br />

syst<strong>em</strong>atic review on<br />

the clinical diagnosis of<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors. J Surg Oncol, 2008;<br />

98(5): p. 384-92.<br />

10. Braconi C, et al. Insulin-like<br />

growth factor (IGF) 1 and<br />

2 help to predict disease<br />

outcome in <strong>GIST</strong> patients.<br />

Ann Oncol, 2008; 19(7): p.<br />

1293-8.<br />

como qualquer outra tumoração do trato digestivo (3) . Quando localizados no<br />

<strong>de</strong>lgado, quadros suboclusivos po<strong>de</strong>m ser observados. Também po<strong>de</strong>m evoluir<br />

com sangramento, visível ou oculto, levando, assim, a quadros <strong>de</strong> an<strong>em</strong>ia crônica<br />

<strong>de</strong> padrão ferroprivo (33% <strong>em</strong> média) (3, 9) . A prevalência <strong>de</strong> dor abdominal<br />

gira <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 19%, enquanto a presença <strong>de</strong> massa à palpação do abdome,<br />

a disfagia, a suboclusão intestinal e a perda <strong>de</strong> peso giram, respectivamente,<br />

<strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 6,9%, 3% e 4% (9) . Exist<strong>em</strong> ainda casos relatados <strong>de</strong> pacientes<br />

que se apresentam com hipoglic<strong>em</strong>ia <strong>de</strong>vido à síndrome paraneoplásica com<br />

produção pelo tumor <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> crescimento s<strong>em</strong>elhante à insulina (IGF II) (10) .<br />

Outras manifestações po<strong>de</strong>m estar presentes no <strong>GIST</strong> familiar, como hiperpigmentação<br />

cutânea na face, no períneo, no pescoço, nos <strong>de</strong>dos das mãos,<br />

nas axilas e nos joelhos e, menos frequent<strong>em</strong>ente, urticária pigmentosa ou<br />

mastocitose cutânea difusa na infância (3) . Parece estar já estabelecido que a<br />

ativação do c-KIT é essencial ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> melanócitos e mastócitos,<br />

aparecendo, assim, os sintomas cutâneos (3) .


7<br />

Fascículo 3<br />

Diagnóstico histopatológico<br />

e valor atual da análise<br />

mutacional no <strong>GIST</strong><br />

Objetivos <strong>de</strong> aprendizado<br />

• Revisar as alterações histopatológicas encontradas no <strong>GIST</strong>.<br />

• Descrever o valor da análise mutacional no <strong>GIST</strong>.<br />

Paulo Antonio<br />

Silvestre <strong>de</strong> Faria<br />

CRM: 319120-RJ<br />

Chefe da Divisão <strong>de</strong> Patologia do<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer (INCA)<br />

Luciana<br />

Wernersbach<br />

Pinto<br />

CRM: 607353-RJ<br />

Patologista da Fundação Oswaldo<br />

Cruz (FIOCRUZ)<br />

Simone Barreto<br />

Siqueira Parrilha<br />

Terra<br />

CRM: 820024-RJ<br />

Resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Patologia no INCA<br />

Introdução<br />

No início da década <strong>de</strong> 1940, Gol<strong>de</strong>n e Stout <strong>de</strong>screveram um grupo <strong>de</strong> tumores<br />

mesenquimais da pare<strong>de</strong> intestinal, assumindo, erradamente, pelo aspecto<br />

morfológico, como <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> células musculares lisas. Os tumores foram<br />

<strong>de</strong>nominados leiomioblastomas, leiomiomas e leiomiossarcomas (1) . No final<br />

dos anos 1960, com o início da utilização da microscopia eletrônica no estudo<br />

dos tumores, não se i<strong>de</strong>ntificou diferenciação para músculo liso (2) . O termo<br />

tumores estromais foi introduzido <strong>em</strong> 1983 por Marzur e Clark (3) . Antes disso,<br />

um gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> tumores mesenquimais originários no trato gastrointestinal<br />

era classificado como tumores musculares lisos ou tumores neuronais (4) . A<br />

ampla utilização do termo tumores estromais, entretanto, começou apenas <strong>em</strong><br />

1990, quando foi <strong>de</strong>monstrado que a maioria <strong>de</strong>sses tumores era imunorreativa<br />

para CD34 (5) . Os tumores estromais gastrointestinais (<strong>GIST</strong>s) passaram então<br />

a ser os tumores mesenquimais mais comuns do trato gastrointestinal.<br />

Subsequent<strong>em</strong>ente, diversos estudos observaram importantes s<strong>em</strong>elhanças entre<br />

as células do <strong>GIST</strong> e as intersticiais <strong>de</strong> Cajal – grupos <strong>de</strong> células localizadas<br />

na camada muscular própria e ao redor do plexo mioentérico, distribuídos<br />

por todo o trato gastrointestinal, com função <strong>de</strong> marca-passo das contrações<br />

peristálticas (6-11) . Foi <strong>de</strong>monstrado que as células <strong>de</strong> Cajal expressam o receptor<br />

tirosina quinase KIT e que o <strong>de</strong>senvolvimento apropriado <strong>de</strong>ssas células <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

da ligação do fator <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> células-tronco a esse receptor (10) .<br />

Ponto-chave<br />

• O termo tumores<br />

estromais foi introduzido<br />

<strong>em</strong> 1983 por Marzur<br />

e Clark. Antes disso,<br />

um gran<strong>de</strong> grupo <strong>de</strong><br />

tumores mesenquimais<br />

originários no trato<br />

gastrointestinal era<br />

classificado como<br />

tumores musculares lisos<br />

ou tumores neuronais.<br />

A ampla utilização<br />

do termo tumores<br />

estromais, entretanto,<br />

começou apenas <strong>em</strong><br />

1990, quando foi<br />

<strong>de</strong>monstrado que a<br />

maioria <strong>de</strong>sses tumores<br />

era imunorreativa<br />

para CD34.


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 8<br />

Ponto-chave<br />

• As mutações ativadoras<br />

<strong>de</strong>sses dois genes (KIT<br />

e PDGFRα), presentes<br />

<strong>em</strong> 85% a 90% dos<br />

<strong>GIST</strong>s, resultam <strong>em</strong><br />

oncoproteínas que<br />

são utilizadas no<br />

diagnóstico e como<br />

alvo terapêutico dos<br />

<strong>GIST</strong>s.<br />

Em 1998, foram <strong>de</strong>scritas mutações ativadoras no gene KIT e a expressão imuno-histoquímica<br />

da proteína KIT (7, 12) (Figura 1). Quatro anos <strong>de</strong>pois, viu-se que<br />

os <strong>GIST</strong>s que não apresentavam mutações no gene KIT po<strong>de</strong>riam apresentá-las<br />

<strong>em</strong> um gene homólogo: o do receptor alfa do fator <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong><br />

plaquetas (PDGFRα). As mutações ativadoras <strong>de</strong>sses dois genes (KIT e PDGFRα),<br />

presentes <strong>em</strong> 85% a 90% dos <strong>GIST</strong>s, resultam <strong>em</strong> oncoproteínas que são utilizadas<br />

no diagnóstico e como alvo terapêutico dos <strong>GIST</strong>s (12, 13) (Figura 2).<br />

Microscopia<br />

eletrônica s<strong>em</strong><br />

evidência <strong>de</strong><br />

diferenciação<br />

muscular lisa<br />

<strong>GIST</strong> – termo não<br />

comprometedor<br />

Imatinibe para<br />

doença metastática<br />

1960 1990 2000<br />

1941 1980 1998 2001<br />

Leiomioblastomas<br />

Leiomiomas<br />

Leiomiossarcomas<br />

Imuno-histoquímica<br />

Muitos s<strong>em</strong><br />

imunorreativida<strong>de</strong><br />

com diversos<br />

marcadores<br />

musculares e neurais<br />

The KIT revolution<br />

<strong>GIST</strong><br />

workshop<br />

Referências<br />

Figura 1 • Histórico dos <strong>GIST</strong>s<br />

<strong>GIST</strong>: tumores estromais gastrointestinais.<br />

1. Gol<strong>de</strong>n T, Stout AP. Smooth<br />

muscle tumors of the<br />

gastrointestinal tract and<br />

retroperitoneal Tissues. Surg<br />

Gynecol Obstet 1941; 73:<br />

784-810.<br />

2. Laurini JA, Carter JE.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors: a review of the<br />

literature. Arch Pathol Lab<br />

Med 2010; 134: 134-41.<br />

3. Mazur MT, Clark HB. Gastric<br />

stromal tumors: reappraisal<br />

of histogenesis. Am J Surg<br />

Pathol 1983; 7(6): 507-19.<br />

4. Fletcher CD, Berman JJ,<br />

Corless C, et al. Diagnosis of<br />

gastrointestinal stromal tumors:<br />

a consensus approach. Hum<br />

Pathol 2002; 33(5): 459-65.<br />

Mudança <strong>de</strong> KIT<br />

> 85% dos casos<br />

Éxon 9 (15%)<br />

somente no<br />

intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Éxon 11<br />

Éxon 13<br />

Éxon 17<br />

KIT<br />

Local <strong>de</strong> ligação<br />

do ligante<br />

Domínio justam<strong>em</strong>brana (70%)<br />

Domínios tirosina<br />

quinase (< 5%)<br />

Mudança <strong>de</strong> PDGFRα<br />

5% dos casos<br />

Estômago, omento, mesentério<br />

Morfologia epitelioi<strong>de</strong><br />

Expressão <strong>de</strong> KIT<br />

• Fraca, local ou ausente<br />

Local <strong>de</strong> ligação<br />

do ligante<br />

Extracelular<br />

Citoplasmático<br />

Domínios<br />

tirosina<br />

quinase<br />

Figura 2 • Receptores tirosina quinase KIT e PDGFRα<br />

PDGFRα<br />

Éxon 12<br />

Éxon 14<br />

Éxon 18 (85%)<br />

PDGFRα: receptor alfa do fator <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> plaquetas.


9<br />

Fascículo 3<br />

Em um período bastante curto, o entendimento da biologia dos <strong>GIST</strong>s e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> alvos moleculares mudaram a história natural <strong>de</strong>sses tumores.<br />

Eles passaram <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s pouco conhecidas e resistentes aos tratamentos a<br />

tumores altamente tratáveis com inibidores <strong>de</strong> tirosina quinase (ITKs) – imatinibe e<br />

sunitinibe – e com características moleculares <strong>de</strong>talhadamente <strong>de</strong>scritas (14, 15) .<br />

Além disso, houve gran<strong>de</strong> e contínuo investimento na procura <strong>de</strong> novos alvos<br />

moleculares terapêuticos e da precisa compreensão dos mecanismos moleculares<br />

<strong>de</strong>sse tumor capazes <strong>de</strong>, por meio da análise mutacional, auxiliar o diagnóstico,<br />

refinar o prognóstico e predizer a resposta terapêutica.<br />

Diagnóstico<br />

Macroscopia<br />

Os <strong>GIST</strong>s apresentam-se, na maioria dos casos, como tumores centrados na submucosa<br />

ou na camada muscular própria, po<strong>de</strong>ndo ser subserosos. Geralmente<br />

são b<strong>em</strong> vascularizados e circunscritos, compostos por uma pseudocápsula<br />

fina formada pelo tecido normal circunjacente comprimido. Po<strong>de</strong>m ser nódulo<br />

único, placas ou lesões multinodulares. A mucosa sobrejacente po<strong>de</strong> estar<br />

intacta ou ulcerada. As superfícies <strong>de</strong> corte dos <strong>GIST</strong>s não possu<strong>em</strong> o abaulamento<br />

espiralado presente nos tumores <strong>de</strong> músculo liso. Em vez disso, eles têm<br />

uma superfície <strong>de</strong> corte rosada ou pardo-esbranquiçada, granulosa, com focos<br />

<strong>de</strong> h<strong>em</strong>orragia, necrose ou <strong>de</strong>generação cística (20) .<br />

Os <strong>GIST</strong>s po<strong>de</strong>m ocorrer <strong>em</strong> qualquer localização do trato gastrointestinal,<br />

sendo mais frequente no estômago (60%), seguido por jejuno e íleo (30%),<br />

duo<strong>de</strong>no (5%), cólon e reto (4%) e esôfago e apêndice vermiforme (< 1%) (16-19) .<br />

Tumores que não possu<strong>em</strong> nenhuma relação com a pare<strong>de</strong> intestinal têm sido<br />

chamados <strong>de</strong> tumores estromais extragastrointestinais (E<strong>GIST</strong>) (21, 22) .<br />

Histologia<br />

Os <strong>GIST</strong>s são divididos <strong>em</strong> três subtipos histológicos principais distintos:<br />

• com células fusiformes (70% dos casos) – são compostos por células com<br />

citoplasma lev<strong>em</strong>ente eosinofílico e fibrilar, com núcleos ovoi<strong>de</strong>s e bordas<br />

citoplasmáticas mal <strong>de</strong>finidas, muitas vezes com aparência sincicial, dispostas<br />

<strong>em</strong> feixes curtos ou espiralados. Também é observado padrão estoriforme,<br />

com paliçada nuclear e arranjo <strong>em</strong> espinha <strong>de</strong> peixe;<br />

• epitelioi<strong>de</strong>s (20%) – são formados por células arredondadas, com citoplasma<br />

<strong>de</strong> eosinofílico a pardo-claro, organizadas <strong>em</strong> lençóis ou ninhos;<br />

• mistos (10%) – exib<strong>em</strong> células com morfologia intermediária entre as<br />

epitelioi<strong>de</strong>s e as fusiformes ou apresentam áreas distintas ora com células<br />

epitelioi<strong>de</strong>s, ora com as fusiformes (4) .<br />

5. Miettinen M,<br />

Virolainen M, Maarit-Sarlomo<br />

R, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumors: value of<br />

CD34 antigen in their<br />

i<strong>de</strong>ntification and separation<br />

from true leiomyomas and<br />

schwannomas. Am J Surg<br />

Pathol 1995; 19(2): 207-16.<br />

6. Huizinga JD, Thuneberg L,<br />

Kluppel M, et al. W/kit gene<br />

required for interstitial cells<br />

of Cajal and for intestinal<br />

pac<strong>em</strong>aker activity. Nature<br />

1995; 373(6512): 347-9.<br />

7. Hirota S, Isozaki K, Moriyama<br />

Y, et al. Gain-of-function<br />

mutations of c-kit in human<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors. Science 1998;<br />

279(5350): 577-80.<br />

8. Kindblom L, Ramotti<br />

H, Al<strong>de</strong>nborg F, et al.<br />

Gastrointestinal pac<strong>em</strong>aker<br />

cell tumor (GIPACT):<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors show phenotypic<br />

characteristics of the<br />

interstitial cells of Cajal. Am J<br />

Pathol 1998; 152(5): 259-69.<br />

9. Robinson TL, Sircar K, Hewlett<br />

BR, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumors may originate<br />

from a subset of CD34-<br />

positive interstitial cells of<br />

Cajal. Am J Pathol 2000;<br />

156(4): 1157-63.<br />

10. Isozaki K, Hirota S, Nakama<br />

A, et al. Disturbed intestinal<br />

mov<strong>em</strong>ent, bile reflux to the<br />

stomach, and <strong>de</strong>ficiency<br />

of c-kit-expressing cells<br />

in Ws/Ws mutant rats.<br />

Gastroenterology 1995;<br />

109(2): 456-64.<br />

11. Der-Silaphet T, Malysz J,<br />

Hagel S, et al. Interstitial<br />

cells of Cajal direct norm<br />

propulsive contractile activity<br />

in the mouse small intestine.<br />

Gastroenterology 1998;<br />

114(4): 724-36.<br />

12. Heinrich MC, Corless CL,<br />

Duensing A, et al. PDGFRA<br />

activating mutations<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors. Science 2003;<br />

299(5607): 708-10.


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 10<br />

13. Heinrich MC, Corless CL,<br />

D<strong>em</strong>etri GD, et al. Kinase<br />

mutations and imatinib<br />

response in patients with<br />

metastatic gastrointestinal<br />

stromal tumor. J Clin Onc<br />

2003; 21(23): 4342-9.<br />

14. D<strong>em</strong>etriGD, BenjaminRS,<br />

BlankeCD, et al.NCCN Task<br />

Force report: manag<strong>em</strong>e of<br />

patients with gastrointestinal<br />

stromal tumor (<strong>GIST</strong>):<br />

update of the NCCN clinic<br />

practice gui<strong>de</strong>lines. J Natl<br />

Compr Canc Netw 2007;<br />

5(Suppl 2): S1-29; quiz S30.<br />

15. Edmonson JH, Marks RS,<br />

Buckner JC, et al. Contrast<br />

of response to dacarb zine,<br />

mitomycin, doxorubicin,<br />

and cisplatin (DMAP) plus<br />

GM-CSF between patients<br />

with advanced malignant<br />

gastrointestinal stromal tumors<br />

and patient with other advanced<br />

leiomyosarcomas. Cancer Invest<br />

2002; 20(5-6): 605-12.<br />

16. Pasini B, McWhinney SR, Bei T,<br />

et al. Clinical and molecular<br />

genetics of patients with the<br />

Carney-Stratakis syndrome<br />

and germline mutations of the<br />

genes coding for the succinate<br />

<strong>de</strong>hydrogenase subunits<br />

SDHB, SDHC, and SDHD. Eur<br />

J Hum Genet 2008; 16(1):<br />

79-88.<br />

17. Miettinen M, Sobin LH, Lasota<br />

J, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumors of the<br />

stomach: a clinicopathologic,<br />

immunohistoch<strong>em</strong>ical, and<br />

molecular genetic study of<br />

1765 cases with long-term<br />

follow-up. Am J Surg Pathol<br />

2005; 29(1): 52-68.<br />

18. Miettinen M, Lasota J, Sobin<br />

LH, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumors of the stomach<br />

in children and young<br />

adults: a clinicopathologic,<br />

immunohistoch<strong>em</strong>ical, and<br />

molecular genetic study of<br />

44 cases with long-term<br />

follow-up and review of the<br />

literature. Am J Surg Pathol<br />

2005; 29(10): 1373-81.<br />

Esses três subtipos po<strong>de</strong>m ter celularida<strong>de</strong> e índices mitóticos variáveis e o estroma<br />

po<strong>de</strong> ser esclerótico, colagenizado ou mixoi<strong>de</strong>; calcificações raramente<br />

são vistas. De forma geral, os <strong>GIST</strong>s são caracterizados como tumores citologicamente<br />

uniformes e monótonos. No entanto, eles são ocasionalmente pleomórficos,<br />

s<strong>em</strong>elhantes a sarcomas pleomórficos, apresentando acentuada atipia<br />

nuclear (cerca <strong>de</strong> 2% dos tumores) (23) , ou exib<strong>em</strong> <strong>de</strong>sdiferenciação <strong>de</strong>finida<br />

como transição abrupta entre o <strong>GIST</strong> convencional e um sarcoma anaplásico<br />

<strong>de</strong> algum grau KIT negativo (24) .<br />

Após o tratamento com ITKs, os <strong>GIST</strong>s po<strong>de</strong>m apresentar importante diminuição<br />

na celularida<strong>de</strong> e alterações estromais (como acentuada esclerose<br />

e fibroialinose), mixoi<strong>de</strong>s e condroi<strong>de</strong>s. Na maioria dos casos a citomorfologia<br />

continua s<strong>em</strong>elhante à do tumor primário, mesmo naqueles <strong>em</strong> que<br />

houve boa resposta ao tratamento. Nota-se apenas que as células ganham<br />

aparência atrófica com <strong>de</strong>pleção citoplasmática. Todavia, os <strong>GIST</strong>s com células<br />

fusiformes po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver padrões <strong>de</strong> crescimento epitelioi<strong>de</strong> ou<br />

pseudopapilífero epitelioi<strong>de</strong> (25) , assim como, <strong>em</strong> raros casos, diferenciação<br />

rabdomiossarcomatosa (26) . Essas situações po<strong>de</strong>m gerar gran<strong>de</strong>s probl<strong>em</strong>as<br />

diagnósticos, especialmente quando o tumor também per<strong>de</strong> a expressão<br />

do KIT. Visto que tais tumores retêm sua mutação primária (no KIT ou<br />

no PDGFRα) <strong>de</strong>pois do tratamento, a análise mutacional po<strong>de</strong> facilitar o<br />

diagnóstico nessas circunstâncias.<br />

Além <strong>de</strong> manter<strong>em</strong> suas mutações originais, vale <strong>de</strong>stacar que os tumores que<br />

sofr<strong>em</strong> essas alterações morfológicas incomuns geralmente não <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong><br />

mutações secundárias no KIT (25, 26) . Deve-se estar atento para tais alterações,<br />

principalmente no contexto <strong>de</strong> <strong>GIST</strong>s metastáticos e <strong>em</strong> progressão tratados<br />

com ITK. O uso <strong>de</strong> diversos ITKs e outras drogas, além das novas estratégias<br />

terapêuticas, po<strong>de</strong> levar ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> clones resistentes a drogas<br />

com características morfológicas incomuns (27, 28) .<br />

Estudo imuno-histoquímico<br />

O KIT é um marcador altamente sensível e específico para o diagnóstico diferencial<br />

dos tumores mesenquimais do trato gastrointestinal. Cerca <strong>de</strong> 95%<br />

dos <strong>GIST</strong>s expressam KIT (7, 8, 29-31) . Em geral, 4% a 5% dos <strong>GIST</strong>s negativos para<br />

KIT são originários do estômago e apresenta citomorfologia epitelioi<strong>de</strong> ou<br />

mista (32, 33) . A maioria dos <strong>GIST</strong>s t<strong>em</strong> marcação citoplasmática difusa e forte.<br />

Aproximadamente meta<strong>de</strong> dos casos apresenta concomitante marcação <strong>em</strong><br />

ponto, conhecida entre os patologistas como dot; <strong>em</strong> uma minoria há marcação<br />

apenas <strong>em</strong> dot ou <strong>de</strong> m<strong>em</strong>brana. Não há correlação do padrão <strong>de</strong><br />

marcação e <strong>de</strong> sua intensida<strong>de</strong> com o tipo <strong>de</strong> mutação do KIT ou com o grau<br />

<strong>de</strong> resposta ao imatinibe. No entanto, <strong>GIST</strong>s com expressão fraca ou focal do


11<br />

Fascículo 3<br />

KIT ou negativos são mais propensos a ter KIT do tipo selvag<strong>em</strong> e mutações<br />

no PDGFRα (32, 33) .<br />

Outros marcadores frequent<strong>em</strong>ente utilizados no diagnóstico diferencial dos<br />

tumores mesenquimais do trato gastrointestinal são CD34, h-cal<strong>de</strong>smona,<br />

actina <strong>de</strong> músculo liso (SMA), S100, citoqueratina e <strong>de</strong>smina. O CD34 é expresso<br />

<strong>em</strong> 80%, 50% e 95% dos <strong>GIST</strong>s gástricos, do intestino <strong>de</strong>lgado e do<br />

esôfago ou do reto, respectivamente (média <strong>de</strong> 70%) (17, 19) . O h-cal<strong>de</strong>smona<br />

é positivo <strong>em</strong> mais <strong>de</strong> dois terços dos <strong>GIST</strong>s (21, 34) . A SMA é expressa <strong>em</strong><br />

30% dos casos. Já o S100, a citoqueratina e a <strong>de</strong>smina são menos frequent<strong>em</strong>ente<br />

expressos (5%, < 1% e 2%, respectivamente). Apesar <strong>de</strong> ser<br />

pouco expressa, a <strong>de</strong>smina é positiva <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> um terço dos <strong>GIST</strong>s KIT<br />

negativos, especialmente naqueles localizados no estômago com morfologia<br />

epitelioi<strong>de</strong> (27, 28) .<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> solucionar o probl<strong>em</strong>a dos <strong>GIST</strong>s KIT negativos, vários<br />

estudos moleculares têm sido realizados na procura do gene alvo específico<br />

que caracterize os <strong>GIST</strong>s completamente. O discovered on <strong>GIST</strong> 1 (DOG1)<br />

é uma proteína transm<strong>em</strong>brana, <strong>de</strong>scoberta pela análise do perfil da expressão<br />

gênica dos <strong>GIST</strong>s, que <strong>de</strong>monstrou ser útil como marcador imunohistoquímico.<br />

Cerca <strong>de</strong> 1.560 <strong>GIST</strong>s foram estudados utilizando-se o anticorpo<br />

monoclonal para DOG1, tendo sido observada alta sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

91,1% (35-39) . O anticorpo DOG1 mostrou sensibilida<strong>de</strong> igual ou até um pouco<br />

maior que a do KIT <strong>em</strong> comparação direta <strong>em</strong> diferentes séries (35) . Embora<br />

haja um pequeno grupo <strong>de</strong> <strong>GIST</strong>s positivos para KIT e negativos para DOG1,<br />

ficou evi<strong>de</strong>nte que DOG1 po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um terço ou meta<strong>de</strong> dos <strong>GIST</strong>s KIT<br />

negativos, incluindo casos com mutações no gene KIT e, mais frequent<strong>em</strong>ente,<br />

com mutações do PDGFRα (37, 39) .<br />

Os resultados imuno-histoquímicos da utilização concomitante <strong>de</strong> DOG1 e<br />

KIT nos <strong>GIST</strong>s mostraram 85% dos casos positivos para ambos os marcadores<br />

(DOG+/KIT+), 6% negativos para DOG1 e KIT e 6% para DOG+/KITcontra<br />

3% para DOG-/KIT+ (35) . A especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> DOG1 mostrou-se bastante<br />

elevada com poucos tipos <strong>de</strong> tumores não <strong>GIST</strong>s imunorreativos para<br />

DOG1 (35-37, 39-41) .<br />

Todos esses dados produz<strong>em</strong> forte indicação da necessida<strong>de</strong> do uso<br />

combinado <strong>de</strong> KIT e DOG no estudo <strong>de</strong> casos nos quais os <strong>GIST</strong>s faz<strong>em</strong><br />

parte do diagnóstico diferencial. Como a maioria dos casos <strong>de</strong> <strong>GIST</strong>s<br />

é positiva para DOG e KIT e nenhum dos não <strong>GIST</strong>s foi positivo para<br />

ambos os marcadores, a coexpressão <strong>de</strong> KIT e DOG1 é praticamente<br />

diagnóstica <strong>de</strong> <strong>GIST</strong> (35) .<br />

Diversos outros marcadores imuno-histoquímicos estão sendo estudados.<br />

T<strong>em</strong> sido relatada marcação imuno-histoquímica da proteína C quinase<br />

nos <strong>GIST</strong>s (42-44) . No entanto, os anticorpos disponíveis comercialmente têm<br />

19. Miettinen M, Makhlouf<br />

H, Sobin LH, et al.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors of the jejunum and<br />

ileum: a clinicopathologic,<br />

immunohistoch<strong>em</strong>ical, and<br />

molecular genetic study of<br />

906 cases before imatinib<br />

with long-term follow-up. Am<br />

J Surg Pathol 2006; 30 (4):<br />

477-89.<br />

20. Miettinen M, Sarlomo-Rikala<br />

M, Lasota J: Gastointestinal<br />

stromal tumors: recent<br />

advances in un<strong>de</strong>rstanding<br />

of their biology. Hum Pathol<br />

1999; 30: 1213.<br />

21. Miettinen M, Monihan JM,<br />

Sarlomo-Rikala M, et al.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors/smooth muscle<br />

tumors (<strong>GIST</strong>s) primary in the<br />

omentum and mesentery:<br />

clinicopathologic and<br />

immunohistoch<strong>em</strong>ical study<br />

of 26 cases. Am J Surg Pathol<br />

1999; 23(9): 1109-18.<br />

22. Reith JD, Goldblum<br />

JR, Lyles RH, et al.<br />

Extragastrointestinal (soft<br />

tissue) stromal tumors: an<br />

analysis of 48 cases with<br />

<strong>em</strong>phasis on histologic<br />

predictors of outcome.<br />

Mod Pathol 2000; 13(5):<br />

577-85.<br />

23. Verma P, CorlessC, Me<strong>de</strong>iros<br />

F, et al. Pleomorphic<br />

gastrointestinal stromal tumors:<br />

diagnostic and therapeutic<br />

implications. Mod Pathol 2005;<br />

18(Suppl 1): 121A.<br />

24. Antonescu CR, Hornick<br />

JL, Nielsen GP, et al.<br />

Dedifferentiation in<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumor (<strong>GIST</strong>) to an anaplastic<br />

KIT-negative phenotype: a<br />

diagnostic pitfall. Mod Pathol<br />

2007; 20(Suppl 2): 11A.<br />

25. Pauwels P, Debiec-Rychter<br />

M, Stul M, et al. Changing<br />

phenotype of gastrointestinal<br />

stromal tumours un<strong>de</strong>r<br />

imatinib mesylate treatment:<br />

a potential diagnostic pitfall.<br />

Histopathology 2005; 47(1):<br />

41-7.


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 12<br />

26. Liegl B, Hornick JL,<br />

Antonescu C, et al.<br />

Rhabdomyosarcomatous<br />

differentiation in<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors after tyrosine kinase<br />

inhibitor therapy: a novel<br />

form of tumor progression.<br />

Am J Surg Pathol 2009;<br />

33(2): 218-26.<br />

27. Liegl B, Hornick JL, Lazar AJF.<br />

Cont<strong>em</strong>porary pathology<br />

of gastrointestinal stromal<br />

tumors. H<strong>em</strong>atol Oncol Clin<br />

N Am 2009; 23: 49-68.<br />

28. Liegl-Atzwanger B,<br />

Fletcher JA, Fletcher CDM.<br />

Gastrointestinal stromal<br />

tumors. Virchows Arch 2010;<br />

456: 111-127.<br />

29. Hornick JL, Fletcher CD.<br />

Immunohistoch<strong>em</strong>ical<br />

staining for KIT (CD117) in<br />

soft tissue sarcomas is very<br />

limitedindistribution. Am J Clin<br />

Pathol 2002; 117(2): 188-93.<br />

30. Hornick JL, Fletcher CD. The<br />

significance of KIT (CD117)<br />

in gastrointestinal stromal<br />

tumors. Int J Surg Pathol<br />

2004; 12(2): 93-7.<br />

31. Sarlomo-Rikala M, Kovatich<br />

A, Barusevicius A, et al.<br />

CD117: a sensitive marker<br />

for gastrointestinal stromal<br />

tumors that is more specific<br />

than CD34. Mod Pathol 1998;<br />

(11): 728-34.<br />

32. Debiec-Rychter M, Wasag B,<br />

Stul M, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumours (<strong>GIST</strong>s)<br />

negative for KIT (CD117<br />

antigen) immunoreactivity. J<br />

Pathol 2004; 202(4): 430-8.<br />

33. Me<strong>de</strong>iros F, Corless CL,<br />

Duensing A, et al. KITnegative<br />

gastrointestinal<br />

stromal tumors: proof of<br />

concept and therapeutic<br />

implications. Am J Surg Pathol<br />

2004; 28(7): 889-94.<br />

34. Orosz Z, Tornoczky T, Sapi<br />

Z, et al. Gastrointestinal<br />

stromal tumors: a<br />

clinicopathologic and<br />

immunohistoch<strong>em</strong>ical study<br />

of 136 cases. Pathol Oncol<br />

Res 2005; 11(1): 11-21.<br />

<strong>de</strong>monstrado limitada especificida<strong>de</strong> (27, 28) . Os anticorpos disponíveis para<br />

PDGFRα não têm mostrado resultados imuno-histoquímicos reprodutíveis <strong>em</strong><br />

cortes <strong>de</strong> parafina (27, 28) . A intensida<strong>de</strong> da imunoexpressão da nestina po<strong>de</strong> ter<br />

correlação com a estratificação <strong>de</strong> risco dos <strong>GIST</strong>s, sendo necessária melhor<br />

avaliação <strong>de</strong>sse dado (45) . A anidrase carbônica 2 (CAII), expressa <strong>em</strong> 95% dos<br />

<strong>GIST</strong>s e <strong>em</strong> 50% dos <strong>GIST</strong>s KIT negativos, parece estar associada a melhor<br />

sobrevida quando francamente positiva, po<strong>de</strong>ndo, por isso, se tornar um promissor<br />

marcador diagnóstico e prognóstico (46) .<br />

Os <strong>GIST</strong>s KIT negativos continuam sendo um enorme <strong>de</strong>safio diagnóstico <strong>em</strong><br />

termos <strong>de</strong> estudos imuno-histoquímicos, apesar do gran<strong>de</strong> crescimento no<br />

conhecimento adquirido a respeito <strong>de</strong>sses tumores. Nesse contexto, <strong>de</strong>ve-se<br />

consi<strong>de</strong>rar fort<strong>em</strong>ente a análise mutacional (28) .<br />

Diagnósticos diferenciais<br />

Devido a seu enorme espectro morfológico, os <strong>GIST</strong>s possu<strong>em</strong> uma imensa<br />

lista <strong>de</strong> diagnósticos diferenciais. Para aqueles <strong>de</strong> células fusiformes<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados: tumores <strong>de</strong> músculo liso, fibromatose <strong>de</strong>smoi<strong>de</strong>,<br />

schwannoma, tumor miofibroblástico inflamatório, pólipo fibroi<strong>de</strong> inflamatório,<br />

tumor fibroso solitário, entre outros. Os tumores <strong>de</strong> músculo liso apresentam<br />

células com citoplasma eosinofílico e m<strong>em</strong>brana b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida <strong>em</strong><br />

vez da aparência sincicial vista no <strong>GIST</strong>. A <strong>de</strong>smina é relativamente específica<br />

para tumores <strong>de</strong> músculo liso, sendo raramente expressa <strong>em</strong> <strong>GIST</strong>s fusiformes.<br />

Todavia, <strong>de</strong>staca-se que a positivida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>smina t<strong>em</strong> sido vista<br />

<strong>em</strong> <strong>GIST</strong>s gástricos epitelioi<strong>de</strong>s KIT negativos (28) . As schwannomas do trato<br />

gastrointestinal exib<strong>em</strong> bainha <strong>de</strong> linfócitos e expressam S100 e proteína<br />

glial fibrilar ácida (GFAP) (47) . A fibromatose <strong>de</strong>smoi<strong>de</strong> intra-abdominal possui<br />

longos feixes <strong>de</strong> células fusiformes fibroblásticas e miofibroblásticas <strong>em</strong><br />

uma matriz colágena e expressa β-catenina nuclear <strong>em</strong> 75% dos casos (48) .<br />

O tumor miofibroblástico inflamatório ocorre principalmente <strong>em</strong> crianças<br />

e adultos jovens. São tumores celulares, fasciculares, com pro<strong>em</strong>inente infiltrado<br />

predominant<strong>em</strong>ente plasmocitário; ALK positivo <strong>em</strong> 50% dos casos<br />

po<strong>de</strong> facilitar o diagnóstico (49) .<br />

Já para os <strong>GIST</strong>s epitelioi<strong>de</strong>s, os principais diagnósticos diferenciais são:<br />

carcinomas neuroendócrinos, tumor glômico, melanoma maligno, leiomiossarcoma<br />

epitelioi<strong>de</strong>, tumor maligno <strong>de</strong> bainha <strong>de</strong> nervo periférico (MPNST)<br />

epitelioi<strong>de</strong> e sarcoma <strong>de</strong> células claras. Os carcinomas neuroendócrinos são<br />

positivos para citoqueratina, sinaptofisina e cromogranina. Os tumores glômicos<br />

são raros no trato gastrointestinal e têm morfologia e imunofenótipo<br />

idênticos aos <strong>de</strong> outras localizações. Melanoma, sarcoma <strong>de</strong> células claras e<br />

MPNST epitelioi<strong>de</strong> expressam S100.


13<br />

Fascículo 3<br />

Fatores prognósticos<br />

O primeiro esqu<strong>em</strong>a para estratificação do risco dos <strong>GIST</strong>s amplamente<br />

aceito foi criado <strong>em</strong> 2002. Com base no tamanho tumoral e na ativida<strong>de</strong><br />

mitótica (<strong>em</strong> 50 campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aumento [CGA]), com os pontos <strong>de</strong> corte<br />

mais significativos <strong>de</strong> 5 cm e cinco mitoses por 50 CGA, ele categoriza os<br />

riscos <strong>de</strong> comportamento clínico agressivo nos <strong>GIST</strong>s <strong>em</strong> muito baixo, baixo,<br />

intermediário e alto. De acordo com esse consenso, todos os <strong>GIST</strong>s possu<strong>em</strong><br />

potencial maligno (4) . Em 2005/2006 foi <strong>de</strong>monstrado que os <strong>GIST</strong>s<br />

localizados no estômago têm risco muito mais baixo <strong>de</strong> comportamento<br />

agressivo do que os do jejuno e do íleo <strong>de</strong> tamanho e ativida<strong>de</strong> mitótica<br />

s<strong>em</strong>elhantes. Dessa maneira, a localização anatômica foi incluída como<br />

parâmetro adicional na avaliação <strong>de</strong> risco dos <strong>GIST</strong>s. Segundo esse novo<br />

consenso, os tumores menores que 2 cm foram consi<strong>de</strong>rados essencialmente<br />

benignos (14, 50) (Tabela 1).<br />

35. Lee C, Liang C, Espinosa I.<br />

The utility of discovered on<br />

gastrointestinal stromal tumor<br />

1 (DOG1) antibody in surgical<br />

pathology-the <strong>GIST</strong> of it.<br />

Adv Ant Pathol 2010; 17(3):<br />

222-32.<br />

36. Miettinen M, Wang ZF,<br />

Lasota J. DOG1 antibody<br />

in the differential diagnosis<br />

of gastrointestinal stromal<br />

tumors: a study of 1840<br />

cases. Am J Surg Pathol<br />

2009; 33: 1401-8.<br />

37. Espinosa I, Lee CH,<br />

Kim MK, et al. A novel<br />

monoclonal antibody<br />

against DOG1 is a sensitive<br />

and specific marker for<br />

gastrointestinal stromal<br />

tumors. Am J Surg Pathol<br />

2008; 32: 210-8.<br />

Parâmetros tumorais<br />

(14, 50)<br />

Tabela 1 • Avaliação <strong>de</strong> risco <strong>em</strong> <strong>GIST</strong><br />

Avaliação <strong>de</strong> risco <strong>em</strong> <strong>GIST</strong><br />

Risco <strong>de</strong> doença progressiva<br />

Índice mitótico Tamanho (cm) Estômago Duo<strong>de</strong>no Jejuno/íleo Reto<br />

< 5 por 50<br />

CGA<br />

< 5 por 50<br />

CGA<br />

< 2 Nenhum Nenhum Nenhum Nenhum<br />

> 2 ~ < 5 Muito baixo Baixo Baixo Baixo<br />

> 5 ~ < 10 Baixo<br />

Dados<br />

insuficientes<br />

Mo<strong>de</strong>rado<br />

> 10 Mo<strong>de</strong>rado Alto Alto Alto<br />

< 2 Nenhum<br />

Dados<br />

insuficientes<br />

Alto<br />

Dados<br />

insuficientes<br />

Alto<br />

> 2 ~ < 5 Mo<strong>de</strong>rado Alto Alto Alto<br />

> 5 ~ < 10 Alto<br />

Dados<br />

insuficientes<br />

Alto<br />

> 10 Alto Alto Alto Alto<br />

<strong>GIST</strong>: tumor estromal gastrointestinal; CGA: campos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aumento.<br />

Dados<br />

insuficientes


<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong> 14<br />

38. Ar<strong>de</strong>leanu C, Arsene D,<br />

Hinescu M, et al. Pancreatic<br />

Expression of DOG1: a<br />

novel gastrointestinal stromal<br />

tumor (<strong>GIST</strong>) biomarker.<br />

Appl Immunohistoch<strong>em</strong> Mol<br />

Morphol 2010; 17: 413-8.<br />

39. Liegl B, Hornick JL, Corless CL,<br />

et al. Monoclonal antibody<br />

DOG1.1 shows higher<br />

sensitivity than KIT in the<br />

diagnosis of gastrointestinal<br />

stromal tumors, including<br />

unusual subtypes. Am J Surg<br />

Pathol 2009; 33: 437-46.<br />

40. West RB, Corless CL, Chen<br />

X, et al. The novel marker,<br />

DOG1, is expressed<br />

ubiquitously in gastrointestinal<br />

stromal tumors irrespective<br />

of KIT or PDGFRA mutation<br />

status. Am J Pathol 2004;<br />

165: 107-13.<br />

41. Miettinen M, Lasota J.<br />

KIT (CD117): a review<br />

on expression in normal<br />

and neoplastic tissues,<br />

and mutations and their<br />

clinicopathologic correlation.<br />

Appl Immunohistoch<strong>em</strong> Mol<br />

Morphol 2005; 13: 205-20.<br />

42. Duensing A, Joseph NE,<br />

Me<strong>de</strong>iros F, et al. Protein kinase<br />

C theta (PKCtheta) expression<br />

and constitutive activation in<br />

gastrointestinal stromal tumors<br />

(<strong>GIST</strong>s). Cancer Res 2004;<br />

64(15): 5127-31.<br />

43. Blay P, Astudillo A, Buesa<br />

JM, et al. Protein kinase C<br />

theta is highly expressed in<br />

gastrointestinal stromal tumors<br />

but not in other mesenchymal<br />

neoplasias. Clin Cancer Res<br />

2004; 10(12 Pt 1): 4089-95.<br />

44. Lee HE, Kim MA, Lee HS,<br />

et al. Characteristics of KITnegative<br />

gastrointestinal<br />

stromal tumours and<br />

diagnostic utility of<br />

protein kinase C theta<br />

immunostaining. J Clin Pathol<br />

2008; 61(6): 722-9.<br />

45. Yang XH, Wu QL, Yu XB, et al.<br />

Nestin expression in different<br />

tumours and its relevance to<br />

malignant gra<strong>de</strong>. J Clin Pathol<br />

2008; 61(4): 467-73.<br />

Valor atual da análise mutacional<br />

A caracterização molecular dos <strong>GIST</strong>s v<strong>em</strong> mostrando uma importância crescente<br />

no prognóstico e na escolha do tratamento, já que diferentes subtipos<br />

<strong>de</strong> mutações i<strong>de</strong>ntificadas no KIT ou no PDGFRα têm se correlacionado com<br />

comportamentos clínicos e resposta aos tratamentos distintos. Mais <strong>de</strong> 80%<br />

dos <strong>GIST</strong>s apresentam mutações ativadoras no gene KIT ou, com menor frequência,<br />

no PDGFRα (5% a 7%). Esses genes estão localizados no cromossomo<br />

4q12 e codificam receptores tirosina quinases tipo III com características<br />

estruturais s<strong>em</strong>elhantes.<br />

Os receptores são compostos por uma região extracelular para ligação do<br />

fator <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> células-tronco ou do PDGF (respectivamente), um<br />

domínio transm<strong>em</strong>brana, um domínio justam<strong>em</strong>brana e dois domínios quinase<br />

citoplasmáticos (28) . As mutações levam à autoativação dos receptores,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do ligante, e se concentram nos seguintes hotspots: éxons 9,<br />

11, 13 e 17 no gene KIT e éxons 12, 14 e 18 no PDGFRα (14, 51) (Figura 2).<br />

A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrolada do receptor resulta na ativação oncogênica <strong>de</strong><br />

vias <strong>de</strong> sinalização, levando a proliferação celular, apoptose, quimiotaxia<br />

e a<strong>de</strong>são aberrantes.<br />

O éxon 11, que codifica o domínio justam<strong>em</strong>brana, está afetado <strong>em</strong><br />

até 65% dos <strong>GIST</strong>s com mutação do KIT. Mutações no éxon 9 (domínio<br />

extracelular) são observadas <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 9% dos casos. Po<strong>de</strong>m ser<br />

constatadas ainda mutações nos éxons 13 e 17 (domínios quinase citoplasmáticos),<br />

porém são raras, ocorrendo <strong>em</strong> menos <strong>de</strong> 2% dos casos. As<br />

mutações mais frequent<strong>em</strong>ente observadas no PDGFRα ocorr<strong>em</strong> no domínio<br />

tirosina quinase II, codificado pelo éxon 18. Elas são mais comumente<br />

mutações pontuais (D842V) (28, 51) .<br />

Cerca <strong>de</strong> 10% a 15% dos <strong>GIST</strong>s são negativos para mutações tanto no KIT<br />

quanto no PDGFRα e têm sido <strong>de</strong>signados como <strong>GIST</strong>s do tipo selvag<strong>em</strong>. Ressalta-se<br />

que a patogênese <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> tumores ainda é pouco entendida (51) .<br />

Recent<strong>em</strong>ente, mutações no gene BRAF, éxon 15, foram i<strong>de</strong>ntificadas <strong>em</strong> 7% a<br />

13% dos tumores do tipo selvag<strong>em</strong> <strong>em</strong> adultos (52) .<br />

Atualmente, a análise mutacional é recomendada para tumores irressecáveis<br />

ou metastáticos se a terapia com imatinibe for iniciada, <strong>de</strong>vendo também ser<br />

consi<strong>de</strong>rada para pacientes com doença primária, especialmente aqueles com<br />

tumores <strong>de</strong> alto risco (53) .<br />

Os atuais tratamentos disponíveis po<strong>de</strong>m ter mais eficácia <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

subtipos genéticos <strong>de</strong> <strong>GIST</strong>s. Por ex<strong>em</strong>plo, os pacientes com <strong>GIST</strong>s que apresentam<br />

mutações no éxon 11 do gene KIT possu<strong>em</strong> os melhores índices <strong>de</strong> resposta<br />

ao imatinibe, enquanto aqueles com a mutação mais comum do PDGFRα<br />

(D842V) são completamente resistentes (28, 54) (Tabela 2).


15<br />

Fascículo 3<br />

Atualmente, a análise mutacional é recomendada para tumores irressecáveis<br />

ou metastáticos se a terapia com imatinibe for iniciada, <strong>de</strong>vendo<br />

também ser consi<strong>de</strong>rada para pacientes com doença primária, especialmente<br />

aqueles com tumores <strong>de</strong> alto risco (53) . Essa análise mutacional po<strong>de</strong><br />

ser realizada <strong>em</strong> tecido fixado <strong>em</strong> formalina e incluído <strong>em</strong> parafina, porém<br />

tecido fresco congelado apresenta melhor resultado. A maioria dos estudos<br />

mutacionais nos <strong>GIST</strong>s t<strong>em</strong> tido como base o sequenciamento direto dos<br />

produtos da proteína C reativa (PCR).<br />

Tabela 2 • Relação entre tipo <strong>de</strong> mutação e resposta à terapia<br />

por imatinibe (54)<br />

Estudos 1 2 3 4<br />

Casos n = 37 n = 127 n = 363 n = 324<br />

Resposta<br />

objetiva<br />

Média<br />

pon<strong>de</strong>rada<br />

% % % % %<br />

KIT éxon 11 83 85 70 67 71<br />

KIT éxon 9 25 23 35 40 38<br />

S<strong>em</strong><br />

mutação<br />

33 0 25 39 28<br />

46. Parkkila S, Lasota J, Fletcher<br />

JA, et al. Carbonic anhydrase<br />

II. A novel biomarker for<br />

gastrointestinal stromal tumors.<br />

Mod Pathol. In press 2010.<br />

47. Sarlomo-Rikala M, Miettinen<br />

M. Gastric schwannoma – a<br />

clinicopathological analysis<br />

of six cases. Histopathology<br />

1995; 27(4): 355-60.<br />

48. Carlson JW, Fletcher CD.<br />

Immunohistoch<strong>em</strong>istry<br />

for beta- catenin in the<br />

differential diagnosis of<br />

spindle cell lesions: analysis<br />

of a series and review of the<br />

literature. Histopathology<br />

2007; 51(4): 509-14.<br />

49. Cessna MH, Zhou H, Sanger<br />

WG, et al. Expression of ALK1<br />

and p80 in inflammatory<br />

myofibroblastic tumor and its<br />

mesenchy-mal mimics: a study<br />

of 135 cases. Mod Path 2002;<br />

15(9): 931-8.<br />

50. Miettinen M, Lasota J.<br />

Gastrointestinal stromal tumors:<br />

pathology and prognosis at<br />

different sites. S<strong>em</strong>in Diagn<br />

Pathol 2006; 23(2): 70-83.<br />

51. War<strong>de</strong>lmann E, Büttner<br />

R, Merkelbach-Bruse S,<br />

Schildhaus HU. Mutation<br />

analysis of gastrointestinal<br />

stromal tumors: increasing<br />

significance for risk<br />

assessment and effective<br />

targeted therapy. Virchows<br />

Arch 2007; 451(4): 743-9.<br />

Epub 2007 Aug 14.<br />

52. Hostein I, Faur N, Primois C,<br />

Boury F, Denard J, Emile JF,<br />

et al. BRAF mutation status<br />

in gastrointestinal stromal<br />

tumors. Am J Clin Pathol<br />

2010; 133(1): 141-8.<br />

53. Rubin BP, Blanke CD, D<strong>em</strong>etri<br />

GD, D<strong>em</strong>atteo RP, Fletcher CD,<br />

Goldblum JR, et al. Protocol for<br />

the examination of specimens<br />

from patients with gastrointestinal<br />

stromal tumor. Arch Pathol Lab<br />

Med 2010; 134(2): 165-70.<br />

54. Corless CL, Heinrich MC.<br />

Molecular pathobiology<br />

of gastrointestinal stromal<br />

sarcomas. Annu Rev Pathol<br />

2008; 3: 557-86.


AUTOAVALIAÇÃO<br />

1. Em relação à apresentação clínica<br />

dos <strong>GIST</strong>s, po<strong>de</strong>-se afirmar que:<br />

a) são geralmente assintomáticos<br />

b) o sangramento retal está presente na maioria dos<br />

pacientes<br />

c) a dispesia acomete mais <strong>de</strong> 90% dos pacientes<br />

d) a suboclusão intestinal é muito frequente<br />

2. No que se refere à malignida<strong>de</strong><br />

do <strong>GIST</strong>, é correto afirmar que:<br />

a) quanto mais velho for o paciente, maior a chance<br />

<strong>de</strong> o tumor ser maligno<br />

b) tumores gástricos têm maior potencial maligno<br />

c) quanto maior o tumor, maior a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ele se comportar como maligno<br />

d) o tamanho do tumor não t<strong>em</strong> relação com a<br />

malignida<strong>de</strong><br />

3. O início da ampla utilização do<br />

termo <strong>GIST</strong> está diretamente<br />

relacionado com a:<br />

a) <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que a maioria dos <strong>GIST</strong>s não<br />

apresentava diferenciação muscular lisa<br />

b) observação <strong>de</strong> que as células dos <strong>GIST</strong>s eram<br />

s<strong>em</strong>elhantes às células intersticiais <strong>de</strong> Cajal<br />

c) <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que a maioria <strong>de</strong>sses tumores<br />

era imunorreativa para CD34<br />

d) <strong>de</strong>scrição das mutações ativadoras do gene KIT<br />

4. Em relação aos tumores<br />

mesenquimais do trato<br />

gastroinstestinal, é correto<br />

afirmar que:<br />

a) 20% são tumores da bainha do nervo periférico<br />

b) cerca <strong>de</strong> 20% são schwannomas<br />

c) mais <strong>de</strong> 50% são <strong>GIST</strong>s<br />

d) 10% são tumores <strong>de</strong> músculo liso<br />

5. Sobre o aspecto macroscópico<br />

dos <strong>GIST</strong>s, po<strong>de</strong>-se dizer que:<br />

a) a maioria é <strong>de</strong> tumores submucosos ou centrados<br />

na camada muscular própria<br />

b) focos <strong>de</strong> h<strong>em</strong>orragia, necrose ou <strong>de</strong>generação<br />

cística afastam o diagnóstico <strong>de</strong> <strong>GIST</strong><br />

c) geralmente apresentam cápsula fina que os<br />

separa do tecido circunjacente<br />

d) a superfície <strong>de</strong> corte exibe um característico<br />

abaulamento espiralado<br />

6. No que se refere aos padrões<br />

histológicos <strong>de</strong> apresentação dos<br />

<strong>GIST</strong>s, é incorreto afirmar que:<br />

a) os <strong>GIST</strong>s são divididos <strong>em</strong> três suptipos<br />

histológicos principais: <strong>GIST</strong>s com células<br />

fusiformes, <strong>GIST</strong>s epitelioi<strong>de</strong>s e <strong>GIST</strong>s mistos<br />

b) 70% dos casos <strong>de</strong> <strong>GIST</strong>s são subtipados <strong>em</strong><br />

<strong>GIST</strong>s mistos<br />

c) os <strong>GIST</strong>s epitelioi<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>m a 20% dos casos<br />

d) os <strong>GIST</strong>s com células fusiformes exib<strong>em</strong> núcleos<br />

ovoi<strong>de</strong>s e bordas citoplasmáticas pouco nítidas<br />

com aparência sincicial<br />

7. A respeito da imunoexpressão<br />

do KIT nos <strong>GIST</strong>s, é correto<br />

afirmar que:<br />

a) cerca <strong>de</strong> 95% dos tumores mesenquimais do trato<br />

gastrointestinal expressam KIT<br />

b) aproximadamente 50% dos <strong>GIST</strong>s apresentam<br />

padrão <strong>de</strong> marcação <strong>em</strong> m<strong>em</strong>brana<br />

c) o padrão <strong>de</strong> marcação imuno-histoquímica do<br />

KIT nos <strong>GIST</strong>s po<strong>de</strong> ser correlacionado com o<br />

tipo <strong>de</strong> mutação do KIT e com o grau <strong>de</strong> resposta<br />

ao imatinibe<br />

d) os <strong>GIST</strong>s imunonegativos para KIT são,<br />

geralmente, originários do estômago e<br />

apresentam citomorfologia epitelioi<strong>de</strong> ou mista<br />

8. Entre as afirmativas abaixo sobre<br />

DOG1 é correto afirmar que:<br />

a) a coexpressão <strong>de</strong> KIT e DOG1 não possui valor<br />

diagnóstico para os <strong>GIST</strong>s<br />

b) o anticorpo DOG1 mostrou sensibilida<strong>de</strong> pouco<br />

menor que a do KIT <strong>em</strong> comparação direta <strong>em</strong><br />

diferentes séries<br />

c) DOG1 apresenta imunoexpressão <strong>em</strong> diversos<br />

tumores mesenquimais do trato gastrointestinal<br />

d) essa proteína foi <strong>de</strong>scoberta por meio da análise<br />

da expressão gênica dos <strong>GIST</strong>s, tendo sido<br />

<strong>de</strong>monstrada, subsequent<strong>em</strong>ente, sua gran<strong>de</strong><br />

utilida<strong>de</strong> como marcador imuno-histoquímico<br />

<strong>de</strong>sses tumores<br />

9. Em relação à estratificação<br />

<strong>de</strong> risco dos <strong>GIST</strong>s, é incorreto<br />

afirmar que:<br />

a) o índice mitótico e o tamanho tumoral são os<br />

únicos critérios utilizados para a atual avaliação<br />

<strong>de</strong> risco <strong>de</strong> progressão <strong>de</strong> doença dos <strong>GIST</strong>s<br />

b) o novo consenso <strong>de</strong> estratificação <strong>de</strong> risco<br />

consi<strong>de</strong>ra tumores menores que 2 cm<br />

essencialmente benignos<br />

c) o primeiro esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> estratificação <strong>de</strong> risco t<strong>em</strong><br />

como únicos parâmetros o tamanho tumoral e o<br />

índice mitótico<br />

d) <strong>GIST</strong>s gástricos têm menor risco <strong>de</strong><br />

comportamento agressivo<br />

10. Quanto à avaliação molecular<br />

dos <strong>GIST</strong>s, po<strong>de</strong>-se afirmar que:<br />

a) aproximadamente 50% dos <strong>GIST</strong>s apresentam<br />

mutações ativadoras do gene KIT<br />

b) os pacientes com mutações no éxon 11 do gene<br />

KIT apresentam os melhores índices <strong>de</strong> resposta<br />

ao imatinibe<br />

c) a análise mutacional <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>em</strong> casos<br />

<strong>em</strong> que houve ressecção completa<br />

d) a análise mutacional não po<strong>de</strong> ser realizada <strong>em</strong><br />

tecido fixado <strong>em</strong> formol e <strong>em</strong>bebido <strong>em</strong> parafina


COLE AQUI<br />

CARTÃO-RESPOSTA<br />

<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Atualização <strong>em</strong> <strong>GIST</strong> e <strong>TNE</strong><br />

Tumores estromais gastrointestinais: epi<strong>de</strong>miologia e<br />

apresentação clínica<br />

Ricardo Corrêa Barbuti<br />

Diagnóstico histopatológico e valor atual da análise<br />

mutacional no <strong>GIST</strong><br />

Paulo Antonio Silvestre <strong>de</strong> Faria<br />

Luciana Wernersbach Pinto<br />

Simone Barreto Siqueira Parrilha Terra<br />

Marque a opção correta:<br />

1. a b c d<br />

2. a b c d<br />

3. a b c d<br />

4. a b c d<br />

5. a b c d<br />

6. a b c d<br />

7. a b c d<br />

8. a b c d<br />

9. a b c d<br />

10. a b c d<br />

Preencha e envie a carta-resposta.<br />

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