Descarregar PDF - Jornal de Leiria
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<strong>Jornal</strong><br />
DE LEIRIA<br />
Prémio ÑH9<br />
<strong>Jornal</strong> com<br />
melhor <strong>de</strong>sign<br />
da Península<br />
Ibérica<br />
Semanário Regional<br />
Director <strong>de</strong> Mérito<br />
José Ribeiro Vieira<br />
Director João Nazário<br />
Ano XXV<br />
Edição 1479<br />
15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
€ 1,00<br />
www.jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Abandono <strong>de</strong> idosos duplica no<br />
Centro Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>-Pombal<br />
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Desumano Uma mulher está, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Abril, à espera que alguém da família a vá buscar ao hospital<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Este caso, que já chegou a tribunal, está longe <strong>de</strong> ser uma situação isolada Pág. 10<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Música da região<br />
não tem fronteiras<br />
Págs. 4 a 6<br />
Vias entraram em funcionamento há um ano<br />
Tráfego na A 19 e no IC 36<br />
é um quinto do previsto<br />
❚ Abertas há um ano, as novas vias<br />
não atraem os automobilistas, com<br />
a ‘culpa’ a ser, certamente, das<br />
portagens. O tráfego médio diário<br />
varia entre os 12% e os 22% dos valores<br />
previstos no estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong><br />
financeira da subconcessão<br />
do Litoral Oeste. Pág. 11<br />
Cesário Silva<br />
As escolas são<br />
o espellho da<br />
socieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />
estão inseridas<br />
Pág. 8 e 9<br />
Reforma autárquica<br />
Proposta sugere<br />
extinção <strong>de</strong> 25%<br />
das freguesias do<br />
distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Pág. 12<br />
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EMPRÉSTIMO SOBRE PENHORES<br />
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2 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Radar<br />
Não precisamos <strong>de</strong> mais padres.<br />
Precisamos mais dos padres.<br />
Pedro Manuel, Pároco da Sé <strong>de</strong> Faro,<br />
Expresso<br />
Troika não se atreve a meter-se<br />
com os gran<strong>de</strong>s interesses<br />
Teodora Cardoso, economista, Diário<br />
Económico<br />
Comentário enigmático João dos Santos<br />
Olho clínico<br />
Maria João Domingos<br />
Presidido por Maria João<br />
Domingos, o Centro <strong>de</strong><br />
Educação Especial Rainha D. Leonor,<br />
em Caldas da Rainha, venceu<br />
o Prémio BPI Capacitar, repartindo<br />
os 200 mil euros respeitantes ao<br />
primeiro lugar com uma instituição<br />
da Ramada. O prémio distinguiu o<br />
projecto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> flores da<br />
instituição, que já no ano passado<br />
tinha sido con<strong>de</strong>corada pelo Presi<strong>de</strong>nte<br />
da República.<br />
Isabel Pedrosa<br />
Natural <strong>de</strong> Monte Redondo,<br />
<strong>Leiria</strong>, esta jurista foi nomeada,<br />
pelo ministro dos Negócios<br />
Estrangeiros, para embaixadora da<br />
Líbia, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um vasto percurso<br />
feito na carreira diplomática.<br />
Uma nomeação feminina para um<br />
cargo tradicionalmente ocupado<br />
por homens, mas que começa a<br />
abrir-se às mulheres.<br />
Cidália Ferreira<br />
O aumento dos pedidos <strong>de</strong><br />
habitação social levaram<br />
Cidália Ferreira, vereadora da Acção<br />
Social da Marinha Gran<strong>de</strong>, em<br />
coor<strong>de</strong>nação com o restante executivo,<br />
a tomar medidas para ajudar<br />
quem mais precisa. Uma <strong>de</strong>las<br />
foi agir no bairro social do Camarnal,<br />
on<strong>de</strong> um impasse <strong>de</strong>ixava que<br />
algumas casas se <strong>de</strong>gradassem sem<br />
terem chegado a receber inquilinos.<br />
A câmara está a fazer obras no<br />
bairro e prepara-se para atribuir alguns<br />
<strong>de</strong>stes fogos. Constrangedor<br />
é o facto <strong>de</strong> o município continuar<br />
a <strong>de</strong>ver mais <strong>de</strong> 1,5 milhões <strong>de</strong><br />
euros ao IRHU, que pagou a obra.<br />
Impressões<br />
Dona Mécia e D. Genuíno (continuado)<br />
Des<strong>de</strong> que as dúvidas <strong>de</strong> Dona Mécia e D.<br />
Genuíno começaram a ser publicadas muita<br />
gente passou a vir conversar para junto da<br />
pare<strong>de</strong> on<strong>de</strong> eles estão. Coisa <strong>de</strong> os<br />
influenciar, diz D. Genuíno. D. Mécia acha que não,<br />
pois ela não muda facilmente <strong>de</strong> opinião. Não. Ela,<br />
que quando era nova, ven<strong>de</strong>u muita fruta no<br />
mercado <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, vindo das suas terras no burro,<br />
nunca “emprenhou pelos ouvidos”.<br />
Esteve a escutar as discussões que tem havido<br />
sobre o OE no Parlamento e confirmou que a<br />
<strong>de</strong>spesa do Estado se reduziu em 2 anos <strong>de</strong> 13,5 mil<br />
milhões <strong>de</strong> euros. Claro, isto sem contar com os<br />
juros da dívida. Esses sim sobem sempre. Aquele<br />
montante <strong>de</strong> 5,7 mil milhões foram <strong>de</strong>spesas em<br />
investimento que se <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> realizar (já basta<br />
<strong>de</strong> estradas, pontes e rotundas, diz D. Genuíno) e o<br />
restante, no montante <strong>de</strong> 7,8 mil milhões, foram <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spesa corrente primária não realizada (poupada,<br />
atalha D. Genuíno), que é quatro vezes o valor do<br />
corte dos subsídios aos funcionários públicos!<br />
Mas este valor que se poupou vai todinho para<br />
pagar os juros do capital emprestado diz D.<br />
Genuíno. Claro, explica Dona Mécia, pois se se<br />
pediu emprestado para pagar salários dos<br />
funcionários públicos e dos das empresas públicas,<br />
temos que pagar aos nossos credores para que nos<br />
continuem a emprestar, para po<strong>de</strong>rmos pagar esses<br />
mesmos salários.<br />
Lembras-te, Dona Mécia, o número <strong>de</strong><br />
funcionários que tinham as Câmaras, pergunta D.<br />
Genuíno. Olha que hoje com mais, não estamos<br />
melhor… só aumentou para nós a burocracia. Não<br />
produzimos o suficiente para ter este Estado, diz<br />
Dona Mécia. E será que necessitamos <strong>de</strong>le com a<br />
dimensão que tem hoje, conclui D. Genuíno.<br />
D. Genuíno, com o seu ar espantado, afirma que<br />
Portugal tem vivido na ilusão <strong>de</strong> que todos os<br />
cortes, os impostos e as taxas criadas, permitirão<br />
que resolvamos os nossos problemas, só que ele<br />
lembra que para que Dona Mécia viesse ao mercado<br />
a <strong>Leiria</strong> ven<strong>de</strong>r fruta era necessário, previamente,<br />
Ricardo<br />
Charters<br />
d’Azevedo<br />
plantar as arvores, cuidar <strong>de</strong>las e colher a fruta. D.<br />
Genuíno não vê ninguém a preocupar-se com a<br />
produção, pois sem ela não há produtos para se<br />
ven<strong>de</strong>r. Só escuta gente que quer subsídios, apoios,<br />
e emprego, mas ninguém faz nada para o criar!<br />
Mas alguém do Governo nos virá explicar o que<br />
estão a fazer para sairmos da crise; sem explicações<br />
claras o povo revolta-se, diz D. Genuíno. Ele<br />
lembra-se algumas revoltas do povo português, que<br />
tiveram como resultado mortes e feridos e a fuga <strong>de</strong><br />
políticos.<br />
D. Genuíno lembra-se, ainda, dos jovens que iam<br />
apanhar a fruta do chão, pedindo-a aos<br />
proprietários, tiravam o sorvado com a navalha, e<br />
vendiam-na no adro da igreja, à saída da missa do<br />
meio-dia. Andavam nessa altura <strong>de</strong>scalços e<br />
calçavam alpercatas do Sr José Lúcio da Silva,<br />
quando vinham para a cida<strong>de</strong>, para não serem<br />
incomodados pela polícia, pois na cida<strong>de</strong> não se<br />
podia andar <strong>de</strong>scalço. E isto, não há muito tempo…<br />
em meados do século passado. Viravam-se, para<br />
passar menos fome, termina D. Genuíno. Dona<br />
Mécia atalhou logo afirmando que a situação nunca<br />
será tão grave assim pois os senhores <strong>de</strong>putados<br />
estão com o OE em mãos.<br />
(continua)<br />
Engenheiro<br />
D. Genuíno Dona Mécia
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 3<br />
É altura <strong>de</strong> tirar as medidas para<br />
erguer estátua a Passos Coelho<br />
Sérgio Monteiro, secretário <strong>de</strong> Estado<br />
dos Transportes, Sol<br />
Uma existência rica não é composta por símbolos <strong>de</strong><br />
statu social<br />
José Luís Peixoto, escritor, Visão<br />
Queremos voluntários<br />
portugueses na Copa<br />
Luís Fernan<strong>de</strong>s, vice-ministro<br />
brasileiro do Desporto, Visão<br />
Nenhuma relação termina a bem.<br />
Por isso é que termina<br />
Tom Cruise, actor, Correio da Manhã<br />
Fórumdasemana<br />
Ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ouro para ex-autarcas?<br />
Editorial<br />
Assim não dá<br />
O gabinete do ministro Miguel Relvas elaborou uma<br />
proposta <strong>de</strong> lei, entretanto aprovada pelo Governo,<br />
relativa ao regime das entida<strong>de</strong>s intermunicipais, que<br />
fará nascer mais <strong>de</strong> cem cargos dirigentes, todos<br />
remunerados. Segundo o jornal Expresso, este novo<br />
nível da Administração Pública prevê que o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
cada comissão executiva intermunicipal ou<br />
metropolitana tenha um salário equivalente ao <strong>de</strong> um<br />
presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> câmara <strong>de</strong> um concelho médio e que as<br />
remunerações dos restantes membros sejam<br />
João Salgueiro<br />
presi<strong>de</strong>nte da<br />
CIMPL<br />
Márcio Lopes<br />
docente do<br />
ensino superior<br />
Álvaro Órfão<br />
ex-presi<strong>de</strong>nte da<br />
câmara, pelo PS<br />
Além dos encargos significativos<br />
que trará, haverá um esvaziamento<br />
do po<strong>de</strong>r das câmaras municipais,<br />
que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ter qualquer po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, substituídos por alguém<br />
que, sentado numa ca<strong>de</strong>ira, estará a<br />
<strong>de</strong>cidir por nós. É por isso com<br />
preocupação que vejo este esvaziar<br />
<strong>de</strong> competências das câmaras<br />
municipais.<br />
Sou contra. A lógica <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong><br />
redução da estrutura da<br />
Administração Local. Deveriam ser<br />
estruturas mais pequenas, mais<br />
eficazes e estas funções <strong>de</strong>veriam<br />
ser <strong>de</strong>sempenhadas por quem já foi<br />
eleito, para evitar a duplicação <strong>de</strong><br />
cargos. A lógica <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> redução<br />
da <strong>de</strong>spesa da Administração Local.<br />
O que mais me frustrou como<br />
autarca foi o facto <strong>de</strong> não se ter<br />
feito a regionalização. Por isso,<br />
repudio qualquer transformação<br />
das associações <strong>de</strong> municípios, que<br />
têm funcionado bem, em qualquer<br />
outra coisa que tente substituir-se à<br />
regionalização, sobretudo quando<br />
isso implica a criação <strong>de</strong> postos<br />
dirigentes e mais gastos.<br />
Que<br />
comentários<br />
lhe merece<br />
este assunto?<br />
Sofia Carreira<br />
ex-presi<strong>de</strong>nte da<br />
junta, pelo PSD<br />
Augusto<br />
Mateus<br />
ex-ministro da<br />
Economia<br />
Sérgio Faria<br />
sociólogo<br />
aproximadas às dos vereadores a tempo inteiro.<br />
Ainda segundo o mesmo semanário esta proposta <strong>de</strong> lei<br />
está a levantar já alguma polémica, quer por haver<br />
dúvidas, entre outros aspectos, quanto ao nível <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>res que terão as comissões executivas, quer ainda<br />
por vir criar mais cargos numa altura em que tanto se<br />
fala na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir <strong>de</strong>spesa. Há mesmo<br />
quem veja nesta proposta uma solução à medida dos<br />
muitos autarcas que não se po<strong>de</strong>rão recandidatar por<br />
terem atingido o limite <strong>de</strong> mandatos.<br />
Po<strong>de</strong> ser a oportunida<strong>de</strong> que faltava para o po<strong>de</strong>r local<br />
optimizar o seu po<strong>de</strong>r mais perto da população em<br />
<strong>de</strong>terminadas áreas, como a reorganização florestal,<br />
gestão do território, transporte escolar, etc. Ainda não<br />
conheço bem a lei, mas po<strong>de</strong> trazer vantagens e mais<br />
eficiência. É certo que dando mais po<strong>de</strong>r é preciso<br />
legislar com mais rigor, <strong>de</strong>finindo bem todos os<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão e financiamento, para impedir que a<br />
proposta venha a ser um problema para o Estado.<br />
Devíamos ter um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> autarquia para o<br />
conjunto dos municípios que integram as Áreas<br />
Metropolitanas. Nas cida<strong>de</strong>s médias <strong>de</strong>via aprofundar-<br />
-se o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> câmara municipal. E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>via<br />
haver uma organização completamente diferente para<br />
as zonas mais ligadas ao mundo rural. As Comunida<strong>de</strong>s<br />
Intermunicipais são importantíssimas neste contexto e<br />
exigem um reforço da capacida<strong>de</strong> administrativa e<br />
técnica. Mas este po<strong>de</strong> ser feito sem aumento da<br />
<strong>de</strong>spesa, numa lógica <strong>de</strong> transferência e <strong>de</strong>slocalização<br />
da Administração Central.<br />
Grosso modo, a intenção <strong>de</strong> criar entida<strong>de</strong>s<br />
intermunicipais com as configuração e<br />
constituição enunciadas na proposta <strong>de</strong> lei n.º<br />
104/XII correspon<strong>de</strong> a mais uma tentativa <strong>de</strong><br />
resolver o problema da (<strong>de</strong>s)organização territorial do<br />
Estado e, nele, da Administração<br />
Pública. Neste caso específico, ao mesmo tempo que<br />
não se propiciam condições favoráveis<br />
ao aumento da participação e do escrutínio dos<br />
cidadãos, proporciona-se mais lastro às<br />
conveniências e aos interesses <strong>de</strong> partidos políticos e<br />
autarcas. Nada ou pouco permite admitir<br />
que é por esta via que se contribui para a solução<br />
daquele problema.<br />
Ninguém aceita bem passar a ganhar menos<br />
ou ver reduzidos direitos e benefícios a que<br />
estava habituado, até porque, por natureza,<br />
a maioria das pessoas é avessa e resiste a<br />
mudanças, principalmente quando estas têm como<br />
consequência uma vida <strong>de</strong> maior austerida<strong>de</strong>.<br />
No entanto, no inicio <strong>de</strong>ste período <strong>de</strong><br />
dificulda<strong>de</strong>s agravadas, em que a palavra crise<br />
entrou no léxico das conversas diárias, muitos,<br />
eventualmente a maioria, conscientes da situação do<br />
País, perceberam que algo teria que mudar. As<br />
pessoas estavam preparadas para aceitar apertar o<br />
cinto e contribuir para colocar Portugal nos eixos <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong>, no fundo, se tinha <strong>de</strong>sviado com a conivência<br />
<strong>de</strong> quase todos, se bem que em escalas<br />
absolutamente distintas.<br />
De lá para cá, no entanto, toda a compreensão e<br />
disponibilida<strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>sse haver para aceitar<br />
medidas <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong>, entendidas como<br />
necessárias para “salvar” o País, foram<br />
completamente <strong>de</strong>sbaratadas por constantes tiros<br />
nos pés dos nossos principais responsáveis políticos.<br />
O que se tem percebido é que tanto o Governo<br />
como a oposição, e até o próprio Presi<strong>de</strong>nte da<br />
República, não estão à altura <strong>de</strong> um <strong>de</strong>safio tão<br />
gran<strong>de</strong> como aquele que lhes foi posto. Neste<br />
período da nossa história seria absolutamente<br />
imprescindível ter a li<strong>de</strong>rar o País e a discutir o seu<br />
futuro pessoas <strong>de</strong> maior dimensão e com a<br />
credibilida<strong>de</strong> e competência, em que os portugueses<br />
acreditassem e ao lado <strong>de</strong> quem estivessem<br />
dispostos a fazer sacrifícios.<br />
Não é isso, no entanto, o que temos, estando<br />
precisamente aí parte da origem dos problemas por<br />
que passamos e dos que se avizinham. Dificilmente<br />
as pessoas continuarão a aceitar ouvir que é<br />
necessário gastar menos, ser mais produtivo ou ter<br />
paciência para aguentar as dificulda<strong>de</strong>s da voz <strong>de</strong><br />
quem não tem a mínima credibilida<strong>de</strong> e cujo<br />
passado está longe <strong>de</strong> ser impoluto. De políticos<br />
que estão a léguas <strong>de</strong> ter moral e honestida<strong>de</strong><br />
intelectual para convencer e motivar a população a<br />
fazer sacrifícios e a viver pior. De ministros como<br />
Miguel Relvas que, tal como uma lapa, se mantém<br />
agarrado ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> todas as embrulhadas<br />
em que se tem visto envolvido. E que, pior do que<br />
um passado pouco recomendável, continua a<br />
actuar como se vivesse noutro mundo, naquele<br />
on<strong>de</strong> apenas manda a partidarite. Só assim se<br />
explica a falta <strong>de</strong> vergonha <strong>de</strong>, num período em que<br />
só se ouve falar em dispensar trabalhadores, cortar<br />
<strong>de</strong>spesas, reduzir apoios, encolher orçamentos,<br />
acabar com serviços ou fundir autarquias, propor a<br />
criação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 cargos dirigentes, a que<br />
muitos chamam “tachos”, bem remunerados para,<br />
sob a capa <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> nível intermunicipal ou<br />
metropolitano, encaixar autarcas que não po<strong>de</strong>rão<br />
recandidatar-se por terem atingido o limite <strong>de</strong><br />
mandatos.<br />
João Nazário<br />
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4 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Abertura<br />
Imigrantes<br />
dão nova<br />
alma à música<br />
da região<br />
Multiculturalida<strong>de</strong> Chegaram a<br />
Portugal por diversas razões, em<br />
alguns casos só para conhecer o País,<br />
mas acabaram por ficar. As<br />
oportunida<strong>de</strong>s oferecidas pela falta <strong>de</strong><br />
professores <strong>de</strong> música, contribuíram<br />
para que se fixassem no nosso País<br />
on<strong>de</strong> têm assumido um papel<br />
<strong>de</strong>terminante na evolução da<br />
formação artística e cultural<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Inesa<br />
Markava,<br />
nasceu na<br />
capital da<br />
Bielorrússia,<br />
Minsk, e<br />
chegou há<br />
sete anos a<br />
Portugal para<br />
fazer um<br />
intercâmbio,<br />
<strong>de</strong> um ano.<br />
Acabou por<br />
ficar.<br />
Apaixonou-se<br />
pelo País e<br />
pelo homem<br />
da sua vida, o<br />
marido.<br />
Jacinto Silva Duro<br />
jacinto.duro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Centenas <strong>de</strong> professores estrangeiros<br />
que se fixaram no nosso<br />
País, nos anos 90 e início do século<br />
XXI, contribuíram para a formação<br />
artística e constituição <strong>de</strong><br />
novas orquestras em Portugal. Deixaram<br />
os seus lares, a milhares <strong>de</strong><br />
quilómetros <strong>de</strong> distância, para colmatar<br />
a falta <strong>de</strong> professores <strong>de</strong><br />
música e artes do Portugal <strong>de</strong> então.<br />
Muitos ficaram e constituíram<br />
família, outros trouxeram-na,<br />
mas, a todos, é reconhecida a nova<br />
alma que, por cá, <strong>de</strong>ram à música.<br />
Também na região, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
professores estrangeiros se fixaram<br />
e trouxeram os seus mo<strong>de</strong>los<br />
performativos e <strong>de</strong> ensino. “A vinda<br />
<strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> outros países<br />
é sempre muito enriquecedora,<br />
pois trazem outras sensibilida<strong>de</strong>s,<br />
outras referências estéticas, e a<br />
cultura artística dos territórios <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> são originários”, explica o<br />
director artístico e pedagógico da<br />
Socieda<strong>de</strong> Artística e Musical dos<br />
Pousos (SAMP), <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Paulo Lameiro.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do Orfeão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
Henrique Pinto i<strong>de</strong>ntifica duas vagas<br />
recentes <strong>de</strong> músicos imigrantes<br />
que vieram preencher nas escolas<br />
<strong>de</strong> música do Minho aos Açores e<br />
à Ma<strong>de</strong>ira. “A primeira aconteceu<br />
com a queda do Muro em Berlim,<br />
a segunda foi o movimento imigratório<br />
do século XXI”, explica.<br />
Estes docentes tiveram o dom <strong>de</strong><br />
transmitir aos seus alunos portugueses<br />
a marca <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s escolas<br />
<strong>de</strong> renome on<strong>de</strong> estudaram, enten<strong>de</strong><br />
o presi<strong>de</strong>nte do Orfeão. “De<br />
Belgrado a Roma, Viena e Moscovo,<br />
por exemplo. Casos há em que<br />
são docentes <strong>de</strong> instrumentos com<br />
poucos especialistas no país”, refere<br />
Henrique Pinto que tece uma<br />
relação directa entre a qualida<strong>de</strong><br />
dos novos músicos nacionais e o<br />
contributo <strong>de</strong>stes docentes.<br />
O mesmo faz Rui Morais, director-executivo<br />
da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música<br />
<strong>de</strong> Alcobaça, que afirma que<br />
estes professores, “não raras vezes,<br />
<strong>de</strong>notam não só um gran<strong>de</strong> empenho<br />
e rigor mas até uma maior capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptação às mudanças”.<br />
Sensibilida<strong>de</strong>, sensibilida<strong>de</strong> estética<br />
e disciplina, entre uma miría<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> outras características pró-<br />
Pessoas simpáticas<br />
com língua difícil<br />
A complexida<strong>de</strong> da língua foi a<br />
principal dificulda<strong>de</strong> que os<br />
professores tiveram <strong>de</strong><br />
ultrapassar. Svitlana Romanyshyn<br />
e Inesa Markava recordam que<br />
queriam falar, mas não<br />
conseguiam dominar a pronúncia.<br />
Ainda assim, a adaptação a<br />
Portugal, regra geral, é simples.<br />
David Ramy diz mesmo que,<br />
quando vai a um supermercado, a<br />
senhora da caixa esforça-se por lhe<br />
falar em espanhol. “Parece que<br />
não sou eu quem tem um<br />
problema <strong>de</strong> comunicação, mas<br />
ela...” Já Yumiko Ishizuka afirma<br />
gostar “muito do espírito 'mais à<br />
vonta<strong>de</strong> e <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>' dos<br />
portugueses”. Para Oxana<br />
Khur<strong>de</strong>nko, uma das coisas que<br />
lhe fez confusão foi a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> “doutores” que há em Portugal.<br />
“Durante algum tempo, acreditei<br />
que havia médicos em todo o<br />
lado.” Na Ucrânia, apenas os<br />
académicos com o nível máximo<br />
<strong>de</strong> habilitações são doutores.<br />
prias da cultura <strong>de</strong> cada um dos<br />
professores são contributos que<br />
dificilmente po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sprezados<br />
ou sequer menorizados.<br />
“Trazem o gosto e o conhecimento<br />
<strong>de</strong> novos instrumentos, novos<br />
compositores, novas obras musicais,<br />
e acima <strong>de</strong> tudo uma nova<br />
língua que é sempre uma nova<br />
maneira <strong>de</strong> pensar. Esta nova maneira<br />
<strong>de</strong> pensar é porventura a<br />
maior riqueza que nos oferecem”,<br />
explica Paulo Lameiro.<br />
O processo <strong>de</strong> aculturação e<br />
adaptação a um novo país po<strong>de</strong> ser<br />
difícil mas, no caso <strong>de</strong> pessoas<br />
que apren<strong>de</strong>ram a expressar-se<br />
através da mais bela forma <strong>de</strong> comunicação<br />
conhecida pelo homem,<br />
isso nem sempre é assim.<br />
“Os alunos na generalida<strong>de</strong> gostam<br />
<strong>de</strong> ter professores estrangeiros<br />
pois reconhecem neles uma diferença<br />
cultural que os atrai”, refere<br />
Paulo Lameiro.<br />
O JORNAL DE LEIRIA falou com<br />
seis <strong>de</strong>stes professores e professoras<br />
que <strong>de</strong>ixaram as suas terras e se<br />
estabeleceram na região. A maioria<br />
é oriunda do Leste europeu, zona<br />
geográfica que, durante muitos<br />
anos, foi i<strong>de</strong>ntificada com a Corti-<br />
na <strong>de</strong> Ferro, mas cujo ensino, qualida<strong>de</strong><br />
e aptidão para as artes, em<br />
especial para a dança e música, ainda<br />
hoje são inquestionáveis.<br />
Inesa Markava<br />
Bielorrússia<br />
A professora <strong>de</strong> dança e piano Inesa<br />
Markava nasceu na capital da<br />
Bielorrússia, Minsk. Chegou há<br />
sete anos a Portugal para fazer um<br />
intercâmbio, <strong>de</strong> um ano, contudo,<br />
não só se apaixonou pelo País,<br />
como encontrou o homem da sua<br />
vida, o marido. Acabou por ficar.<br />
Ingressou e concluiu o ensino superior<br />
na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra.<br />
Hoje, é professora <strong>de</strong> dança e música,<br />
trabalhando com bebés no programa<br />
Berço da SAMP e com crianças<br />
<strong>de</strong> cinco anos. “Trabalhamos as<br />
áreas da Música, Dança e Teatro.”<br />
No Leste, há uma gran<strong>de</strong> tradição<br />
no ensino das artes, mas na primeira<br />
infância, Portugal é pioneiro.<br />
O projecto Berço, com trabalhos<br />
na área das artes para os mais jovens,<br />
foi uma novida<strong>de</strong> para Inesa.<br />
De sorriso franco e seguro, a jovem<br />
acredita que a principal mais-<br />
-valia que tem para oferecer aos<br />
seus alunos é a noção <strong>de</strong> que a arte
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 5<br />
RICARDO GRAÇA<br />
RICARDO GRAÇA<br />
é uma questão <strong>de</strong> percepção. “Através<br />
dos exercícios nas áreas da<br />
música, dança e outras artes, conseguimos<br />
compreen<strong>de</strong>r melhor o<br />
que se passa connosco e com o<br />
mundo à volta”, explica.<br />
Uma das gran<strong>de</strong>s diferenças entre<br />
bielorrussos e portugueses,<br />
conta, é a abertura e a maneira<br />
como por cá, as pessoas abrem coração<br />
e alma aos outros. “Fiquei<br />
muito admirada ao ver como as<br />
pessoas aceitam as diferenças e a<br />
minha mentalida<strong>de</strong>.”<br />
Sauda<strong>de</strong> também é uma palavra<br />
bielorrussa? “Também. Tenho sauda<strong>de</strong>s<br />
dos amigos e família, mas<br />
consigo viver bem com ela. Não é<br />
um sentimento que me <strong>de</strong>ite abaixo.<br />
Se fosse, não conseguiria viver<br />
cá. É preciso escolher caminhos na<br />
vida... e eu encontrei aqui o mais<br />
importante na vida: a minha segunda<br />
meta<strong>de</strong>.”<br />
Inna Vashchilina<br />
Rússia<br />
Nasceu na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saratov, Rússia.<br />
Menina e moça nas margens do<br />
imenso rio Volga, está há 11 anos<br />
em Portugal e dá aulas na Aca<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Alcobaça há seis.<br />
Há oito anos que a cida<strong>de</strong> lhe apareceu<br />
no caminho <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> anos<br />
a trabalhar numa fiação.<br />
“Quando chegámos, eu e o meu<br />
marido queríamos, em primeiro<br />
lugar, arranjar um qualquer trabalho.<br />
Fui para uma fábrica <strong>de</strong> malhas<br />
mas acabámos em Alcobaça porque<br />
o meu marido adora a cida<strong>de</strong><br />
e a Nazaré.”<br />
Diferenças entre portugueses e<br />
russos, encontra-as todos os dias.<br />
Coisas pequenas <strong>de</strong> povos que vivem<br />
a 4300 quilómetros <strong>de</strong> distância.<br />
“Gosto muito <strong>de</strong> ver os pais<br />
a quererem participar na educação<br />
dos filhos. Querem apren<strong>de</strong>r, por<br />
exemplo, música, como os filhos.”<br />
Mas também há aspectos negativos.<br />
Por exemplo, os alunos portugueses<br />
precisam <strong>de</strong> mais disciplina<br />
e organização <strong>de</strong> trabalho.<br />
Contudo, passadas as coisas que<br />
nos afastam, Inna diz que é tão fácil<br />
dar aulas cá, como no seu país<br />
origem. “É um pouco diferente”,<br />
admite, mas isso nunca <strong>de</strong>smotivou<br />
a professora <strong>de</strong> piano.<br />
David Ramy<br />
Cuba<br />
“Havana, Cuba!”, respon<strong>de</strong> com<br />
Inna<br />
Vashchilina<br />
foi menina e<br />
moça nas<br />
margens do<br />
imenso rio<br />
Volga. Natural<br />
<strong>de</strong> Saratov,<br />
Rússia, fixou-<br />
-se em<br />
Alcobaça<br />
porque o<br />
marido adora<br />
a cida<strong>de</strong> e a<br />
Nazaré<br />
entusiasmo quando lhe perguntam<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> é natural. Não vá o<br />
sotaque <strong>de</strong>ixar ficar alguma dúvida<br />
no ar. Está em <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Setembro<br />
<strong>de</strong> 2008, é professor no<br />
SAMP, on<strong>de</strong> integra o Projecto<br />
Novas Primaveras, que leva a música<br />
e animação aos hospitais. No<br />
resto do tempo, ensina alunos a<br />
partir do 2.º Ciclo, no Colégio<br />
Conciliar <strong>de</strong> Maria Imaculada, em<br />
<strong>Leiria</strong>, e, como ainda tem meiadúzia<br />
<strong>de</strong> horas livres por dia, colabora<br />
com O Nariz – Teatro <strong>de</strong><br />
Grupo e com o colectivo <strong>de</strong> teatro<br />
para a infância Libélula.<br />
O percurso que o levou até <strong>Leiria</strong><br />
foi feito <strong>de</strong> várias etapas. Aos 21<br />
anos, <strong>de</strong>ixou Cuba em direcção a<br />
Colónia, Alemanha, para participar<br />
num filme. “Sentia que o ciclo,<br />
para mim, lá, tinha acabado.” Fez<br />
escala em Madrid e <strong>de</strong>cidiu, ali, ficar<br />
uns tempos a conhecer a cida<strong>de</strong>-natal<br />
da avó. Foi ficando, <strong>de</strong><br />
2003 até 2008.<br />
A ida para <strong>Leiria</strong> não foi premeditada,<br />
mas admite ser <strong>de</strong>finitiva.<br />
Num daqueles acasos que o <strong>de</strong>stino<br />
é pródigo a promover, David casou<br />
com uma amiga <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> escola que foi visitar aquela cida<strong>de</strong>.<br />
Sendo Cuba um país voltado<br />
para as artes, o professor acredita<br />
que po<strong>de</strong> contribuir para “contaminação”<br />
dos jovens com a sua alegria<br />
e ritmo - “penso que é uma coisa<br />
ligada ao clima quente <strong>de</strong> lá”.<br />
Recentemente, quando regressou<br />
à ilha, aproveitou para pôr em prática<br />
algumas das coisas que faz na<br />
SAMP, no Projecto Berço. “É engraçado<br />
ver que, para uma criança<br />
da América Latina, uma valsa europeia<br />
é uma coisa muito complicada.<br />
Ao contrário, os ritmos mais<br />
sincopados, que <strong>de</strong>veriam ser mais<br />
difíceis, para elas são coisas naturais.<br />
Em Portugal, as coisas são ao<br />
contrário.”<br />
Svitlana Romanyshyn<br />
Ucrânia<br />
O marido chegou primeiro. Anos<br />
<strong>de</strong>pois, as sauda<strong>de</strong>s apertaram e<br />
Svitlana seguiu-lhe o rasto. Dá<br />
aulas <strong>de</strong> formação musical e Classe<br />
<strong>de</strong> conjunto, coro, no Orfeão <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>.<br />
Nasceu e formou-se em Lviv, cida<strong>de</strong><br />
turística conhecida como a<br />
“Pequena Paris” da Ucrânia e on<strong>de</strong><br />
a Selecção Portuguesa <strong>de</strong> Futebol<br />
disputou dois jogos da fase <strong>de</strong> gru-<br />
>>><br />
David Ramy<br />
<strong>de</strong>ixou<br />
Havana, Cuba,<br />
quando<br />
percebeu que<br />
a ilha era<br />
<strong>de</strong>masiado<br />
pequena para<br />
si. Quis<br />
<strong>de</strong>scobrir a<br />
Europa e foi o<br />
que fez<br />
durante<br />
alguns anos.<br />
Depois<br />
<strong>de</strong>scobriu<br />
<strong>Leiria</strong> e<br />
acabou por<br />
ficar
6 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Abertura<br />
RICARDO GRAÇA<br />
ACADEMIA DE MÚSICA DE ALCOBAÇA<br />
pos do Campeonato Europeu <strong>de</strong><br />
2012. Formou-se num instituto<br />
pré-universitário no ramo <strong>de</strong> direcção<br />
coral e formação musical,<br />
<strong>de</strong>pois seguiu para a universida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> concluiu os estudos em<br />
música e etnologia.<br />
Pianista talentosa, começou a<br />
formação em música com apenas<br />
8 anos. Em Portugal, dá aulas<br />
há três anos. “As minhas turmas<br />
do Orfeão são muito boas. Os alunos<br />
são muito interessados e com<br />
formação.”O idioma foi uma das<br />
principais dificulda<strong>de</strong>s que teve<br />
<strong>de</strong> enfrentar. “A língua, sempre a<br />
língua. Queria falar e não conseguia.”<br />
A pedagogia é a sua gran<strong>de</strong> paixão,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequena que sonhava<br />
ser professora. Hoje, diz, gostaria<br />
<strong>de</strong> dirigir um coro profissional.<br />
“Na Ucrânia, o estudo musical era<br />
extraordinariamente rigoroso. Em<br />
Portugal, há menos <strong>de</strong>ssa disciplina<br />
férrea.” É por isso que preza<br />
e tenta ensinar aos alunos disciplina<br />
e método <strong>de</strong> trabalho.<br />
Regressar não está nos seus planos.<br />
Portugal, mesmo em crise, é<br />
muito melhor que a Ucrânia. Lá é<br />
muito pior.<br />
Svitlana<br />
Romanyshyn<br />
nasceu em<br />
Lviv, cida<strong>de</strong><br />
que é<br />
conhecida<br />
como a Paris<br />
da Ucrânia.<br />
Defensora da<br />
disciplina e<br />
método <strong>de</strong><br />
trabalho,<br />
gostaria <strong>de</strong>,<br />
um dia, dirigir<br />
um coro<br />
profissionalmente<br />
Yumiko Ishizuka<br />
Japão<br />
A pianista e cantora Yumiko Ishizuka<br />
já tinha visitado Portugal,<br />
quando <strong>de</strong>cidiu fixar-se no País.<br />
Não só arranjou trabalho, como<br />
conheceu o marido em terras lusas.<br />
De ar frágil e <strong>de</strong>licado, Yumiko<br />
brinda todos os que se cruzam no<br />
seu caminho com um sorriso e<br />
uma gargalhada simpática. Deixou<br />
a Tóquio natal on<strong>de</strong> ensinava<br />
música e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> saiu <strong>de</strong>vido à curiosida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> experimentar a vida<br />
noutro país. Escolheu um que se situa<br />
quase nos antípodas da sua<br />
pátria. “Tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> me aventurar.”<br />
Deixou a capital japonesa,<br />
uma cida<strong>de</strong> com 13 milhões <strong>de</strong> habitantes,<br />
mais três milhões que<br />
toda a população portuguesa e,<br />
em 2009, conseguiu um lugar<br />
como professora <strong>de</strong> piano na<br />
SAMP, em Pousos, <strong>Leiria</strong>.<br />
Aconteceu tudo muito <strong>de</strong>pressa,<br />
quase ao mesmo tempo. Fixou-<br />
-se na “cida<strong>de</strong> santuário <strong>de</strong> Fátima”,<br />
conseguiu emprego e conheceu<br />
o namorado, futuro marido.<br />
“Tudo encaixou”, conta.<br />
Admite que é difícil comparar<br />
os alunos portugueses aos japoneses,<br />
mas que os nacionais são<br />
um pouco “preguiçosos”. “Gosto<br />
muito do espírito 'mais à vonta<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>' dos portugueses,<br />
mas o piano é um instrumento<br />
complicado e é preciso trabalhar<br />
muito.”<br />
A língua foi um Cabo das Tormentas<br />
dobrado à custa <strong>de</strong> muita<br />
perseverança. Começou a apren<strong>de</strong>r<br />
no Japão e continua ainda os<br />
estudos <strong>de</strong> aprimoração da língua<br />
<strong>de</strong> Camões. “Não é nada fácil”,<br />
afirma.<br />
Oxana Khur<strong>de</strong>nko<br />
Ucrânia<br />
A viver em Portugal há, sensivelmente,<br />
mais <strong>de</strong> uma década, a<br />
maestrina Oxana Khur<strong>de</strong>nko <strong>de</strong>dica-se<br />
ao ensino musical na<br />
SAMP, na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música <strong>de</strong><br />
Alcobaça e no Externato São Domingos<br />
em Fátima.<br />
Natural <strong>de</strong> Zelenodolsk, Ucrânia,<br />
cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> foi vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
da câmara, explica que a principal<br />
diferença, em termos <strong>de</strong> ensino,<br />
entre Portugal e Ucrânia é a dimensão<br />
das escolas. “Estava habituada<br />
a trabalhar em instituições<br />
muito maiores”, conta.<br />
“O meu ensino é marcado por<br />
uma cultura e repertório um pouco<br />
diferentes daqueles que por cá<br />
se ensinavam. Aju<strong>de</strong>i a alargar o<br />
conhecimento <strong>de</strong> outros compositores,<br />
mas foi um processo <strong>de</strong> enriquecimento<br />
mútuo”, enten<strong>de</strong>.<br />
A entrada em contacto com a<br />
cultura portuguesa não foi feita<br />
sem surpresas. “Não estava habituada<br />
ao modo como os portugueses<br />
usam a palavra 'doutor'.<br />
No meu País, um 'doutor' é um médico<br />
ou um académico com o nível<br />
máximo <strong>de</strong> habilitações, por isso<br />
temos muito poucos 'doutores'.<br />
Aqui há doutores em todo o lado.<br />
Durante algum tempo, acreditei<br />
que havia médicos em todo o lado.<br />
Finalmente, alguém me explicou<br />
que chamam 'doutor' a qualquer<br />
pessoa que tenha uma simples licenciatura.”<br />
Orgulhosa representante <strong>de</strong> um<br />
povo que se separou da União Soviética<br />
e viveu crises políticas,<br />
económicas e sociais, assegura<br />
que não será a crise da dívida soberana<br />
que está a afectar Portugal<br />
que a fará <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter fé e regressar<br />
para a Ucrânia. “São coisas<br />
que se conseguem resolver!”<br />
Oxana<br />
Khur<strong>de</strong>nko<br />
vive em<br />
Portugal há<br />
mais <strong>de</strong> uma<br />
década. A<br />
maestrina é<br />
natural da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Zelenodolsk,<br />
Ucrânia,<br />
localida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> foi vicepresi<strong>de</strong>nte<br />
da<br />
câmara
8 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Entrevista<br />
Cesário Silva Dignificar o ensino profissionalizante é uma<br />
das principais batalhas do director da Escola Secundária<br />
EngºAcácio Calazans Duarte<br />
“A Marinha Gran<strong>de</strong><br />
vive alguns traumas”<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A confe<strong>de</strong>ração das associações<br />
<strong>de</strong> pais foi ao parlamento dizer<br />
que há cada vez mais crianças com<br />
fome nas escolas. Que impacto<br />
têm tido os problemas sociais nos<br />
alunos da Calazans Duarte?<br />
Sentimos um gran<strong>de</strong> aumento no<br />
número <strong>de</strong> alunos que são subsidiados,<br />
em relação a anos anteriores.<br />
Presentemente, temos mais<br />
<strong>de</strong> 300 alunos com subsídio, o que<br />
correspon<strong>de</strong> a cerca <strong>de</strong> 25% dos<br />
alunos do regime diurno. Além<br />
disso, temos um número significativo<br />
<strong>de</strong> alunos a quem atribuímos<br />
pequeno-almoço e lanche. São 60<br />
a 70 jovens que diariamente recebem<br />
esse suplemento. Estas são as<br />
situações que conseguimos i<strong>de</strong>ntificar.<br />
Mas temos noção <strong>de</strong> que outros<br />
po<strong>de</strong>rão passar pela mesma<br />
necessida<strong>de</strong>, e não informam a escola,<br />
por vergonha. E quando em<br />
casa existem situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego<br />
ou <strong>de</strong> salários em atraso,<br />
isso contribui claramente para a<br />
<strong>de</strong>svalorização dos estudos. Os<br />
alunos interrogam-se até que ponto<br />
a escola po<strong>de</strong> traduzir-se num<br />
futuro melhor. Nesse ponto há um<br />
trabalho a <strong>de</strong>sempenhar, e que<br />
não pertence só à escola, que passa<br />
por valorizar a educação e a<br />
formação como o último bem que<br />
nos po<strong>de</strong>m roubar. Hoje em dia, a<br />
educação e a formação são aquilo<br />
que ainda po<strong>de</strong> garantir alguma<br />
mobilida<strong>de</strong> social.<br />
Esta escola está localizada num<br />
dos centros <strong>de</strong> maior tráfico <strong>de</strong><br />
droga e <strong>de</strong> prostituição do concelho.<br />
Como é que os professores<br />
po<strong>de</strong>m contrariar vícios, por vezes<br />
repetidos no meio familiar?<br />
Temos <strong>de</strong> pensar que as escolas<br />
não são ilhas, são o espelho da socieda<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> estão inseridas. Com<br />
o alargamento da escolarida<strong>de</strong> mínima<br />
obrigatória até aos 18 anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong>, passámos a ter na escola um<br />
conjunto <strong>de</strong> jovens que, <strong>de</strong> outra<br />
forma, já não estariam cá. Hoje<br />
estão, e é bom que estejam. Afinal,<br />
a escola <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> todos e para todos.<br />
Mas a escola não po<strong>de</strong> trabalhar<br />
<strong>de</strong> forma unilateral. No caso <strong>de</strong><br />
existirem consumos por parte do<br />
aluno, a nossa estratégia passa por<br />
abordar o jovem, informar, sensibilizar,<br />
acompanhar, e fazemo-lo<br />
sempre em articulação com a famíla.<br />
Foi a pensar no problema da indisciplina<br />
que envolveu a escola<br />
no projecto Um dia na prisão?<br />
Sim. Para mostrar aos alunos que<br />
há responsabilida<strong>de</strong>s a assumir<br />
quando não se cumprem as regras.<br />
E a vivência vale mais do<br />
que imagens e palavras. Entendo<br />
que a escola tem <strong>de</strong> ter componentes<br />
<strong>de</strong> educação e formação,<br />
mas tem <strong>de</strong> ser também espaço <strong>de</strong><br />
interacção, on<strong>de</strong> as pessoas têm<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentar coisas<br />
que, <strong>de</strong> outra forma, não po<strong>de</strong>m<br />
fazer. É por isso que temos cá<br />
teatro, televisão, etc. Construir cidadãos<br />
livres, autónomos, com capacida<strong>de</strong><br />
para reflectir e agir, pressupõe<br />
experimentação.<br />
Está satisfeito com os resultados<br />
alcançados pela escola, nos rankings<br />
dos exames?<br />
Nós nunca estamos satisfeitos,<br />
mas o nosso grau <strong>de</strong> satisfação ou<br />
<strong>de</strong> insatisfação tem <strong>de</strong> estar balizado,<br />
temos <strong>de</strong> perceber como está<br />
o contexto nacional, e é para isso<br />
que servem também os rankings.<br />
Mesmo assim, <strong>de</strong>vo sublinhar que,<br />
nos últimos três anos, temos progredido<br />
bastante em termos do<br />
ensino básico, e conseguido uma<br />
certa estabilida<strong>de</strong> ao nível do ensino<br />
secundário. Esta escola não se<br />
focaliza tanto nos rankings, mas sobretudo<br />
na resposta à heterogeneida<strong>de</strong><br />
dos jovens que a procuram<br />
para frequentar as inúmeras tipologias<br />
formativas, acompanhando-os,<br />
para que façam escolhas<br />
que os conduzam ao sucesso.<br />
Por que razão existe um estigma<br />
associado à qualida<strong>de</strong> do ensino<br />
profissional e às capacida<strong>de</strong>s dos<br />
alunos que o frequentam?<br />
O estigma é uma consequência da<br />
massificação e da unificação do ensino<br />
pós-Revolução. Mas não faz<br />
sentido, na medida em que todos<br />
temos a consciência da necessida<strong>de</strong>,<br />
da premência <strong>de</strong> ter técnicos intermédios<br />
qualificados em Portugal,<br />
<strong>de</strong> jovens com competências<br />
no domínio do saber fazer. Além<br />
disso, é preciso enten<strong>de</strong>r que os<br />
alunos têm motivações e interesses<br />
distintos, e que a escola também<br />
tem <strong>de</strong> dar esse tipo <strong>de</strong> resposta. E<br />
Em <strong>de</strong>staque<br />
Portugal precisa<br />
cada vez mais <strong>de</strong><br />
doutores e <strong>de</strong><br />
engenheiros que<br />
sejam capazes <strong>de</strong><br />
meter a mão na<br />
massa, que além<br />
<strong>de</strong> exercerem<br />
tarefas <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nação,<br />
sejam capazes <strong>de</strong><br />
integrar uma<br />
equipa<br />
não é por ter frequentado um curso<br />
profissional que um aluno não<br />
po<strong>de</strong> ace<strong>de</strong>r ao ensino superior<br />
ou que tem <strong>de</strong> ficar para toda a vida<br />
condicionado àquela formação.<br />
Enquanto pensarmos que o ensino<br />
profissionalizante é um ensino menor,<br />
ten<strong>de</strong>remos a não dar importância<br />
ao conjunto <strong>de</strong> jovens que<br />
sai para o mundo do trabalho e que<br />
tem aceitação por parte dos empregadores.<br />
Nuno Crato <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> precisamente<br />
maior ligação entre ensino e<br />
empresas.<br />
Os cursos <strong>de</strong> ensino profissional<br />
têm a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> só ficarem<br />
concluídos <strong>de</strong>pois da concretização<br />
do estágio. Esse momento também<br />
é uma mais-valia para as empresas,<br />
porque lhes permite i<strong>de</strong>ntificar<br />
futuros colaboradores em<br />
caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recrutamento.<br />
Por isso, quando preparamos<br />
um estágio, temos a preocupação<br />
<strong>de</strong> conciliar a expectativa do<br />
jovem com a do empregador. Criamos<br />
sinergias para que haja oportunida<strong>de</strong><br />
do jovem se mostrar ao
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 9<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Política educativa<br />
“Os professores<br />
estão muito<br />
cansados”<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho. No ano lectivo<br />
anterior, tivemos 58 estagiários<br />
em cerca <strong>de</strong> 90 empresas.<br />
É engenheiro mecânico <strong>de</strong> formação.<br />
Como observa certas ofertas<br />
<strong>de</strong> trabalho, que se revelam mais<br />
atractivas para mecânicos do que<br />
para engenheiros altamente qualificados?<br />
Existe alguma subversão do mercado<br />
<strong>de</strong> emprego. São as condicionantes<br />
<strong>de</strong> uma oferta exce<strong>de</strong>ntária.<br />
Existem muitos jovens licenciados,<br />
o que permite que alguns empregadores<br />
reconheçam menos bem a<br />
profissão <strong>de</strong> engenheiro. Mas, nessas<br />
condições, nenhuma empresa<br />
terá nesse engenheiro um trabalhador<br />
empenhado, motivado. Ao<br />
mesmo tempo, também permite<br />
fazer sentir aos jovens que, afinal,<br />
ser técnico qualificado intermédio<br />
po<strong>de</strong>rá não ser mau <strong>de</strong> todo. Portugal<br />
precisa cada vez mais <strong>de</strong> doutores<br />
e <strong>de</strong> engenheiros que sejam capazes<br />
<strong>de</strong> meter a mão na massa, que<br />
além <strong>de</strong> exercerem tarefas <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação,<br />
sejam capazes <strong>de</strong> integrar<br />
uma equipa.<br />
É algarvio, mas vive na Marinha<br />
Gran<strong>de</strong> há mais <strong>de</strong> 20 anos. O que<br />
mudou no concelho nestas duas<br />
décadas?<br />
Como todos os dias vemos a cida<strong>de</strong>,<br />
o nosso olhar está formatado,<br />
parece que ela não muda. Mas evoluiu.<br />
Sente neste momento as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> todas as urbes industrializadas,<br />
que é um <strong>de</strong>sajuste no<br />
mercado <strong>de</strong> emprego, mas do ponto<br />
<strong>de</strong> vista do espaço, temos hoje<br />
uma cida<strong>de</strong> mais organizada. Os espaços<br />
ver<strong>de</strong>s foram melhorados.<br />
Temos excelentes acessibilida<strong>de</strong>s.<br />
Temos um parque escolar melhorado,<br />
sinal <strong>de</strong> que a população<br />
continua a crescer. Percebo - e tenho<br />
pena – que o centro histórico<br />
esteja completamente abandonado.<br />
Mas a responsabilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> todos<br />
e não apenas da autarquia, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da sua cor política.<br />
E temos um excelente know<br />
how industrial, que é preciso valorizar,<br />
com um centro tecnológico<br />
<strong>de</strong> excelência. Faz falta, claramente.<br />
Porque educação, formação,<br />
investigação e parcerias com<br />
Perfil<br />
Cantor e engenheiro<br />
das letras<br />
Cesário Silva nasceu em Vila<br />
Real <strong>de</strong> Santo António em 1963 e<br />
resi<strong>de</strong> na Marinha Gran<strong>de</strong> há<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos. Tem<br />
bacharelato em Engenharia<br />
Mecânica, licenciatura em<br />
Educação, mestrado em Ciências<br />
da Educação, e é aluno <strong>de</strong><br />
doutoramento em Ciências da<br />
Educação, on<strong>de</strong> estuda os<br />
impactos dos cursos<br />
profissionais no ensino<br />
secundário. É casado, tem duas<br />
filhas, e até há pouco tempo<br />
também se <strong>de</strong>dicava ao canto.<br />
Des<strong>de</strong> que assumiu a direcção da<br />
Escola Secundária Eng.º Acácio<br />
Calazans Duarte, em 2009,<br />
pouco tempo lhe sobra para<br />
outras activida<strong>de</strong>s. Mantém, no<br />
entanto, a paixão pela leitura e<br />
pelo associativismo. Homem <strong>de</strong><br />
esquerda, integrou listas<br />
autárquicas pela CDU.<br />
empresas têm <strong>de</strong> sair daqui.<br />
Como é que esta terra tem tratado<br />
a sua cultura?<br />
A Marinha Gran<strong>de</strong> tem tratado mal a<br />
cultura nos últimos anos, embora<br />
continue a ter uma riqueza muito<br />
própria, com inúmeras colectivida<strong>de</strong>s<br />
e associações. Acredito que os momentos<br />
<strong>de</strong> crise têm <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> reinvenção.<br />
É preciso pensar que é possível<br />
dar a volta, e fazer obra sem recursos<br />
tão elevados. Se nalgumas situações<br />
é preciso apoio financeiro,<br />
noutras basta apenas o reconhecimento,<br />
o dizer que se fez bem. O associativismo<br />
vive muito disso. E espero<br />
que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns meses o<br />
Sport Operário Marinhense, que está<br />
a ser requalificado, possa apresentar<br />
um auditório correspon<strong>de</strong>nte às necessida<strong>de</strong>s<br />
do concelho. A Marinha<br />
Gran<strong>de</strong> vive alguns traumas. Se quero<br />
fazer compras, vou a <strong>Leiria</strong>. Se quero<br />
ver cinema, vou a <strong>Leiria</strong>. Há certas<br />
coisas que não se fazem cá, para fazer<br />
fora. Isso <strong>de</strong>scapitaliza-nos. De que<br />
serve ter um excelente auditório se<br />
não temos pessoas para o encher? É<br />
uma 'pescadinha <strong>de</strong> cauda nos lábios'.<br />
As políticas da Educação têm ferido<br />
a dignida<strong>de</strong> e a atractivida<strong>de</strong><br />
pela docência?<br />
Têm. Há coisas que às vezes são ditas<br />
sobre os professores e que geram<br />
na opinião pública imagens<br />
que não correspon<strong>de</strong>m à realida<strong>de</strong>.<br />
A profissão <strong>de</strong> docente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
bastante do esforço e do empenho<br />
das pessoas. E apesar dos sucessivos<br />
revezes, <strong>de</strong> cortes nos salários,<br />
volume acrescido <strong>de</strong> tarefas a<br />
<strong>de</strong>sempenhar, mantém-se a paixão<br />
do professor pela sua arte. Algumas<br />
vezes, alimentada por ele mesmo,<br />
outras, estimulada pelos pares. É<br />
uma das coisas que posso fazer<br />
enquanto director <strong>de</strong>sta casa. Reconhecer-lhes<br />
o esforço e a <strong>de</strong>dicação,<br />
mesmo que não seja monetariamente.<br />
Sente-se a <strong>de</strong>smotivação dos docentes<br />
na sala <strong>de</strong> aula?<br />
Cansaço. Os professores estão muito<br />
cansados. Trabalhar com 30 alunos<br />
não é a mesma coisa do que<br />
trabalhar com turmas <strong>de</strong> 22 ou 23.<br />
São situações que <strong>de</strong>sgastam. Mas<br />
os professores conseguem separar<br />
os espaços. Conseguem ser suficientemente<br />
reivindicativos dos<br />
seus direitos e, simultaneamente,<br />
responsáveis pelos seus <strong>de</strong>veres.<br />
Para os professores, a sala <strong>de</strong> aula<br />
é um espaço sagrado.<br />
Concorda com a proposta da DREC<br />
para os mega-agrupamentos na<br />
Marinha Gran<strong>de</strong>?<br />
Os mega-agrupamentos só fazem<br />
sentido se forem uma forma <strong>de</strong> tornar<br />
mais eficaz, mais eficiente<br />
uma instituição. Desacredito que<br />
possam constituir uma alternativa<br />
no caso <strong>de</strong> escolas que distam entre<br />
si uma dúzia <strong>de</strong> quilómetros,<br />
que têm realida<strong>de</strong>s completamente<br />
distintas. O director, apesar<br />
<strong>de</strong> ter um conjunto <strong>de</strong> tarefas burocráticas<br />
a <strong>de</strong>sempenhar, tem<br />
também <strong>de</strong> ser uma pessoa visível,<br />
<strong>de</strong> estar próximo e conversar com<br />
os seus alunos. Nesta escola, apesar<br />
<strong>de</strong> existirem muitos alunos, tenho-os<br />
todos aqui, sei on<strong>de</strong> estão,<br />
e facilmente chego até aos professores.<br />
Com escolas afastadas isto<br />
não se consegue fazer. Reconheço<br />
que nalguns casos possa ser uma<br />
medida ajustada. Mas neste concelho<br />
é uma questão que me preocupa.<br />
Sabemos que esta é uma<br />
imposição das negociações com a<br />
troika, mas cabe-nos também a<br />
nós, no terreno, mostrar aquilo<br />
que po<strong>de</strong> ser uma medida correcta<br />
ou incorrecta. Foi por isso que na<br />
Marinha Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidimos avaliar<br />
a situação, fazer uma contra-proposta,<br />
e apresentar uma solução<br />
que vá ao encontro das necessida<strong>de</strong>s<br />
do País, mas que também<br />
corresponda às necessida<strong>de</strong>s da<br />
nossa comunida<strong>de</strong>.
10 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Socieda<strong>de</strong><br />
Número <strong>de</strong> idosos abandonados<br />
no hospital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>-Pombal duplica<br />
Abandono Em 2012, duplicaram os casos <strong>de</strong> pessoas internadas no Centro Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>-<br />
-Pombal após alta médica porque ninguém as vai buscar, envolvendo quase sempre idosos.<br />
Maria Anabela Silva<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Maria foi internada no hospital <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> no início <strong>de</strong> Abril na sequência<br />
<strong>de</strong> um AVC, que a <strong>de</strong>ixou<br />
acamada. Recebeu alta clínica três<br />
semanas <strong>de</strong>pois mas, até hoje, ninguém<br />
da família a visitou ou se disponibilizou<br />
a assumir o seu cuidado.<br />
Em resultado disso, a idosa<br />
continua hospitalizada e espera<br />
agora que o tribunal <strong>de</strong>cida o seu<br />
futuro. Numa primeira <strong>de</strong>liberação<br />
judicial, um dos três filhos foi nomeado<br />
curador provisório, mas recorreu<br />
da sentença, aguardando-<br />
-se que o tribunal se pronuncie<br />
sobre o recurso apresentado.<br />
A história <strong>de</strong> Maria está longe <strong>de</strong><br />
ser um caso isolado. Com 2012 ainda<br />
em curso, o Centro Hospitalar <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>-Pombal (CHLP) já registou 50<br />
altas proteladas, ou seja, situações<br />
<strong>de</strong> pessoas que permanecem hospitalizadas<br />
porque ninguém as vai<br />
buscar e que envolvem, quase sempre,<br />
idosos. O número <strong>de</strong>ste ano é<br />
quase o dobro do <strong>de</strong> 2011, quando<br />
instituição teve 28 casos <strong>de</strong> alta<br />
protelada. Por seu lado, os hospitais<br />
<strong>de</strong> Alcobaça, Caldas da Rainha<br />
e Peniche tinham, até segunda-<br />
-feira, 42 situações i<strong>de</strong>ntificadas, o<br />
mesmo número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>tectado<br />
no ano passado.<br />
Neste momento, além do caso <strong>de</strong><br />
Maria, o Hospital <strong>de</strong> Santo André<br />
tem mais dois utentes já com alta, a<br />
aguardar que alguém os vai buscar.<br />
Uma das situações envolve uma pessoa<br />
<strong>de</strong> 89 anos, com alta clínica há um<br />
mês e com oito filhos que se recusam<br />
a cuidar da mãe. Depois <strong>de</strong> terem falhado<br />
os contactos entre o Serviço Social<br />
do hospital e a família, no sentido<br />
<strong>de</strong> encontrar uma solução, o caso<br />
seguiu para o Gabinete Jurídico da instituição,<br />
que <strong>de</strong>verá agora “accionar<br />
os mecanismos legais necessários”.<br />
“Tendo em conta o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />
do utente, são apresentadas<br />
propostas <strong>de</strong> resolução,<br />
que po<strong>de</strong>m ir do acolhimento pela<br />
família ao apoio domiciliário, centro<br />
dia ou lares <strong>de</strong> idosos”, explica<br />
o CHLP, frisando que, antes <strong>de</strong><br />
recorrer à via judicial, são <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas<br />
várias diligências para<br />
tentar resolver o problema, que<br />
passam também por perceber os<br />
motivos da indisponibilida<strong>de</strong> da<br />
família para cuidar do doente.<br />
E entre as principais razões<br />
apontadas estão problemas económicos,<br />
que “obstam à colocação<br />
Idosa está <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Abril no hospital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> sem que ninguém a vá buscar<br />
O número<br />
50<br />
No ano passado, o Centro<br />
Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>-Pombal<br />
registou 28 casos <strong>de</strong> alta<br />
protelada. Este ano, já vai em 50.<br />
Nos hospitais <strong>de</strong> Alcobaça,<br />
Caldas da Rainha e Peniche, já<br />
houve 42 casos em 2012, tantos<br />
como no ano passado<br />
dos doentes em instituições”, adianta<br />
o Centro Hospitalar do Oeste Norte,<br />
que refere que, no hospital <strong>de</strong> Alcobaça,<br />
se registam algumas situações<br />
<strong>de</strong> jovens a necessitarem <strong>de</strong><br />
cuidados médicos e <strong>de</strong> enfermagem<br />
em que os familiares alegam<br />
“não ter condições para cuidar dos<br />
mesmos no domicílio”.<br />
A ausência <strong>de</strong> condições habitacionais<br />
e <strong>de</strong> ajudas técnicas (camas<br />
articuladas, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas ou<br />
ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> banho, por exemplo), a<br />
falta <strong>de</strong> tempo para cuidar do idoso<br />
ou a insuficiência <strong>de</strong> recursos na<br />
comunida<strong>de</strong>, como apoio domiciliário,<br />
centro <strong>de</strong> dia ou lar, são outros<br />
dos motivos invocados pelas<br />
famílias para protelarem a presença<br />
do idoso no hospital.<br />
Segundo o CHLP, há também casos<br />
em que, na origem da recusa<br />
em cuidar do doente após a alta,<br />
estão problemas <strong>de</strong> partilhas e<br />
outros conflitos familiares. Será<br />
essa a razão que estará por trás do<br />
caso <strong>de</strong> Maria. Afirmando-se <strong>de</strong><br />
“consciência tranquila”, um dos filhos<br />
da idosa conta ao JORNAL DE<br />
LEIRIA que a mãe “só consi<strong>de</strong>rava<br />
a filha e enjeitou os outros<br />
dois”. Agora, “com a doença, a minha<br />
irmã, que tem o direito e o <strong>de</strong>ver<br />
<strong>de</strong> cuidar <strong>de</strong>la, saltou fora”,<br />
acrescenta, dizendo-se “triste”<br />
com a situação.<br />
Governo quer responsabilizar famílias<br />
Filhos po<strong>de</strong>m per<strong>de</strong>r herança<br />
O Governo quer responsabilizar as<br />
famílias que abandonem os idosos<br />
nos hospitais ou nos lares. O<br />
anúncio foi feito, na segunda-feira,<br />
por Pedro Mota Soares (na foto),<br />
ministro da Solidarieda<strong>de</strong> e da<br />
Segurança Social, durante uma<br />
audiência na Assembleia da<br />
República. Na ocasião, o<br />
governante disse que, apesar <strong>de</strong> o<br />
abandono <strong>de</strong> idosos ser um<br />
problema “algo recente”, não<br />
resulta “apenas do difícil período<br />
financeiro que atravessamos”.<br />
“Compactuar com o problema é<br />
<strong>de</strong>sestruturar o País através da<br />
quebra <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong><br />
intergeracional, que é tão<br />
importante”, afirmou Pedro Mota<br />
Soares. Segundo o jornal Público, o<br />
ministro adiantou que serão<br />
sondados vários sectores da<br />
socieda<strong>de</strong>, com o objectivo <strong>de</strong><br />
RICARDO GRAÇA<br />
chegar a um novo quadro legal que<br />
preveja a responsabilização <strong>de</strong><br />
quem abandone os mais velhos em<br />
instituições. Segundo o Diário <strong>de</strong><br />
Notícias, em cima da mesa já estão<br />
propostas como a perda da herança<br />
para os filhos que abandonem os<br />
pais e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os seus<br />
bens serem penhorados para pagar<br />
as <strong>de</strong>spesas relativas à<br />
institucionalização dos idosos.
Socieda<strong>de</strong><br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 11<br />
Vitor Bento analisa Orçamento do Estado<br />
Presi<strong>de</strong>nte da SIBS (Socieda<strong>de</strong> Interbancária <strong>de</strong><br />
Serviços) e conselheiro <strong>de</strong> Estado, Vítor Bento <strong>de</strong>bate,<br />
hoje, em <strong>Leiria</strong>, o Orçamento do Estado para 2013.<br />
Promovido pelos <strong>de</strong>putados do PSD eleitos por <strong>Leiria</strong>,<br />
o encontro realiza-se no Hotel Eurosol, pelas 21 horas.<br />
Nos últimos seis meses o tráfego médio diário variou entre os 12 e 22% dos valores previsto<br />
Trânsito no IC36 e na A19 muito aquém das estimativas<br />
Maria Anabela Silva<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Completa-se amanhã e segunda-<br />
-feira um ano sobre a entrada em<br />
funcionamento do IC36, que liga a<br />
A8 e a A1 entre o Alto Vieiro e os<br />
Pousos, e da A19 (variante da Batalha).<br />
Um ano <strong>de</strong>pois da abertura ao<br />
trânsito, estas duas vias, que têm<br />
portagens, estão longe <strong>de</strong> cativarem<br />
os automobilistas, com volumes<br />
<strong>de</strong> tráfego bastante aquém<br />
das projecções iniciais. Nos últimos<br />
seis meses – não há dados sobre<br />
os primeiros cinco meses <strong>de</strong><br />
funcionamento - o tráfego médio<br />
diário registado variou entre 12% e<br />
os 22% dos valores estimados no<br />
estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> financeira da<br />
subconcessão.<br />
Se tivermos em conta o último<br />
mês, a diferença entre a média do<br />
tráfego diário e as previsões é ainda<br />
mais acentuada. O troço da A19<br />
entre S. Jorge e Batalha, que supostamente<br />
serviria para afastar o<br />
<br />
18000<br />
Ic36 Alto Vieiro<br />
2572<br />
Cortes<br />
<br />
trânsito da frente do Mosteiro <strong>de</strong><br />
Santa Maria da Vitória, teve, em<br />
Outubro, uma média diária <strong>de</strong><br />
1.275 veículos, ou seja, menos <strong>de</strong><br />
9% do valor estimado no estudo <strong>de</strong><br />
viabilida<strong>de</strong>, que apontava para<br />
uma circulação diária na or<strong>de</strong>m<br />
dos 15 mil veículos. No sublanço,<br />
11000<br />
2400<br />
15000<br />
Batalha-Azoia, os resultados são<br />
ligeiramente melhores, uma vez<br />
que, no último mês, o tráfego médio<br />
diário foi <strong>de</strong> 2.845, o que representa<br />
cerca <strong>de</strong> 19% das previsões,<br />
que estimavam um volume<br />
<strong>de</strong> trânsito a rondar os 16 mil<br />
veículos por dia.<br />
Previsões <strong>de</strong> TMD<br />
1888<br />
TMD (Tráfego Médio Diário)<br />
16000<br />
3129<br />
Ic36 Cortes Pousos A19 S. Jorge Batalha A19 Batalha Azoia<br />
De acordo com os dados<br />
disponíveis no site da Estradas <strong>de</strong><br />
Portugal (EP), em Outubro último<br />
o troço do IC36 entre o Alto Vieiro<br />
e as Cortes foi utilizado, em média,<br />
por 2.252 viaturas, por dia, quando<br />
as estimativas apontavam para um<br />
volume médio na or<strong>de</strong>m dos 18 mil<br />
automóveis. No sublanço do IC36<br />
entre Cortes e Pousos, a diferença<br />
entre as previsões e os dados reais<br />
não é tão significativa. O estudo <strong>de</strong><br />
viabilida<strong>de</strong> admitia que esse troço<br />
tivesse uma média diária <strong>de</strong> 11 mil<br />
veículos, mas os dados da Estradas<br />
<strong>de</strong> Portugal revelam que, no último<br />
mês, o volume <strong>de</strong> tráfego rondou as<br />
2800 viaturas, ou seja, 19% do estimado.<br />
A EP reconhece que, “tal como<br />
acontece na generalida<strong>de</strong> das autoestradas<br />
portuguesas estão<br />
aquém do previsto, <strong>de</strong>vido à actual<br />
conjuntura”.<br />
Em Agosto último, a Câmara <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> aprovou uma moção a recomendar<br />
ao Governo a eliminação<br />
<strong>de</strong> portagens no IC36 e na A19,<br />
“para que mais portugueses possam<br />
beneficiar <strong>de</strong>stas vias”. A autarquia<br />
sustentava o pedido no<br />
facto <strong>de</strong> o número <strong>de</strong> utilizadores<br />
daquelas vias ter ficado “bastante<br />
aquém do estimado <strong>de</strong>vido à introdução<br />
<strong>de</strong> portagens”.<br />
PUBLICIDADE
12 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Socieda<strong>de</strong><br />
Parecer enviado ao Parlamento sugere a extinção <strong>de</strong> 25% das freguesias do distrito<br />
Mega-freguesia proposta para <strong>Leiria</strong><br />
Alcobaça<br />
Arnaldo Homem<br />
Rebelo faleceu<br />
<br />
Freguesias a manter<br />
Freguesias a agregar<br />
Ajuda<br />
S. Pedro<br />
Conceição<br />
<strong>Leiria</strong><br />
29 18<br />
Marinha<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Sem alteração<br />
Alcobaça<br />
18 13<br />
Nazaré<br />
Sem alteração<br />
Óbidos<br />
9 7<br />
Salir<br />
do Porto<br />
Serra<br />
do Bouro<br />
S.<br />
Onofre<br />
Sta. Maria<br />
Sobral<br />
da Lagoa<br />
Tornada<br />
S.<br />
Pedro<br />
Coto<br />
N. Sra. do<br />
Pópulo<br />
S.<br />
Gregório<br />
Pataias<br />
Martingança<br />
Alpedriz<br />
Montes<br />
Cós<br />
Monte<br />
Redondo<br />
Guia<br />
Carreira<br />
Carvi<strong>de</strong><br />
Souto da<br />
Monte Carpalhosa<br />
Real<br />
Ortigosa<br />
Pombal<br />
17 13<br />
Alcaria<br />
Mata<br />
Mourisca<br />
Ilha<br />
Boa Vista<br />
Marrazes<br />
Barosa<br />
Sta. Eufêmia<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Parceiros Pousos<br />
Azoia<br />
Barreira<br />
Cortes<br />
S.<br />
Pedro<br />
Vestiaria S. Vicente<br />
Alcobaça<br />
Prazeres<br />
Arrimal<br />
Mendiga<br />
S.<br />
João<br />
Alvados<br />
Caldas da Rainha<br />
16 12<br />
S. Simão<br />
<strong>de</strong> Litém<br />
Colmeias<br />
Albergaria<br />
Memória dos Doze<br />
Matas<br />
Sta. Catarina<br />
da Serra<br />
Chainça<br />
Santiago<br />
<strong>de</strong> Litém<br />
Casal dos<br />
Bernardos<br />
Cercal<br />
Olival<br />
Gon<strong>de</strong>maria<br />
Ribeira<br />
<strong>de</strong> Fárrio<br />
Rio <strong>de</strong><br />
Couros<br />
Ansião<br />
8 6<br />
Torre <strong>de</strong><br />
Vale todos Lagarteira<br />
Lagarteira<br />
Ansião<br />
Freixianda<br />
Formigais<br />
Ourém<br />
18 13<br />
Maçãs <strong>de</strong><br />
D. Maria<br />
Maçãs do<br />
Caminho<br />
Pussos<br />
Porto <strong>de</strong> Mós<br />
13 10<br />
Rego <strong>de</strong> Murta<br />
Figueiró<br />
dos Vinhos<br />
Bairradas<br />
Castanheira<br />
<strong>de</strong> Pera<br />
Coentral<br />
Castanheira<br />
<strong>de</strong> Pera<br />
2 1<br />
Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Sem alteração<br />
Figueiró dos Vinhos<br />
5 4<br />
Alvaiázere<br />
7 5<br />
❚ A morte <strong>de</strong> Arnaldo Homem Rebelo,<br />
ocorrida na madrugada <strong>de</strong> domingo,<br />
<strong>de</strong>ixou Alcobaça em estado <strong>de</strong><br />
choque. Depois <strong>de</strong> conhecida a notícia<br />
da morte do antigo <strong>de</strong>putado do<br />
PS, as mensagens <strong>de</strong> apoio à família<br />
multiplicaram-se. A Câmara <strong>de</strong> Alcobaça<br />
cumpriu dois dias <strong>de</strong> luto<br />
municipal, com a colocação da ban<strong>de</strong>ira<br />
a meia haste durante dois dias.<br />
Paulo Inácio, presi<strong>de</strong>nte do município,<br />
disse lamentar “a partida <strong>de</strong> uma<br />
figura que <strong>de</strong>ixou pergaminhos no<br />
concelho, pela sua participação cívica<br />
e pela intervenção política <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
dimensão, como <strong>de</strong>putado na Assembleia<br />
da República e membro da<br />
Assembleia Municipal <strong>de</strong> Alcobaça”.<br />
No facebook, a JS <strong>de</strong> Alcobaça lembrou<br />
o advogado como um gran<strong>de</strong> homem<br />
<strong>de</strong> luta, <strong>de</strong> combate político e<br />
que <strong>de</strong>u toda a sua energia e empenho<br />
ao abraçar causas que se julgavam<br />
perdidas”. Nascido em 1954, Arnaldo<br />
Homem Rebelo foi <strong>de</strong>putado entre<br />
1995 e 1999 e <strong>de</strong>putado municipal durante<br />
três mandatos. Nos últimos<br />
anos, esteve na linha da frente na <strong>de</strong>fesa<br />
<strong>de</strong> lesados do BPN.<br />
Peniche<br />
6 4<br />
Vale Covo<br />
<br />
Maria Anabela Silva<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Bombarral<br />
❚ Depois da pronúncia das assembleias<br />
municipais, chegou o veredicto<br />
da Unida<strong>de</strong> Técnica para a<br />
Reorganização Administrativa do<br />
Território (UTRAT), que no distrito<br />
propôs a eliminação <strong>de</strong> 38 freguesias,<br />
reduzindo o número <strong>de</strong> autarquias<br />
em 25%. No entanto, o processo ainda<br />
está longe do fim, uma vez que o<br />
parecer daquela unida<strong>de</strong> terá ainda<br />
<strong>de</strong> ser aprovado pelo Parlamento e<br />
promulgado pelo Presi<strong>de</strong>nte da República,<br />
quando falta menos <strong>de</strong> um<br />
ano para as eleições autárquicas.<br />
No concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, que sofre a<br />
maior redução <strong>de</strong> freguesias (menos<br />
11) e cujos órgãos autárquicos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram<br />
sempre a manutenção do<br />
mapa actual, a proposta foi recebida<br />
com revolta, com o presi<strong>de</strong>nte da câmara<br />
a admitir avançar com providências<br />
cautelares e o PS a falar <strong>de</strong><br />
Bombarral<br />
5 4<br />
“uma monstruosida<strong>de</strong> política”, feita<br />
com a intenção <strong>de</strong> criar um mapa<br />
eleitoral adverso aos socialistas.<br />
“A proposta é um suicídio social”,<br />
afirma Manuel Cruz, porta-voz do<br />
Movimento Freguesias <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e<br />
presi<strong>de</strong>nte da Junta <strong>de</strong> Cortes, localida<strong>de</strong><br />
que, <strong>de</strong> acordo com a proposta<br />
da UTRAT, se <strong>de</strong>verá agregar à Barreira,<br />
Pousos e a <strong>Leiria</strong>. “Ficaremos<br />
com uma freguesia com quase 32 mil<br />
habitantes. No distrito, só há quatro<br />
concelhos com mais população”, frisa<br />
o autarca, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que, com<br />
este tipo <strong>de</strong> soluções, “é impossível<br />
<strong>de</strong>senvolver o trabalho <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong><br />
feito pelas juntas, sobretudo, no<br />
apoio aos mais frágeis da socieda<strong>de</strong>”.<br />
Por seu lado, o presi<strong>de</strong>nte da Câmara<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Raul Castro, diz-se<br />
convicto que, tal como tem <strong>de</strong>fendido<br />
a Anafre (Associação Nacional<br />
<strong>de</strong> Freguesias), que a lei é “inconstitucional,<br />
porque discrimina negativamente,<br />
uma vez que só se aplica a<br />
concelhos com quatro ou mais freguesias”.<br />
O autarca critica também a<br />
“incoerência” da proposta da UTRAT,<br />
que “quer acabar com freguesias<br />
com mais <strong>de</strong> três mil habitantes e<br />
manter outras com menos população”.<br />
“Espero que a lei seja consi<strong>de</strong>rada<br />
inconstitucional e que a população<br />
afectada possa dar a <strong>de</strong>vida respostas<br />
no local próprio”, afirma.<br />
PS acusa PSD<br />
“A proposta da unida<strong>de</strong> técnica não<br />
tem legitimida<strong>de</strong> (…) e foi feita com<br />
objectivos políticos e partidários”,<br />
acusou João Paulo Pedrosa, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Fe<strong>de</strong>ração Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
do PS, numa conferência <strong>de</strong> imprensa,<br />
on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte da concelhia<br />
<strong>de</strong> Pombal do PS, A<strong>de</strong>lino Men<strong>de</strong>s,<br />
disse que “tudo leva a crer que<br />
houve o envolvimento directo dos dirigentes<br />
do PSD e do CDS na <strong>de</strong>finição<br />
do mapa” previsto.<br />
António Sales, lí<strong>de</strong>r dos socialistas<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, diz mesmo que a proposta<br />
para o concelho “é a prova aritmética<br />
<strong>de</strong> que houve um <strong>de</strong>senho político feito<br />
à medida”, sublinhando que, segundo<br />
a reorganização preconizada,<br />
o PS ficaria com apenas sete freguesias,<br />
quando hoje li<strong>de</strong>ra 17 das 29<br />
existentes. Em comunicado, a distrital<br />
do PSD rejeita as acusações, frisando<br />
que os pareceres da UTRAT são<br />
“documentos técnicos”, e critica o PS<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e os seus <strong>de</strong>putados porque<br />
“limitaram--se à mera contestação,<br />
sem apresentarem qualquer contributo<br />
ou alternativa credível para a<br />
reorganização do território.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Ourém,<br />
Paulo Fonseca, enviou um ofício<br />
aos grupos parlamentares a apelar<br />
aos <strong>de</strong>putados que votem contra a<br />
proposta <strong>de</strong> reorganização administrativa<br />
preconizada para o concelho,<br />
alegando que as alterações previstas<br />
surgem “ao arrepio da vonta<strong>de</strong> genuína<br />
das populações”.<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Chuva provoca<br />
inundações<br />
❚ A chuva intensa que caiu ao final<br />
da tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sexta-feira, em <strong>Leiria</strong>,<br />
inundou vários estabelecimentos<br />
comerciais, localizados no centro<br />
da cida<strong>de</strong>. O largo do Gato Preto, a<br />
Rua comandante João Belo e o<br />
Largo Marechal da Costa foram algumas<br />
das zonas mais atingidas. Os<br />
Bombeiros Municipais e Voluntários<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> receberam mais <strong>de</strong><br />
uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> ajuda,<br />
oriundos sobretudo da zona histórica.
Socieda<strong>de</strong><br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 13<br />
Apadrinhe uma ca<strong>de</strong>ira, na Marinha Gran<strong>de</strong><br />
O Sport Operário Marinhense lançou a campanha<br />
Apadrinhe uma ca<strong>de</strong>ira, através da qual a população ou<br />
as empresas po<strong>de</strong>m apoiar a requalificação do<br />
Auditório José Vareda, com donativos <strong>de</strong>dutíveis em<br />
se<strong>de</strong> <strong>de</strong> IRS e IRC. O espaçopermitirá activida<strong>de</strong>s como<br />
escolas, teatro, cinema, conferências e reuniões.<br />
Pedidos <strong>de</strong> habitação social aumentam na Marinha Gran<strong>de</strong><br />
Crise resolve problema do Camarnal<br />
Caldas da Rainha<br />
Centro Rainha D.<br />
Leonor premiado<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Bairro social do Camarnal integra 53 fogos<br />
❚ Não pára <strong>de</strong> aumentar o número<br />
<strong>de</strong> famílias que, em todo o País,<br />
tem vindo a solicitar habitação<br />
social. Na Marinha Gran<strong>de</strong> a situação<br />
não é diferente, explica<br />
Cidália Ferreira, vereadora da Acção<br />
Social, o que levou a autarquia<br />
a tomar medidas. Além <strong>de</strong> ter revisto<br />
o regulamento <strong>de</strong> atribuição<br />
da habitação social, e <strong>de</strong> ter redistribuído<br />
alguns <strong>de</strong>stes fogos, fazendo<br />
ajustar melhor as tipologias<br />
dos imóveis às necessida<strong>de</strong>s dos<br />
agregados, a câmara resolveu tomar<br />
providências para resolver o<br />
impasse do bairro social do Camarnal,<br />
on<strong>de</strong> algumas casas começavam<br />
a <strong>de</strong>gradar-se sem terem<br />
chegado a receber inquilinos.<br />
Embora o bairro social do Camarnal<br />
já tenha sido construído há<br />
10 anos, a câmara e o Instituto Nacional<br />
da Habitação nunca se enten<strong>de</strong>ram<br />
em relação ao pagamento<br />
da obra, continuando o<br />
instituto (actual IRHU) a reclamar<br />
mais <strong>de</strong> 1.5 milhões <strong>de</strong> euros,<br />
pelo bairro que pagou ao município.<br />
“Como entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bem que<br />
DANIELA FRANCO SOUSA<br />
é”, a autarquia está em negociações<br />
com o IRHU para assumir as<br />
suas responsabilida<strong>de</strong>s, adianta<br />
a vereadora. Enquanto isso, a câmara<br />
está a reparar algumas habitações<br />
do bairro, assim como as tu-<br />
bagens <strong>de</strong> gás, que foram vandalizadas,<br />
prevendo-se, para breve<br />
trecho, a atribuição <strong>de</strong>stas habitações<br />
sociais e <strong>de</strong> outras, situadas<br />
no Casal do Malta, num conjunto<br />
<strong>de</strong> 37 fogos.<br />
Na semana passada, o presi<strong>de</strong>nte<br />
da Comité Português <strong>de</strong><br />
Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Habitação Social<br />
disse à Lusa que o número <strong>de</strong> pedidos<br />
<strong>de</strong> habitação social duplicou<br />
nos últimos 18 meses, sem adiantar<br />
dados absolutos. A situação verifica-se<br />
também na Marinha<br />
Gran<strong>de</strong> on<strong>de</strong>, em virtu<strong>de</strong> da crise<br />
e das execuções da banca, têm<br />
chegado muitos pedidos <strong>de</strong> habitação<br />
social, nalguns casos vindos<br />
<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> outros municípios.<br />
De acordo com Cidália Ferreira,<br />
existem actualmente no concelho<br />
265 habitações sociais, mas<br />
dita o regulamento municipal que<br />
a sua atribuição contemple exclusivamente<br />
a população da Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>.<br />
❚ O Centro <strong>de</strong> Educação Especial<br />
Rainha D. Leonor, em Caldas da<br />
Rainha, venceu o Prémio BPI Capacitar,<br />
repartindo os 200 mil euros<br />
respeitantes ao primeiro lugar<br />
com o Centro Comunitário Paroquial<br />
da Ramada.<br />
Com o objectivo <strong>de</strong> apoiar projectos<br />
que promovam a melhoria<br />
da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e a integração<br />
<strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência ou<br />
com incapacida<strong>de</strong> permanente, o<br />
Prémio BPI Capacitar entregou<br />
nesta sua terceira edição 700 mil<br />
euros, distribuídos por 18 instituições<br />
seleccionadas entre 257<br />
candidaturas.<br />
O Centro <strong>de</strong> Educação Especial<br />
Rainha D. Leonor foi distinguido<br />
pelo projecto <strong>de</strong> produção florícola,<br />
com a direcção da instituição<br />
a anunciar que o valor do prémio<br />
será integralmente aplicado no<br />
melhoramento dos espaços e dos<br />
equipamentos <strong>de</strong> produção e na<br />
ampliação da área produtiva.<br />
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<strong>de</strong><br />
14 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Socieda<strong>de</strong> Educação<br />
Berardo <strong>de</strong>sperta arte nas crianças <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
O projecto DESPERTArt, <strong>de</strong>senvolvido pelo Museu<br />
Colecção Berardo, em parceria com a Nintendo, vai<br />
passar pela EB1 <strong>de</strong> Santa Catarina da Serra, no concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, na segunda-feira. O objectivo da iniciativa é<br />
<strong>de</strong>spertar a consciência artística das crianças através <strong>de</strong><br />
um software que permite reproduzir as obras <strong>de</strong> arte.<br />
Nuno Crato anunciou ensino profissional em instituições superiores<br />
Governo quer salvar politécnicos com formação financiada<br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ O ministro da Educação e Ciência,<br />
Nuno Crato, propôs que os institutos<br />
superiores politécnicos passem a leccionar<br />
os cursos profissionais do ensino<br />
secundário. A sugestão surgiu durante<br />
a discussão do Orçamento da<br />
Educação para 2013.<br />
Segundo o <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> Negócios, o governante<br />
revelou que os politécnicos,<br />
com o número <strong>de</strong> inscrições registados,<br />
passaram a ter uma série <strong>de</strong><br />
áreas críticas, pelo que apontou uma<br />
saída para o problema:: “para ultrapassarem<br />
estas dificulda<strong>de</strong>s, e por que<br />
são extremamente necessários ao<br />
País, os politécnicos precisam <strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nar as suas ofertas”, nomeadamente<br />
ao “nível do ensino profissional<br />
secundário”. Nuno Crato concluiu<br />
dizendo que os politécnicos<br />
“têm professores, instalações e conhecimentos<br />
que muitas escolas secundárias<br />
não têm”.<br />
“Surpreendida” com esta medida,<br />
ARQUIVO/RICARDO GRAÇA<br />
Cursos profissionais po<strong>de</strong>m passar do secundário para o superior<br />
Cristina Freitas, directora da Escola Secundária<br />
Rodrigues Lobo (ESRL), em<br />
<strong>Leiria</strong>, com ensino profissional, só encontra<br />
uma explicação para a proposta<br />
<strong>de</strong> Nuno Crato: “<strong>de</strong>ve querer canalizar<br />
os financiamentos do ensino profissional<br />
para os politécnicos, uma vez<br />
que estão previstos cortes no ensino<br />
superior”. Também Francisco Vieira<br />
consi<strong>de</strong>ra que é “mais uma tentativa<br />
<strong>de</strong> 'tapar o sol com a peneira', fazendo<br />
recair sobre o mais barato e eficaz<br />
sistema <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong>senvolvido em<br />
Portugal, o ensino profissional, o<br />
ónus das incompetências alheias”.<br />
O director executivo da Insignare,<br />
que <strong>de</strong>tém a Escola Profissional <strong>de</strong><br />
Ourém, refere ainda que os politécnicos<br />
não estão vocacionados para<br />
este tipo <strong>de</strong> ensino. “Ter como objectivo<br />
ser universida<strong>de</strong> e caminhar<br />
sempre no sentido inverso pareceme<br />
muito pouco coerente. Por este andar<br />
só falta quererem também <strong>de</strong>senvolver<br />
o ensino básico e o pré-escolar,<br />
garantindo uma oferta completa<br />
em termos <strong>de</strong> educação. Para as famílias<br />
seria certamente mais económico<br />
em termos das <strong>de</strong>spesas com<br />
transportes.” Sem colocar em causa a<br />
preparação dos docentes do ensino<br />
superior, Francisco Vieira <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que “têm certamente níveis <strong>de</strong> formação<br />
e competências superiores<br />
que importa não <strong>de</strong>sperdiçar”, mas<br />
que “não estão” vocacionados para o<br />
ensino profissional.<br />
Por isso, Cristina Freitas afirma<br />
que avançar com esta medida é “<strong>de</strong>s-<br />
conhecer por completo o que é o ensino<br />
secundário e profissional”. Informando<br />
que há alunos que seguem<br />
esta via por vocação, a maioria dos<br />
alunos são “obrigados pela família ou<br />
pelo sistema” para estar no ensino<br />
profissional”, o que obriga a um “enquadramento”<br />
próprio.<br />
“É preciso apoiá-los com uma equipa<br />
multidisciplinar que as escolas<br />
têm, com psicólogos e professores direccionados<br />
para este tipo <strong>de</strong> jovens.<br />
As aulas, por exemplo, são mais práticas,<br />
porque são alunos que não estão<br />
vocacionados para a teoria”, salienta<br />
a directora da ESRL. A docente<br />
questiona ainda a vantagem <strong>de</strong> integrar<br />
jovens <strong>de</strong> 15 ou 16 anos no ensino<br />
superior. “Não encontro qualquer<br />
mais-valia pedagógica”, conclui.<br />
O director da Secundária Afonso<br />
Lopes Vieira, Pedro Biscaia, mostrase<br />
“preocupado”, mas prefere esperar<br />
por mais informações. A mesma<br />
posição tem a directora pedagógica da<br />
Escola Profissional <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Susana<br />
Nogueira.<br />
utilizarmos, nas nossas<br />
sempre no mesmo sítio? Depois <strong>de</strong> a<br />
está<br />
não<br />
tarefas diárias, a<br />
água residual (esgoto) vai<br />
pelo “cano” abaixo… mas<br />
entrar<br />
na<br />
até<br />
tubagens,<br />
ETAR<br />
–<br />
<strong>de</strong><br />
uma fábrica<br />
não<br />
<strong>de</strong>saparece<br />
por magia! É canalizada, através<br />
Veja<br />
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<strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
na página<br />
17<br />
Escola Secundária comemora 30 anos<br />
Afonso Lopes Vieira,<br />
a ensinar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1982<br />
❚ A Escola Secundária Afonso Lopes<br />
Vieira (ESALV) assinala no próximo<br />
dia 22 <strong>de</strong> Novembro o seu<br />
30º aniversário. Para comemorar a<br />
data estão previstas várias iniciativas,<br />
entre as quais animação com<br />
música, dança, coreografias e caminhada,<br />
organizadas pelos alunos<br />
do Curso Tecnológico <strong>de</strong> Desporto.<br />
Durante o dia estão reservadas<br />
várias palestras e activida<strong>de</strong>s,<br />
como ateliers <strong>de</strong> tingimento<br />
criativo, gravura em ma<strong>de</strong>ira, pintura<br />
mural, origami, peddy-papper<br />
e jogos <strong>de</strong> voleibol entre alunos e<br />
EPL entrega diplomas<br />
professores. Encontro <strong>de</strong> Gerações,<br />
colóquio Afonso Lopes Vieira<br />
e Vem divertir-te com a ciência<br />
são outros painéis dirigidos à comunida<strong>de</strong><br />
educativa. Haverá ainda<br />
espaço para testemunhos e exposições<br />
fotográficas, como ESALV<br />
– 30 ANOS, Retrospectiva intimista,<br />
Traços da nossa memória e De<br />
1982 aos nossos dias. A escola <strong>de</strong>safia<br />
a comunida<strong>de</strong> a enviar um<br />
postal <strong>de</strong> aniversário à ESALV. “Visite-nos<br />
no facebook ou escrevanos<br />
para esalvleiria @outlook.<br />
com”.<br />
que água<br />
à natureza.<br />
<strong>de</strong>volvida<br />
✁<br />
● Sabias<br />
Recorta esta imagem<br />
transformando-a em água com qualida<strong>de</strong> para ser<br />
<strong>de</strong>ssa água suja,<br />
tratamento<br />
limpar<br />
a água,<br />
on<strong>de</strong> se<br />
faz<br />
o<br />
Para saber<br />
como<br />
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secção <strong>de</strong><br />
classificados<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ligue<br />
244 800400<br />
A Fundação Escola Profissional <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (EPL) entregou, na<br />
segunda-feira, os diplomas aos 42 jovens finalistas, que<br />
concluíram os cinco cursos promovidos pela instituição, numa<br />
cerimónia que <strong>de</strong>correu no Teatro José Lúcio da Silva.
Socieda<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 15<br />
Aconselhamento sobre disfunção eréctil em <strong>Leiria</strong><br />
Combater os tabus e alertar para os principais factores<br />
<strong>de</strong> risco da disfunção eréctil são os principais<br />
objectivos das sessões <strong>de</strong> esclarecimento sobre a<br />
doença que, hoje e amanhã, <strong>de</strong>correrão em várias<br />
farmácias <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
Incidência da doença quase duplicou em <strong>de</strong>z anos<br />
Vírus po<strong>de</strong> explicar diabetes na infância<br />
MIGUEL SAMPAIO<br />
impotentes e velhos cegos. Os meus<br />
pais protegeram-me um pouco disso,<br />
mas eu sofri um bocado. Com o tempo<br />
habituei-me e percebi que até<br />
podia ter uma vida muito normal.”<br />
Ester Gama, uma das responsáveis<br />
pela consulta <strong>de</strong> diabetes na Pediatria<br />
do Centro Hospitalar <strong>Leiria</strong>-Pombal<br />
(CHLP), refere que têm surgido cerca<br />
<strong>de</strong> “seis a oito casos novos por<br />
ano”, número que tem estabilizado.<br />
“Os picos aparecem, sobretudo, entre<br />
os 10-13 ano0s, mas também há<br />
casos <strong>de</strong> crianças com 5 ou menos<br />
anos”, informa Ester Gama, salientando<br />
que a primeira reacção dos pais<br />
nunca é fácil, até porque se trata <strong>de</strong><br />
“uma doença crónica”. “As crianças<br />
aceitam mais facilmente a picada<br />
do que os pais”, conta.<br />
Já na adolescência a situação é<br />
mais complicada, “não tanto pela injecção”,<br />
mas porque “não é fácil assumir<br />
à frente dos outros a obrigação<br />
<strong>de</strong> terem uma alimentação cuidada<br />
e uma vida cheia <strong>de</strong> regras”, explica.<br />
O número<br />
169<br />
crianças por cada 100 mil/hab.,<br />
entre os 0 e os 19 anos sofriam <strong>de</strong><br />
diabetes tipo 1, em 2000<br />
340<br />
crianças por 100 mil habitantes,<br />
entre os 0 e os 19 anos sofriam <strong>de</strong><br />
diabetes tipo 1, em 2010<br />
80<br />
jovens até aos 18 anos são<br />
acompanhados na consulta <strong>de</strong><br />
diabetes na Pediatria do CHLP.<br />
A alimentação <strong>de</strong>sequilibrada e o<br />
se<strong>de</strong>ntarismo são factores que têm levado<br />
ao aumento da diabetes tipo 2.<br />
José Manuel Boavida afirma que as<br />
mudanças <strong>de</strong> hábitos têm <strong>de</strong> começar<br />
em casa e muito cedo. “É preciso<br />
fechar o círculo. Não basta as escolas<br />
proibirem alguns alimentos e<br />
educarem parta uma boa alimentação,<br />
quando os alunos chegam a<br />
casa dos pais e dos avós e fazem tudo<br />
ao contrário”, refere. O responsável<br />
pelo plano nacional da diabetes <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
uma “congregação <strong>de</strong> esforços<br />
entre escola e toda a re<strong>de</strong> familiar,<br />
que tem <strong>de</strong> actuar antes dos 6 anos.<br />
“A educação alimentar faz-se até aos<br />
4/5 anos”.<br />
Para assinalar o Dia Mundial da<br />
Diabetes, realiza-se no sábado o 6.º<br />
Forum Nacional, no Centro Nacional<br />
<strong>de</strong> Exposições e Mercados Agrícolas<br />
<strong>de</strong> Santarém, on<strong>de</strong> vão estar vários<br />
temas em discussão. Para mais informações<br />
consultar www.forumdiabetes.net.<br />
A inscrição é gratuita.<br />
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O diabético tem uma vida normal, necessita apenas do cuidado<br />
<strong>de</strong> medir a sua glicémia<br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Assinalou-se ontem o Dia Mundial<br />
da Diabetes, uma doença que já é<br />
apelidada como a epi<strong>de</strong>mia do século<br />
XXI. O aparecimento <strong>de</strong>sta doença,<br />
na sua forma mais conhecida – tipo 2,<br />
está relacionado, geralmente, com<br />
uma <strong>de</strong>ficiente alimentação e se<strong>de</strong>ntarismo,<br />
pelo que os profissionais<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm vindo apostar na sensibilização<br />
para a importância <strong>de</strong> hábitos<br />
<strong>de</strong> vida saudáveis como forma<br />
<strong>de</strong> prevenção.<br />
No entanto, nos últimos anos temse<br />
assistido também a um preocupante<br />
aumento da diabetes tipo1,<br />
uma tipologia menos comum <strong>de</strong>sta<br />
doença que afecta principalmente<br />
crianças, estando a ser <strong>de</strong>tectada<br />
cada vez mais em ida<strong>de</strong>s inferiores a<br />
6 anos. A explicação para esta maior<br />
incidência ainda não está esclarecida.<br />
José Manuel Boavida, director do<br />
programa nacional da diabetes, explica<br />
ao JORNAL DE LEIRIA que, no<br />
ano 2000, a incidência da doença entre<br />
os 0 e os 19 anos era <strong>de</strong> 169 crianças<br />
por cada 100 mil habitantes, em<br />
Portugal. Em 2010, o número subiu<br />
para 340. “O que existe é uma tendência<br />
para o aparecimento da diabetes<br />
tipo 1 em ida<strong>de</strong>s cada vez mais<br />
jovens, abaixo dos 6 anos.”<br />
“Trata-se <strong>de</strong> uma doença auto-<br />
-imune, on<strong>de</strong> o organismo rejeita as<br />
células que produzem a insulina. O<br />
motivo pelo qual o faz, ainda não está<br />
totalmente esclarecido”, acrescenta<br />
o responsável. Tirando a “tendência<br />
genética” e os “factores ambientais”,<br />
os especialistas consi<strong>de</strong>ram como<br />
uma “forte hipótese a infecção viral”<br />
para explicar o aparecimento da<br />
doença, mas José Manuel Boavida<br />
avisa que “nada está comprovado”.<br />
Este responsável garante que o<br />
aparecimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> diabetes<br />
“não tem qualquer relação com o<br />
comportamento da mãe durante a<br />
gravi<strong>de</strong>z”, pelo que diz que não<br />
adianta os pais manterem um sentimento<br />
<strong>de</strong> culpa, porque “não há<br />
nada que a possa prevenir”.<br />
Sem cura, a única forma <strong>de</strong> tratamento<br />
é a insulina injectável, o que<br />
complica se a criança for pequena,<br />
pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos seus cuidadores.<br />
“Quando é mais autónoma, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
adaptar-se às doses <strong>de</strong> insulina, não<br />
é preciso escon<strong>de</strong>r nada. Injectar insulina<br />
é um acto tão simples como<br />
passar um pente no cabelo ou limpar<br />
um pouco <strong>de</strong> água caída. Não <strong>de</strong>mora<br />
mais <strong>de</strong> 20 segundos”.<br />
Este é um acto que José Silva executa<br />
há cerca <strong>de</strong> 20 anos e, hoje, ao<br />
mesmo tempo que conversa com<br />
um colega <strong>de</strong> trabalho. Aos 13 anos<br />
<strong>de</strong>scobriu que tinha diabetes tipo 1.<br />
Se<strong>de</strong> e cansaço extremos, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
urinar incontrolável, fome e emagrecimento<br />
exagerados foram sintomas<br />
que alertaram o médico. O diagnóstico<br />
foi comprovado com análises<br />
clínicas.<br />
“Chorei <strong>de</strong> raiva e <strong>de</strong> pena <strong>de</strong> mim<br />
mesmo. Na altura, ser-se diabético<br />
ainda era uma calamida<strong>de</strong>. Uma<br />
doença dos coitadinhos. As conversas<br />
versavam sempre o facto <strong>de</strong> ser<br />
uma doença <strong>de</strong> pessoas que ficavam<br />
sem pés, amputados, homens<br />
Veja<br />
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<strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
na página<br />
16<br />
Para saber<br />
como<br />
anunciar na<br />
secção <strong>de</strong><br />
classificados<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ligue<br />
244 800400
16 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Especial Medicinas alternativas<br />
Medicinas não convencionais<br />
são cada vez mais procuradas<br />
LegalizaçãoOs ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Educação foram intimados pelo Tribunal a regulamentarem<br />
as terapêuticas não convencionais, que merecem cada vez mais o respeito e a credibilida<strong>de</strong> dos portugueses<br />
Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong><br />
lur<strong>de</strong>strinda<strong>de</strong>jl@jgmail.com<br />
❚As terapêuticas não convencionais,<br />
também <strong>de</strong>signadas <strong>de</strong> medicinas<br />
complementares ou alternativas, estão<br />
a ganhar, cada vez mais, o respeito<br />
e a confiança dos portugueses, que as<br />
procuram como complemento à medicina<br />
convencional e científica ou<br />
que preten<strong>de</strong>m uma abordagem que<br />
consi<strong>de</strong>re a pessoa no seu todo. Em<br />
Portugal, segundo a Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />
Medicinas Não Convencionais, há<br />
cerca <strong>de</strong> 12 mil profissionais que se <strong>de</strong>frontam<br />
com um problema <strong>de</strong> legalida<strong>de</strong><br />
no exercício da sua activida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> há nove anos. Existe uma lei<br />
aprovada em 2003 <strong>de</strong> enquadramento<br />
<strong>de</strong>stas terapêuticas, mas nunca<br />
foi regulamentada. Só em Agosto<br />
último, os Ministérios da Saú<strong>de</strong> e da<br />
Educação e Ciência (MEC) foram intimados<br />
pelo Tribunal Administrativo<br />
<strong>de</strong> Lisboa, a fazê-lo, dando-lhes um<br />
prazo <strong>de</strong> oito meses.<br />
De facto, o mercado das medicinas<br />
não convencionais é cada vez mais<br />
forte, com os seus cerca <strong>de</strong> 3.5 milhões<br />
<strong>de</strong> utilizadores em Portugal. Procuram<br />
essencialmente alternativas aos<br />
efeitos secundários dos medicamentos<br />
convencionais ou um tratamento<br />
eficaz <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem recorrido à medicina<br />
tradicional sem êxito. Há, ainda,<br />
muitos casos – a maioria - em que<br />
as terapêuticas não convencionais<br />
trabalham em sintonia com as medicinas<br />
tradicionais, sendo um complemento,<br />
como fizeram questão <strong>de</strong><br />
realçar os terapeutas que falaram<br />
com o JORNAL DE LEIRIA.<br />
Luís Dias, vice-presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
<strong>de</strong> Medicina Energética-<br />
IVN Portugal, que no passado fim-<strong>de</strong>semana<br />
reuniu <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> profissionais<br />
num seminário internacional<br />
<strong>de</strong> Acupunctura em Reumatologia,<br />
referiu isso mesmo, dando como<br />
exemplo o caso <strong>de</strong> Tran Viet Dzung,<br />
um dos mais reputados especialistas<br />
mundiais em acupuntura, graduado<br />
Portugal tem 3.5 milhões <strong>de</strong> utilizadores <strong>de</strong> medicinas alternativas<br />
pela faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina <strong>de</strong> Paris<br />
(médico-cirurgião), sendo director<br />
do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> acupuntura na<br />
faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina em Nice.<br />
Na opinião <strong>de</strong>ste dirigente, a regulamentação<br />
da legislação visa disciplinar<br />
e tornar mais segura toda<br />
uma área que é cada vez mais reconhecida<br />
pelos portugueses e, ao mesmo<br />
tempo, permitir que ela fosse<br />
introduzida no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
como acontece nos restantes países<br />
da Europa. Acreditando que a nova<br />
“sentença” do Tribunal aos ministérios<br />
da Saú<strong>de</strong> e da Educação possa vir<br />
a dar frutos, reconhece, contudo,<br />
que os atrasos na regulamentação das<br />
medicinas não convencionais “se<br />
<strong>de</strong>veram também à falta <strong>de</strong> consenso<br />
entre algumas associações e até escolas<br />
das várias áreas terapêuticas”,<br />
que, <strong>de</strong> uma vez por todas, “se <strong>de</strong>verão<br />
enten<strong>de</strong>r, pelo bem dos utilizadores<br />
e dos próprios profissionais”.<br />
À falta <strong>de</strong> regulamentação, a Associação<br />
<strong>de</strong> Medicina Energética-<br />
IVN Portugal, que tem como presi<strong>de</strong>nte<br />
honorário Tran Viet Dzung, dispõe<br />
<strong>de</strong> um código <strong>de</strong>ontológico muito<br />
apertado, exigindo que os seus<br />
mais <strong>de</strong> 200 associados cumpram as<br />
boas práticas da profissão. Além <strong>de</strong><br />
um seguro <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> civil,<br />
obrigatório, os profissionais <strong>de</strong>vem<br />
comprovar as suas habilitações profissionais<br />
que, neste caso, correspon<strong>de</strong>m<br />
à licenciatura em acupuntura.<br />
“Trata-se <strong>de</strong> uma terapêutica<br />
muito séria e tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida<br />
por profissionais cre<strong>de</strong>nciados e<br />
que dêem todas as garantias <strong>de</strong> segurança<br />
aos seus doentes”, revela<br />
Luís Dias, lembrando que mais <strong>de</strong><br />
90% dos associados não tinham seguro.<br />
“É muito importante, pois são<br />
uma garantia <strong>de</strong> segurança aos utilizadores<br />
e aos profissionais”, sublinha.<br />
A Energética-IVN Portugal assumese<br />
como a única associação neutra no<br />
País, uma vez que não está ligada a<br />
DR<br />
Milenar<br />
Acupuntura<br />
Terapêutica milenar que utiliza<br />
agulhas, moxas, laser e outros<br />
instrumentos para fazer com<br />
que o organismo liberte<br />
substâncias químicas com<br />
efeito analgésico, antiinflamatório,<br />
reparador e<br />
equilibrador. Em associação<br />
com fitoterapia específica,<br />
permite o alívio do mal-estar<br />
físico e psicológico e <strong>de</strong> outros<br />
sintomas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminadas doenças. A<br />
Organização Mundial da Saú<strong>de</strong><br />
lista mais <strong>de</strong> 40 doenças para as<br />
quais a acupuntura é indicada<br />
entre as quais se <strong>de</strong>stacam as<br />
doenças do foro respiratório, o<br />
zumbido, tontura, dor no peito,<br />
palpitações, dispneia, enfisema,<br />
alterações menstruais, artrose,<br />
dores oncológicas, tendinites,<br />
fibromialgia, dores póscirúrgicas,<br />
obstipação,<br />
enurese/incontinência,<br />
paralisia facial, sequelas <strong>de</strong><br />
AVC, disfunções sexuais,<br />
problemas emocionais, fadiga,<br />
<strong>de</strong>pressão, entre outras.<br />
nenhuma das escolas <strong>de</strong> acupunctura<br />
nacionais. Não foi por acaso que o seminário,<br />
que <strong>de</strong>correu durante três<br />
dias, reuniu acupunctores portugueses<br />
<strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> ensinamento,<br />
assim como <strong>de</strong> especialistas<br />
<strong>de</strong> vários países que, com Tran Viet<br />
Dzung, quiseram aperfeiçoar-se em<br />
várias especialida<strong>de</strong>s médicas, para<br />
abordar todo o tipo <strong>de</strong> patologias<br />
clínicas.<br />
As lacunas da lei<br />
Mas quando se fala <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> regulamentação,<br />
o problema abrange<br />
também os próprios locais on<strong>de</strong> se<br />
praticam as terapêuticas não con-<br />
PUBLICIDADE
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 17<br />
vencionais. Segundo Susana Vieira,<br />
responsável pela Servinatura - consultório<br />
Ponto <strong>de</strong> Acupuntura e Clínica<br />
Osteopática, a lei sobre terapêuticas<br />
não convencionais, no seu artigo<br />
relativo às condições <strong>de</strong> funcionamento<br />
e licenciamento dos locais<br />
on<strong>de</strong> se exerce esta activida<strong>de</strong>, indica<br />
que as terapêuticas não convencionais<br />
regem-se <strong>de</strong> acordo com o estabelecido<br />
pelo Decreto-Lei n.º13/93,<br />
<strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Janeiro, que regula, também,<br />
o licenciamento das unida<strong>de</strong>s privadas<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com as necessárias<br />
adaptações. Ora, nas unida<strong>de</strong>s privadas<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a entida<strong>de</strong> licenciadora<br />
é a Direcção Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003, a entida<strong>de</strong> fiscalizadora<br />
é a Entida<strong>de</strong> Reguladora da Saú<strong>de</strong>.<br />
“Existe uma gran<strong>de</strong> lacuna na lei, porque<br />
a legislação <strong>de</strong> 1993 exige um responsável<br />
técnico com licenciatura<br />
específica acreditada pelo Ministério<br />
da Educação e reconhecida pelo Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong> e isso ainda não existe<br />
para terapêuticas não convencionais”,<br />
explica Susana Vieira, lembrando<br />
que terão <strong>de</strong> ser os Ministérios<br />
da Educação e da Saú<strong>de</strong> a cre<strong>de</strong>nciar<br />
os cursos, estabelecendo a carga horária<br />
e conteúdos obrigatórios para<br />
cada um <strong>de</strong>les, formação dos professores,<br />
entre outros requisitos para<br />
efeitos <strong>de</strong> aprovação oficial <strong>de</strong> licenciatura,<br />
pós-graduação ou mestrado.<br />
“Neste momento, apenas existem<br />
projetos-lei que ainda não foram<br />
aprovados”.<br />
Susana Vieira dá, ainda, o exemplo<br />
dos alvarás <strong>de</strong> utilização. No que respeita<br />
à Servinatura, o alvará, obtido<br />
em Março <strong>de</strong> 2010, foi conseguido <strong>de</strong><br />
acordo com a lei geral das edificações<br />
urbanas e tendo como entida<strong>de</strong> fiscalizadora<br />
a ASAE. A sua utilização é<br />
<strong>de</strong>stinada a serviços <strong>de</strong> consultório e<br />
mais não específica. "No entanto, a<br />
Ciência e arte<br />
Osteopatia<br />
É uma ciência e uma arte biológica<br />
que normaliza e regulariza o<br />
todo estrutural do corpo e em especial<br />
a coluna vertebral. Trata a<br />
dor e melhora a função muscular<br />
e articular. A palavra Osteopatia<br />
refere-se a técnicas <strong>de</strong> massagem,<br />
manipulação dos tecidos moles,<br />
técnicas miotensivas, técnicas <strong>de</strong><br />
energia muscular e técnicas <strong>de</strong><br />
impulso, no sentido <strong>de</strong> equilibrar<br />
os mecanismos homeostáticos,<br />
isto é, a capacida<strong>de</strong> inerente e<br />
auto-reguladora que os organismos<br />
vivos têm para obter e manter<br />
o seu bem-estar, através <strong>de</strong><br />
procedimentos ten<strong>de</strong>ntes a aliviar<br />
as cargas alostáticas que vão<br />
provocar a doença.<br />
Administração Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />
Centro (ARSC) exigiu à Servinatura o<br />
cumprimento legal do tratamento<br />
dos resíduos tipo hospitalares", sublinha.<br />
Além <strong>de</strong>stes problemas mais “logísticos”,<br />
Susana Vieira lembra que o<br />
não reconhecimento das terapêuticas<br />
não convencionais no Serviço Nacional<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> não as torna isentas<br />
<strong>de</strong> IVA como acontece com a restante<br />
medicina convencional, penalizando<br />
os pacientes e tornando-as<br />
mais dispendiosas. “Comparando<br />
com a medicina privada, os custos ao<br />
paciente são equivalentes, no entanto,<br />
as terapêuticas convencionais e<br />
não convencionais são muito diferentes<br />
e os métodos <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>quados<br />
para cada pessoa em concreto”,<br />
diz, alertando para o facto <strong>de</strong>,<br />
gran<strong>de</strong> parte das vezes, ambas serem<br />
complementares e não substitutas.<br />
Falta <strong>de</strong> fiscalização po<strong>de</strong> ser<br />
um perigo<br />
João Paulo Cabaço, que exerce a activida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> osteopatia, uma das terapias<br />
que em 2003 foi recomendada<br />
ao Governo para regulamentação,<br />
adianta, ainda, que ao contrário <strong>de</strong><br />
Portugal, esta medicina complementar<br />
está perfeitamente integrada<br />
no Serviço Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em<br />
países como os Estados Unidos, Inglaterra,<br />
Canadá, Austrália, Alemanha<br />
e também em países Escandinavos,<br />
apenas para citar alguns. A<br />
própria Organização Mundial <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (OMS) reconhece que a osteopatia<br />
é indicada para doenças<br />
relacionadas com problemas <strong>de</strong>generativos<br />
e do trabalho/posturais,<br />
uma situação que afecta uma gran<strong>de</strong><br />
parte da população.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que em Portugal<br />
existem já muitos bons profissionais<br />
a exercer terapêuticas não convencionais,<br />
razão pela qual se regista um<br />
aumento da sua procura por parte da<br />
população, João Paulo Cabaço afirma<br />
que a regulamentação da legislação<br />
existente viria dar uma maior<br />
credibilida<strong>de</strong> e uma maior rigor a estas<br />
activida<strong>de</strong>s. “Qualquer pessoa<br />
po<strong>de</strong> exercer se não for <strong>de</strong>vidamente<br />
fiscalizada e isso é um perigo”,<br />
diz o especialista, que além <strong>de</strong><br />
uma licenciatura em Osteopatia Estrutural,<br />
frequenta em Londres uma<br />
pós-graduação em Osteopatia Clássica.<br />
“Não é só endireitar ossos”, explica,<br />
lembrando que a osteopatia é<br />
uma ciência e uma arte biológica que<br />
normaliza e regulariza o todo estrutural<br />
do corpo e, em especial, a<br />
coluna vertebral, responsável por<br />
80% dos casos que surgem para<br />
tratamento, tratando a dor e melhorando<br />
a função muscular e articular.<br />
Reflexologia, a terapêutica dos pés<br />
Falta investigação em Portugal<br />
❚ O Instituto <strong>de</strong> Reflexologia Integrada<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> comemorou ontem<br />
o Dia Mundial da Diabetes, sensibilizando<br />
os pacientes para a importância<br />
da terapêutica no controlo<br />
<strong>de</strong>sta doença crónica. Idalina<br />
Marques, licenciada em Biologia<br />
e diplomada em Reflexologia<br />
Integrada, explica que esta terapêutica<br />
holística, baseada na existência<br />
<strong>de</strong> áreas reflexas nos pés e<br />
mãos, se tem revelado também<br />
muito eficaz junto <strong>de</strong> outras doenças<br />
crónicas, como a esclesose<br />
múltipla e o cancro, no que respeita<br />
à melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida dos doentes.<br />
Idalina Marques lamenta que<br />
em Portugal não se siga o exemplo<br />
<strong>de</strong> outros países europeus, on<strong>de</strong> os<br />
terapeutas trabalham em hospitais<br />
com doentes crónicos, aumentando<br />
substancialmente a sua qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida. No nosso País, diz,<br />
existem resultados positivos <strong>de</strong>stas<br />
terapias, mas a investigação<br />
não tem sido aprofundada, pela<br />
falta <strong>de</strong> regulamentação que não<br />
permite esta prática em hospitais<br />
e outras instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> públicas.<br />
“Podíamos fazer um controlo<br />
mais rigoroso do exercício da<br />
reflexologia, da qualida<strong>de</strong> dos serviços<br />
prestados e dos profissionais<br />
que a exercem”, refere a directora<br />
pedagógica do Instituto,<br />
consi<strong>de</strong>rando que esta terapêutica<br />
e a medicina tradicional não estão<br />
<strong>de</strong> costas voltadas.<br />
A reflexologia inci<strong>de</strong> também<br />
em problemas <strong>de</strong> circulação sanguínea<br />
e linfática, respiratórios,<br />
dores osteoarticulares e doenças<br />
do foro psicológico, possuindo,<br />
acima <strong>de</strong> tudo, um efeito preventivo.<br />
Reflexologia é indicado para várias doenças crónicas<br />
DR<br />
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18 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Socieda<strong>de</strong> Ciência eTecnologia<br />
Surfistas radicais aguardam pelas vagas<br />
O que faz o Canhão disparar<br />
ondas gigantes contra a Nazaré<br />
<br />
Empolamento da onda<br />
na aproximação à Praia do Norte<br />
Metros<br />
0 1000<br />
1<br />
Canhão da Nazaré<br />
N<br />
50<br />
20<br />
200<br />
2<br />
100<br />
3<br />
Cabeceira do Canhão<br />
da Nazaré<br />
50<br />
100<br />
20<br />
4<br />
Praia do Norte<br />
Forte <strong>de</strong> S. Miguel<br />
100<br />
50<br />
20<br />
Nazaré<br />
Porto <strong>de</strong> Abrigo<br />
Com a chegada à região costeira <strong>de</strong> Portugal<br />
continental <strong>de</strong> ondulação forte proveniente<br />
dos quadrantes Oeste/Noroeste, verifica-se:<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
Refracção da onda por diferença <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>s entre a plataforma<br />
continental e o canhão. Este efeito leva<br />
à mudança <strong>de</strong> direcção da onda sobre o<br />
canhão (on<strong>de</strong> a onda viaja mais rápido)<br />
Galgamento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>grau topográfico<br />
(<strong>de</strong>snível vertical do fundo). A rápida<br />
redução <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> origina o<br />
empolamento da onda (redução do seu<br />
comprimento <strong>de</strong> onda e a ampliação<br />
da sua altura). Este efeito ocorre também<br />
<strong>de</strong> forma gradual com a aproximação da<br />
onda à costa.<br />
Interferência positiva entre a onda<br />
proveniente do canhão e a onda que<br />
atravessa a plataforma continental Norte.<br />
Este efeito promove novo empolamento<br />
no ponto <strong>de</strong> intersecção <strong>de</strong>stas duas ondas.<br />
Deriva litoral. A ondulação promove uma<br />
corrente junto à praia que escoa <strong>de</strong> Norte<br />
para Sul e que inflecte no cabo para o mar.<br />
Esta corrente é reforçada pelo empilhamento<br />
<strong>de</strong> água na enseada, a Norte do cabo, que flui<br />
na mesma direcção e que intercepta a onda<br />
no sentido contrário à sua propagação.<br />
Este processo contribui adicionalmente<br />
para o empolamento da onda.<br />
O efeito combinado <strong>de</strong>stes processos aumenta<br />
significativemente a altura da onda, que po<strong>de</strong><br />
alcançar, assim, valores muito superiores aos<br />
registados ao largo. Estas ondas rebentam<br />
quando a sua altura ultrapassa<br />
aproximadamente a profundida<strong>de</strong> local.<br />
<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A Nazaré aguarda ansiosamente<br />
pela chegada <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ondas. Motivos?<br />
Dois. É com expectativa elevada<br />
que se espera pela realização do<br />
Red Bull Mito, competição <strong>de</strong> surf em<br />
ondas gigantes que só se realizará<br />
quando o mar estiver com vagas perfeitas<br />
e mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z metros. Não é menos<br />
<strong>de</strong>sejada a chegada <strong>de</strong> enormes<br />
mamutes aquáticos para que Garrett<br />
McNamara possa bater o recor<strong>de</strong> da<br />
maior onda surfada <strong>de</strong> sempre. O havaiano<br />
acredita que po<strong>de</strong>m chegar ao<br />
100 pés e há quem lhe dê razão. O<br />
JORNAL DE LEIRIA foi tentar perceber<br />
por que é que as ondas saem do<br />
Canhão da Nazaré com toda aquela<br />
potência<br />
É um dos melhores surfistas <strong>de</strong> ondas<br />
gran<strong>de</strong>s do mundo e está pela terceira<br />
vez em Portugal à espera <strong>de</strong> encontrar<br />
exemplares da altura <strong>de</strong> prédios<br />
<strong>de</strong> muitos andares. Acredita que<br />
a Praia do Norte po<strong>de</strong> ser reconhecida<br />
como um dos melhores spots do<br />
Mundo para o surf mais radical, até<br />
porque foi lá que viu a maior onda da<br />
sua vida, bem em frente ao farol,<br />
com quase 40 metros.<br />
“Está a ver o forte e <strong>de</strong>pois o terceira<br />
rocha <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água? Ora bem, mesmo<br />
em frente a essa rocha, no meio do<br />
oceano, está ali a maior onda que já<br />
vi.” É lá que está escondido o Santo<br />
Graal dos surfistas radicais.<br />
Vamos, então, por partes. É possível<br />
as ondas chegarem aos 100<br />
pés?Sim. Porquê? Porque há um canhão<br />
que dispara ondas para a Praia<br />
do Norte. E o que é isso? “De uma forma<br />
muito simplista po<strong>de</strong>-se dizer<br />
que o canhão da Nazaré tem um aspecto<br />
semelhante ao Grand Canyon,<br />
só que está <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> água e localiza-se<br />
a poucas centenas <strong>de</strong> metros da<br />
Nazaré. De facto, o vale submarino da<br />
Nazaré começa a <strong>de</strong>finir-se no fundo<br />
marinho a cerca <strong>de</strong> 200 metros <strong>de</strong> distância<br />
e, rapidamente ganha a dimensão<br />
<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> ravina, serpenteando<br />
até atingir profundida<strong>de</strong>s<br />
superiores aos 4.500 metros. Por<br />
este gran<strong>de</strong> sulco da crosta terrestre<br />
on<strong>de</strong> se intensifica o efeito das marés<br />
e das correntes marinhas, são transferidos,<br />
entre a zona costeira e as planícies<br />
abissais volumes inimagináveis<br />
<strong>de</strong> sedimentos, <strong>de</strong> partículas em suspensão<br />
e <strong>de</strong> nutrientes”, salienta Aurora<br />
Rodrigues, chefe da Divisão da<br />
Geologia Marinha do Instituto Hidrográfico<br />
da Marinha.<br />
“Algumas simulações que realizámos<br />
com mo<strong>de</strong>los matemáticos<br />
sugerem que uma ondulação ao largo<br />
com uma altura <strong>de</strong> 10 metros<br />
po<strong>de</strong> ser amplificada pelo processo<br />
<strong>de</strong> refracção da onda, acima <strong>de</strong>scrito,<br />
e atingir 15 a 20 metros <strong>de</strong> altura<br />
na área ao largo da Praia Norte. Ora,<br />
ao largo da costa da Nazaré, particularmente<br />
durante os períodos <strong>de</strong><br />
tempesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Inverno, esses tipos<br />
<strong>de</strong> condições não são incomuns,<br />
pelo contrário. São frequentemente<br />
excedidas em vários períodos”, diz<br />
João Vitorino, investigador do Instituto<br />
Hidrográfico da Marinha.<br />
Pedro Bicudo, investigador do Instituto<br />
Superior Técnico e também<br />
ele surfista, explica que McNamara<br />
precisa “<strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong> próxima,<br />
mas não exactamente em cima da Nazaré,<br />
para que a onda chegue limpa”<br />
e que se cumpram mais duas condições.<br />
A primeiras que “as ondas sejam<br />
altas” e, a segunda, “ que tenham um<br />
período gran<strong>de</strong>, ou seja com uma boa<br />
separação, no mínimo <strong>de</strong> 20 segundos,<br />
entre cada frente <strong>de</strong> onda”.<br />
Afinal <strong>de</strong> contas, o que vale este<br />
mar da Nazaré para Garrett McNamara?<br />
“Existe uma onda perfeita<br />
para cada pessoa, que será diferente<br />
<strong>de</strong> um caso para o outro.<br />
Com o estado <strong>de</strong> mar i<strong>de</strong>al, a onda<br />
da Nazaré é a minha perfeita”, revela.<br />
Que condições são essas?<br />
“Gran<strong>de</strong>, com o swell (ondulação)<br />
na direcção certa, oeste/noroeste,<br />
gran<strong>de</strong>s tubos, com vento offshore<br />
ligeiro.” Um rebuliço que Neptuno<br />
ainda não lhe ofereceu. “Só a vi em<br />
fotografias, mas sei que a vamos<br />
apanhar.”
Opinião<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 19<br />
Reformar o Estado. Mudar mentalida<strong>de</strong>s<br />
Teorias rurais<br />
José<br />
Manuel<br />
Silva<br />
A reforma do Estado está na or<strong>de</strong>m do dia, a sua<br />
sustentabilida<strong>de</strong> atual e a prazo está posta em causa e é<br />
<strong>de</strong>cisivo para o nosso futuro, dos cidadãos e do país, que<br />
se encontrem respostas fundamentadas e politicamente<br />
sustentadas.<br />
A tarefa é complexa e, qualquer que seja a dimensão<br />
da reforma, será irrealista pensar que se po<strong>de</strong> reformar o<br />
Estado sem mexer na Constituição. Po<strong>de</strong>r-se-á reformar<br />
a administração do Estado, torná-la mais eficiente e<br />
eficaz, menos burocrática, mais amiga dos cidadãos,<br />
mas reformar o Estado, no sentido <strong>de</strong> repensar as suas<br />
atuais atribuições e <strong>de</strong>cidir quanto é justo ou aceitável<br />
pagar <strong>de</strong> impostos pelos serviços que o Estado presta,<br />
obrigará a mexer na Lei Fundamental e, sobretudo,<br />
implicará mudar os pressupostos i<strong>de</strong>ológicos que<br />
justificam a atual organização do Estado e as funções<br />
que lhe estão atribuídas.<br />
Reformar o Estado é, antes <strong>de</strong> mais, mudar<br />
mentalida<strong>de</strong>s e sabe-se como isto é o mais difícil em<br />
qualquer socieda<strong>de</strong>, mesmo em qualquer organização.<br />
O <strong>de</strong>safio que o país tem pela frente é resolver um<br />
problema <strong>de</strong> tesouraria e <strong>de</strong> solvabilida<strong>de</strong> da dívida<br />
pública a curto, médio e longo prazo no quadro <strong>de</strong> uma<br />
organização política e administrativa que não po<strong>de</strong> ser<br />
mudada <strong>de</strong> um dia para o outro, sob pena <strong>de</strong> forte<br />
conturbação política e social, e <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> para<br />
continuar a assegurar a satisfação <strong>de</strong> funções para as<br />
quais a própria socieda<strong>de</strong> portuguesa não consegue<br />
gerar os fundos necessários.<br />
No quadro da União Europeia em que estamos<br />
integrados, somos hoje uma espécie <strong>de</strong> protetorado e<br />
não vale a pena alimentar frustrações a este respeito, o<br />
mundo globalizado em que vivemos exige escala e nós<br />
não a temos, a revolução <strong>de</strong> 74 e a a<strong>de</strong>são ao gran<strong>de</strong><br />
espaço europeu tornou o país completamente diferente<br />
do Portugal rural, conservador e fechado sobre si<br />
Osenhor ministro da educação diz que é preciso<br />
“enfrentar os problemas <strong>de</strong> frente”. E di-lo<br />
sempre que fala publicamente. Da primeira<br />
vez que o ouvi, sorri (não um sorriso<br />
divertido, mas mais aquele esgar que costumamos<br />
colorir <strong>de</strong> amarelo, note-se!) e encarei a coisa como um<br />
lapso <strong>de</strong> linguagem (afinal, todos po<strong>de</strong>mos falhar –<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não sejamos profs., coisa que ele agora não<br />
é, porque é ministro, portanto, po<strong>de</strong>). À segunda,<br />
<strong>de</strong>sconfiei… Hum!... Mas, ingenuamente, ainda pus a<br />
hipótese <strong>de</strong> que ele apenas quisesse acrescentar rigor<br />
ao rigor da expressão. Coisas <strong>de</strong> matemáticos! Todavia,<br />
à terceira, já não me <strong>de</strong>ixei enganar. Agora, não tenho<br />
dúvidas: o senhor ministro pensa que também se po<strong>de</strong><br />
enfrentar algo <strong>de</strong> lado, ou por baixo, ou por cima, ou<br />
por trás, ou mesmo <strong>de</strong> viés… Mas, ó senhor ministro,<br />
acha mesmo que a um forcado (é apenas um exemplo!)<br />
lhe passa alguma vez pela cabeça enfrentar o touro por<br />
trás?!... Hum!... Talvez agora esteja tudo explicado.<br />
Deve ser por andar a enfrentar os problemas por essa<br />
via, ou outra que não seja a frente, que temos <strong>de</strong><br />
“enfrentar <strong>de</strong> frente” 30 alunos numa sala.<br />
Aqui se prova que isto <strong>de</strong> “on<strong>de</strong> cabem 20, cabem<br />
30” não é como “on<strong>de</strong> comem dois, comem três”, ou<br />
seja, não basta acrescentar mais água na panela. Já<br />
agora, senhor ministro: como é que se mete um<br />
elefante numa sala <strong>de</strong> aula?... Resposta: não mete,<br />
porque já lá estão trinta alunos.<br />
Eu aviso: é possível que muitos <strong>de</strong>sses alunos, e<br />
outros (muitos) cheguem a ministros da educação a<br />
“enfrentar os problemas <strong>de</strong> frente” e a ”subir para<br />
próprio que nos caracterizou até aos anos 70 do século<br />
passado e isto é muito positivo.<br />
Iludidos com os direitos das conquistas <strong>de</strong> Abril e dos<br />
fundos europeus, acreditámos que a espiral <strong>de</strong><br />
progresso seria interminável e que o crédito fácil e<br />
barato alimentaria todos os nossos <strong>de</strong>vaneios<br />
consumistas tendo progressivamente abandonado as<br />
preocupações <strong>de</strong> poupança e parcimónia nos gastos,<br />
substituindo-as pela ilusão dos cartões <strong>de</strong> crédito que a<br />
tudo davam acesso, dos gastos imo<strong>de</strong>rados em todos os<br />
setores, da construção sem lei, da espiral <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa<br />
pública, até que um dia fomos obrigados a perceber que<br />
somos pobres e vivíamos ou pretendíamos viver como<br />
ricos. Infelizmente, a situação não é nova, este é um<br />
filme há séculos visto por estas paragens.<br />
E agora, José? Como diria o Cardoso Pires. E agora,<br />
país? Como clamamos todos, sem nos ouvirmos uns aos<br />
outros, atirando para cima <strong>de</strong> terceiros as nossas<br />
próprias culpas. É aqui que nasce a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> reformar o<br />
Estado, que sendo uma i<strong>de</strong>ia estimulante para<br />
discussão, não parece ser suficientemente para nos<br />
resolver os problemas imediatos que temos pela frente.<br />
A situação do país exige uma moratória na disputa<br />
política e a gravida<strong>de</strong> do que está em causa não se<br />
compagina com a habitual alternância partidária, é<br />
necessário e urgente que todos nos sentemos à mesma<br />
mesa, forças políticas, Governo e oposição, empresários<br />
e sindicatos, cidadãos e cidadãs <strong>de</strong> todos os quadrantes<br />
e olhemos para a realida<strong>de</strong> com a objetivida<strong>de</strong> que os<br />
números e a situação real do país impõem.<br />
Então e a Reforma do Estado? Far-se-á, claro, no<br />
tempo próprio e quando estiverem criadas as condições<br />
necessárias, controlada a dívida, mudadas as<br />
mentalida<strong>de</strong>s, alterada a constituição.<br />
professor<br />
Enfrentar os problemas <strong>de</strong> frente,<br />
diz ele… Hum!...<br />
Amélia<br />
Correia<br />
cima” e a “<strong>de</strong>scer para baixo” e “a ver claramente<br />
visto”. Enfim, uma geração <strong>de</strong> poetas, é o que é!...<br />
Hum!...<br />
E retirar horas nas ciências também é “enfrentar <strong>de</strong><br />
frente” o problema? Toda a gente sabe que quanto<br />
menos aulas <strong>de</strong> Física os alunos tiverem, maiores<br />
serão as hipóteses <strong>de</strong> virem a ser cientistas <strong>de</strong> renome.<br />
Tem lógica: os alunos têm poucas aulas <strong>de</strong>ssa<br />
disciplina. Os alunos não se aborrecem. Começam até<br />
a gostar. Torna-se uma vocação, uma verda<strong>de</strong>ira<br />
paixão. Descobrem o meio <strong>de</strong> acabar com a fome e as<br />
doenças. Portugal impõe-se novamente no mundo.<br />
Bem visto!<br />
E, senhor ministro, os professores que varreu para<br />
<strong>de</strong>baixo do tapete, que já nem consegue disfarçar, pois<br />
nem se po<strong>de</strong> andar por cima <strong>de</strong>le , do tapete, sendo<br />
eles, os professores, tantos? O senhor conhece o Sousa<br />
Neto, uma das personagens do Eça?... Não se lembra?!<br />
Então?! Nem parece coisa sua, uma pessoa que<br />
conhece e aprecia Camilo! Então: o Sousa Neto é<br />
aquela personagem que não tem i<strong>de</strong>ias, não sabe nada<br />
e <strong>de</strong>pois vimos a saber que é o ministro da Instrução<br />
Pública… Já se lembra?<br />
Continue a “enfrentar os problemas <strong>de</strong> frente” que<br />
ainda vai figurar condignamente numa galeria <strong>de</strong><br />
caricaturas. E não se esqueça: com os seus<br />
examezinhos e as suas turmazinhas e os seus<br />
planozinhos curriculares, veja lá se não estará a<br />
“recuar para trás”… Hum!<br />
professora do ensino secundário<br />
Francisco<br />
Freire<br />
Omedronheiro (Arbutus<br />
unedo) é arbusto ou<br />
pequena árvore, da gran<strong>de</strong><br />
família das ericáceas,<br />
espontâneo em quase todo o<br />
território continental, po<strong>de</strong>ndo no<br />
entanto atingir os <strong>de</strong>z metros do<br />
formidável companheiro<br />
escondido nos Matos da Ranha. O<br />
seu fruto, o medronho, amadurece<br />
no Outono. A maturação não é<br />
simultânea, pelo que nesta época<br />
do ano convivem na mesma planta<br />
ramalhetes <strong>de</strong> flores brancas e<br />
frutos que divergem entre o<br />
amarelo claro e o vermelho sangue<br />
<strong>de</strong> boi, formando notável<br />
espectáculo.<br />
O medronheiro dá-se bem em<br />
diversos solos e várias companhias,<br />
e não renega o nosso chão mais<br />
pedregoso. Por aqui, as suas matas<br />
<strong>de</strong> maior extensão encontram-se<br />
na Serra do Sicó. Destila-se a<br />
aguar<strong>de</strong>nte alhures, mas é aqui que<br />
a produção é mais copiosa. O<br />
medronho usado é o “vermelhão”,<br />
e em meio-dia <strong>de</strong> trabalho apanha-<br />
-se um bal<strong>de</strong> <strong>de</strong>les. Os frutos são<br />
<strong>de</strong>pois vertidos, ao longo dos dias<br />
ou semanas da apanha, para<br />
recipientes maiores, on<strong>de</strong> se<br />
juntam aos que já se encontram em<br />
fermentação. É conveniente<br />
remexê-los diariamente com uma<br />
vara, ou à medida que se fazem as<br />
adições. Em anos em que o fruto<br />
está menos sumarento, alguns<br />
juntam-lhe água (<strong>de</strong>z litros para<br />
uma barrica <strong>de</strong> sessenta), mas<br />
notem que às uvas também não se<br />
junta água para fazer vinho.<br />
A vagarosa fermentação<br />
prolonga-se até janeiro, criando-se<br />
então uma “nata” branca à<br />
superfície, sinal <strong>de</strong> partida do<br />
material para o alambique (on<strong>de</strong> a<br />
cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve estar<br />
imaculadamente limpa, sem dar<br />
azo à criação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>testável<br />
gosto a queimado). Os custos <strong>de</strong><br />
produção são já assinaláveis, e<br />
interessaria fomentar alternativas<br />
menos onerosas aos apanhadores:<br />
no ano passado o imundo<br />
<strong>de</strong>stilador levou-me um euro e<br />
sessenta por cada litro pingado. É<br />
verda<strong>de</strong> que o <strong>de</strong>stilado é <strong>de</strong>pois<br />
exportado a doze euros para os<br />
simpáticos algarvios, mas essas são<br />
outras contas. Na verda<strong>de</strong>, o<br />
medronho dos cabeços, melhor<br />
porque mais frio, geralmente não<br />
sai daqui.<br />
Quem não tiver pernas para<br />
apanhar fruta po<strong>de</strong> processar<br />
outras matérias, juntando, por<br />
exemplo, 50 quilos <strong>de</strong> batata a dois<br />
quilos <strong>de</strong> cevada germinada, seca<br />
ao ar e pisada. Activida<strong>de</strong>s sãs que<br />
dispensam enxadas e tratores, e<br />
que atraem à região volumes<br />
financeiros não negligenciáveis,<br />
fundamentais na sustentabilida<strong>de</strong><br />
do nosso mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
investigador
20 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Leitores<br />
A direcção do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> recebe com agrado<br />
para publicação a correspondência dos leitores que<br />
tratem <strong>de</strong> questões do interesse público. Reserva-se<br />
o direito <strong>de</strong> seleccionar os trechos mais<br />
importantes das Cartas ao Director, <strong>de</strong>vidamente<br />
i<strong>de</strong>ntificadas, publicadas nesta secção.<br />
direccao@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Miséria e fome no<br />
concelho <strong>de</strong> Caldas<br />
da Rainha<br />
Apontamento musical<br />
A Gran<strong>de</strong> “lacuna ?” <strong>de</strong> Armando Leça<br />
DR<br />
A miséria e a fome grassa por todo<br />
o País e Caldas da Rainha não<br />
escapa. São situações que, dia-adia<br />
progri<strong>de</strong>m, com o crescendo<br />
da crise. Há dias <strong>de</strong>parei-me com<br />
uma situação que muito me<br />
sensibilizou. Vinha a sair do<br />
supermercado Lidle e surgiu uma<br />
senhora a pedir esmola. A sua cara<br />
<strong>de</strong> fome não enganava ninguém.<br />
Perguntei-lhe a ida<strong>de</strong> e disse-me<br />
ter 49 anos, quando aparentava<br />
ter perto <strong>de</strong> 60. Meti a mão ao<br />
bolso e <strong>de</strong>i-lhe uma quantia que<br />
consi<strong>de</strong>rei ser uma boa esmola. A<br />
senhora disse-me então, que eu<br />
era uma pessoa boa e pediu-me<br />
mais qualquer coisa, para dar <strong>de</strong><br />
comer também ao marido e filhos,<br />
nos próximos três dias, altura em<br />
que recebiam qualquer coisa do<br />
Fundo <strong>de</strong> Inserção Social. Acedi<br />
ao seu pedido.<br />
Consi<strong>de</strong>ro que no próximo<br />
orçamento da Câmara tem que ser<br />
inscrita uma verba significativa<br />
para acorrer a este tipo <strong>de</strong><br />
situações, mostrando a nossa<br />
edilida<strong>de</strong> um espírito <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong>, já que o Estado,<br />
com este Governo à frente, está<br />
com Passos Coelho, Vítor Gaspar e<br />
Companhia, nas tintas para estes<br />
dramas. Lutarei por essa inscrição<br />
<strong>de</strong> verba orçamental, com todas as<br />
forças e argumentos. Isto porque a<br />
nossa Câmara, li<strong>de</strong>rada pelo PSD,<br />
também tem tido um<br />
comportamento revelador <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> insensibilida<strong>de</strong><br />
humanitária. O exemplo mais<br />
significativo, <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sumano<br />
procedimento, <strong>de</strong>u-se quando a<br />
Câmara <strong>de</strong>spejou a Associação<br />
Volta a Casa da sua cantina <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong> social, através <strong>de</strong><br />
argumentos <strong>de</strong>scabidos e até<br />
mentirosos, do Dr Fernando Costa<br />
e da vereadora Drª Maria da<br />
Conceição (no fundamental),<br />
como tive ocasião <strong>de</strong> verificar.<br />
Vou bater-me por estas duas<br />
questões com toda a força, porque<br />
por um lado consi<strong>de</strong>ro que a<br />
situação, no País e nas Caldas, se<br />
complica dia-a-dia e, por outro,<br />
dói-me o coração e a alma se nada<br />
fizer.<br />
O mais forte sinal <strong>de</strong> alarme é o<br />
nosso comércio tradicional a falir<br />
e a ameaçar cada vez mais<br />
falências, que acarretam, para a<br />
maioria dos pequenos e médios<br />
empresários, ficarem com uma<br />
mão atrás e oura a frente, sem<br />
nada que os sustente e, claro, com<br />
uma massa enorme <strong>de</strong><br />
trabalhadores no <strong>de</strong>semprego.<br />
Estarei atento ao evoluir da<br />
situação e peço a todos os<br />
cal<strong>de</strong>nses e não só, que o estejam,<br />
igualmente.<br />
Fernando Rocha, <strong>de</strong>putado<br />
municipal do BE, Caldas da<br />
Rainha<br />
facrocha@gmail.com.<br />
Com gran<strong>de</strong> honra para a Câmara Municipal <strong>de</strong><br />
Cascais, esteve patente ao público, no Museu da<br />
Música Portuguesa, uma exposição sobre<br />
Armando Leça, que terminou no pretérito dia 31<br />
<strong>de</strong> Outubro. Este Museu, mais precisamente na<br />
Casa Verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria, reúne os espólios <strong>de</strong> duas<br />
gran<strong>de</strong>s figuras da cultura musical portuguesa:<br />
Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça e,<br />
recentemente, integrou também o acervo doado<br />
pelo Maestro Álvaro Cassuto.<br />
Armando Leça é, sem qualquer dúvida uma<br />
figura incontornável na recolha <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong><br />
registos sonoros, in loco, da música folclórica <strong>de</strong><br />
Portugal, (mais tar<strong>de</strong> Giacometti faria o mesmo e<br />
com a mesma intenção.) Deve-se a Armando Leça<br />
o primeiro registo extensivo ao continente<br />
português <strong>de</strong> música <strong>de</strong> matriz popular e rural que<br />
fez, a propósito da comemoração dos Centenários,<br />
(1140 e 1640). Assim, <strong>de</strong> 1939 a 1940, com o<br />
patrocínio da<br />
Comissão Executiva dos Centenários, e com o<br />
apoio técnico da Emissora Nacional, recolheu 487<br />
registos sonoros representativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z das onze<br />
províncias portuguesas. O projecto previa o<br />
registo sonoro e a sua edição em disco, o que não<br />
chegou a ser concluída.<br />
Em 1959 Armando Leça, a convite da empresa<br />
discográfica Rádio Triunfo, do Porto, coor<strong>de</strong>nou a<br />
edição <strong>de</strong> discos comerciais <strong>de</strong> vinil <strong>de</strong> 45 r.p.m.,<br />
da etiqueta Alvorada. Reuniu 85 discos, num total<br />
<strong>de</strong> 463 faixas interpretadas por grupos<br />
formalmente organizados.<br />
Vem isto a propósito da enorme lacuna,(?) no<br />
panorama nacional, pois a cobertura feita nos<br />
registos <strong>de</strong> Leça não foi contemplada a<br />
Estremadura. Há até quem afirme que Leça teria<br />
dito que do Mon<strong>de</strong>go para baixo (até Lisboa?) não<br />
Contra as<br />
manifestações<br />
<strong>de</strong> rua<br />
É <strong>de</strong> brandar aos céus, pelo o que se<br />
vai vendo através dos nossos<br />
habituais meios <strong>de</strong> comunicação<br />
social, através da escrita e da<br />
televisão. Nunca fui nem sou contra<br />
qualquer manifestação <strong>de</strong> rua, feita<br />
pela nossa população, mas as<br />
pessoas esquecem que não é <strong>de</strong>ste<br />
modo, com tamanho alarido e ruído<br />
que irão atingir os seus<br />
fins...justos!!!<br />
O que quero dizer é que se não<br />
houver diálogo e sobretudo<br />
compreensão <strong>de</strong> ambas as partes,<br />
se cantava. Só que, como o tempo e com os<br />
folcloristas interessados nessa componente da<br />
cultura popular se veio a verificar que a<br />
Estremadura era e foi riquíssima em música <strong>de</strong><br />
matriz popular. A comprová-lo temos quatro<br />
maravilhosos Cancioneiros, a saber: Tradições<br />
Musicais da Estremadura <strong>de</strong> José Alberto<br />
Sardinha, Cancioneiro <strong>de</strong> Entre Mar e Serra da Alta<br />
Estremadura, <strong>de</strong> José Ribeiro <strong>de</strong> Sousa,<br />
Cancioneiro da Região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> António Oleiro<br />
e Cancioneiro Saloio <strong>de</strong> Altino Moreira Cardoso,<br />
para citar só os mais importantes. Com estes<br />
Cancioneiros, a província “mais pobre” (?), é, <strong>de</strong><br />
momento das mais ricas, senão a mais rica.<br />
Não está (ainda) publicada a obra <strong>de</strong> Armando<br />
Leça, por isso é <strong>de</strong>licado estarmos a fazer<br />
afirmações. Mas sabe-se que ele, no seu trabalho<br />
<strong>de</strong> campo ainda passou pela nossa região,<br />
nomeadamente , na etapa 2 (<strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Novembro a<br />
22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1939, período em que<br />
percorreu <strong>de</strong> Azinhaga do Alentejo a Milagres,<br />
<strong>Leiria</strong>. Mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Fevereiro a 18 <strong>de</strong> Abril<br />
<strong>de</strong> 1940, contemplou <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>, Alcanena a<br />
Coimbra. Po<strong>de</strong> ser que o futuro nos reserve<br />
algumas surpresas, o que nos alegraria.<br />
Aguardamos que o acervo das recolhas feitas,<br />
cujo tratamento e digitalização foi iniciado em<br />
2010, graças a uma parceria entre a Câmara<br />
Municipal <strong>de</strong> Matosinhos, que financiou o<br />
projecto, a Rádio Televisão <strong>de</strong> Portugal, RTP,<br />
proprietária da colecção <strong>de</strong> fitas, o Arquivo<br />
Fonográfico <strong>de</strong> Viana <strong>de</strong> Áustria, responsável pela<br />
digitalização e o Instituto <strong>de</strong> Etnomusicologia:<br />
Centro <strong>de</strong> estudos em Música e Dança da<br />
Universida<strong>de</strong> Nova Lisboa nos traga, em breve,<br />
boas notícias.<br />
J. Vicente Narciso<br />
este alarido que nos vai invadindo o<br />
espaço familiar, torna-se<br />
enfadonho e cansativo. É o que se<br />
tem passado, ultimamente. Sou<br />
contra este ruído todo e chego a<br />
pensar que as pessoas são <strong>de</strong><br />
compreensão lenta e possuem<br />
memória <strong>de</strong> galinha. Sempre fui<br />
apartidário, nem ligo à política<br />
portuguesa, mas o que me espanta<br />
DR<br />
mais nesta barafunda é que os<br />
portugueses só se manifestem<br />
agora e nunca no governo anterior,<br />
que governou durante 14 anos.<br />
Porque será? Não foi por milagre<br />
que Salazar ocupou o ca<strong>de</strong>irão do<br />
po<strong>de</strong>r durante 42 anos!!!, mas,<br />
infelizmente, nunca existiu neste<br />
pequeno rectângulo que é Portugal<br />
qualquer político que fosse capaz<br />
<strong>de</strong> fazer melhor do que ele próprio –<br />
apenas uma excepção – o General<br />
Sem Medo, o general Humberto<br />
Delgado, que teve a ousadia <strong>de</strong> o<br />
enfrentar, afirmando: “Obviamente<br />
que o <strong>de</strong>mito!”, acabando por ser<br />
assassinado pelo regime.<br />
Certamente que ninguém <strong>de</strong>seja<br />
regressar ao passado, mas enquanto<br />
não houver políticos capazes <strong>de</strong><br />
governar com lealda<strong>de</strong> e fazer<br />
aquilo que aceitam e fazem,<br />
Portugal arrisca-se a per<strong>de</strong>r a sua<br />
própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
O mínimo que se pe<strong>de</strong> a todo este<br />
Portugal é que não perca a<br />
serenida<strong>de</strong> e esperança por<br />
melhores dias – eu talvez seja dos<br />
poucos que acredita num futuro<br />
melhor para toda esta nova<br />
geração.<br />
Não é assim, com toda a classe<br />
política portuguesa a continuar<br />
impune a todos os crimes que vão<br />
praticando enquanto po<strong>de</strong>r – que se<br />
resolve a actual crise política que<br />
eles próprios semearam. Resolve--<br />
se, sim, combatendo, dia-a-dia,<br />
todo este regabofe e corrupção que<br />
estão instalados na nossa<br />
socieda<strong>de</strong>.<br />
Actualmente, a nossa política<br />
baseia-se muito simplesmente em<br />
jogos florais, neste palco que é<br />
Portugal, e on<strong>de</strong> os artistas<br />
(políticos) vão ensaiando várias<br />
danças (medidas <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong>),<br />
<strong>de</strong> modo a entreter o nosso pobre<br />
povo (que continua impávido e<br />
sereno). Todos os dias, vamos<br />
assistindo a este triste espectáculo,<br />
on<strong>de</strong> os nossos políticos continuam<br />
<strong>de</strong> orelhas moucas. Assim é<br />
impossível em águas calmas. Hoje<br />
temos a factura <strong>de</strong> toda uma má<br />
governação, após o 25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong><br />
1974. Deixo aqui uma pergunta:<br />
Quem viveu muito acima das suas<br />
possibilida<strong>de</strong>s foi, e será sempre, a<br />
nossa classe política e seus<br />
compadrios. Agora, não nos peçam<br />
mais sacrifícios, pois sabemos <strong>de</strong><br />
antemão que somos nós os principais<br />
alvos a abater. Assim, sugeria<br />
que nas próximas eleições autárquicas<br />
nenhum eleitor fosse votar. Só<br />
assim conseguiremos dar uma valente<br />
bofetada aos nossos políticos.<br />
Luís Manuel Gabriel, Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>
Economia<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 21<br />
PUBLICIDADE<br />
Marca própria é um seguro<br />
que dá mais valor ao produto<br />
Mais-valia Dirigida ao consumidor final ou à indústria, a marca própria comunica<br />
os atributos do produto e transmite confiança aos agentes da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Po<strong>de</strong> não ser “imprescindível”,<br />
mas “é meio caminho andado<br />
para o sucesso”. A marca própria<br />
“é um seguro, dá mais valor ao<br />
produto”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> João Carlos<br />
Oliveira. O presi<strong>de</strong>nte da Young &<br />
Rubicam Portugal lembra que ter<br />
uma marca <strong>de</strong>vidamente registada<br />
dá ao produto uma garantia<br />
que <strong>de</strong> outra forma não teria. “Os<br />
produtos são fáceis <strong>de</strong> copiar, as<br />
marcas não”.<br />
O responsável consi<strong>de</strong>ra que<br />
nem todos os empresários estão<br />
ainda conscientes “daquilo que a<br />
marca po<strong>de</strong> fazer pelo produto” e<br />
frisa que a escassez <strong>de</strong> verbas<br />
para investir numa marca não<br />
<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sculpa. “Qualquer investimento<br />
feito na marca tem<br />
gran<strong>de</strong> retorno”.<br />
João Oliveira diz que “as marcas<br />
são como as pessoas”, têm <strong>de</strong> ter<br />
uma personalida<strong>de</strong>, um carácter e<br />
um estilo. Este aspectos têm <strong>de</strong> estar<br />
bem <strong>de</strong>finidos e a marca tem<br />
<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r aos anseios do segmento<br />
on<strong>de</strong> se posicionou. “A<br />
marca não se cria para agradar a<br />
todos”.<br />
“A marca própria é um capital<br />
intangível que, usado da forma<br />
a<strong>de</strong>quada, cria valor e oferece um<br />
gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mais valias”,<br />
aponta Hél<strong>de</strong>r Guerreiro. O supply<br />
chain manager da Crisal acrescenta<br />
que “uma marca própria<br />
forte oferece confiança a todos os<br />
agentes envolvidos na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
valor”.<br />
Por outro lado, mesmo quando<br />
se trabalha para private label (marca<br />
do cliente), ter marca própria<br />
“representa uma importante mais<br />
valia” para se conseguir uma “posição<br />
vantajosa nos processos <strong>de</strong><br />
sourcing, muito exigentes e competitivos”.<br />
Tendo em conta o nível<br />
<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> existente no<br />
sector, “torna-se até um dos factores<br />
críticos <strong>de</strong> sucesso”.<br />
“Os agentes confiam muito<br />
mais, no caso <strong>de</strong> haver a tal marca<br />
própria, quer na qualida<strong>de</strong> quer<br />
na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitar eventuais<br />
problemas (que se forem mediáticos<br />
afectam <strong>de</strong> forma negativa a<br />
imagem <strong>de</strong> todos os intervenientes<br />
na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor), estando<br />
por vezes até dispostos a pagar um<br />
pouco mais por isso. A marca própria<br />
tem por isso payback”, afirma<br />
Hél<strong>de</strong>r Guerreiro.<br />
“Os produtos são fáceis <strong>de</strong> copiar, as marcas não”<br />
“Embora normalmente se i<strong>de</strong>ntifiquem<br />
as marcas com produtos<br />
ou serviços dirigidos ao consumidor<br />
final, [ela] é importante em todos<br />
os segmentos e para todos os<br />
produtos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Jorge Santos.<br />
“Na área industrial, o nome da<br />
empresa funciona como uma marca,<br />
influenciada pela notorieda<strong>de</strong><br />
construída por essa empresa e,<br />
mesmo <strong>de</strong>sconhecendo a sua activida<strong>de</strong>,<br />
somos levados a tomar<br />
uma posição quanto à sua recomendação”,<br />
acrescenta o directorgeral<br />
da Vipex. “Uma marca é por<br />
<strong>de</strong>finição um percurso intangível,<br />
facto que contribui para a<br />
sua própria sustentabilida<strong>de</strong><br />
como vantagem competitiva, pois<br />
permite gerar um fluxo <strong>de</strong> ganhos<br />
ao longo do tempo, beneficiando<br />
as empresas e as suas estratégias”.<br />
O empresário enten<strong>de</strong> que, antes<br />
<strong>de</strong> mais, é preciso que a empresa<br />
“tenha uma estratégia e um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio em que seja<br />
claro o seu posicionamento”. A<br />
Posicionamento<br />
Marcas próprias ou parcerias<br />
São diferentes as estratégias das<br />
empresas ouvidas. Carfi é uma<br />
marca registada para business<br />
to business (B2B). O grupo da<br />
Marinha Gran<strong>de</strong> tem ainda a<br />
marca Grada Europe, <strong>de</strong> artigos<br />
para jardinagem, agricultura e<br />
indústria, lavadoras automáticas<br />
<strong>de</strong> carros e fechaduras<br />
electrónicas. Também o nome<br />
Vipex funciona como marca<br />
industrial, já que a empresa não<br />
ven<strong>de</strong> directamente ao<br />
RICARDO GRAÇA<br />
marca “<strong>de</strong>ve ser construída <strong>de</strong><br />
forma a i<strong>de</strong>ntificar e a dar sentido<br />
aos atributos consi<strong>de</strong>rados críticos<br />
para os produtos ou serviços oferecidos<br />
no mercado”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Para Guida Figueiredo, uma<br />
marca “é um símbolo que garante<br />
um conjunto <strong>de</strong> pressupostos com<br />
os quais [a empresa] se compromete:<br />
qualida<strong>de</strong>, serviço após venda,<br />
durabilida<strong>de</strong>”. A administradora<br />
da Carfi <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a marca<br />
é importante em todos os segmentos<br />
em que “acrescente valor<br />
e permita gerar a riqueza que o<br />
produto sem marca não conseguiria”.<br />
Para que possa <strong>de</strong>stacarse<br />
no mercado, é precisa uma estratégia<br />
“claramente <strong>de</strong>finida e<br />
a<strong>de</strong>quada capacida<strong>de</strong> financeira”.<br />
consumidor final, trabalhando<br />
antes em parceria com marcas<br />
<strong>de</strong> “gran<strong>de</strong> notorieda<strong>de</strong>” que o<br />
fazem, como a Pyrex ou a<br />
Krups, entre outras. A Crisal,<br />
que produz e comercializa vidro<br />
<strong>de</strong> mesa, tem marcas próprias<br />
em todas as suas linhas <strong>de</strong><br />
produto. A Libbey é<br />
usada no segmento <strong>de</strong><br />
foodservice, a Royal Leerdam<br />
no segmento <strong>de</strong> retalho e a<br />
Crisal no B2B.
22 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Economia<br />
Jantar-conferência com ex-ministro da Saú<strong>de</strong><br />
Recursos humanos são factor<br />
crítico na estratégia empresarial<br />
Porto <strong>de</strong> Mós<br />
Pedreiras<br />
em expansão<br />
para satisfazer<br />
procura asiática<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A estratégia não é apenas para<br />
gran<strong>de</strong>s empresas e num mundo<br />
globalizado ganha importância<br />
acrescida para as PME, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />
Luís Filipe Pereira num jantar-conferência<br />
na Nerlei, a semana passada.<br />
O ex-ministro da Saú<strong>de</strong> lembrou<br />
que os recursos humanos “são<br />
críticos” na estratégia <strong>de</strong> qualquer<br />
empresa, mas admitiu que nem<br />
sempre o discurso correspon<strong>de</strong> à<br />
prática.<br />
Como motivar e remunerar são<br />
aspectos nem sempre <strong>de</strong>vidamente<br />
equacionados. “Nas socieda<strong>de</strong>s<br />
oci<strong>de</strong>ntais, a questão nunca resolvida<br />
é a da motivação das pessoas”,<br />
disse o orador, que apontou outras<br />
áreas directamente relacionadas<br />
com a estratégia: novos mercados,<br />
novos produtos e inovação.<br />
O gestor frisou que gestão estratégica<br />
e gestão operacional “são<br />
coisas diferentes”. A última está<br />
mais relacionada com aspectos<br />
como eficiência e eficácia e, embora<br />
importante, não o é tanto como<br />
a primeira. “Se me engano na estratégia<br />
posso pôr toda a empresa<br />
em risco”, distinguiu.<br />
Para Luís Filipe Pereira, “a estratégia<br />
é uma atitu<strong>de</strong>”, sendo o planeamento<br />
estratégico uma técnica<br />
que permite “passar a estratégia<br />
para o terreno”. O orador <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />
Exportações adornam<br />
Leonel<br />
Pontes<br />
Luís Filipe Pereira e Jorge Santos<br />
Numa revolução pacífica – a última<br />
“ revolução histórica da Suécia – a<br />
aristocracia sueca <strong>de</strong>punha em 1809 o Rei<br />
Gustavo IV, que consi<strong>de</strong>ravam<br />
incompetente, e surpreen<strong>de</strong>ntemente convidaram<br />
Jean Baptiste Bernardotte, um General francês que<br />
esteve ao serviço do seu inimigo Napoleão, para se<br />
tornar rei da Suécia. Bernardotte aceitou e tornou-se o<br />
rei Carlos XIV; os seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes ocupam ainda<br />
hoje o trono sueco”. Esta <strong>de</strong>cisão faz parte da história<br />
<strong>de</strong> um país que hoje é nosso parceiro, próspero, da<br />
União Europeia, on<strong>de</strong> Portugal vai empobrecendo,<br />
mesmo produzindo alguma coisinha ven<strong>de</strong>ndo-a, por<br />
vezes, abaixo do preço <strong>de</strong> custo, <strong>de</strong> modo a que entre<br />
algum dinheiro na caixa <strong>de</strong> modo a solver os<br />
compromissos mais imediatos, nem mesmo assim<br />
essa “coisinha” sai do país.<br />
Crédito, para aquisição <strong>de</strong> matérias-primas não<br />
existe e para o exercício corrente a banca também não<br />
financia. E, enquanto isto, os políticos não cuidam <strong>de</strong><br />
saber o que <strong>de</strong> facto se passa, andam num afã <strong>de</strong> não<br />
per<strong>de</strong>rem oportunida<strong>de</strong>s eleitorais.<br />
Mas, como se tudo isto fosse pouco, os<br />
“estivadores” paralisam as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga e<br />
<strong>de</strong>scarga nos portos, extremando posições, como se<br />
vivessem num país rico. Assim o navio vai ao fundo. E<br />
<strong>de</strong>pois? Depois o país está falido, embora com uma tia<br />
rica e chata que vive lá longe, assessorada, ou<br />
assessorando, essa trempe que ab initio foi constituída<br />
para ajudar os países em dificulda<strong>de</strong>s, uma trempe<br />
que a pretexto <strong>de</strong> uns conselhos vai extorquindo<br />
todos os cêntimos. E prova disso é essa a União passou<br />
mais <strong>de</strong> três décadas a “impingir boas soluções” que<br />
só agora vêem que foram <strong>de</strong>sastrosas e daí uma<br />
incomensurável dívida, que jamais teremos condições<br />
<strong>de</strong> pagar, mesmo seguindo as teorias avançados em<br />
Bretton Wood quando <strong>de</strong>corria o ano <strong>de</strong> 1944; questão<br />
que mereceria ser “refundada”. Esta sim.<br />
O povo vai entrando em colapso. E, se é certo que a<br />
coisa para alguns vai chegando para a broa, <strong>de</strong> há<br />
muito que outros nem broa, nem conduto, nem<br />
dinheiro, nem emprego, nem casa, nem cabeça com<br />
capacida<strong>de</strong> para pensar. Em <strong>de</strong>mocracia temos <strong>de</strong><br />
tomar as melhores soluções. Faria sentido <strong>de</strong>por o rei<br />
da cavacada? Sempre haveríamos <strong>de</strong> encontrar<br />
alguém que tomasse conta da ca<strong>de</strong>ira, nem que<br />
tivéssemos <strong>de</strong> oferecer o lugar ao inimigo, como o<br />
fizera a Suécia. Hoje vivem felizes e nós angustiados e<br />
enquanto a economia se afunda e as exportações<br />
adornam, essa é que é a verda<strong>de</strong>.<br />
TOC<br />
RAQUEL DE SOUSA SILVA<br />
Enquadramento estratégico<br />
Nerlei ambiciona “agregar para <strong>de</strong>senvolver”<br />
Transformar o distrito numa das<br />
regiões mais atractivas,<br />
competitivas e prósperas <strong>de</strong><br />
Portugal em 2020 é um dos<br />
objectivos da estratégia da Nerlei<br />
para os próximos anos.<br />
Apresentado a semana passada, o<br />
documento <strong>de</strong> enquadramento<br />
estratégico surge num momento<br />
em que “o futuro apresenta<br />
gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios” e o País “está<br />
sem rumo”, disse na ocasião Jorge<br />
Santos. “Agregar para<br />
<strong>de</strong>senvolver” é o mote da<br />
estragégia da associação, que<br />
passa por aumentar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
influência e a participação nas<br />
<strong>de</strong>cisões políticas regionais, entre<br />
outros aspectos. “Temos <strong>de</strong> ser<br />
senhores do nosso <strong>de</strong>stino e não<br />
vítimas”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o presi<strong>de</strong>nte<br />
da Nerlei.<br />
que mesmo em empresas sem<br />
gran<strong>de</strong>s equipas é possível fazer<br />
planeamento estratégico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que o empresário “<strong>de</strong>fina o que<br />
quer para o futuro, transmita isso<br />
à equipa e envolva as pessoas”.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que “o gran<strong>de</strong> problema”<br />
da economia portuguesa<br />
são os baixos níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
que se arrastam há décadas,<br />
o gestor admitiu, no entanto, que<br />
para já é premente resolver o problema<br />
financeiro do País. Disse<br />
que a internacionalização po<strong>de</strong> ser<br />
uma das respostas para o crescimento,<br />
embora reconheça que as<br />
pequenas e médias empresas po<strong>de</strong>m<br />
ter dificulda<strong>de</strong>s acrescidas<br />
nesse processo, por razões como a<br />
falta <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> recursos<br />
humanos qualificados. Mesmo<br />
assim, é preciso que Portugal<br />
atinja uma percentagem <strong>de</strong> exportações<br />
semelhante à <strong>de</strong> países da<br />
sua dimensão.<br />
O ex-ministro da Saú<strong>de</strong> falou<br />
também sobre esta área, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />
que o Estado não tem <strong>de</strong> ser<br />
o único actor no Serviço Nacional<br />
(SNS). Admitiu que no sector público<br />
“não há os mecanismos <strong>de</strong><br />
gestão e <strong>de</strong> motivação” dos funcionários<br />
que há no privado, o que<br />
leva a que “o nivelamento se faça<br />
por baixo”. Mas frisou que “temos<br />
bons profissionais” e “boa qualida<strong>de</strong><br />
na prestação dos cuidados <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong>”.<br />
Veja mais<br />
anúncios<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
na página<br />
29<br />
Para saber<br />
como<br />
anunciar na<br />
secção <strong>de</strong><br />
classificados<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ligue<br />
244 800400<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ As vendas <strong>de</strong> rocha ornamental<br />
para o mercado asiático continuam<br />
a ser <strong>de</strong> tal forma expressivas<br />
junto das empresas <strong>de</strong> exploração<br />
e transformação <strong>de</strong> Porto<br />
<strong>de</strong> Mós que, nó na última Assembleia<br />
Municipal, três socieda<strong>de</strong>s<br />
(Extrarústico, Bentos e Marmorrimal)<br />
pediram à autarquia que consi<strong>de</strong>rasse<br />
os seus projectos <strong>de</strong> interesse<br />
público municipal, para<br />
po<strong>de</strong>rem ampliar pedreiras e, assim,<br />
satisfazerem a procura da<br />
China e da Índia por calcário ornamental<br />
semi-rijo.<br />
Embora as pedreiras se situem<br />
em área protegida do Parque Natural<br />
das Serras <strong>de</strong> Aire e Can<strong>de</strong>eiros,<br />
a resposta da Assembleia<br />
Municipal às empresas foi favorável,<br />
na medida em que, aponta<br />
Albino Januário, vereador da Economia,<br />
a indústria extractiva é<br />
“um dos maiores pilares do concelho”.<br />
E o mercado externo, sublinha,<br />
tem sido a saída para que as<br />
empresas se mantenham no activo.<br />
Para a Extrarústico, que tem na<br />
China um dos principais mercados-alvo,<br />
licenciar a pedreira <strong>de</strong><br />
Salgueiras, no Arrimal, permitirá<br />
ampliar a exploração <strong>de</strong> 17 mil<br />
para 23 mil metros quadrados,<br />
conferindo-lhe uma capacida<strong>de</strong><br />
média anual <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> dois mil<br />
metros cúbicos, ao longo <strong>de</strong> 17<br />
anos.<br />
Com a ampliação da exploração<br />
existente no Codaçal, a Pia das<br />
Lages, a empresa Bentos aumentará<br />
a área licenciada <strong>de</strong> 7 mil para<br />
42 mil metros quadrados, o que<br />
permitirá manter os actuais 16<br />
postos <strong>de</strong> trabalho. O seu objectivo<br />
é satisfazer os mercados emergentes<br />
da China e da Índia, e assim<br />
ultrapassar o facto <strong>de</strong> o mercado<br />
nacional <strong>de</strong> calcário ornamental se<br />
encontrar “bastante reduzido e<br />
estagnado em baixa”.<br />
Com o licenciamento <strong>de</strong> quase<br />
17 mil metros quadrados da pedreira<br />
Cabeço Ve<strong>de</strong>iro, em Serro<br />
Ventoso, a empresa Marmorrimal<br />
irá regularizar a activida<strong>de</strong> da exploração,<br />
que será economicamente<br />
viável durante 18 anos.<br />
Criar três empregos <strong>de</strong> imediato e<br />
outros, <strong>de</strong> futuro, são as metas<br />
<strong>de</strong>ste projecto.<br />
Tal como noticiou recentemente<br />
o JORNAL DE LEIRIA, só nos três<br />
primeiros três meses do ano, Portugal<br />
exportou 86,8 milhões <strong>de</strong><br />
euros <strong>de</strong> rochas ornamentais, mais<br />
28% do que no período homólogo,<br />
sendo que boa parte dos calcários<br />
são extraídos da região.
Economia<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 23<br />
Director da Autoeuropa fala em <strong>Leiria</strong><br />
António Pires, director geral da Autoeuropa, vai<br />
estar em <strong>Leiria</strong> no dia 28, para uma conferência na<br />
Nerlei, a partir das 18 horas. Falará sobre a<br />
tendência <strong>de</strong> evolução da indústria na Europa, a<br />
que se seguirá um jantar informal, <strong>de</strong> networking.<br />
Empresa <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> assinala 25 anos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
inCentea quer continuar a crescer<br />
incorporando novas empresas<br />
Fátima<br />
Restauração<br />
luta contra<br />
IVA a 23%<br />
Grupo conta actualmente com 200 colaboradores<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A administração da inCentea está<br />
a estudar sete possíveis operações<br />
<strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> empresas. Destas,<br />
duas “são muito boas” no contexto<br />
da estratégia do grupo <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, porque complementam o<br />
seu produto e acrescentam-lhe dimensão,<br />
explica António Poças.<br />
Crescer com base num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
fusão/incorporação <strong>de</strong> empresas<br />
continua a ser a estratégia seguida<br />
porque, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 11 operações,<br />
mostrou dar os frutos <strong>de</strong>sejados, explica<br />
o presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração. “Po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>cidir<br />
que não queríamos crescer e isso<br />
não teria mal nenhum. O problema<br />
é que aquelas operações estão no<br />
mercado e se não as fizermos nós<br />
outros farão”, diz. “E do ponto <strong>de</strong><br />
vista do nosso mo<strong>de</strong>lo estratégico,<br />
elas fazem sentido, porque queremos<br />
que todas as nossas unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> negócio tenham dimensão, para<br />
po<strong>de</strong>rem internacionalizar-se, o<br />
que não acontece actualmente”,<br />
explica.<br />
Também na internacionalização<br />
o mo<strong>de</strong>lo seguido pela inCentea é<br />
inovador, já que se associou a empresas<br />
que, no mercado nacional,<br />
são suas concorrentes. Através da<br />
Primacis, está presente em Cabo<br />
Ver<strong>de</strong>, Angola e Moçambique. O<br />
objectivo é entrar no Brasil no próximo<br />
ano, mas António Poças reconhece<br />
que isso implica procurar<br />
nichos <strong>de</strong> mercado que não impliquem<br />
o recurso ao software <strong>de</strong> gestão<br />
Primavera, no qual a empresa <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> sustentou a sua internacionalização,<br />
mas que não está disponível<br />
para o mercado brasileiro.<br />
Entretanto vai ser aumentado o<br />
capital social para 800 mil euros,<br />
Os números<br />
68<br />
são os accionistas da inCentea.<br />
Do total, 82% são colaboradores<br />
da empresa<br />
12<br />
é o número <strong>de</strong> empresas<br />
incorporadas no Grupo<br />
inCentea. As primeiras foram a<br />
Leirisic e a Datamex (2004),<br />
seguiram-se a Pluriproj e a<br />
Sitework (2006), Codi, Teleleiria,<br />
Voznet, Leiritel e Expert (2010),<br />
JLM, Microponto e Arbol (2012)<br />
parte do qual reservado apenas<br />
para novos accionistas. “Ter muitos<br />
accionistas é uma opção. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que é o caminho mais correcto<br />
por várias razões”, diz o empresário.<br />
“Aumenta a nossa responsabilida<strong>de</strong><br />
enquanto gestores e prepara-nos<br />
para o futuro. Por outro<br />
lado, ter mais accionistas significa<br />
arranjar mais dinheiro para a activida<strong>de</strong>”,<br />
exemplifica. “Felizmente<br />
ainda temos financiamento bancário,<br />
mas achamos que há operações<br />
que não <strong>de</strong>vem ser financiadas<br />
na banca”, acrescenta.<br />
De Leirisic a inCentea<br />
Aquilo que é hoje o grupo inCentea<br />
nasceu há 25 anos, com a constituição<br />
da Leirisic, que tinha três<br />
funcionários e <strong>de</strong>z accionistas. António<br />
Poças era o único que per-<br />
tencia a ambos os lados. Integrada<br />
num grupo industrial, “herdou uma<br />
forma <strong>de</strong> gerir e <strong>de</strong> estar rigorosa e<br />
com metodologias nada típicas”<br />
<strong>de</strong> uma empresa da sua dimensão.<br />
Em 2000, após alguns constrangimentos<br />
na estratégia a seguir e<br />
porque o grupo empresarial ven<strong>de</strong>u<br />
os seus principais ativos, cinco colaboradores<br />
(António Poças, Rui<br />
Silva, Miguel Lopes, Pedro Pereira<br />
e Luís Barreiro, todos ainda na in-<br />
Centea) adquiriram a maioria do capital<br />
da Leirisic numa operação <strong>de</strong><br />
MBO (Management Buy-Out).<br />
A terceira fase mais marcante na<br />
história da empresa foi em 2004,<br />
com a integração da Datamex.<br />
“Este foi um momento <strong>de</strong>terminante<br />
para o futuro, porque foi o<br />
materializar da estratégia [<strong>de</strong> incorporação].<br />
Houve contudo muitas<br />
dificulda<strong>de</strong>s durante o processo”,<br />
reconhece António Poças. Depois<br />
<strong>de</strong> afinados todos os <strong>de</strong>talhes<br />
foi mudada a <strong>de</strong>signação para<br />
inCentea.<br />
Em 2007 avançou o projeto <strong>de</strong><br />
internacionalização, que constitui<br />
o quarto marco da história. Foi assumido<br />
que esse passo seria dado<br />
em parceria com outras empresas,<br />
Várias iniciativas previstas<br />
25 anos comemorados entre Outubro e Abril<br />
As comemorações dos 25 anos da<br />
inCentea iniciaram-se a 19 <strong>de</strong><br />
Outubro com a inauguração <strong>de</strong><br />
uma exposição <strong>de</strong> fotografia sobre<br />
tecnologia, no Museu da Imagem<br />
em Movimento, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, no<br />
mesmo dia, a empresa ter sido<br />
anfitriã <strong>de</strong> uma iniciativa que<br />
reuniu, no Castelo <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
diversas empresas da Re<strong>de</strong> PME<br />
Inovação Cotec e on<strong>de</strong> esteve<br />
“juntando assim recursos e partilhando<br />
o risco”.<br />
A “aposta continuada nas pessoas<br />
e o incentivo à participação em<br />
projetos fora da empresa” levaram<br />
à colaboração numa série <strong>de</strong> projetos<br />
<strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Social<br />
das Organizações que uniram e<br />
motivaram toda a equipa, diz António<br />
Poças.<br />
A partir <strong>de</strong> 2011, essa motivação<br />
levou a uma “vaga <strong>de</strong> fundo”, li<strong>de</strong>rada<br />
pela recentemente criada Direcção<br />
<strong>de</strong> Inovação. “Esta aposta<br />
permitiu inúmeras iniciativas com<br />
o envolvimento <strong>de</strong> muitos parceiros<br />
<strong>de</strong> negócio e reflectiu-se também na<br />
área do marketing, numa perspectiva<br />
<strong>de</strong> perceber melhor o cliente e<br />
fornecer-lhe mais valor”. No mesmo<br />
ano a empresa entrou para a<br />
Re<strong>de</strong> PME Inovação Cotec.<br />
“Cada um <strong>de</strong>stes momentos foi<br />
marcante, à sua maneira, com parcerias<br />
e motivações diferentes. O<br />
que somos hoje é fruto da mistura<br />
<strong>de</strong>sses cinco momentos”, diz o empresário.<br />
Com 200 colaboradores, o<br />
grupo <strong>de</strong>verá obter este ano um volume<br />
<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 9,1 milhões <strong>de</strong><br />
euros, sendo que mais <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong>verá<br />
vir dos mercados externos.<br />
presente também o director-geral<br />
<strong>de</strong>sta associação, Daniel Bessa. As<br />
comemorações prosseguem com a<br />
Convenção inCentea, prevista para<br />
o início <strong>de</strong> Fevereiro, o lançamento<br />
<strong>de</strong> um livro sobre a história da<br />
empresa e um ciclo <strong>de</strong> conversas<br />
sobre vários temas. Terminam<br />
com um evento aberto à família<br />
inCentea e à comunida<strong>de</strong>, em Abril<br />
do ano que vem.<br />
DR<br />
❚ A Escola <strong>de</strong> Hotelaria <strong>de</strong> Fátima<br />
acolhe hoje, pelas 16 horas, um<br />
encontro entre responsáveis da<br />
Associação Empresarial Ourém-<br />
Fátima e empresários <strong>de</strong> restauração<br />
do concelho <strong>de</strong> Ourém, a<br />
propósito da acção reivindicativa<br />
<strong>de</strong> baixa do IVA no sector. Além da<br />
apresentação do Movimento Empresarial<br />
Restauração (MNER),<br />
haverá um <strong>de</strong>bate entre os participantes<br />
sobre a “difícil situação<br />
em que se encontra o sector da<br />
restauração”. Amanhã, às 16 horas,<br />
no Teatro Miguel Franco, em <strong>Leiria</strong>,<br />
rea-liza-se iniciativa semelhante. A<br />
Acilis, em parceria com aquele<br />
movimento e com as associações<br />
comerciais da Marinha Gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
Pombal, vai dar a conhecer as<br />
acções a empreen<strong>de</strong>r este mês em<br />
<strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>scida do IVA na restauração.<br />
Também será apresentado<br />
aquele movimento nacional e está<br />
prevista a intervenção <strong>de</strong> quatro<br />
presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> câmara. Um estudo<br />
recente que a PriceWaterhouseCooper<br />
e a Espanha & Associados <strong>de</strong>senvolveram<br />
para a associação<br />
AHRESP dá conta que manutenção<br />
do IVA em 23% po<strong>de</strong> levar a uma<br />
redução do volume <strong>de</strong> negócios<br />
que po<strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>r a 1750 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, entre 2011 e 2013, ao <strong>de</strong>saparecimento<br />
<strong>de</strong> 39 mil empresas<br />
e à extinção <strong>de</strong> 99 mil empregos.<br />
Na segunda-feira, 19, cumpre-se o<br />
dia sem restaurantes, dando início<br />
a uma semana <strong>de</strong> protestos.<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Minipreço abre<br />
nova loja em<br />
franchising<br />
❚ A partir do próximo dia 30, a<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> contará com uma<br />
nova loja Minipreço, situada na<br />
Rua Capitão Mouzinho <strong>de</strong> Albuquerque<br />
(junto à escola do 1º ciclo<br />
do Arrabal<strong>de</strong>). Será a oitava loja<br />
franchisada <strong>de</strong> José Fernan<strong>de</strong>s,<br />
cuja aposta, explica o empresário<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, incidirá na fruta,<br />
legumes e peixe fresco, além <strong>de</strong><br />
pão e charcutaria. A loja manterá<br />
sete colaboradores da anterior<br />
gestão (do Ponto Fresco), empregando,<br />
além <strong>de</strong>stes, mais sete funcionários.<br />
Para José Fernan<strong>de</strong>s,<br />
vale a pena investir em “lojas <strong>de</strong><br />
proximida<strong>de</strong>, com serviços <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> a preços apelativos”. A<br />
próxima loja, adianta o empresário,<br />
abrirá no Paião, na<br />
Figueira da Foz, e vai criar 16 postos<br />
<strong>de</strong> trabalho.
24 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Economia<br />
ACEGE discute amor como critério <strong>de</strong> gestão<br />
António Pinto Leite, presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
Cristã <strong>de</strong> Empresários e Gestores (ACEGE) está hoje<br />
em <strong>Leiria</strong> para falar sobre o amor como critério <strong>de</strong><br />
gestão. O evento <strong>de</strong>verá começar às 20:30 horas,<br />
nas instalações da Nerlei.<br />
Vinhos Goanvi festeja<br />
estatuto PME Lí<strong>de</strong>r<br />
com clientes<br />
DR<br />
Alcobaça Workshop<br />
sobre estratégias <strong>de</strong><br />
internacionalização<br />
Lançamento Livro<br />
ensina a ser<br />
profissional freelancer<br />
Caldas da Rainha<br />
Activida<strong>de</strong> empresarial<br />
analisada em encontro<br />
A se<strong>de</strong> da Goanvi, em Alcobaça, é o<br />
local escolhido para festejar a<br />
atribuição do Estatuto PME Lí<strong>de</strong>r e<br />
a obtenção da certificação segundo<br />
a norma IFS FOOD. O evento<br />
<strong>de</strong>corre no dia 20, com a presença<br />
<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s, clientes e instituições<br />
ligadas ao sector do vinho. A<br />
empresa é especialista na prestação<br />
<strong>de</strong> serviços na área dos vinhos e <strong>de</strong><br />
Janeiro a Outubro facturou mais <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>z milhões <strong>de</strong> euros, informa em<br />
comunicado.<br />
O Your Hotel & SPA, em Alcobaça,<br />
acolhe no dia 21 um workshop sobre<br />
estratégias para a internacionalização.<br />
O evento tem início às 9<br />
horas e vai abordar aspectos como<br />
os motivos que levam as empresas<br />
a internacionalizar-se, a selecção<br />
dos mercados externos, as formas<br />
<strong>de</strong> entrada nesses mercados<br />
(exportação directa ou indirecta,<br />
parcerias, investimento e<br />
aquisições). Será ainda apresentado<br />
um caso prático.<br />
Como ser freelancer é o nome do<br />
livro (ebook e papel) <strong>de</strong> Luciano<br />
Larrossa já disponível no<br />
mercado.Trata-se <strong>de</strong> um manual<br />
prático que aborda vários aspectos e<br />
preten<strong>de</strong> ajudar quem quer<br />
começar uma carreira neste regime.<br />
Explica como conseguir clientes e<br />
gerir o orçamento, entre outros<br />
aspectos. Luciano Larrossa é<br />
jornalista, precisamente freelancer,<br />
e colabora sobretudo com o Região<br />
<strong>de</strong> Cister, em Alcobaça.<br />
Realiza-se na quarta-feira, dia 21, no<br />
auditório da Expoeste, em Caldas<br />
da Rainha, o primeira sessão <strong>de</strong><br />
trabalho com empresas do<br />
concelho, no âmbito da iniciativa<br />
Encontros para a Competitivida<strong>de</strong>. O<br />
objectivo é <strong>de</strong>bater temas como a<br />
inovação, criativida<strong>de</strong>,<br />
internacionalização e<br />
financiamento, num ambiente<br />
facilitador <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiências<br />
e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> crescimento.<br />
Empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
Faz-te à vidaensina<br />
jovens em <strong>Leiria</strong><br />
Decathlon recebeu 150 mil clientes em <strong>Leiria</strong><br />
DR<br />
Inovação Helena<br />
Coelho é embaixadora<br />
da cavala <strong>de</strong> Peniche<br />
Prosseguindo a sua estratégia <strong>de</strong><br />
capacitação dos jovens para o<br />
mundo profissional e <strong>de</strong><br />
estimulação do espírito<br />
empreen<strong>de</strong>dor leiriense, a<br />
Associação Fazer Avançar (AFA)<br />
organiza, em conjunto com a<br />
SEDES, a sua primeira<br />
Conferência <strong>de</strong><br />
Empreen<strong>de</strong>dorismo, no auditório<br />
da Associação Empresarial da<br />
Região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. O evento realizase<br />
no próximo sábado, com início<br />
às 9:30 horas e prolongando-se<br />
até ao fim do dia. Segundo a<br />
coor<strong>de</strong>nadora do projecto Faz-te à<br />
vida, Joana Mendonça, o<br />
programa “foi cuidadosamente<br />
escalonado para que pu<strong>de</strong>sse<br />
contar a história <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nasce<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um negócio até à sua<br />
internacionalização”. O<br />
empreen<strong>de</strong>dor, a equipa,<br />
motivação, protecção da i<strong>de</strong>ia,<br />
apoios à criação do próprio<br />
emprego, importância da imagem,<br />
saber ven<strong>de</strong>r, tipos <strong>de</strong> empresa e a<br />
importância <strong>de</strong> pensar global são<br />
alguns dos temas em análise na<br />
conferência, para a qual estavam<br />
já inscritos, até ao fecho <strong>de</strong>sta<br />
edição, 160 participantes.<br />
Faz no dia 22 um ano que a Decathlon <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
abriu portas e durante este período foi visitada por<br />
150 mil clientes. Permitiu que o <strong>de</strong>sporto se tornasse<br />
“acessível a todos”, apresentando a “melhor relação<br />
qualida<strong>de</strong>/preço”, aponta Elsa Freixeiro, directora<br />
da loja. Nos dias 24 e 25 <strong>de</strong>ste mês festeja-se o<br />
primeiro aniversário, com activida<strong>de</strong>s diversas que<br />
vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o treino funcional ao ténis <strong>de</strong> mesa,<br />
passando pela ginástica acrobática, trampolins,<br />
escalada, an<strong>de</strong>bol e reflexologia, entre outras.<br />
Haverá ainda rastreios e workshops sobre vários<br />
temas. Os clientes “vão ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
experimentar um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> forma<br />
gratuita com os nossos clubes da região e ter<br />
disponível um conjunto <strong>de</strong> promoções exclusivas<br />
neste fim-<strong>de</strong>-semana”. Resultado <strong>de</strong> um<br />
investimento <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> euros, a marca<br />
francesa emprega em <strong>Leiria</strong> uma equipa <strong>de</strong> 40<br />
pessoas. Dispõe <strong>de</strong> uma “vasta gama” <strong>de</strong> artigos<br />
para iniciação e prática regular <strong>de</strong> 65 <strong>de</strong>sportos,<br />
“mas a extensão <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stes artigos faz<br />
com que consigamos chegar a toda a população,<br />
satisfazendo as necessida<strong>de</strong>s das várias faixas<br />
etárias em vários sectores”, explica a responsável.<br />
O município <strong>de</strong> Peniche lançou<br />
recentemente uma nova edição <strong>de</strong><br />
latas <strong>de</strong> conserva comemorativas<br />
da tradição do concelho nesta área.<br />
Desta vez a estrela é a cavala. O<br />
grafismo <strong>de</strong>sta lata tem como base<br />
uma serigrafia <strong>de</strong> Alexandra Prieto<br />
representando a mítica onda da<br />
Praia <strong>de</strong> Supertubos. Em<br />
comunicado, a câmara refere que<br />
esta lata <strong>de</strong> cavala permite associar<br />
“cinco importantes activos<br />
patrimoniais <strong>de</strong> Peniche”: a<br />
indústria conserveira, a pesca, a<br />
gastronomia tradicional, as praias e<br />
a fileira da onda. À cavala <strong>de</strong><br />
Peniche foi ainda associada a<br />
mo<strong>de</strong>lo e apresentadora <strong>de</strong><br />
televisão Helena Coelho, que é<br />
embaixadora do produto.<br />
DR<br />
Leiturasdasemana (https://www.facebook.com/livraria.arquivo)<br />
Últimato<br />
Rui Moreira<br />
Editora: Oficina do Livro<br />
Um olhar cirúrgico sobre a actual crise política e o estado<br />
da nação, organizado em 12 capítulos sobre as principais<br />
questões que preocupam o país: como a ‘Fadiga Fiscal’,<br />
‘Gorduras do Estado’ as ‘PPP,’ ‘Como Sair da Crise’, entre<br />
outros. De matriz i<strong>de</strong>ológica centro/direita, ‘Ultimato’<br />
não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ssa forma uma visão in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e<br />
sobretudo apartidária. Um livro, polémico, <strong>de</strong>stinado a<br />
um público interessado em compreen<strong>de</strong>r os meandros<br />
da actual crise política e escrito numa linguagem<br />
acessível ao cidadão comum. Os mesmos cidadãos que<br />
inundaram as ruas <strong>de</strong> Portugal a 15 <strong>de</strong> Setembro.<br />
Li<strong>de</strong>rança Inteligente<br />
Alan Hooper e John Potter<br />
Editora: Actual<br />
Uma abordagem prática para <strong>de</strong>senvolver capacida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e ensinar a tirar partido da mudança <strong>de</strong><br />
forma eficaz, através da conquista dos "corações e<br />
mentes" <strong>de</strong> todos os envolvidos. Conceitos como<br />
<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (empowerment), coaching,<br />
responsabilização, comunicação eficaz, níveis <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança e avaliação são aprofundados ao longo dos<br />
oito capítulos. São apresentados vários casos <strong>de</strong> sucesso<br />
tendo por base vinte e cinto entrevistas a lí<strong>de</strong>res com<br />
provas dadas. Esta leitura é ilustrada com diagramas,<br />
esquemas <strong>de</strong> resumo e permite estimar o sucesso da<br />
li<strong>de</strong>rança com a ajuda <strong>de</strong> vários testes <strong>de</strong> avaliação.
Economia<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 25<br />
Projecto criará cerca <strong>de</strong> 1700 empregos no País<br />
Grupo Bel Respol quer<br />
investir 30 milhões para<br />
produzir tabaco <strong>de</strong> enrolar<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ O Grupo Bel Respol preten<strong>de</strong> investir<br />
30 milhões <strong>de</strong> euros para<br />
construir duas fábricas <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> tabaco <strong>de</strong> enrolar. O projecto<br />
<strong>de</strong>verá criar um total <strong>de</strong> 1700 empregos<br />
(dos quais 200 em <strong>Leiria</strong>),<br />
mas está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do que vier a<br />
ficar <strong>de</strong>finido no Orçamento <strong>de</strong><br />
Estado quanto aos impostos sobre<br />
aquele produto, explica Marco Galinha.<br />
O administrador do grupo lembra<br />
que o OE para 2013 previa um aumento<br />
<strong>de</strong> “mais <strong>de</strong> 100%” nos impostos<br />
sobre o tabaco <strong>de</strong> enrolar, situação<br />
que, a manter-se, torna “inviável”<br />
o projecto. Por isso, os promotores<br />
do investimento reuniram<br />
com o po<strong>de</strong>r político para alertar<br />
para esta situação. “Numa altura<br />
em que tanto se fala na necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reduzir as importações<br />
e <strong>de</strong> criar emprego, seria uma<br />
pena Portugal <strong>de</strong>sperdiçar um investimento<br />
<strong>de</strong>stes”, consi<strong>de</strong>ra Marco<br />
Galinha.<br />
O administrador explica que com<br />
este projecto, que já suscitou o interesse<br />
<strong>de</strong> um investidor estrangeiro,<br />
serão substituídas importações<br />
por tabaco nacional, que voltaria<br />
a ser produzido em algumas<br />
zonas do País. “Reunimos com<br />
agricultores <strong>de</strong> Idanha-a-Nova,<br />
Ponte <strong>de</strong> Sôr e Fundão, que se<br />
mostraram dispostos a voltar a<br />
produzir”.<br />
O projecto, que será alvo <strong>de</strong> uma<br />
canditatura ao QREN, prevê a construção<br />
<strong>de</strong> duas unida<strong>de</strong>s: uma <strong>de</strong><br />
processamento, na zona <strong>de</strong> Idanhaa-Nova,<br />
que recebe o tabaco em<br />
bruto e o prepara; e outra <strong>de</strong> transformação,<br />
em <strong>Leiria</strong>, que produz o<br />
produto final. Esta empregará 200<br />
pessoas.<br />
O Grupo Bel Respol <strong>de</strong>tém 37,5% da<br />
DLP (o restante capital está distribuído<br />
por mais seis accionistas),<br />
que é “lí<strong>de</strong>r em alguns tabacos <strong>de</strong><br />
enrolar”. Esta empresa tem produto<br />
<strong>de</strong> marca própria (DL) e representa<br />
marcas como a Denim e a<br />
Eastwood. Aquele grupo <strong>de</strong>tém<br />
ainda a totalida<strong>de</strong> das empresas<br />
Leirivending, Beiradis, Costa &<br />
Diogo e Tabaqueira Bel.<br />
Maioria das empresas recorre a este instrumento tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais<br />
Casos <strong>de</strong> layoff duplicaram<br />
em <strong>Leiria</strong> no último ano<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Instrumento <strong>de</strong> gestão usado há<br />
muito nos países nórdicos, para<br />
equilibrar as empresas nos momentos<br />
<strong>de</strong> menor activida<strong>de</strong>, e com<br />
resultados positivos em estruturas<br />
bem organizadas, o layoff só recentemente<br />
começou a ser mais utilizado<br />
pelos empresários portugueses,<br />
à medida que a crise e a quebra<br />
das vendas se intensificaram. Existe,<br />
porém, uma gran<strong>de</strong> diferença na<br />
forma como os portugueses utilizam<br />
esta ferramenta, o que tem inviabilizado<br />
o equilíbrio da maioria dos<br />
negócios.<br />
Segundo o Instituto da Segurança<br />
Social, entre Janeiro e Outubro<br />
<strong>de</strong>ste ano, entraram em layoff 438<br />
empresas, mais do dobro das que<br />
recorreram ao mesmo instrumento<br />
no período homólogo <strong>de</strong> 2011<br />
(187). “As indústrias transformadoras<br />
e o comércio por grosso e a retalho,<br />
assim como a reparação <strong>de</strong><br />
veículos automóveis e motociclos”<br />
foram os sectores on<strong>de</strong> esta prática<br />
mais se verificou. O distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
acompanhou a tendência, com<br />
20 empresas em layoff <strong>de</strong> Janeiro a<br />
Outubro do ano passado, e 40 na<br />
mesma situação no período homólogo<br />
<strong>de</strong> 2012.<br />
Legislação<br />
O que é e para que<br />
serve o layoff?<br />
O termo layoff refere-se à<br />
redução <strong>de</strong> horário <strong>de</strong> trabalho<br />
ou à sua suspensão durante<br />
<strong>de</strong>terminado período. As<br />
empresas po<strong>de</strong>m recorrer a este<br />
instrumento <strong>de</strong> gestão quando<br />
o seu normal funcionamento<br />
for afectado, pondo em causa a<br />
sua viabilida<strong>de</strong>. É uma solução<br />
temporária, que visa manter a<br />
empresa e os seus postos <strong>de</strong><br />
trabalho.<br />
O layoff não po<strong>de</strong> ir além dos<br />
seis meses, apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser<br />
prorrogado. Durante esse<br />
período, a Segurança Social<br />
paga 70% da retribuição <strong>de</strong>vida<br />
ao trabalhador e a empresa<br />
30%.<br />
O trabalhador recebe<br />
compensação salarial mensal<br />
igual a dois terços do seu<br />
salário líquido normal, sendo<br />
que tal compensação não po<strong>de</strong><br />
ser menor do que o salário<br />
mínimo nacional. Durante o<br />
layoff e nos 60 dias seguintes, o<br />
empregador não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spedir,<br />
sob pena <strong>de</strong> ser obrigado a<br />
<strong>de</strong>volver o apoio.<br />
Pedro da Quitéria Faria, advogado<br />
especialista em questões laborais, explica<br />
que, ao contrário das empresas<br />
nórdicas, que “fazem uma gestão estratégica<br />
dos recursos humanos e<br />
realizam projecções a médio prazo<br />
das variações financeiras”, a maioria<br />
dos empresários portugueses não<br />
antecipa resultados e parte para o layoff<br />
“já em situação <strong>de</strong> pré-ruptura<br />
financeira”. Assim, são poucos os casos<br />
on<strong>de</strong> a sua aplicação é bem sucedida.<br />
Devidamente utilizado, este<br />
po<strong>de</strong> ser um bom instrumento <strong>de</strong><br />
gestão, acredita o advogado.<br />
Essa é também a convicção <strong>de</strong><br />
Jorge Martins, administrador da<br />
Bourbon Automotive Plastics, fabricante<br />
<strong>de</strong> componentes para a<br />
indústria automóvel, que tenciona<br />
reduzir o horário <strong>de</strong> trabalho em<br />
Dezembro, e entre Janeiro e Junho<br />
do próximo ano, em virtu<strong>de</strong> da<br />
quebra nas vendas. Mesmo as empresas<br />
financeiramente sólidas po<strong>de</strong>m<br />
rapidamente <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> o ser, e<br />
é preciso agir por antecipação, explica.<br />
A empresa vai ainda tentar<br />
alargar a produção aos componentes<br />
eléctricos e electrónicos. Enquanto<br />
isso, sabendo que estas medidas<br />
<strong>de</strong>moram a surtir efeitos, recorrerá<br />
ao layoff, sendo que as paragens<br />
agora anunciadas po<strong>de</strong>rão<br />
até ser “mais suaves”.<br />
Região positiva<br />
Emotional<br />
Hotel<br />
convence<br />
crítica<br />
mundial<br />
❚ Ainda antes <strong>de</strong> ser inaugurado, o Cooking and Nature –<br />
Emotional Hotel já integrava a shortlist do International Hotel<br />
Design Award, concurso que promove hotéis, bares ou<br />
restaurantes do mundo com “<strong>de</strong>sign, ambiente ou arquitectura<br />
inovadores e alternativos”. De acordo com o promotor,<br />
Rui Anastácio (na foto), esta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> turismo<br />
rural, situada em pleno Parque Natural da Serra <strong>de</strong> Aire e<br />
Can<strong>de</strong>eiros, em Alvados, Porto <strong>de</strong> Mós, foi nomeada na<br />
categoria <strong>de</strong> hotéis com menos <strong>de</strong> 50 quartos, ao lado <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s projectos <strong>de</strong> todo o mundo, on<strong>de</strong> viria a ganhar<br />
um hotel australiano. Segundo Rui Anastácio, a “unida<strong>de</strong><br />
intimista” aposta “na diferenciação e na inovação”, <strong>de</strong>stacando-se<br />
pelo conceito <strong>de</strong> cooking, que permite aos hóspe<strong>de</strong>s<br />
confeccionarem as suas próprias refeições com a ajuda<br />
<strong>de</strong> um chef. Além disso, o Emotional Hotel apela aos<br />
sentidos e às emoções, com 12 quartos <strong>de</strong> diferentes atmosferas<br />
que recriam 12 estados <strong>de</strong> alma. Micro-produção<br />
<strong>de</strong> energia e aproveitamento <strong>de</strong> águas das chuvas são<br />
outras especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste espaço, on<strong>de</strong> foram investidos<br />
1,2 milhões <strong>de</strong> euros. A inauguração oficial está prevista<br />
para o início <strong>de</strong> Dezembro.<br />
Que importância tem esta distinção internacional?<br />
É um prémio internacional <strong>de</strong> alto prestígio. É muito importante,<br />
na medida em que nos dá visibilida<strong>de</strong> junto da<br />
comunida<strong>de</strong> mais ligada ao <strong>de</strong>sign, mas é também importante<br />
para os próprios projectistas. Foi <strong>de</strong> resto a Iznogud,<br />
<strong>de</strong> Fátima, que tomou a iniciativa <strong>de</strong> candidatar<br />
o projecto. É mais uma oportunida<strong>de</strong> para afirmar turismo<br />
<strong>de</strong> Portugal. É também positivo para a região, geralmente<br />
mais associada ao turismo <strong>de</strong> massas, <strong>de</strong>signadamente<br />
ao turismo <strong>de</strong> Fátima. Trata-se <strong>de</strong> uma oferta diferenciadora,<br />
que valoriza o Parque Natural das Serras <strong>de</strong><br />
Aire e Can<strong>de</strong>eiros.<br />
Qual é o vosso público-alvo?<br />
São portugueses, também, mas estabelecemos parcerias<br />
com os mercados internacionais, nomeadamente com o<br />
Brasil, Centro e Norte da Europa e Estados Unidos da América.<br />
Pensamos que conseguiremos afirmar-nos <strong>de</strong> maneira<br />
consistente e, paulatinamente, criar o nosso mercado e notorieda<strong>de</strong>.<br />
Qual <strong>de</strong>verá ser a estratégia para combater as baixas taxas<br />
<strong>de</strong> ocupação da hotelaria na região?<br />
O caminho é a diferenciação. Veremos também se a economia<br />
ajuda. Mas julgo que não faz sentido crescer se não<br />
for em qualida<strong>de</strong>. DFS<br />
Rui Anastácio<br />
refere que o<br />
caminho para<br />
a hotelaria da<br />
região é a<br />
diferenciação<br />
DR
26 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Economia Motor<br />
Para Portugal virão apenas as versões turbodiesel do Citan<br />
Sodicentro apresentou<br />
“herói urbano” da Merce<strong>de</strong>s<br />
Jacinto Silva Duro<br />
jacinto.duro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A Sodicentro <strong>Leiria</strong>, concessionário<br />
da marca Merce<strong>de</strong>s na região,<br />
apresentou, pela primeira vez, ao público<br />
o novo mo<strong>de</strong>lo Citan, nas suas<br />
instalações, na sexta-feira à noite.<br />
Este é um novo comercial compacto<br />
da marca alemã <strong>de</strong>rivado do<br />
Renault Kangoo, no âmbito da parceria<br />
Daimler-Renault-Nissan e que<br />
teve a sua estreia oficial no Salão <strong>de</strong><br />
Veículos Comerciais <strong>de</strong> Hannover, na<br />
Alemanha, em Setembro passado.<br />
Para chegar ao nome, o construtor<br />
germânico misturou as palavras inglesas<br />
City e Titan - “cida<strong>de</strong>” e “titã”<br />
-, para colocar em <strong>de</strong>staque algumas<br />
das suas características principais.<br />
Este “titã da cida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>stina-se principalmente<br />
ao mercados dos veículos<br />
comerciais profissionais e está<br />
disponível com três comprimentos<br />
diferentes <strong>de</strong> 3,94, 4,32 e 4,71 metros,<br />
ou, por outras palavras, em versão<br />
compacta, normal e longa.<br />
Para as famílias mais numerosas,<br />
há uma versão <strong>de</strong> passageiros, que<br />
promete oferecer o mesmo conforto<br />
e requinte <strong>de</strong> um tradicional familiar<br />
compacto. Assim, o Citan será<br />
proposto nas variantes Panel Van,<br />
Crewbus e Mixed-use. O compartimento<br />
<strong>de</strong> carga é bastante amplo e<br />
optimiza todo o espaço que é limitado<br />
pelo tamanho da carroçaria.<br />
Debaixo do capot, o novo comercial<br />
da Merce<strong>de</strong>s aposta num propulsor<br />
1.5 dCi, que aqui recebe a <strong>de</strong>signação<br />
CDI, nos níveis <strong>de</strong> potência<br />
Para Portugal virão apenas as versões turbodiesel do Citan<br />
<strong>de</strong> 90 e 110cv. Sempre que a marca<br />
enten<strong>de</strong>r viável a sua introdução<br />
no mercado, haverá ainda uma variante<br />
do 1.5 dCi, com 75cv, além <strong>de</strong><br />
um motor a gasolina 1.2 TCe <strong>de</strong><br />
115cv. Para Portugal, virão apenas as<br />
versões turbodiesel. Não ficaram<br />
esquecidas as preocupações ambientais<br />
nesta gama <strong>de</strong> motores que<br />
oferecem médias <strong>de</strong> consumo mais<br />
reduzidas e as emissões poluentes<br />
mais comedidas. No futuro, está<br />
também prevista uma solução equipada<br />
com um grupo propulsor eléctrico.<br />
Para melhor ilustrar a versatilida<strong>de</strong><br />
da Citan, a Merce<strong>de</strong>s recorreu aos<br />
préstimos <strong>de</strong> Richard Dean An<strong>de</strong>rson.<br />
Quem mais, além do <strong>de</strong>senrascado<br />
MacGyver para mostrar todo o<br />
potencial <strong>de</strong>ste veículo, numa série<br />
<strong>de</strong> anúncios <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo que completa<br />
a gama <strong>de</strong> oferta em termos comerciais<br />
do construtor alemão?<br />
Disponíveis no canal do portal<br />
Youtube e no site da construtora<br />
germânica, três filmes mostram um<br />
MacGyver ligeiramente mais velho<br />
e pesado, mas sempre com uma solução<br />
e “<strong>de</strong>senrascanço” para qualquer<br />
problema, que salva o país da<br />
“Frau Europa”, Angela Merkel, a<br />
bordo <strong>de</strong> uma Citan.<br />
Volkswagen sobe a fasquia no mo<strong>de</strong>lo mais popular<br />
Lubrigaz mostrou a mais recente geração Golf<br />
DR<br />
ACAP prevê <strong>de</strong>sastre<br />
Mercado <strong>de</strong> novo<br />
em queda livre<br />
❚Não há fim à vista. O mercado <strong>de</strong><br />
veículos <strong>de</strong> duas rodas, <strong>de</strong> quadriciclos<br />
e automóveis ligeiros e pesados<br />
continua em queda livre.<br />
Segundo as contas da Associação<br />
do Comércio Automóvel <strong>de</strong> Portugal<br />
(ACAP), em Outubro foram comercializados<br />
em Portugal 7.388<br />
automóveis ligeiros <strong>de</strong> passageiros,<br />
o que representou uma queda <strong>de</strong><br />
19,1 por cento, face aos números registados<br />
no ano passado.<br />
Os números mostram que, em<br />
termos acumulados, no período<br />
<strong>de</strong> Janeiro a Outubro <strong>de</strong> 2012, as<br />
vendas <strong>de</strong> automóveis ligeiros <strong>de</strong><br />
passageiros ficaram nas 81.827 unida<strong>de</strong>s,<br />
o que correspon<strong>de</strong> a uma<br />
queda <strong>de</strong> 38,3 por cento relativamente<br />
ao mesmo período homólogo<br />
<strong>de</strong> 2011.<br />
“O comportamento do mercado<br />
no mês <strong>de</strong> Outubro evi<strong>de</strong>nciou<br />
uma variação percentual negativa<br />
menos acentuada do que a queda<br />
acumulada nos <strong>de</strong>z primeiros meses<br />
do ano. Esta situação <strong>de</strong>corre<br />
do facto do mercado ter registado<br />
uma evolução muito negativa nos<br />
três últimos meses <strong>de</strong> 2011, provocando,<br />
assim, um efeito <strong>de</strong> base<br />
não negligenciável e que se reflectiu<br />
numa queda percentual menor<br />
do que o esperado em Outubro <strong>de</strong><br />
2012”, po<strong>de</strong> ler-se no comunicado<br />
da associação.<br />
Já o mercado das duas rodas registou<br />
uma queda global <strong>de</strong> 21,7 por<br />
cento, tendo sido comercializadas<br />
1.449 unida<strong>de</strong>s neste mês.<br />
Em termos acumulados, nos primeiros<br />
<strong>de</strong>z meses <strong>de</strong> 2012, foram<br />
vendidos 19.962 veículos <strong>de</strong> duas<br />
rodas e <strong>de</strong> quadriciclos novos.<br />
Alemanha<br />
Europa Porsche<br />
produz menos<br />
❚ A sétima geração do Golf foi<br />
apresentada na Lubrigaz, em <strong>Leiria</strong>,<br />
na sexta-feira. Se é certo o ditado<br />
que diz que, em Equipa que<br />
ganha, não se <strong>de</strong>ve mexer, a Volkswagen<br />
manteve o conceito <strong>de</strong>ste<br />
automóvel, mas fê-lo evoluir. Tornou-o<br />
ainda melhor. Subiu tanto a<br />
fasquia que há já quem diga que<br />
este Golf representa uma ameaça<br />
aos mo<strong>de</strong>los Premium do segmento<br />
e mo<strong>de</strong>los do segmento acima.<br />
O Golf VII assenta na plataforma<br />
MQB, o que lhe confere um estilo<br />
mais anguloso, e traz novos novos<br />
motores. O habitáculo está mais espaçoso<br />
e a mala cresceu e exibe<br />
agora 380 litros, além disso, é muito<br />
insonorizado, mesmo em velocida<strong>de</strong>s<br />
mais elevadas.<br />
Exteriormente, apresenta-se com<br />
um <strong>de</strong>sign mais leve, com menos<br />
formas redondas, <strong>de</strong> acordo com as<br />
novas tendências dominantes no<br />
mercado.<br />
Mas regressando aos propulsores,<br />
o Golf conta com o motor 1.4<br />
TSI, <strong>de</strong> 140 cv, com um sistema que<br />
<strong>de</strong>sliga dois cilindros quando em<br />
andamento regularizado e a alternância<br />
entre o modo dois ou quatro<br />
cilindros é suave e imperceptível.<br />
O consumo fica pelos 4,7 l/100<br />
km e as emissões pelos 109 gr/km<br />
<strong>de</strong> CO2.<br />
O mo<strong>de</strong>lo mais aguardado, contudo,<br />
é o VW Golf VII 1.6 Tdi, <strong>de</strong> 105<br />
CV, um motor diesel que, seguindo<br />
a tradição nacional, <strong>de</strong>verá ser o<br />
mais vendido, no mercado nacional.<br />
JACINTO SILVA DURO<br />
Habitáculo está mais espaçoso e mala cresceu para os 380 litros<br />
❚ Para tornar compatível a procura<br />
no mercado europeu, a Porsche<br />
anunciou que vai diminuir a produção<br />
dos Boxster, Cayman e 911,<br />
a partir <strong>de</strong> Janeiro, na sua unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Zuffenhausen, nas proximida<strong>de</strong>s<br />
da fábrica <strong>de</strong> Estugarda, na<br />
Alemanha. A notícia é avançada<br />
pela revista Automotive News,<br />
que refere que a fábrica passará a<br />
operar apenas <strong>de</strong> segunda a sextafeira,<br />
eliminando o trabalho ao<br />
fim-<strong>de</strong>-semana. A marca está ainda<br />
a estudar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir<br />
os turnos <strong>de</strong> oito para sete<br />
horas. A crise europeia levou a<br />
uma diminuição <strong>de</strong> 4,5% <strong>de</strong> vendas<br />
em Outubro, na Europa mas,<br />
a nível global, a marca registou um<br />
crescimento <strong>de</strong> 24%, no mercado<br />
da China e EUA.
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 27<br />
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CONVOCATÓRIA<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Convocam-se os Associados da Liga dos Amigos do Hospital<br />
Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, para uma Assembleia Geral Ordinária,<br />
a realizar no dia 05 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2012 pelas<br />
14h30 no Salão Nobre do Hospital <strong>de</strong> Santo André, com<br />
a seguinte Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Trabalhos:<br />
1- Apresentação do Balancete referido a 30 <strong>de</strong> Outubro<br />
2012;<br />
2- Informação sobre as acções <strong>de</strong>senvolvidas em<br />
2012;<br />
3- Apresentação e votação do orçamento para 2013;<br />
4- Apresentação do programa <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s para<br />
2013;<br />
5- Outros assuntos a apresentar pela Direcção ou<br />
pelos Associados.<br />
● INFORMAÇÕES GERAIS<br />
AMITEI - Associação <strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong> Social<br />
<strong>de</strong> Marrazes<br />
CONVOCATÓRIA<br />
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA<br />
29 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 – 21H – SALÃO SOCIAL MARRAZES<br />
ORDEM DE TRABALHOS<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
● APRESENTAÇÃO E VOTAÇÃO DO PLANO, AÇÃO E ORÇAMENTO PARA 2013<br />
● APRESENTAÇÃO E VOTAÇÃO DO REGULAMENTO DAS SECÇÕES<br />
● APRESENTAÇÃO E VOTAÇÃO DO REGULAMENTO ELEITORAL<br />
O PRESIDENTE DA MAG<br />
NOTA: SE À HORA MARCADA NÃO ESTIVER REPRESENTADA A MAIORIA DOS SÓCIOS, A ASSEMBLEIA FUNCIONA ½ HORA<br />
DEPOIS, COM OS SOCIOS PRESENTES.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
AVISO N.º 96/2012<br />
Departamento Administrativo e Financeiro/ Divisão Jurídica<br />
Regulamento Municipal do Parque <strong>de</strong> Estacionamento da Fonte Quente<br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Botelho Machado, Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em cumprimento do disposto nos n.os<br />
1 e 2 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro, torna<br />
público que, sob proposta da Câmara Municipal <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, o projeto <strong>de</strong> Regulamento Municipal do<br />
Parque <strong>de</strong> Estacionamento da Fonte Quente foi aprovado, por unanimida<strong>de</strong>, na sessão ordinária da Assembleia Municipal<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012, ao abrigo das competências que lhe são cometidas em matéria regulamentar,<br />
previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º conjugada com a alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, ambas da mesma Lei<br />
n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro.<br />
Mais torna público que, nos termos do disposto no artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, o projeto<br />
foi submetido a apreciação pública, por um período <strong>de</strong> trinta dias contados da sua publicação no Diário da República,<br />
2.ª série, n.º 208, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2011, tendo-se procedido igualmente à sua publicitação através <strong>de</strong> edital<br />
que foi afixado nos locais <strong>de</strong> estilo e no portal do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt e, em cumprimento<br />
do estabelecido no artigo 117.º do Código do Procedimento Administrativo, foi sujeito a audiência dos interessados,<br />
tendo sido incluídas algumas das sugestões apresentadas.<br />
Torna ainda público que o regulamento será publicitado através <strong>de</strong> edital a afixar nos lugares <strong>de</strong> estilo e no portal do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt, bem como no Diário da República e em dois jornais do concelho,<br />
por extrato ou aviso. Nos termos do seu artigo 35.º, o regulamento entra em vigor 15 dias úteis após a sua publicação<br />
no Diário da República.<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012<br />
A Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />
(Artigos 57.º e 79. º da Lei n.º 169/99,18/set., alterada pela Lei n.º5-A/2002, 11/jan.)<br />
Lur<strong>de</strong>s Machado<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Largo da República, 2414-006 <strong>Leiria</strong> • N.I.P.C.: 505 181 266 • Telef.: 244 839 500 • N.º Ver<strong>de</strong>: 800 202 791<br />
Sítio: www.cm-leiria.pt • email: cmleiria@cm-leiria.pt<br />
Caso à hora marcada não estejam presente mais <strong>de</strong><br />
meta<strong>de</strong> dos Associados com direito a voto, a Assembleia<br />
iniciará meia hora mais tar<strong>de</strong>, com qualquer número <strong>de</strong><br />
presenças.<br />
AVISO N.º 97/2012<br />
Departamento Administrativo e Financeiro/ Divisão Jurídica<br />
<strong>Leiria</strong>, 02 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Assembleia Geral<br />
Dr. Henrique Manuel Correia Pinto<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Regulamento do Exercício da Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarda-Noturno do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Botelho Machado, Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em cumprimento do disposto nos n.os<br />
1 e 2 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro, torna<br />
público que, sob proposta da Câmara Municipal <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2012, o projeto <strong>de</strong> Regulamento do Exercício da<br />
Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guarda-Noturno do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi aprovado, por unanimida<strong>de</strong>, na sessão ordinária da Assembleia<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012, ao abrigo das competências que lhe são cometidas em matéria<br />
regulamentar, previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º conjugada com a alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, ambas<br />
da mesma Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro.<br />
Mais torna público que, nos termos do disposto no artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, o projeto<br />
foi submetido a apreciação pública, por um período <strong>de</strong> trinta dias contados da sua publicação no Diário da República,<br />
2.ª série, n.º 235, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011, tendo-se procedido igualmente à sua publicitação através <strong>de</strong> edital<br />
que foi afixado nos locais <strong>de</strong> estilo e no portal do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt e, em cumprimento<br />
do estabelecido no artigo 117.º do Código do Procedimento Administrativo, foi sujeito a audiência dos interessados,<br />
tendo sido incluídas algumas das sugestões apresentadas.<br />
Torna ainda público que o regulamento será publicitado através <strong>de</strong> edital a afixar nos lugares <strong>de</strong> estilo e no portal do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt, bem como no Diário da República e em dois jornais do concelho,<br />
por extrato ou aviso. Nos termos do seu artigo 34.º, o regulamento entra em vigor 15 dias após a sua publicação<br />
no Diário da República.<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012<br />
A Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />
(Artigos 57.º e 79. º da Lei n.º 169/99,18/set., alterada pela Lei n.º5-A/2002, 11/jan.)<br />
Lur<strong>de</strong>s Machado<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Largo da República, 2414-006 <strong>Leiria</strong> • N.I.P.C.: 505 181 266 • Telef.: 244 839 500 • N.º Ver<strong>de</strong>: 800 202 791<br />
Sítio: www.cm-leiria.pt • email: cmleiria@cm-leiria.pt<br />
AVISO N.º 98/2012<br />
Departamento Administrativo e Financeiro/ Divisão Jurídica<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Regulamento Municipal do Parque <strong>de</strong> Estacionamento do Mercado <strong>de</strong> Sant’Ana<br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Botelho Machado, Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em cumprimento do disposto nos n.os<br />
1 e 2 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro, torna<br />
público que, sob proposta da Câmara Municipal <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, o projeto <strong>de</strong> Regulamento Municipal do<br />
Parque <strong>de</strong> Estacionamento do Mercado <strong>de</strong> Sant’Ana foi aprovado, por unanimida<strong>de</strong>, na sessão ordinária da Assembleia<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2012, ao abrigo das competências que lhe são cometidas em matéria<br />
regulamentar, previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º conjugada com a alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, ambas<br />
da mesma Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro.<br />
Mais torna público que, nos termos do disposto no artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, o projeto<br />
foi submetido a apreciação pública, por um período <strong>de</strong> trinta dias contados da sua publicação no Diário da República,<br />
2.ª série, n.º 207, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2011, tendo-se procedido igualmente à sua publicitação através <strong>de</strong> edital<br />
que foi afixado nos locais <strong>de</strong> estilo e no portal do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt e, em cumprimento<br />
do estabelecido no artigo 117.º do Código do Procedimento Administrativo, foi sujeito a audiência dos interessados,<br />
tendo sido incluídas algumas das sugestões apresentadas.<br />
Torna ainda público que o regulamento será publicitado através <strong>de</strong> edital a afixar nos lugares <strong>de</strong> estilo e no portal do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt, bem como no Diário da República e em dois jornais do concelho,<br />
por extrato ou aviso. Nos termos do seu artigo 34.º, o regulamento entra em vigor 15 dias úteis após a sua publicação<br />
no Diário da República.<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012<br />
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(Artigos 57.º e 79. º da Lei n.º 169/99,18/set., alterada pela Lei n.º5-A/2002, 11/jan.)<br />
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AVISO N.º 99/2012<br />
Departamento Administrativo e Financeiro/ Divisão Jurídica<br />
Regulamento <strong>de</strong> Ocupação do Espaço Público do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Botelho Machado, Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em cumprimento do disposto nos n.os<br />
1 e 2 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro, torna<br />
público que, sob proposta da Câmara Municipal <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2012, o projeto <strong>de</strong> Regulamento <strong>de</strong> Ocupação<br />
<strong>de</strong> Espaço Público do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi aprovado, por maioria, na sessão ordinária da Assembleia Municipal<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> setembro e 1 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012, ao abrigo das competências que lhe são cometidas em matéria<br />
regulamentar, previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º conjugada com a alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, ambas<br />
da mesma Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro.<br />
Mais torna público que, nos termos do disposto no artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, o projeto<br />
foi submetido a apreciação pública, por um período <strong>de</strong> trinta dias contados da sua publicação no Diário da República,<br />
2.ª série, n.º 64, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, tendo-se procedido igualmente à sua publicitação através <strong>de</strong> edital<br />
que foi afixado nos locais <strong>de</strong> estilo e no portal do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt e, em cumprimento<br />
do estabelecido no artigo 117.º do Código do Procedimento Administrativo, foi sujeito a audiência dos interessados,<br />
tendo sido incluídas algumas das sugestões apresentadas pelas entida<strong>de</strong>s consultadas.<br />
Torna ainda público que o regulamento será publicitado através <strong>de</strong> edital a afixar nos lugares <strong>de</strong> estilo e no portal do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt , bem como no Diário da República e em dois jornais do concelho,<br />
por extrato ou aviso. Nos termos do seu artigo 61.º, o regulamento entra em vigor 15 dias após a sua publicação.<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012<br />
A Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />
(Artigos 57.º e 79. º da Lei n.º 169/99,18/set., alterada pela Lei n.º5-A/2002, 11/jan.)<br />
Lur<strong>de</strong>s Machado<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Largo da República, 2414-006 <strong>Leiria</strong> • N.I.P.C.: 505 181 266 • Telef.: 244 839 500 • N.º Ver<strong>de</strong>: 800 202 791<br />
Sítio: www.cm-leiria.pt • email: cmleiria@cm-leiria.pt
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 31<br />
MANUEL RODRIGUES GASPAR<br />
Agente <strong>de</strong> Execução<br />
C.P. 3913<br />
TRIBUNAL JUDICIAL DE ALBUFEIRA<br />
2ºJuízo * Exec. Comum nº2427/07.8TBPBL<br />
Exequente: Ofelpoc-Gestão, Consultoria e Contabilida<strong>de</strong>, Lda.<br />
Executado: Nelson Manuel Neves Rodrigues<br />
M/Refª.: PE/381/2007<br />
ANÚNCIO<br />
2.ª Publicação - <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Nos autos acima i<strong>de</strong>ntificados, encontra-se <strong>de</strong>signado o dia 30 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012, pelas 14.00 horas, no 2º Juízo do<br />
Tribunal Judicial <strong>de</strong> Albufeira, sito na Rua do Município, 8200-161 Albufeira, para abertura <strong>de</strong> propostas, apresentadas através<br />
<strong>de</strong> carta fechada, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra dos<br />
bens constantes do Auto <strong>de</strong> Penhora:<br />
Verba 1 – Imóvel: Prédio urbano situado em Outeiro <strong>de</strong> Galegas, freguesia e concelho <strong>de</strong> Pombal, casa <strong>de</strong> habitação<br />
<strong>de</strong> cave e rés do chão, AD 160,00 m2 e logradouro 1,040, 00 m2; Norte: Nelson Manuel das Neves Rodrigues;<br />
Sul, Nascente e Poente; Caminho; Matriz 8136; VP 10,801,32€; DESCRIÇÃO PREDIAL: 20015/20080206/Pombal;<br />
Verba 2 - Imóvel: Prédio urbano situado em Outeiro <strong>de</strong> Galegas, freguesia e concelho <strong>de</strong> Pombal, parcela <strong>de</strong> terreno<br />
<strong>de</strong>stinada a construção urbana; Norte e Sul: Joaquim Lopes Brito; Nascente e Poente; Caminho; Matriz 8315; VP<br />
5.400,65€; DESCRIÇÃO PREDIAL: 20016/20080206/Pombal.<br />
O bem será adjudicado ao melhor preço oferecido acima <strong>de</strong>:<br />
Verba 1: 86.408,00 euros (oitenta e seis mil quatrocentos e oito euros) valor este correspon<strong>de</strong>nte a 70% do valor base do<br />
bem penhorado ao executado <strong>de</strong> 123.440,00 euros.<br />
Verba 2: 16.961,00 euros (<strong>de</strong>zasseis mil novecentos e sessenta e um euros) valor este correspon<strong>de</strong>nte a 70% do valor base<br />
do bem penhorado ao executado <strong>de</strong> 24.230,00 euros.<br />
Apenas serão aceites as propostas <strong>de</strong> que conste a i<strong>de</strong>ntificação completa e indicação da residência do proponente, cuja<br />
assinatura <strong>de</strong>verá mostrar-se reconhecida nos termos legais, <strong>de</strong>vendo a proposta indicar se a mesma e o respectivo preço<br />
se refere à totalida<strong>de</strong> ou a parte dos bens.<br />
Foram reclamados pelo Ministério Público, a titulo <strong>de</strong> IMI, créditos no valor <strong>de</strong> 194,43€ e que foram graduados em primeiro<br />
lugar, e pelo Centro Distrital <strong>de</strong> Segurança Social <strong>de</strong> Faro, o montante global <strong>de</strong> 12.914,66€, a titulo <strong>de</strong> contribuições e<br />
juros <strong>de</strong> mora, que foi graduado em terceiro lugar.<br />
É fiel <strong>de</strong>positário dos bens penhorados, que os <strong>de</strong>ve mostrar, a pedido, o Sr. Nelson Manuel Neves Rodrigues, com residência<br />
em Outeiro das Galegas, Pombal.<br />
Nos termos do disposto no artigo 897º, nº 1, do Código <strong>de</strong> Processo Civil, “Os proponentes <strong>de</strong>vem juntar à sua proposta,<br />
como caução, um cheque visado, à or<strong>de</strong>m do solicitador <strong>de</strong> execução ou, na sua falta, da Secretaria, no montante<br />
correspon<strong>de</strong>nte a 20% do valor base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor.”<br />
Coimbra, 30 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2012<br />
O Agente <strong>de</strong> Execução,<br />
Manuel Rodrigues Gaspar<br />
Agente <strong>de</strong> Execução - C.P. 3913<br />
NIF – 154329223 – Cod. Rep.0728<br />
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE LEIRIA<br />
CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Usando da competência do N.º 2 do Artigo 18.º, nos termos do artigo 20.º e para os efeitos previstos nas alíneas a), b)<br />
e f) do Artigo 19.º dos Estatutos, convoco os associados a reunirem em ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA, no próximo<br />
dia 21 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2012 (Sexta-Feira), pelas 16 horas, na Se<strong>de</strong> no Largo Cândido dos Reis n.ºs 19 a 25, em Leioria,<br />
com a seguinte:<br />
ORDEM DE TRABALHOS<br />
1 – Apreciação e votação da proposta do Plano <strong>de</strong> Activida<strong>de</strong>s e Orçamento previsionais da Caixa para o exercício<br />
<strong>de</strong> 2013 apresentados pelo Conselho <strong>de</strong> Administração e Parecer do Conselho Fiscal.<br />
2 – Eleição dos Órgãos Sociais para o triénio <strong>de</strong> 2013/2015.<br />
3 – Deliberar sobre proposta do Conselho <strong>de</strong> Administração para conversão <strong>de</strong> reservas em capital social.<br />
4 – Deliberar sobre a política <strong>de</strong> remuneração dos membros dos Órgãos <strong>de</strong> Administração e <strong>de</strong> Fiscalização para<br />
o triénio <strong>de</strong> 2013/2015.<br />
Se à hora marcada para a reunião não se verificar número <strong>de</strong> presenças suficiente para a Assembleia funcionar, esta<br />
reunirá, com qualquer número <strong>de</strong> associados presentes, uma hora <strong>de</strong>pois, nos termos do N.º 2 do Artigo 21.º dos Estatutos.<br />
Caixa <strong>de</strong> Crédito Agrícola Mútuo <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 9 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Mesa da Assembleia Geral<br />
(José Ribeiro Salgueiro)<br />
AVISO N.º 95/2012<br />
Departamento Administrativo e Financeiro/ Divisão Jurídica<br />
Regulamento do Exercício da Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arrumador <strong>de</strong> Automóveis do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s Botelho Machado, Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em cumprimento do disposto nos n.os<br />
1 e 2 do artigo 91.º da Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro, na redação dada pela Lei n.º 5-A/2002, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro, torna<br />
público que, sob proposta da Câmara Municipal <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2012, o projeto <strong>de</strong> Regulamento do Exercício da<br />
Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arrumador <strong>de</strong> Automóveis do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi aprovado, por maioria, na sessão ordinária da Assembleia<br />
Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2012, ao abrigo das competências que lhe são cometidas em matéria regulamentar,<br />
previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 53.º conjugada com a alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º, ambas da<br />
mesma Lei n.º 169/99, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> setembro.<br />
Mais torna público que, nos termos do disposto no artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo, o projeto<br />
foi submetido a apreciação pública, por um período <strong>de</strong> trinta dias contados da sua publicação no Diário da República,<br />
2.ª série, n.º 235, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011, tendo-se procedido igualmente à sua publicitação através <strong>de</strong> edital<br />
que foi afixado nos locais <strong>de</strong> estilo e no portal do Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt e, em cumprimento<br />
do estabelecido no artigo 117.º do Código do Procedimento Administrativo, foi sujeito a audiência dos interessados,<br />
tendo sido incluídas algumas das sugestões apresentadas.<br />
Torna ainda público que o regulamento será publicitado através <strong>de</strong> edital a afixar nos lugares <strong>de</strong> estilo e no portal do<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na internet em www.cm-leiria.pt, bem como no Diário da República e em dois jornais do concelho,<br />
por extrato ou aviso. Nos termos do seu artigo 18.º, o regulamento entra em vigor 15 dias úteis após a sua publicação<br />
no Diário da República.<br />
Município <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 29 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2012<br />
A Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />
(Artigos 57.º e 79. º da Lei n.º 169/99,18/set., alterada pela Lei n.º5-A/2002, 11/jan.)<br />
Lur<strong>de</strong>s Machado<br />
ORGANIZAÇÃO DE APOIO E SOLIDARIEDADE<br />
PARA A INTEGRAÇÃO SOCIAL<br />
CONVOCATÓRIA<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Convocam-se os sócios <strong>de</strong>sta Instituição para a Assembleia Geral Ordinária, que se vai realizar no próximo dia 23 <strong>de</strong><br />
Novembro <strong>de</strong> 2012, pelas 17.30h, na se<strong>de</strong> da OASIS, sita na Rua do OASIS, nº1, Vale Sepal - Pousos, <strong>Leiria</strong>, com os seguintes<br />
pontos na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> trabalhos:<br />
1. Discussão e votação do orçamento para 2013<br />
2. Discussão do Plano <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s para 2013<br />
3. Outros/Informações.<br />
<strong>Leiria</strong>, 05 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
O Presi<strong>de</strong>nte da Assembleia<br />
Dr. Carlos Rocha <strong>de</strong> Oliveira<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1479 - 15.11.2012<br />
Largo da República, 2414-006 <strong>Leiria</strong> • N.I.P.C.: 505 181 266 • Telef.: 244 839 500 • N.º Ver<strong>de</strong>: 800 202 791<br />
Sítio: www.cm-leiria.pt • email: cmleiria@cm-leiria.pt<br />
Ficha<br />
Técnica<br />
JORLIS, LDA.<br />
Gerência<br />
Maria Alexandra Vieira, Anabela Frazão,<br />
João Nazário<br />
Direcção Editorial<br />
Maria Alexandra Vieira,<br />
Arnaldo Sapinho, Orlando Cardoso,<br />
Anabela Frazão<br />
Coor<strong>de</strong>nação Executiva/<br />
Director<br />
João Nazário<br />
(direccao@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Redacção<br />
Damião Leonel, Daniela Franco Sousa,<br />
Elisabete Cruz, Graça Menitra, Jacinto<br />
Silva Duro, Maria Anabela Silva, Miguel<br />
Sampaio, Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
Fotografia<br />
Ricardo Graça<br />
(ricardo.graca@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Colaboradores permanentes<br />
Ana Ferraz Pereira, Joaquim Paulo, Luci<br />
Pais, Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong>, Orlando Cardoso,<br />
Paula Lagoa<br />
Direcção Gráfica<br />
Gabinete Técnico Jorlis<br />
Paginação e Produção<br />
Isil da Trinda<strong>de</strong> (coor<strong>de</strong>nação)<br />
(isilda.trinda<strong>de</strong>@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Rita Carlos (rita.carlos@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Serviços Administrativos/Assinantes<br />
Cília Ribeiro<br />
(cilia.ribeiro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
(assinantes@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Tesouraria<br />
Patrícia Carvalho<br />
(patricia.carvalho@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Serviços Comerciais<br />
Maria Nunes<br />
(maria.nunes@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Rui Pereira (rui.pereira@movicortes.pt)<br />
Proprieda<strong>de</strong>/Editor<br />
Jorlis - Edições e Publicações, Lda.<br />
Capital Social: €600.000<br />
NIF 502010401<br />
Sócios com mais <strong>de</strong> 10%: Movicortes,<br />
Serviços e Gestão, Lda.<br />
José Ribeiro Vieira<br />
Morada<br />
Parque Movicortes<br />
2404-006 Azoia - <strong>Leiria</strong><br />
Email<br />
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Telefones<br />
Geral: 244 800 400<br />
Redacção: 244 800 405<br />
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Impressão<br />
Grafedisport<br />
Distribuição<br />
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Dia <strong>de</strong> publicação: Quinta-feira<br />
Preço avulso: 1€<br />
Assinatura anual: 35€ (Portugal)<br />
65€ (Europa)<br />
93€ (outros países do mundo)<br />
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Mês <strong>de</strong> Outubro: 15 000 exemplares<br />
N.º <strong>de</strong> registo: 109980<br />
Depósito legal n.º 5628/84<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> está aberto<br />
à participação <strong>de</strong> todos os cidadãos<br />
<strong>de</strong> acordo com o ponto 5 do Estatuto<br />
Editorial<br />
Boletim <strong>de</strong> assinatura<br />
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Profissão | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Habilitações Literárias | | | | | | | | | | | | | |<br />
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do Mundo) emitido à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Jorlis, Lda., para pagamento da minha assinatura anual do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (renovável anualmente,<br />
salvo indicações em contrário). Para pagamento por transferência bancária para o NIB 003503930008317863056<br />
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Assinatura<br />
Palavras cruzadas<br />
Horizontais: 1 – Administrado com economia. 2 - Embelezar com ornatos. Caixões<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, antigamente <strong>de</strong> cortiça (Prov.). 3 - Antiga moeda <strong>de</strong> ouro<br />
árabe. Algebra (abrev.). 4 - Invadiria. Duas vogais. 5 - Estampilhem. Bagatela.<br />
6 - Gálio (s.q.). Pronome pessoal. Ilha <strong>de</strong> Moçambique que conserva valiosos<br />
monumentos. 7 - Partícula <strong>de</strong> energia luminosa, na teoria quântica. Ovelha<br />
(Pref.). 8 - Que tem asas iguais. Outra coisa (Ant.). 9 - Capital da Arábia<br />
Saudita. Pão feito com os estíptes do uricuri (Bras.). 10 - Confe<strong>de</strong>rar, combinar,<br />
Registo, escrituras. 11 - Falta <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>.<br />
Verticais: 1 - Ventos fortes. Fixai a vista em. 2 - Cromo (s.q.). Homens privados<br />
da vista. 950 (Rom.). 3 - Em forma <strong>de</strong> onda, on<strong>de</strong>ante. 4- Cada um dos<br />
grupos das cartas <strong>de</strong> jogar. Misturar com ópio. 5 - Oranara, <strong>de</strong>corara. 6 - Modo.<br />
Espera <strong>de</strong>ferimento (abrev.). 7 - Terrosa. Arejai (Bras.). 8 - Abreviatura <strong>de</strong> José.<br />
Torno mais vivo. Cádmio (s.q.). 9 - Mau cheiro (Bras.). Longa cinta japonesa.<br />
Banco Totta e Açores (sigla). 10 - Traição, engano. Cida<strong>de</strong> da Roménia. 11<br />
- Réptil sáurio (pl.). Comente por meio <strong>de</strong> glosa.<br />
Solução do problema anterior: Horizontais: 1 - BURROS. ALAR. 2 - OLEOS. AÇORA.<br />
3 - J. LECITO. RM. 4 - UR. LAREIRAS. 5 - DEU. RASTOS. 6 - OCRA. C. EGAS. 7 - LAM-<br />
BER. ODE. 8 - PALERMAS. AS. 9 - AM. AIADOS. S. 10 - CASCO. ACUDI. 11 - USTE. IS-<br />
ABEL.<br />
Verticais : 1 - BOJUDO. PACU. 2 - UL. RECLAMAS. 3 - REL. URAL. ST. 4 - ROEL.<br />
AMEACE. 5 - OSCAR. BRIO. 6 - S. IRACEMA. I. 7 - ATES. RADAS. 8 - AÇOITE. SOCA.<br />
9 - LO. ROGO. SUB. 10 - ARRASADA. DE. 11 - RAMS. SESSIL.<br />
Sudoku
32 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Desporto<br />
Escola <strong>de</strong> arbitragem da AF <strong>Leiria</strong><br />
O distrito tem, no seu historial, seis árbitros<br />
internacionais. O sétimo po<strong>de</strong>rá ser qualquer um<br />
que experimente e goste. Por isso, a Associação <strong>de</strong><br />
Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> tem abertas as inscrições<br />
gratuitas, na sua se<strong>de</strong> ou pelo mail<br />
arbitragem.afleiria@fpf.pt para a sua escola <strong>de</strong><br />
arbitragem.<br />
O que faz os árbitros correrem<br />
Vocação Numa altura em que os árbitros sofrem mais uma ameaça, pela falta <strong>de</strong> policiamento em<br />
gran<strong>de</strong> parte das partidas que dirigem, o JORNAL DE LEIRIA foi perceber o que os motiva<br />
RICARDO GRAÇA<br />
“Com o nosso trabalho <strong>de</strong> gestão do jogo e dos jogadores estamos a contribuir para fazer um melhor espectáculo”, diz Jorge Faustino<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Essencial<br />
Tostões e milhões<br />
É o dinheiro o motivo principal<br />
para se querer ser árbitro? Todos<br />
dizem que não, mas lá que ajuda,<br />
ajuda. Sem contar com a<br />
presenças em jogos<br />
internacionais, Olegário<br />
Benquerença arrecadou, em<br />
2010/1, 26.116 euros. Um valor<br />
atingido por uma ínfima<br />
minoria, mas bastante atraente.<br />
“Inicialmente, com 16 anos, ter<br />
mais 10 contos ao final do mês<br />
foi um factor motivacional extra.<br />
Actualmente, estando na<br />
segunda categoria, as verbas que<br />
recebo são já um complemento<br />
interessante para o meu<br />
orçamento”, diz Jorge Faustino.<br />
“Contudo, é importante<br />
ressalvar que sem um gran<strong>de</strong><br />
investimento pessoal não é<br />
possível chegar-se a um patamar<br />
on<strong>de</strong> se ganhe dinheiro.<br />
Actualmente, os árbitros da<br />
distrital, com todas as questões<br />
fiscais, quase que estão a pagar<br />
para apitar.”<br />
❚É, provavelmente, a activida<strong>de</strong> mais<br />
odiada do <strong>de</strong>sporto, mas há quem sinta<br />
que foi feito para <strong>de</strong>sempenhá-la.<br />
Entre críticas, ameaças e <strong>de</strong>sacreditação,<br />
agora até o policiamento parece<br />
fugir. Os árbitros têm, é certo, uma<br />
vida difícil, mas, garantem, não é só<br />
pelo dinheiro que auferem que estão<br />
<strong>de</strong> apito na mão. É, acima <strong>de</strong> tudo,<br />
uma questão <strong>de</strong> vocação. É a tal coisa:<br />
quem experimenta e gosta da experiência<br />
não volta para trás.<br />
O primeiro contacto com a arbitragem<br />
é, por norma, fruto do acaso. Foi<br />
assim com Jorge Faustino, árbitro <strong>de</strong><br />
segunda categoria <strong>de</strong> futebol. “Aos 16<br />
anos, num jogo em que estava no banco<br />
do Sporting <strong>de</strong> Pombal, foi necessário<br />
cada equipa arranjar um juiz assistente.<br />
Sendo eu o guarda-re<strong>de</strong>s<br />
suplente, fui o escolhido. Gostei da experiência<br />
e o árbitro <strong>de</strong>sse jogo convidou-me<br />
<strong>de</strong> imediato para começar<br />
a fazer uns jogos com ele. O 'bichinho'<br />
entrou e nunca mais <strong>de</strong>sapareceu.”<br />
Também Ivan Caçador, árbitro internacional<br />
<strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol, da Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>, teve <strong>de</strong> saltar da bancada e já<br />
não fez o trajecto em sentido contrário.<br />
“No pavilhão da SIR 1º <strong>de</strong> Maio,<br />
por vezes faltavam árbitros nos escalões<br />
<strong>de</strong> formação e foi para suprir essa<br />
necessida<strong>de</strong> que comecei. Depois,<br />
com a continuida<strong>de</strong>, comecei a achar<br />
a activida<strong>de</strong> interessante...”<br />
António Garrido revelou ao JOR-<br />
NAL DE LEIRIA que “<strong>de</strong>testava” árbitros,<br />
mas acabou por ser o melhor<br />
<strong>de</strong> apito na mão. “Era correspon<strong>de</strong>nte<br />
na Marinha Gran<strong>de</strong> do jornal Mundo<br />
Desportivo e se o Marinhense não<br />
ganhasse, atirava-me a eles. Tenho a<br />
noção que era a pior coisa que podia<br />
haver. Não gostava mesmo, posso<br />
dizer que era o seu maior inimigo.” Só<br />
que <strong>de</strong>pois o mosquito do apito mor<strong>de</strong>u-lhe<br />
e ficou fortemente viciado.<br />
“Um dia fui experimentar, a fiscal-<br />
-<strong>de</strong>-linha, e gostei. Comecei a sentir<br />
um carinho muito gran<strong>de</strong> pela arbitragem”,<br />
revela o ex-árbitro, hoje<br />
com 80 anos e que esteve presente<br />
nos Mundiais <strong>de</strong> 1978 e 1982.<br />
Apesar <strong>de</strong> o gosto pela activida<strong>de</strong><br />
surgir nalgumas pessoas, muitos estranham<br />
como conseguem sobreviver<br />
a tanta pressão. António Garrido, por<br />
exemplo, viu um carro seu ser queimado<br />
em Guimarães, pensou <strong>de</strong>sistir,<br />
mas resolveu ser mais forte do que<br />
aqueles que o quiseram empurrar.<br />
Olegário Benquerença admite que o<br />
engano lhe é <strong>de</strong>sconfortável. “Não<br />
convivo bem com os erros . Sou perfeccionista<br />
e se não fiz bem, é porque<br />
fiz mal”, salienta o árbitro internacional<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, que dirigiu partidas<br />
no Mundial <strong>de</strong> 2010. “Fica a sensação<br />
<strong>de</strong> conviver com o impacto e a influência<br />
que o erro tem nas outras<br />
equipas, mas ao fim <strong>de</strong> alguns anos<br />
estamos preparados para lidar com<br />
isso. Sou humano e não posso lutar<br />
contra a televisão.”<br />
As críticas também não ajudam.<br />
“No início foi algo muito difícil <strong>de</strong> ultrapassar.<br />
Agora, com o acumular <strong>de</strong><br />
várias, a forma <strong>de</strong> as superar é sabendo<br />
filtrá-las, <strong>de</strong> forma a que possa<br />
sempre retirar algo <strong>de</strong> bom <strong>de</strong> todas<br />
as críticas <strong>de</strong> que somos alvo”, diz<br />
Ivan Caçador, a quem as nomeações<br />
para o Mundial <strong>de</strong> 2009 e o Europeu<br />
<strong>de</strong> 2010, em parceria com Eurico Nicolau,<br />
são os momentos mais felizes<br />
da carreira. Jorge Faustino é o primeiro<br />
a reconhecer as suas falhas e a<br />
tentar trabalhar para que não se repitam.<br />
”Com a experiência vamos<br />
também apren<strong>de</strong>ndo a filtrar as críticas<br />
construtivas ou, mesmo que <strong>de</strong>strutivas,<br />
que são justas daquelas que<br />
não tem qualquer fundamento.”<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagir <strong>de</strong> imediato<br />
perante um qualquer acontecimento<br />
durante a partida é algo que torna o<br />
trabalho do árbitro mais difícil, porque<br />
não há tempo para dúvidas. “O tempo<br />
<strong>de</strong> hesitação é zero, só na parte disciplinar,<br />
nunca na parte técnica.” Por<br />
isso, diz Olegário Benquerença, “às<br />
vezes acontece, <strong>de</strong>pois do apito sair:<br />
será que foi isto? Aí instala-se a dúvida,<br />
mas não a hesitação.”<br />
“Há aquele momento exacto,<br />
aquela fracção <strong>de</strong> segundo, e o apito<br />
sai ou não sai. Se não sai, já não há<br />
nada a fazer. Mas se apitamos e ficamos<br />
a pensar que se calhar não foi,<br />
é seguir o jogo e nada <strong>de</strong> entrar na lei<br />
das compensações”, diz António<br />
Garrido.<br />
Apesar <strong>de</strong> toda esta pressão, quem<br />
gosta não pensa em <strong>de</strong>ixar. “O que<br />
me dá força para continuar é a paixão<br />
que sinto. É o facto <strong>de</strong> ainda hoje, <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> 16 anos, ficar ansioso por que<br />
chegue o fim-<strong>de</strong>-semana para po<strong>de</strong>r<br />
apitar mais um jogo. Sentimos que<br />
com o nosso trabalho <strong>de</strong> gestão do<br />
jogo e dos jogadores estamos a contribuir<br />
para fazer daquele jogo um<br />
melhor espectáculo”, diz Jorge Faustino.<br />
Porque realmente há amores à<br />
primeira vista.
Desporto<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 33<br />
Campeão do Mundo <strong>de</strong> Ria<strong>de</strong> substitui Ricardo Moura após empate com Casa Pia<br />
Bizarro. União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD soma<br />
sexto treinador em ano e meio<br />
Jogos continuam<br />
AF <strong>Leiria</strong> procura<br />
soluções<br />
para fim do<br />
policiamento<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Tem sido um roda-viva <strong>de</strong> entradas<br />
e saídas. Depois <strong>de</strong> Pedro Caixinha,<br />
Vítor Pontes, Manuel Cajuda,<br />
José Dominguez e Ricardo<br />
Moura, eis que chega o sexto treinador<br />
ao comando técnico da<br />
União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD em menos <strong>de</strong><br />
ano e meio. Chama-se José Bizarro<br />
e ficou ilustre por ser o dono da<br />
baliza <strong>de</strong> Portugal no título mundial<br />
<strong>de</strong> Ria<strong>de</strong>, em 1989.<br />
A época passada não foi famosa<br />
para a União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD que acabou<br />
a época com um total <strong>de</strong> quatro<br />
treinadores. Des<strong>de</strong> a saída madrugadora<br />
<strong>de</strong> Pedro Caixinha, passando<br />
pela li<strong>de</strong>rança fugaz <strong>de</strong> Vítor<br />
Pontes, a aposta na experiência<br />
<strong>de</strong> Manuel Cajuda e a tentativa<br />
<strong>de</strong>sesperada <strong>de</strong> puxar José Dominguez<br />
dos juniores, nada resultou<br />
e a <strong>de</strong>scida <strong>de</strong> divisão foi uma<br />
inevitabilida<strong>de</strong>.<br />
Os responsáveis até dizem que<br />
estavam satisfeitos com o início <strong>de</strong><br />
temporada <strong>de</strong> Ricardo Moura, já<br />
em 2012/3, mas a verda<strong>de</strong> é que<br />
este acabou por sair. De resto, esta<br />
é a oitava temporada consecutiva<br />
em que a União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD não<br />
termina a época com o treinador<br />
que a começou. O último a aguentar-se<br />
foi Vítor Pontes, em 2004/5.<br />
Seguiram-se José Gomes, Jorge Jesus,<br />
Domingos Paciência, Paulo<br />
Duarte, Vítor Oliveira, Paulo Alves,<br />
Manuel Fernan<strong>de</strong>s e Lito Vidigal<br />
até Pedro Caixinha ter agarrado<br />
na equipa, em 2010/11.<br />
Após um arranque prometedor,<br />
a União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD vinha a per<strong>de</strong>r<br />
gás. Depois do empate <strong>de</strong> domingo,<br />
em Santa Catarina da Serra,<br />
frente ao Casa Pia (0-0), Ricardo<br />
Moura colocou o lugar à disposição,<br />
argumentando que com um plantel<br />
curto e com poucas soluções, a<br />
“A União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> SAD tem um passado muito gran<strong>de</strong>”, diz Bizarro<br />
Bizarro em funções <strong>de</strong>s<strong>de</strong> terça-feira<br />
Novo técnico acredita na subida<br />
Nem o atraso <strong>de</strong> oito pontos<br />
retira a ambição a Bizarro.<br />
“Claro que ainda é possível<br />
chegar ao primeiro lugar”, diz.<br />
“No futebol já vivi e vi coisas<br />
bem mais complicadas. Temos<br />
consciência que é bastante<br />
complicado, que a <strong>de</strong>svantagem<br />
já é gran<strong>de</strong>, mas se na próxima<br />
jornada estivermos em sétimo e<br />
daqui a duas em sexto já é bom.<br />
E se um dia chegarmos ao<br />
primeiro lugar é tentar mantêlo.”<br />
O novo técnico ainda analisa<br />
o plantel. “Vou precisar <strong>de</strong> mais<br />
alguns dias para ver se é preciso<br />
algo mais. Pelos números em si<br />
é evi<strong>de</strong>nte que a equipa está<br />
muito bem <strong>de</strong>fensivamente e<br />
ofensivamente não está tão<br />
bem. Conheço bastante bem<br />
80% dos elementos <strong>de</strong>ste<br />
plantel, tem alguns jovens com<br />
potencial e acho que tem<br />
condições para fazer um bom<br />
campeonato.” Sobre o jogo <strong>de</strong><br />
domingo para a Taça <strong>de</strong><br />
Portugal, com a Oliveirense da<br />
2.ª Liga, Bizarro rejeita o papel<br />
<strong>de</strong> “coitadinhos”. “Vamos<br />
tentar jogar o jogo pelo jogo e<br />
que a sorte nos sorria.”<br />
RICARDO GRAÇA<br />
equipa não tem condições para<br />
atingir os objectivos <strong>de</strong> subida à 2.ª<br />
Liga. A equipa ocupa o oitavo lugar,<br />
a distantes oito pontos do lí<strong>de</strong>r<br />
Sporting Farense e tem a melhor<br />
<strong>de</strong>fesa e o pior ataque da competição.<br />
Apesar <strong>de</strong> contrariados, perceberam<br />
e aceitaram a resignação<br />
<strong>de</strong> Ricardo Moura e escolheram<br />
José Bizarro, 42 anos, técnico com<br />
bastante experiência na 2.ª Divisão,<br />
com passagens por clubes como o<br />
Sertanense e o Mafra, para tentar<br />
alcançar o objectivo a que todos se<br />
propuseram no arranque da temporada.<br />
Está difícil, mas nestas divisões<br />
o equilíbrio é a nota dominante<br />
e , como tal, não há impossíveis.<br />
❚ O que fazer para assegurar a segurança<br />
<strong>de</strong> todos os agentes <strong>de</strong> uma partida<br />
<strong>de</strong> futebol? Dirigentes da Associação<br />
<strong>de</strong> Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, clubes e<br />
árbitros reuniram-se na terça-feira à<br />
noite para procurar uma solução para<br />
o fim do policiamento obrigatório. A<br />
verda<strong>de</strong> é que o <strong>de</strong>creto-lei 216/2012<br />
entrou em vigor na passada sexta-feira<br />
e poucos sabem ainda como lidar<br />
com a nova situação.<br />
É que a presença da força policial<br />
nos jogos das competições distritais<br />
tem <strong>de</strong> ter no mínimo três elementos<br />
e custa uma verba a rondar os 160 euros,<br />
verba consi<strong>de</strong>rada incomportável<br />
por muitos dos clubes numa altura em<br />
que os apoios são reduzidos. Por isso,<br />
o fim da obrigatorieda<strong>de</strong> acaba por<br />
“abrir uma janela” <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
para os emblemas do distrito pouparem<br />
verbas, como salientou o presi<strong>de</strong>nte<br />
da AFL, Júlio Vieira. No entanto,<br />
frisou, “é necessário assegurar<br />
que todos os agentes estejam em segurança”.<br />
Os árbitros mostraram-se<br />
sempre cautelosos, mas os clubes<br />
apresentaram várias propostas. Ao nível<br />
<strong>de</strong> juvenis e iniciados, <strong>de</strong> resto<br />
como aconselha a lei, não haverá policiamento,<br />
salvo raras excepções.<br />
Quanto aos seniores, a forma que<br />
mais colheu apoio foi a <strong>de</strong> funcionamento<br />
mista, em que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da<br />
complexida<strong>de</strong> do jogo o tipo <strong>de</strong> segurança<br />
a apresentar. Entre vizinhos<br />
<strong>de</strong>savindos po<strong>de</strong>rá ser necessário recorrer<br />
a policiamento. Noutros, po<strong>de</strong>rá<br />
bastar a segurança feita pelo<br />
clube da casa em sintonia com o visitante.<br />
A AFL chegar a acordo com<br />
uma empresa <strong>de</strong> segurança privada,<br />
com custos mais baixos do que o das<br />
forças policiais, foi outra das propostas<br />
em cima da mesa. Entretanto,<br />
retomam as competições <strong>de</strong> iniciados<br />
e juvenis, interrompidas a semana<br />
passada, pois a Fe<strong>de</strong>ração institui<br />
um prazo <strong>de</strong> três semanas para adaptação<br />
às novas medidas. MS<br />
An<strong>de</strong>bol Seis atletas<br />
da região <strong>de</strong>frontam<br />
Azerbaijão<br />
Pa<strong>de</strong>l Open Ibérico<br />
dominado<br />
pelo CET <strong>Leiria</strong><br />
Atletismo Pedro Cruz<br />
venceu a 38.ª Meia<br />
Maratona da Nazaré<br />
Hóquei em patins HC<br />
Turquel empatou em<br />
casa com HC Braga<br />
Bárbara Teixeira, Eduarda Pinheiro<br />
(na foto), Dulce Pina e Maria<br />
Pereira, do Colégio João <strong>de</strong> Barros,<br />
e Telma Amado e Inês Silva, da<br />
Juventu<strong>de</strong> do Lis, foram<br />
convocadas pelo seleccionador<br />
nacional João Florêncio para<br />
<strong>de</strong>frontar no domingo, em Baku, o<br />
Azerbaijão, em jogo a contar para a<br />
recta final da qualificação europeia<br />
para o Campeonato do Mundo<br />
seniores femininos <strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol, que<br />
se irá disputar no próximo ano.<br />
Realizou-se no Complexo Municipal<br />
Dr. Rui Garcia da Fonseca, em<br />
<strong>Leiria</strong>, a terceira edição do Open<br />
Ibérico <strong>de</strong> Pa<strong>de</strong>l, uma organização<br />
do CETL pontuável para o ranking<br />
nacional. Os atletas da casa<br />
asseguraram os títulos <strong>de</strong> campeãs<br />
em pares femininos, por Bárbara<br />
Corte-Real e Filipa Cal<strong>de</strong>ira. Nicolau<br />
Silva e Filipa Fernan<strong>de</strong>s, Filipa<br />
Cal<strong>de</strong>ira e Ricardo Louro, e Nicolau<br />
Silva e António Alvelos venceram as<br />
suas categorias.<br />
Realizou-se no passado domingo<br />
mais uma edição da Mãe das meias<br />
maratonas em Portugal, que ficou<br />
marcada por um aumento<br />
significativo do número <strong>de</strong><br />
inscritos, confirmando a tendência<br />
<strong>de</strong> crescimento das provas no País.<br />
Pedro Cruz repetiu a vitória do ano<br />
passado, seguido por António<br />
Sousa e Jorge Pinto. Em femininos,<br />
o primeiro lugar foi para Rosa<br />
Madureira, seguida por Mónica<br />
Moreiras e Emília Kumos.<br />
A equipa <strong>de</strong> João Simões não foi<br />
além <strong>de</strong> um empate a três bolas<br />
frente ao HC <strong>de</strong> Braga, em jogo a<br />
contar para a 6.ª jornada do<br />
Campeonato Nacional da 1.ª<br />
Divisão <strong>de</strong> hóquei em patins e<br />
ocupa agora o 9.º lugar. Os golos do<br />
HC Turquel foram todos marcados<br />
por Vasco Luís. Numa jornada<br />
atípica, o Óquei <strong>de</strong> Barcelos foi<br />
punido com falta <strong>de</strong> comparência,<br />
por não ter viajado para a ilha do<br />
Pico para <strong>de</strong>frontar o Can<strong>de</strong>lária.
34 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Desporto<br />
Duelo ibérico nas Caldas da Rainha<br />
A Selecção Nacional <strong>de</strong> ténis <strong>de</strong> mesa <strong>de</strong>fronta a<br />
Espanha na próxima terça-feira, pelas 20 horas, no<br />
Centro <strong>de</strong> Alto Rendimento das Caldas da Rainha, em<br />
partida a contar para a terceira jornada da qualificação<br />
para o Campeonato da Europa <strong>de</strong> Equipas.<br />
Futebol<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Farense-1.º Dezembro 1-0<br />
Futebol Benfica-Louletano 1-2<br />
Oeiras-CD Fátima 1-0<br />
Pinhalnovense-Sertanense 3-1<br />
Quarteirense-Carregado 2-2<br />
Ribeira Brava-Oriental 2-3<br />
Torreense-Mafra 0-1<br />
União <strong>Leiria</strong> SAD-Casa Pia 0-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Farense 18 8 5 3 0 11-5<br />
Mafra 17 8 5 2 1 15-7<br />
Sertanense 16 8 5 1 2 14-9<br />
CD Fátima 15 8 5 0 3 10-7<br />
Oriental 14 8 4 2 2 15-13<br />
Carregado 12 8 3 3 2 17-11<br />
1.º Dezembro 11 8 2 5 1 9-7<br />
União <strong>Leiria</strong> SAD 10 8 2 4 2 4-4<br />
Quarteirense 10 8 2 4 2 9-10<br />
Casa Pia 8 8 1 5 2 5-6<br />
Pinhalnovense 8 8 2 2 4 9-12<br />
Torreense 7 8 1 4 3 10-12<br />
Louletano 7 8 1 4 3 6-11<br />
Oeiras 6 8 1 3 4 10-14<br />
Futebol Benfica 6 8 1 3 4 7-16<br />
Ribeira Brava 4 8 1 1 6 9-16<br />
Próxima jornada 25 <strong>de</strong> Novembro<br />
1.º Dezembro-Quarteirense, Casa Pia-Futebol Benfica,<br />
CD Fátima-Torreense, Louletano-Pinhalnovense,<br />
Mafra-Farense, Oriental-Carregado, Ribeira<br />
Brava-União <strong>Leiria</strong> SAD, Sertanense-Oeiras<br />
3.ª Divisão – Série D<br />
Resultados<br />
Beneditense-Vitória Sernache 0-3<br />
Caldas SC-AC Marinhense 1-1<br />
Ginásio Alcobaça-Sourense 0-0<br />
Mortágua-Alcanenense 0-1<br />
Oliveira Hospital-Torres Novas 5-0<br />
Sporting Pombal-Penelense 2-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Vitória Sernache 18 8 6 0 2 16-5<br />
Sourense 18 8 5 3 0 12-4<br />
Caldas SC 17 8 5 2 1 12-5<br />
Oliveira Hospital 16 8 5 1 2 17-7<br />
Sporting Pombal 16 8 5 1 2 13-8<br />
Alcanenense 12 8 4 0 4 9-13<br />
Penelense 12 8 4 0 4 9-13<br />
Ginásio Alcobaça 9 8 2 3 3 9-9<br />
Beneditense 7 8 2 1 5 7-13<br />
AC Marinhense 5 8 1 2 5 9-16<br />
Torres Novas 4 8 1 1 6 6-20<br />
Mortágua 2 8 0 2 6 11-17<br />
Próxima jornada 25 <strong>de</strong> Novembro<br />
Alcanenense-Beneditense, AC Marinhense-Ginásio<br />
Alcobaça, Penelense-Sourense, Sporting<br />
Pombal-Oliveira Hospital, Torres Novas-Mortágua,<br />
Vitória Sernache-Caldas SC<br />
3.ª Divisão – Série E<br />
Resultados<br />
Barreirense-Lourinhanense 2-2<br />
Fabril Barreiro-Real SC 3-1<br />
GD Peniche-União Tires 4-2<br />
Sintrense-Eléctrico P. Sôr 1-1<br />
SL Cartaxo-Sacavenense 0-1<br />
Amora-Pêro Pinheiro<br />
18 Dez.<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Sacavenense 19 8 6 1 1 19-5<br />
Sintrense 15 8 4 3 1 13-6<br />
Lourinhanense 15 8 4 3 1 14-9<br />
Eléctrico P. Sôr 14 8 4 2 2 17-6<br />
Fabril Barreiro 13 8 3 4 1 15-7<br />
União Tires 12 8 3 3 2 10-11<br />
Barreirense 12 8 3 3 2 15-16<br />
Pêro Pinheiro 8 7 2 2 3 10-12<br />
Real SC 8 8 2 2 4 11-9<br />
Amora 6 7 1 3 3 6-14<br />
GD Peniche 4 8 1 1 6 7-22<br />
SL Cartaxo 1 8 0 1 7 2-22<br />
Próxima jornada 25 <strong>de</strong> Novembro<br />
Lourinhanense-GD Peniche, Pêro Pinheiro-Fabril<br />
Barreiro, Real SC-Sintrense, Sacavenense-Eléctrico<br />
P. Sôr, SL Cartaxo-Barreirense, Tires-Amora<br />
Divisão <strong>de</strong> Honra – AF <strong>Leiria</strong><br />
Resultados<br />
Atouguiense-Bombarralense 3-0<br />
Figueiró Vinhos-Pelariga 1-0<br />
GRAP-Portomosense 3-0<br />
Guiense-Meirinhas 2-1<br />
<strong>Leiria</strong> e Marrazes-Pousaflores 1-0<br />
Nazarenos-Lisboa e Marinha 1-2<br />
Pataiense-Avelarense 4-1<br />
Vieirense-Alvaiázere 2-2<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
GRAP 19 8 6 1 1 22-3<br />
<strong>Leiria</strong> e Marrazes 17 8 5 2 1 17-7<br />
Pelariga 16 8 5 1 2 19-12<br />
Guiense 16 8 5 1 2 19-6<br />
Figueiró Vinhos 15 8 5 0 3 15-6<br />
Pousaflores 15 8 4 3 1 16-8<br />
Portomosense 13 8 4 1 3 11-12<br />
Pataiense 11 8 3 2 3 15-10<br />
Lisboa e Marinha 10 8 3 1 4 8-18<br />
Atouguiense 10 8 3 1 4 14-12<br />
Nazarenos 10 8 3 1 4 11-12<br />
Meirinhas 9 8 2 3 3 13-12<br />
Vieirense 8 8 2 2 4 8-15<br />
Avelarense 6 8 2 0 6 10-25<br />
Alvaiázere 5 8 1 2 5 6-21<br />
Bombarralense 1 8 0 1 7 3-28<br />
Próxima jornada 18 <strong>de</strong> Novembro<br />
Avelarense-Alvaiázere, Bombarralense-GRAP,<br />
Meirinhas-Figueiró Vinhos, Pataiense-<strong>Leiria</strong> e<br />
Marrazes, Pelariga-Atouguiense, Portomosense-<br />
Nazarenos, Pousaflores-Guiense, Lisboa e Marinha-Vieirense<br />
1.ª Divisão <strong>de</strong> juniores – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Benfica-União <strong>Leiria</strong> 2-1<br />
Nacional-Sporting 3-0<br />
Olhanense-União Coimbra 2-1<br />
Portimonense-Sacavenense 0-1<br />
Real SC-Belenenses 1-0<br />
Vitória Setúbal-Estoril Praia 1-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Benfica 31 12 10 1 1 47-5<br />
Vitória Setúbal 27 12 9 0 3 23-13<br />
Sporting 26 12 8 2 2 31-13<br />
Nacional 25 11 8 1 2 27-7<br />
Real SC 22 12 7 1 4 18-19<br />
União <strong>Leiria</strong> 17 12 5 2 5 22-20<br />
Sacavenense 17 11 5 2 4 13-19<br />
Belenenses 11 12 3 2 7 17-18<br />
Olhanense 10 12 2 4 6 10-26<br />
Estoril Praia 8 12 2 2 8 10-24<br />
União Coimbra 7 12 2 1 9 12-30<br />
Portimonense 2 12 0 2 10 6-42<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
Belenenses-Benfica, Estoril Praia-Nacional, Sacavenense-Olhanense,<br />
Sporting-Portimonense,<br />
U. Coimbra-Real SC, União <strong>Leiria</strong>-Vitória Setúbal<br />
1.ª Divisão feminina<br />
Resultados<br />
1.º Dezembro-Cesarense 2-2<br />
Atlético Ouriense-Boavista 1-0<br />
Clube Albergaria-Escola FF Setúbal 0-1<br />
Futebol Benfica-Fund. Laura Santos 0-3<br />
Leixões-Vilaver<strong>de</strong>nse 2-2<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
1.º Dezembro 22 8 7 1 0 23-9<br />
Atlético Ouriense 16 8 5 1 2 18-8<br />
Boavista 14 8 4 2 2 16-8<br />
Clube Albergaria 14 8 4 2 2 11-6<br />
F. Laura Santos 12 8 4 0 4 11-21<br />
Vilaver<strong>de</strong>nse 9 8 2 3 3 14-13<br />
Cesarense 8 8 1 5 2 8-8<br />
Leixões 7 8 2 1 5 7-15<br />
Escola FF Setúbal 5 8 1 2 5 7-14<br />
Futebol Benfica 4 8 1 1 6 2-15<br />
Próxima jornada 18 <strong>de</strong> Novembro<br />
Boavista-Leixões, Cesarense-Atl. Ouriense, Escola<br />
FF Setúbal-1.º Dezembro, Fund. Laura Santos-<br />
Clube Albergaria, Vilaver<strong>de</strong>nse-Futebol Benfica<br />
Basquetebol<br />
CNB2 – Zona Centro<br />
Resultados<br />
Chamusca Basket-Lousanense 46-69<br />
CAD Coimbra-Náutico Abrantes 71-60<br />
Sp. Marinhense-UF Buarcos 62-59<br />
Unidos Tortosendo-ACER Ton<strong>de</strong>la 57-65<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
Lousanense 2 1 1 0 69-46<br />
CAD Coimbra 2 1 1 0 71-60<br />
ACER Ton<strong>de</strong>la 2 1 1 0 65-57<br />
Sp. Marinhense 2 1 1 0 62-59<br />
UF Buarcos 1 1 0 1 59-62<br />
Unidos Tortosendo 1 1 0 1 57-65<br />
Náutico Abrantes 1 1 0 1 60-71<br />
Chamusca Basket 1 1 0 1 46-69<br />
Gumirães 0 0 0 0 0-0<br />
Próxima jornada<br />
ACER Ton<strong>de</strong>la-Sp. Marinhense, Chamusca Basket-UF<br />
Buarcos (17 <strong>de</strong> Novembro), Gumirães-<br />
CAD Coimbra, Náutico Abrantes-Unidos<br />
Tortosendo (18 <strong>de</strong> Novembro)<br />
An<strong>de</strong>bol<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
AC Sismaria-Vela Tavira 31-23<br />
Boa-Hora FC-Marítimo 31-29<br />
Ginásio Sul-Passos Manuel 29-30<br />
Marienses-Vitória Setúbal 31-25<br />
Samora Correia-Benavente 25-21<br />
Passos Manuel-Marítimo 31-25<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
AC Sismaria 18 7 5 1 1 200-173<br />
Passos Manuel 17 7 5 0 2 194-178<br />
Marienses 15 7 4 0 3 187-192<br />
Benavente 14 7 3 1 3 190-177<br />
Vitória Setúbal 14 7 3 1 3 188-180<br />
Ginásio Sul 13 7 3 0 4 192-200<br />
Vela Tavira 13 7 3 0 4 182-195<br />
Marítimo 12 6 3 0 3 184-173<br />
Samora Correia 10 6 2 0 4 138-158<br />
Boa-Hora FC 10 7 1 1 5 170-199<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
ABCD Benavente-Vitória Setúbal, CS Marítimo-<br />
Ginásio Sul, NAAL Passos Manuel-CD Marienses,<br />
Samora Correia-Atlético Clube Sismaria, Vela Tavira-Boa-Hora<br />
FC<br />
3.ª Divisão – Zona 3<br />
Resultados<br />
Albicastrense-Emp. Comércio 20-21<br />
Batalha AC-Ac. Coimbra 29-27<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis-SIR 1.º Maio 27-23<br />
NDA Pombal-Almeirim 33-20<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
NDA Pombal 6 2 2 0 0 57-42<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis 6 2 2 0 0 54-46<br />
Albicastrense 4 2 1 0 1 52-40<br />
Batalha AC 4 2 1 0 1 51-51<br />
Emp. Comércio 4 2 1 0 1 44-47<br />
Ac. Coimbra 3 2 0 1 1 50-52<br />
SIR 1.º Maio 3 2 0 1 1 46-50<br />
Almeirim 2 2 0 0 2 39-65<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
Académica Coimbra-Juventu<strong>de</strong> Desportiva Lis,<br />
Assoc. 20km Almeirim-Batalha AC, Empregados<br />
Comércio-Núcleo Pombal, SIR 1.º Maio-Albicastrense<br />
1.ª Divisão feminina<br />
Resultados<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis-CA Leça 25-21<br />
Colégio João Barros-Juventu<strong>de</strong> Lis 27-18<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Alavarium 15 5 5 0 0 160-129<br />
Col. João Barros 14 5 4 1 0 150-115<br />
Colégio Gaia 13 5 4 0 1 144-130<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis 13 6 3 1 2 144-142<br />
Maiastars 10 4 3 0 1 110-90<br />
CA Leça 10 6 2 0 4 134-144<br />
Ma<strong>de</strong>ira SAD 8 3 2 1 0 84-58<br />
JAC Alcanena 8 5 1 1 3 136-133<br />
Santa Joana 7 5 1 0 4 119-146<br />
Juventu<strong>de</strong> Mar 6 4 1 0 3 93-100<br />
Passos Manuel 5 5 0 0 5 113-176<br />
Sports Ma<strong>de</strong>ira 3 3 0 0 3 77-101<br />
Próxima jornada<br />
Colégio João Barros-Santa Joana, JAC Alcanena-<br />
Ma<strong>de</strong>ira SAD, Juventu<strong>de</strong> Mar-Alavarium, Passos<br />
Manuel-Sports Ma<strong>de</strong>ira (17 <strong>de</strong> Novembro), JAC<br />
Alcanena-Sports Ma<strong>de</strong>ira, Passos Manuel-Ma<strong>de</strong>ira<br />
SAD (18 <strong>de</strong> Novembro)<br />
Voleibol<br />
1.ª Divisão<br />
Resultados<br />
Académica Espinho-Sporting Caldas 3-2<br />
Castêlo Maia-Leixões 3-0<br />
Esmoriz-Sporting Espinho 0-3<br />
Marítimo-Vilacon<strong>de</strong>nse 1-3<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
Benfica 27 9 9 0 27-2<br />
Castêlo Maia 22 10 8 2 26-11<br />
Fonte Bastardo 21 8 7 1 22-5<br />
Sporting Espinho 17 8 6 2 20-10<br />
Esmoriz 14 8 5 3 15-15<br />
Ac. Espinho 13 8 4 4 16-14<br />
Vilacon<strong>de</strong>nse 13 9 4 5 14-17<br />
Sporting Caldas 10 9 3 6 14-22<br />
Vitória Guimarães 9 8 3 5 12-18<br />
Marítimo 4 9 1 8 8-24<br />
Clube K 3 7 1 6 7-19<br />
Leixões 0 9 0 9 3-27<br />
Próxima jornada<br />
Benfica-Leixões, Clube K-Académica Espinho,<br />
Fonte Bastardo-Esmoriz, Marítimo-Castêlo<br />
Maia, Vilacon<strong>de</strong>nse-Sporting Caldas, Vitória<br />
Guimarães-Sporting Espinho (17 Nov.), Clube K-<br />
Esmoriz, Fonte Bastardo-Académica Espinho<br />
(18 Nov.)<br />
2.ª Divisão – Série A<br />
Resultados<br />
CN Ginástica-SO Marinhense 3-0<br />
CV Oeiras-CV Lisboa 3-1<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
CN Ginástica 9 4 3 1 10-3<br />
CV Oeiras 9 4 3 1 10-5<br />
CV Lisboa 5 4 2 2 7-9<br />
SO Marinhense 1 4 0 4 2-12<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
CV Lisboa-CN Ginástica, SO Marinhense-CV Oeiras)<br />
Hóquei em patins<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Ac. Coimbra-HC Mealhada 1-5<br />
AD Oeiras-Santa Cita 2-2<br />
Biblioteca IR-Alenquer e Benfica 4-4<br />
Campo Ourique-GD Sesimbra 5-3<br />
HC Sintra-Nafarros 11-1<br />
HC Vasco Gama-Sporting Tomar 2-5<br />
Juv. Salesiana-Grândola 6-7<br />
UF Entroncamento-Alcobacense 3-8<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
Sporting Tomar 18 6 6 0 0 29-15<br />
Alenquer e Benfica16 6 5 1 0 38-16<br />
Alcobacense 15 6 5 0 1 34-20<br />
HC Sintra 12 6 4 0 2 41-26<br />
Santa Cita 11 6 3 2 1 18-15<br />
HC Mealhada 10 6 3 1 2 28-16<br />
Biblioteca IR 10 6 3 1 2 31-26<br />
Campo Ourique 10 6 3 1 2 18-17<br />
AD Oeiras 10 6 3 1 2 29-29<br />
Grândola 9 6 3 0 3 27-27<br />
GD Sesimbra 6 6 2 0 4 20-24<br />
Juv. Salesiana 4 6 1 1 4 18-25<br />
UF Entroncamento4 6 1 1 4 28-39<br />
Ac. Coimbra 1 6 0 1 5 13-34<br />
HC Vasco Gama 1 6 0 1 5 10-36<br />
Nafarros 1 6 0 1 5 20-37<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
Alenquer e Benfica-UF Entroncamento, Campo Ourique-Juv.<br />
Salesiana, GD Sesimbra-Alcobacense, Grândola-HC<br />
Vasco Gama, HC Mealhada-AD Oeiras,<br />
Nafarros-Ac. Coimbra, Santa Cita-Biblioteca IR, Sporting<br />
Tomar-HC Sintra<br />
3.ª Divisão – Zona Centro<br />
Resultados<br />
Cucujães-Sp. Marinhense 4-7<br />
Juv. Ouriense-AC Sismaria 4-6<br />
Oliveira Hospital-HC Mealhada B 1-1<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
AC Sismaria 12 4 4 0 0 21-11<br />
Cucujães 9 4 3 0 1 24-14<br />
Sp. Marinhense 6 4 2 0 2 18-14<br />
Juv. Ouriense 6 4 2 0 2 17-19<br />
Oliveira Hospital 1 4 0 1 3 8-18<br />
HC Mealhada B 1 4 0 1 3 8-20<br />
RICARDO GRAÇA<br />
ADR Mata, <strong>de</strong> Milagres, empatou<br />
com o CS São João (2-2)<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
AC Sismaria-Cucujães, HC Mealhada B-Juventu<strong>de</strong><br />
Ouriense, Sporting Marinhense-Oliveira<br />
Hospita<br />
Futsal<br />
2.ª Divisão – Série A<br />
Resultados<br />
Boavista-Tabuaço 5-0<br />
Covão Lobo-Desportivo Aves 3-2<br />
CRECOR-Pare<strong>de</strong>s 4-4<br />
CS São João-ADR Mata 2-2<br />
Lameirinhas-Cohaemato 1-0<br />
Póvoa Futsal-Mace<strong>de</strong>nse 8-6<br />
Viseu 2001-Vale Cambra 5-1<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Lameirinhas 12 4 4 0 0 15-9<br />
Viseu 2001 10 4 3 1 0 17-6<br />
Cohaemato 7 4 2 1 1 12-9<br />
Póvoa Futsal 7 4 2 1 1 16-14<br />
Boavista 6 4 2 0 2 18-10<br />
CRECOR 6 4 1 3 0 14-12<br />
Desportivo Aves 6 4 2 0 2 9-10<br />
CS São João 5 4 1 2 1 11-10<br />
Covão Lobo 5 4 1 2 1 12-12<br />
ADR Mata 4 4 1 1 2 12-14<br />
Pare<strong>de</strong>s 4 4 1 1 2 14-16<br />
Tabuaço 4 4 1 1 2 10-17<br />
Mace<strong>de</strong>nse 1 4 0 1 3 12-24<br />
Vale Cambra 0 4 0 0 4 10-19<br />
Próxima jornada<br />
ADR Mata-Póvoa Futsal, Cohaemato-Desportivo<br />
Aves, Lameirinhas-Viseu 2001, Mace<strong>de</strong>nse-CRE-<br />
COR, Pare<strong>de</strong>s-Covão Lobo (17 <strong>de</strong> Novembro), Tabuaço-CS<br />
São João, Vale Cambra-Boavista (18 <strong>de</strong><br />
Novembro)<br />
2.ª Divisão – Série B<br />
Resultados<br />
Burinhosa-AMSAC 3-1<br />
Os Torpedos-Amarense 5-3<br />
Portela-Os Vinhais 3-4<br />
Sportivo Loures-Quinta Lombos 5-3<br />
Venda Nova-Belenenses 2-4<br />
Vila Ver<strong>de</strong>-Albufeira Futsal 8-3<br />
Matraquilhos FC-Rangel 2-1<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Belenenses 12 4 4 0 0 23-13<br />
Os Vinhais 12 4 4 0 0 22-13<br />
Vila Ver<strong>de</strong> 9 4 3 0 1 22-10<br />
Sportivo Loures 9 4 3 0 1 14-12<br />
Quinta Lombos 9 4 3 0 1 11-8<br />
Burinhosa 7 4 2 1 1 19-14<br />
Albufeira Futsal 6 4 2 0 2 15-18<br />
Amarense 5 4 1 2 1 15-14<br />
Os Torpedos 3 4 1 0 3 13-17<br />
Matraquilhos FC 3 4 1 0 3 11-16<br />
AMSAC 3 4 1 0 3 12-18<br />
Venda Nova 2 4 0 2 2 9-13<br />
Rangel 1 4 0 1 3 9-19<br />
Portela 0 4 0 0 4 7-17<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
Albufeira Futsal-Portela, Amarense-Sportivo<br />
Loures, AMSAC-Os Vinhais, Belenenses-Matraquilhos<br />
FC, Burinhosa-Venda Nova, Quinta Lombos-Vila<br />
Ver<strong>de</strong>, Rangel-Os Torpedos<br />
3.ª Divisão – Série C<br />
Resultados<br />
ABC Nelas-Miranda Corvo 3-4<br />
Achete-Eléctrico P. Sôr 3-8<br />
Alha<strong>de</strong>nse-MTBA 2-1<br />
Boa Esperança-Ribeira Fra<strong>de</strong>s 5-4<br />
Caldas SC-Mendiga 4-5<br />
CD Fátima-Olho Marinho 2-3<br />
Pro<strong>de</strong>co Covões-Casal Velho 5-2<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Eléctrico P. Sôr 10 4 3 1 0 21-10<br />
Pro<strong>de</strong>co Covões 10 4 3 1 0 19-10<br />
Boa Esperança 9 4 3 0 1 12-7<br />
Alha<strong>de</strong>nse 9 4 3 0 1 13-10<br />
Mendiga 7 4 2 1 1 18-13<br />
Achete 7 4 2 1 1 15-16<br />
ABC Nelas 6 4 2 0 2 13-13<br />
CD Fátima 4 4 1 1 2 14-18<br />
Casal Velho 4 4 1 1 2 7-11<br />
Miranda Corvo 4 4 1 1 2 8-13<br />
Caldas SC 3 4 1 0 3 12-15<br />
MTBA 3 4 1 0 3 8-13<br />
Olho Marinho 3 4 1 0 3 7-14<br />
Ribeira Fra<strong>de</strong>s 1 4 0 1 3 13-17<br />
Próxima jornada 17 <strong>de</strong> Novembro<br />
Alha<strong>de</strong>nse-Achete, Casal Velho-CD Fátima, Eléctrico<br />
P. Sôr-Boa Esperança, Miranda Corvo-Caldas<br />
SC, MTBA-Mendiga, Olho Marinho-ABC<br />
Nelas, Ribeira Fra<strong>de</strong>s-Pro<strong>de</strong>co Covões.
Desporto<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 35<br />
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Jornada dupla em <strong>Leiria</strong><br />
Juve <strong>de</strong> regresso à Europa<br />
para <strong>de</strong>rreter gelo suíço<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A Juventu<strong>de</strong> do Lis concretiza,<br />
este fim-<strong>de</strong>-semana, a sua sétima<br />
participação nas competições europeias<br />
<strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol feminino. É frente<br />
às suíças do Spono Nottwil Handball<br />
que a equipa <strong>de</strong> André Afra vai tentar<br />
escrever mais uma página <strong>de</strong><br />
ouro nos anais do clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
Sabe-se que o adversário é difícil,<br />
mas para a Juve não há impossíveis.<br />
Mais um ano, mais uma participação<br />
na Europa do an<strong>de</strong>bol, <strong>de</strong>sta<br />
vez na EHF Cup, uma competição<br />
um patamar acima da Challenge<br />
Cup, on<strong>de</strong> esteve no ano passado<br />
a equipa conseguiu a melhor<br />
prestação <strong>de</strong> sempre, sendo eliminada<br />
<strong>de</strong> forma inglória nos oitavos<strong>de</strong>-final,<br />
com um golo <strong>de</strong> livre <strong>de</strong><br />
nove metros directo, já com o tempo<br />
esgotado. Contra o Spono Nottwil<br />
Handball as duas partidas voltarão<br />
a ser disputados em <strong>Leiria</strong>, no<br />
Centro Desportivo Juve Lis. O primeiro<br />
jogo será no sábado, às 16 horas,<br />
e a segunda mão no domingo,<br />
às 12 horas.<br />
Mais uma vez, as atletas tiveram<br />
<strong>de</strong> organizar festas, festivais e jantares<br />
para angariar fundos para<br />
que esta participação seja uma<br />
realida<strong>de</strong>. No entanto, a hora é <strong>de</strong><br />
Na época passada, a Juve foi agarrada pelo Dnipryanka<br />
O número<br />
7<br />
Frente ao Spono Nottwil<br />
Handball, a Juve soma a sétima<br />
participação nas competições<br />
europeias<br />
RICARDO GRAÇA<br />
jogar. O técnico André Afra confessa<br />
que o conhecimento sobre o<br />
adversário “não é muito gran<strong>de</strong>”.<br />
“Temos um ví<strong>de</strong>o e sabemos que o<br />
ano passado foram vice-campeãs<br />
suíças. Sabemos que o an<strong>de</strong>bol<br />
suíço está ligeiramente acima do<br />
português e que é uma equipa alta<br />
e bastante jovem, como a nossa.”<br />
O treinador garante que a equipa<br />
vai “entrar para ganhar”. “Só no<br />
final do encontro <strong>de</strong> sábado é que<br />
teremos uma noção <strong>de</strong> até on<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>remos chegar, mas queremos<br />
passar a eliminatória”, diz.<br />
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Alice Vicente e gémeas Rita e Rute Lopes representam Portugal<br />
Mundial <strong>de</strong> hóquei do Brasil<br />
com puro sotaque <strong>de</strong> Turquel<br />
❚ Com três atletas, o Hóquei Clube<br />
<strong>de</strong> Turquel está fortemente representado<br />
na Selecção Nacional <strong>de</strong><br />
hóquei em patins feminina que disputa<br />
até ao fim-<strong>de</strong>-semana o Mundial<br />
da modalida<strong>de</strong>, na cida<strong>de</strong> do Recife,<br />
no Brasil. A guardiã Alice Vicente,<br />
a <strong>de</strong>fesa Rute Lopes e a média/avançada<br />
Rita Lopes acreditam<br />
que po<strong>de</strong>m fazer história e conduzir<br />
Portugal a um inédito título<br />
mundial.<br />
As manas Rute e Rita Lopes estreiam-se<br />
com a camisola <strong>de</strong> Portugal<br />
e entram directamente para a história<br />
da Selecção Nacional, dado<br />
que será a primeira vez que duas gémeas<br />
coinci<strong>de</strong>m com a camisola<br />
das quinas. “Será uma gran<strong>de</strong> emoção,<br />
mas jogarmos juntas é algo a<br />
que estamos habituadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
começámos no hóquei, aos 9 anos”,<br />
assinala Rute Lopes, que na época<br />
passada marcou 34 golos no campeonato<br />
nacional que o clube do<br />
concelho <strong>de</strong> Alcobaça venceu, precisamente<br />
o mesmo números <strong>de</strong><br />
golos apontados pela... mana Rita.<br />
Gémeas Lopes e Alice Vicente<br />
Mais reservada nas palavras, mas<br />
igualmente empenhada na modalida<strong>de</strong>,<br />
Rita recorda como chegou ao<br />
hóquei: “Até gostava mais <strong>de</strong> futebol,<br />
mas a nossa mãe trabalhava perto<br />
do pavilhão do HC Turquel e levou-nos<br />
a um treino. Gostámos e fomos<br />
ficando”.<br />
As gémeas começaram nos escolinhas,<br />
mas rapidamente subiram <strong>de</strong><br />
escalão. “Os rapazes é que não achavam<br />
muita piada. Éramos melhores<br />
JOAQUIM PAULO<br />
que a maioria <strong>de</strong>les, apesar <strong>de</strong> sermos<br />
mais pequenas”, recorda Rute.<br />
A história da guardiã Alice Vicente<br />
é ligeiramente diferente. “Na família<br />
há tradição <strong>de</strong> hóquei, mas<br />
como eu não era muito boa a jogar<br />
à frente acabei por ir para a baliza”,<br />
sublinha a atleta, <strong>de</strong> 16 anos, que, tal<br />
como Rute e Rita, levou o bikini<br />
para o Brasil. Afinal, por lá é Verão e<br />
há sempre tempo para uma praia...<br />
Joaquim Paulo<br />
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36 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Viver<br />
Novos<br />
caminhos<br />
para o<br />
cinema<br />
DR<br />
7.ª arte Explicar aos alunos,<br />
à semelhança do que<br />
acontece com a leitura, o que<br />
é o cinema e a sua narrativa,<br />
é o objectivo do Plano<br />
Nacional do Cinema<br />
Jacinto Silva Duro<br />
jacinto.duro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A criação conjunta, entre a Secretaria <strong>de</strong> Estado da<br />
Cultura e Ministério da Educação, <strong>de</strong> um Plano<br />
Nacional <strong>de</strong> Cinema, como acontece já com a leitura, é<br />
uma das apostas oficiais para tornar o público mais<br />
instruído, atento e com melhor compreensão do que é a<br />
7.ª arte, em todas as suas variantes, tanto artísticas<br />
como comerciais.<br />
Espera-se também que esta lista com 37 filmes crie, nos<br />
espectadores nacionais, uma noção embrionária do valor<br />
do cinema nacional, levando-o a ver mais películas feitas<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> fronteiras, por realizadores portugueses.<br />
O 37 filmes do plano, dos quais 20 são portugueses, <strong>de</strong>z<br />
americanos, cinco franceses um iraniano e um moçambicano<br />
serão leccionados e discutidos em 23 escolas-piloto<br />
em todo o País. Inclui vários títulos nacionais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
os primeiros filmes rodados por Aurélio Paz dos Reis, em<br />
1896, até obras mais recentes como a curta-metragem Rafa,<br />
<strong>de</strong> João Salavisa. Os títulos serão discutidos nas salas <strong>de</strong><br />
aula e, no final <strong>de</strong> cada período escolar, os professores envolvidos<br />
levarão os alunos às salas <strong>de</strong> cinema.<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar nos portugueses o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ir<br />
ao cinema ver produções nacionais é facilmente justificada<br />
com as baixas audiências que estas têm. Balas e Bolinhos<br />
3 – O último capítulo é, até ao momento, o filme português<br />
mais visto <strong>de</strong> sempre, com 241 mil espectadores (números<br />
até dia 28 Outubro). Contudo, mesmo assumindo-<br />
-se, <strong>de</strong>scaradamente, como película <strong>de</strong> pipocas e com estes<br />
números, não consegue sequer posicionar-se no Top<br />
10 dos mais vistos em Portugal, on<strong>de</strong> Ratatui aparece no<br />
10.º lugar, com 669.292 espectadores, e Avatar, <strong>de</strong> Cameron,<br />
com 1.2 milhões, é campeão <strong>de</strong> bilheteira.<br />
Em Portugal, há um défice <strong>de</strong> interesse pelo cinema nacional<br />
e, para o perceber quase nem sequer é preciso comparar<br />
com França, on<strong>de</strong> as produções francesas ocupam,<br />
nos últimos três anos, os lugares cimeiros: Untouchables<br />
- Amigos Improváveis, em primeiro lugar, e Rien à Declarer<br />
- Nada a Declarar, em segundo. O mesmo se passa aqui ao<br />
lado, em Espanha. No mesmo período, em 2011, Torrente<br />
4" foi o mais visto, em 2010, o segundo posto coube a<br />
Tres Metros Sobre el Cielo.<br />
Embora não sejam inteiramente mainstream, estes filmes,<br />
que retém e transmitem muito da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural<br />
dos seus países <strong>de</strong> origem, po<strong>de</strong>m ser apontados como<br />
exemplos do género cinematográfico que faz da França<br />
o país europeu com a maior quota <strong>de</strong> mercado para a produção<br />
local.<br />
Iniciativa aplaudida<br />
“O aparecimento <strong>de</strong>ste plano nacional é uma iniciativa bastante<br />
feliz. Através <strong>de</strong>le, é possível mostrar que o cinema<br />
não é apenas entretenimento, mas arte”, enten<strong>de</strong> Andrej<br />
Kowalski, cineasta e docente da Escola Superior <strong>de</strong> Educação<br />
e Ciências Sociais <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
“Sabe-se o consumo que a adolescência faz do cinema.<br />
Não é só arte, ou entretenimento, mas também um meio<br />
<strong>de</strong> aglutinação e partilha social. É importante que, numa<br />
arte pop como o cinema, em que toda a gente sabe <strong>de</strong>scodificar<br />
os códigos <strong>de</strong> leitura imediatos, se consiga ir mais<br />
além <strong>de</strong>ssa superficialida<strong>de</strong>”, afirma Álvaro Romão. Este<br />
cineasta sublinha que é preciso mostrar, explicar que, para<br />
se chegar a Tarantino ou mesmo ao Morangos com Açúcar,<br />
o Filme, há um trajecto que “se <strong>de</strong>ve apreen<strong>de</strong>r”. “Um<br />
filme não é produto <strong>de</strong> um trabalho espontâneo. Existem<br />
regras, formas, fórmulas e tendências que vinculam um<br />
trabalho que é necessário conhecer e perceber para enten<strong>de</strong>r<br />
um filme nas suas várias dimensões.”<br />
Por isso, é essencial <strong>de</strong>spertar os jovens para a leitura das<br />
imagens, dos sons e das narrativas, <strong>de</strong> forma diferente das<br />
fórmulas básicas que nos são impostas pelo actual panorama<br />
televisivo, como refere, também, Raquel Martins. A<br />
argumentista e realizadora diz ainda que este é um passo<br />
necessário para a formação <strong>de</strong> futuros criadores, autores<br />
e técnicos audiovisuais que, <strong>de</strong>ste modo, <strong>de</strong>senvolvem<br />
“uma vocação, muitas vezes, adiada para o ensino universitário<br />
ou profissional”.<br />
On<strong>de</strong> está representada a nossa cultura<br />
na 7.ª arte?<br />
“Um filme é cultura. Mas atenção, não tem <strong>de</strong> ser o National<br />
Geographic ou o Discovery. Iñárritu ou Wen<strong>de</strong>rs, na<br />
realida<strong>de</strong>, reflectem o mundo global em que se movimentam<br />
e Wen<strong>de</strong>rs já filmou Portugal. Não acho que tenha<br />
<strong>de</strong> haver um esforço para mostrar a cultura nacional<br />
no cinema. O cinema é que po<strong>de</strong>, se assim o <strong>de</strong>sejar, alimentar-se<br />
da história. Filmes como Aquele Querido Mês<br />
<strong>de</strong> Agosto e Tabu, ambos <strong>de</strong> Miguel Gomes, falam <strong>de</strong> pedaços<br />
<strong>de</strong> Portugal. Mas do que na realida<strong>de</strong> se trata, são<br />
<strong>de</strong> duas estórias fabulosas que se apegam a realida<strong>de</strong>s do<br />
nosso País e história. Mas não tinha <strong>de</strong> o ser”, respon<strong>de</strong><br />
Álvaro Romão.<br />
Foi na “forja” da Tóbis Portuguesa que, durante décadas,<br />
foi a “Meca do cinema em Portugal” que autores como<br />
Lopes Ribeiro e Leitão <strong>de</strong> Barros, fizeram um retrato social,<br />
entre os anos 40 e 60. Nesses tempos, o País era o cenário<br />
favorito do cinema. “Quando num sábado à tar<strong>de</strong><br />
vejo na RTP uma reposição d'O Pátio das Cantigas, Al<strong>de</strong>ia<br />
Origens, estilos<br />
e influências<br />
distintas que<br />
vão dos<br />
clássicos aos<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
das curtas-<br />
-metragens às<br />
animações e ao<br />
documentário,<br />
fazem parte do<br />
Plano Nacional<br />
<strong>de</strong> Cinema<br />
Os mais vistos<br />
Os <strong>de</strong>z filmes portugueses mais<br />
vistos <strong>de</strong> sempre<br />
1 - Balas e Bolinhos 3 – O último<br />
capítulo - 241 mil espectadores<br />
(números até dia 28 Outubro)<br />
2 – O Crime do Padre Amaro,<br />
Carlos Coelho da Silva - 380.671<br />
espectadores<br />
3 - Filme da Treta, <strong>de</strong> José<br />
Sacramento - 278.853<br />
espectadores<br />
4 - Morangos com Açúcar - O<br />
Filme, <strong>de</strong> Hugo <strong>de</strong> Sousa,<br />
233.067 espectadores<br />
5 – Call Girl, <strong>de</strong> António-Pedro<br />
Vasconcelos - 232.581<br />
espectadores<br />
6 – Corrupção, <strong>de</strong> Nicolau<br />
Breyner - 230.741 espectadores<br />
7 – Amália – O Filme, <strong>de</strong> Carlos<br />
Coelho da Silva - 214.259<br />
espectadores<br />
8 – Uma Aventura na Casa<br />
Assombrada, Carlos Coelho da<br />
Silva - 124.936 espectadores<br />
9 – A Bela e o Paparazzo, <strong>de</strong><br />
António-Pedro Vasconcelos -<br />
98.748 espectadores<br />
10 – Second Life, <strong>de</strong> Alexandre<br />
da Roupa Branca ou Aniki Bobó, entre outros títulos, sinto<br />
que a cultura portuguesa estava presente através da representação<br />
<strong>de</strong> tradições e costumes e da adaptação <strong>de</strong> várias<br />
obras marcantes na história”, sublinha o realizador Paulo<br />
César Fajardo.<br />
Entre as temáticas presentes, naquelas décadas, no processo<br />
<strong>de</strong> retratar a vida do povo, estavam a limitação económica<br />
e a forma com ela influencia as relações sociais.<br />
Na actualida<strong>de</strong>, diz Fajardo, mais do que económica, atravessamos<br />
uma crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. “Em países como a<br />
França, Inglaterra e Itália cedo se percebeu que, para haver<br />
uma indústria cinematográfica, além da rentabilida<strong>de</strong>,<br />
é necessário criar hábitos culturais e levar o público às<br />
salas. A multiplicação <strong>de</strong> salas <strong>de</strong> cinema em espaços comerciais<br />
não trouxe uma maior oferta cultural”, enten<strong>de</strong>.<br />
Assim, espaços como o Teatro Miguel Franco, em <strong>Leiria</strong>,<br />
Valente e Miguel Gaudêncio -<br />
90.194 espectadores<br />
Os mais vistos <strong>de</strong> sempre<br />
em Portugal<br />
1 – Avatar, <strong>de</strong> James Cameron –<br />
1.206.162 espectadores<br />
2 – Mamma Mia, <strong>de</strong> Phyllida<br />
Lloyd – 851.681 espectadores<br />
3 – Shrek, o terceiro, <strong>de</strong> Chris<br />
Miller, Raman Hui – 824.646<br />
espectadores<br />
4 - Madagáscar 2, <strong>de</strong> Eric<br />
Darnell, Tom Mcgrath – 813.802<br />
espectadores<br />
5 – Shrek 2, <strong>de</strong> Andrew Adamson,<br />
Kelly Asbury, Conrad Vernon –<br />
771.963 espectadores<br />
6 - O Código da Vinci, <strong>de</strong> Ron<br />
Howard – 757.019 espectadores<br />
7 - Shrek Para Sempre!, <strong>de</strong> Mike<br />
Mitchell – 746.851 espectadores<br />
8 - A Paixão <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong> Mel<br />
Gibson – 721.736 espectadores<br />
9 – Madagáscar, <strong>de</strong> Eric Darnell,<br />
Tom Mcgrath – 692.848<br />
espectadores<br />
10 – Ratatui, <strong>de</strong> Brad Bird –<br />
669.292 espectadores
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 37<br />
DR<br />
Filmes do Plano Nacional <strong>de</strong> Cinema<br />
Programa para o 5.º ano:<br />
- Estória do Gato e da Lua, <strong>de</strong><br />
Pedro Serrazina (Portugal,<br />
1995)<br />
- O Estranho Mundo <strong>de</strong> Jack, <strong>de</strong><br />
Henry Selick (EUA, 1993)<br />
- A Bola, <strong>de</strong> Orlando Mesquita<br />
Lima (Moçambique, 2001)<br />
- Com Quase Nada, <strong>de</strong><br />
Margarida Cardoso e Carlos<br />
Barroco (Portugal e Cabo Ver<strong>de</strong>,<br />
2000)<br />
- Aniki-Bobó, <strong>de</strong> Manoel <strong>de</strong><br />
Oliveira (Portugal, 1942)<br />
Programa para o 6.º ano:<br />
- As coisas lá <strong>de</strong> Casa, <strong>de</strong> José<br />
Miguel Ribeiro (Portugal, 2003)<br />
- O Miúdo <strong>de</strong> Charlot, <strong>de</strong><br />
Charles Chaplin (EUA, 1921)<br />
- ET, o Extraterrestre, <strong>de</strong> Steven<br />
Spielberg (EUA, 1982)<br />
- Diz-me On<strong>de</strong> Fica a Casa do<br />
Meu Amigo, <strong>de</strong> Abbas<br />
Kiarostami (Irão, 1987)<br />
Programa para o 7.º ano:<br />
- A Noiva Cadáver, <strong>de</strong> Tim<br />
Burton (EUA, 2005)<br />
- Saída <strong>de</strong> Pessoal Operário da<br />
Camisaria Confiança, <strong>de</strong><br />
Aurélio da Paz dos Reis<br />
(Portugal, 1896)<br />
- A Invenção <strong>de</strong> Hugo, <strong>de</strong> Martin<br />
Scorsese (EUA, 2011)<br />
- Serenata à Chuva, <strong>de</strong> Stanley<br />
Donen (EUA, 1852)<br />
Programa para o 8.º ano:<br />
- Shane, <strong>de</strong> George Stevens<br />
(EUA, 1953)<br />
- A<strong>de</strong>us, Pai, <strong>de</strong> Luís Filipe<br />
Rocha (Portugal, 1996)<br />
- Eduardo, Mãos <strong>de</strong> Tesoura, <strong>de</strong><br />
Tim Burton (EUA, 1990)<br />
Programa para o 9.º ano:<br />
- Romeu + Julieta, <strong>de</strong> Baz<br />
Luhrman (EUA, 1996)<br />
- A Suspeita, <strong>de</strong> José Miguel<br />
Ribeiro (Portugal, 1999)<br />
- O Barão, <strong>de</strong> Edgar Pêra<br />
(Portugal, 2011)<br />
- Um Outro País, <strong>de</strong> Sérgio<br />
Tréfault (Portugal, 1999)<br />
Programa para o 10.º ano:<br />
- Persepolis, <strong>de</strong> Marjane Satrapi<br />
e Vicent Paronnaud (França,<br />
2004)<br />
- A Noite, <strong>de</strong> Regina Pessoa<br />
(Portugal, 1999)<br />
- Douro, Faina Fluvial, <strong>de</strong><br />
Manoel <strong>de</strong> Oliveira (Portugal,<br />
1931)<br />
- Jaime, <strong>de</strong> António Reis<br />
(Portugal, 1974)<br />
- Rafa, <strong>de</strong> João Salaviza<br />
(Portugal, 2012)<br />
- História Trágica com Final<br />
Feliz, <strong>de</strong> Regina Pessoa<br />
(Portugal, 2005)<br />
- Luzes na Cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Charles<br />
Chaplin (EUA, 1931)<br />
Programa para o 11º ano:<br />
- Os 400 Golpes, <strong>de</strong> François<br />
Truffaut (França, 1959)<br />
- Senhor X, <strong>de</strong> Gonçalo Galvão<br />
Teles (Portugal, 2010)<br />
- A Esquiva, <strong>de</strong> Ab<strong>de</strong>latlif<br />
Kechiche (França, 2004)<br />
- Belarmino, <strong>de</strong> Fernando Lopes<br />
(Portugal, 1964)<br />
- Fado Lusitano, <strong>de</strong> Abi Feijó<br />
(Portugal, 1995)<br />
Programa para o 12.º ano:<br />
- Os Respigadores e a<br />
Respigadora, <strong>de</strong> Agnès Varda<br />
(França, 2000)<br />
- Viagem à Lua, <strong>de</strong> Georges<br />
Méliès (França, 1902)<br />
- Os Salteadores, <strong>de</strong> Abi Feijó<br />
(Portugal, 1993)<br />
- A Cortina Rasgada, <strong>de</strong> Alfred<br />
Hitchcock (EUA, 1966)<br />
on<strong>de</strong> o cinema <strong>de</strong> autor ou que não é <strong>de</strong> mainstream encontra<br />
um espaço <strong>de</strong> projecção, são cada vez mais raros.<br />
E há várias razões para o baixo interesse do público. Por<br />
vezes, o cinema artístico é <strong>de</strong>masiado hermético. Os realizadores<br />
fecham-se numa linguagem própria ao alcance<br />
<strong>de</strong> um grupo restrito. “Os filmes não correspon<strong>de</strong>m às suas<br />
expectativas e o público afasta-se. Os espectadores estão,<br />
cada vez mais, viciados no cinema <strong>de</strong> Hollywood. Gostam<br />
<strong>de</strong> comédias fáceis, filmes <strong>de</strong> acção e importam-se, cada<br />
vez menos, com a arte”, aponta Andrej Kowalski.<br />
A questão, adianta Paulo César Fajardo, passa também<br />
pelo facto <strong>de</strong> que não existe vonta<strong>de</strong> por parte da comunida<strong>de</strong><br />
artística em retratar Portugal, seus <strong>de</strong>feitos e virtu<strong>de</strong>s.<br />
Para complicar ainda mais as contas, falta uma estrutura<br />
<strong>de</strong> apoio funcional que promova o que se faz cá.<br />
“Os números mostram bem a disparida<strong>de</strong>. Qualquer produção<br />
vinda <strong>de</strong> Hollywood tem mais dinheiro <strong>de</strong>stinado<br />
ao marketing, que um filme <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, nacional, a toda<br />
a produção”, remata Kowalski.<br />
“Portugal é pequeno e com pouca gente. Um<br />
filme não se paga na bilheteira”, afirma Álvaro<br />
Romão. O cineasta explica que, no caso do<br />
cinema português e <strong>de</strong> outras cinematografias<br />
<strong>de</strong> países pequenos, o mercado não chega<br />
para que um filme seja rentabilizado. Os filmes<br />
americanos, que são um negócio <strong>de</strong> milhões<br />
e fazem gran<strong>de</strong> sucesso em todo o<br />
Mundo, são pagos, logo no primeiro fim-<strong>de</strong>-<br />
-semana <strong>de</strong> estreia nos Estados Unidos.<br />
Mas, Romão não esquece que o cinema é um<br />
reflexo do que somos e uma fotografia da nossa<br />
existência. “Mesmo não sendo um negócio<br />
que faça alguém lucrar, <strong>de</strong>ve continuar a<br />
ser apoiado, para não <strong>de</strong>saparecer.”<br />
Paulo César Fajardo enten<strong>de</strong> que a arte só<br />
existe se for rentável, pois não po<strong>de</strong> sobreviver<br />
eternamente à custa <strong>de</strong> mecenato. “A forma <strong>de</strong><br />
contar a história e o grau <strong>de</strong> reciprocida<strong>de</strong> que<br />
consegue atingir com o espectador é o factor <strong>de</strong>cisivo<br />
para sucesso ou fracasso. O autor terá<br />
sempre <strong>de</strong> ter em conta que está a criar uma experiência<br />
para o espectador e não para o seu<br />
umbigo, e tentar antecipar as reacções que o público<br />
possa ter ao ver o trabalho final.”<br />
O passo lógico seguinte, para este autor<br />
passa pelo alargamento do mercado <strong>de</strong> distribuição<br />
além-fronteiras. “O facto <strong>de</strong> Portugal<br />
pertencer à CPLP, representa uma oportunida<strong>de</strong><br />
inexplorada”, conclui.<br />
O facto <strong>de</strong><br />
Portugal<br />
pertencer à<br />
CPLP,<br />
representa<br />
uma<br />
oportunida<strong>de</strong><br />
inexplorada<br />
para o cinema<br />
nacional,<br />
fechado num<br />
país com<br />
apenas <strong>de</strong>z<br />
milhões <strong>de</strong><br />
pessoas<br />
Veja<br />
anúncios<br />
<strong>de</strong><br />
na página<br />
45<br />
Para saber<br />
como<br />
anunciar na<br />
secção <strong>de</strong><br />
classificados<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ligue<br />
244 800400
38 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Curtas<br />
Cinema Bruno Carni<strong>de</strong> é o único<br />
português em festival grego<br />
❚ Bruno Carni<strong>de</strong> é o único português a participar, com a<br />
curta <strong>de</strong> comédia Do Not Stop, no festival <strong>de</strong> cinema<br />
Thermaikos International 2min Film, na Grécia, e que<br />
este ano conta com 47 películas da Grã-Bretanha,<br />
Canadá, México, Espanha, Hong Kong, Croácia,<br />
Roménia, Bulgária, Suíça, Itália, Alemanha, Irão<br />
e do país anfitrião. Bruno Carni<strong>de</strong>, 25 anos,<br />
licenciado em Som e Imagem pela Escola<br />
Superior <strong>de</strong> Artes e Design <strong>de</strong> Caldas da Rainha,<br />
iniciou-se na 7.ª arte, em 2009, com a curta <strong>de</strong><br />
animação Os teus últimos dias como criança, que<br />
lhe valeu o Prémio <strong>de</strong> Melhor Animação, no Até<br />
breves. Este ano, venceu o Prémio CinEuphoria com<br />
a curta-metragem Em Terra Frágil.<br />
Turismo Soldados e monges<br />
em busca <strong>de</strong> caminhos <strong>de</strong> futuro<br />
❚ Histórias <strong>de</strong> Soldados e Monges é a nova marca<br />
resultante <strong>de</strong> uma parceria entre o Centro <strong>de</strong> Interpretação<br />
da Batalha <strong>de</strong> Aljubarrota (CIBA), <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong><br />
Mós, e o Parque dos Monges, Alcobaça. A nova<br />
chancela, apresentada na quinta-feira, tem como<br />
objectivo criar programas educativos, turismo<br />
sénior, bilhetes conjuntos para os visitantes<br />
ocasionais, programas <strong>de</strong> alojamento com visita<br />
(escapadinhas) e merchandising próprio. O<br />
director do CIBA, João Mareco, sublinha a<br />
importância da criação <strong>de</strong> sinergias entre as duas<br />
instituições como garante do futuro, num<br />
momento em que “os serviços que <strong>de</strong>tém a tutela do<br />
turismo reflectem gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> promoção”.<br />
Teatro Co-produção do Te-Ato<br />
integra festival em Malta<br />
❚ Por um dia claro, uma co-produção do Te-ato -<br />
Grupo <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e Dobrar, participa, <strong>de</strong> 20<br />
a 25 <strong>de</strong>ste mês, no Ziguzajg (Arts Festival for<br />
Children & Young People), que <strong>de</strong>corre em Malta, nas<br />
cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gozo e Valletta. Com encenação <strong>de</strong> Ana<br />
Lázaro e interpretação <strong>de</strong> Simon Frankel e Inês<br />
Melo, a peça foi criada a partir <strong>de</strong> A invenção do dia<br />
claro, <strong>de</strong> Almada Negreiros, e da poesia inglesa <strong>de</strong><br />
Fernando Pessoa. Por um dia claro conta a história<br />
<strong>de</strong> um homem que nasceu com <strong>de</strong>feito e ainda da<br />
sua mãe, que se alimenta <strong>de</strong> memórias para vencer<br />
os dias. A música é <strong>de</strong> Inês Melo (voz e acor<strong>de</strong>ão)<br />
e ilustrações e curta-metragem <strong>de</strong> Catarina<br />
Mesquita.<br />
DR<br />
ecO - Associação<br />
Cultural lança<br />
Perspectivas #6<br />
O lançamento da Perspectivas #6, recvista publicada pela ecO -<br />
Associação Cultural, <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, está marcado para sábado, 17, às<br />
22:30 horas, no Praça Caffé, na Praça Rodrigues Lobo. A data serve<br />
também para a celebração da primeira “meia dúzia <strong>de</strong> anos <strong>de</strong><br />
existência” da eCO. Sendo por <strong>de</strong>finição uma publicação<br />
aperiódica e gratuita, a Perspectivas serve como um “veículo <strong>de</strong><br />
promoção do trabalho dos artistas locais, fazendo-o chegar, sem<br />
custos, a um público bastante abrangente”. João Diogo, Mariana a<br />
Miserável, Nuno Sarnadas, Sandra Portela e Simão Vieira são os<br />
convidados <strong>de</strong>sta 6.ª Perspectivas que foi baptizada com a<br />
<strong>de</strong>signação Poster Redux. Criada por um grupo <strong>de</strong> jovens<br />
apostados em dinamizar o seu meio local, a ecO preten<strong>de</strong> ser uma<br />
ferramenta para a construção <strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> índole cultural e um<br />
espaço aberto aos seus associados. A edição da revista<br />
Perspectivas, o workshop e exposição AnalógiKa, o festival <strong>de</strong><br />
curtas, Estilhaços, realizado em colaboração com a Fa<strong>de</strong> In –<br />
Associação <strong>de</strong> Acção Cultural, e a Vírus - Mostra <strong>de</strong> Banda<br />
Desenhada, Ilustração e Cinema <strong>de</strong> Animação <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> são<br />
apenas algumas activida<strong>de</strong>s que têm dado visibilida<strong>de</strong> ao trabalho<br />
da ecO.<br />
Canto Luís Peças e João Santos<br />
em Inglaterra<br />
DR<br />
Andreia Sobreira<br />
recebe menção no<br />
Lisbon & Estoril Film<br />
❚ O cantor lírico <strong>de</strong> Alcobaça, Luís Peças,<br />
acompanhado por João Santos, organista da<br />
Sé <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e do Santuário <strong>de</strong> Fátima, vão<br />
fazer este mês uma tournée por diversas<br />
igrejas <strong>de</strong> Londres. Entre outras,<br />
interpretarão canções renascentistas<br />
portuguesas, bem como <strong>de</strong> Georg<br />
Hän<strong>de</strong>l. De Londres, Luís Peças segue<br />
para Farnborough, on<strong>de</strong> actua no<br />
Prospect Theatre. Luís Peças tem-se<br />
<strong>de</strong>slocado ao estrangeiro para recitais,<br />
<strong>de</strong>signadamente à Suíça, França,<br />
Espanha, Itália e Brasil e Bélgica.<br />
A aluna da Escola Superior <strong>de</strong> Artes e Design <strong>de</strong> Caldas da<br />
Rainha (ESAD.CR) Andreia Sobreira, <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, com o filme 1971-74,<br />
recebeu uma menção honrosa durante a Competição Curtas-Metragens<br />
MEO Encontro das Escolas <strong>de</strong> Cinemas Europeias, do Lisbon & Estorial<br />
Film Festival. O filme já tinha integrado o programa do IX Festival<br />
Internacional <strong>de</strong> Cinema Doclisboa 2011 Culturgest. Nesta película, em<br />
tom <strong>de</strong> documentário, na primeira pessoa, um antigo combatente na<br />
Guerra Colonial - o próprio pai da realizadora - <strong>de</strong>screve imagens do<br />
seu álbum <strong>de</strong> fotografias feitas em Moçambique, entre 1971 e<br />
1974. O júri da Competição Curtas-Metragens atribuiu o<br />
primeiro lugar em ex-equo a The Time We Have, <strong>de</strong> Mira<br />
Jargil, da The National Danish Film School, e a<br />
Echo, <strong>de</strong> Ela Gas, da National Film School <strong>de</strong><br />
Dublin.
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 39<br />
Almanaque<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Não pagamos<br />
a vossa crise<br />
Ana Lázaro actriz e encenadora<br />
“Que <strong>Leiria</strong> possa ser feita dos sonhos<br />
<strong>de</strong> quem nela cresce e vive”<br />
❚ Se não tivesse uma profissão ligada à arte, o que<br />
seria?<br />
Astronauta, claro! Se tivesse a resistência física <strong>de</strong> um<br />
maratonista, não fosse piegas com velocida<strong>de</strong>s, nem<br />
ficasse com enjoos em gravida<strong>de</strong>- zero, não pensava<br />
duas vezes!<br />
O projecto que mais gosto lhe <strong>de</strong>u fazer<br />
O Por um Dia Claro - espectáculo <strong>de</strong> teatro, que agora<br />
nos preparamos para “exportar” na sua versão inglesa,<br />
para o Festival <strong>de</strong> Artes <strong>de</strong> Malta, por se ter tornado uma<br />
pista <strong>de</strong> aprendizagem infindável.<br />
O espectáculo que mais lhe ficou na memória<br />
Gil Moniz e a Ponta do Nariz; o espectáculo que o meu<br />
pai carregava numa só mala, e que revi <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
vezes em criança. De cada vez irrepetível, apesar <strong>de</strong><br />
começar sempre da mesma maneira: “Senhoras e<br />
senhores… Não vai haver espectáculo, pois os actores<br />
não apareceram”. E que me fez querer vir a ser muitas<br />
vezes irrepetível, também…<br />
O livro da sua vida<br />
A Poesia Completa <strong>de</strong> Herberto Hel<strong>de</strong>r, por ter palavras<br />
inesgotáveis.<br />
Um filme inesquecível<br />
Os dois últimos que vi, vão-me trazer lembranças <strong>de</strong><br />
sobra: Pina – homenagem do Wim Wen<strong>de</strong>rs à falecida<br />
coreógrafa Pina Bausch, que criou imagens <strong>de</strong> tirar o<br />
fôlego. Wasteland – documentário sobre o trabalho do<br />
artista brasileiro Vik Muniz, que retratou os resi<strong>de</strong>ntes<br />
da maior lixeira do mundo, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, num<br />
trabalho <strong>de</strong> que acabou por re-inventar as vidas dos<br />
participantes.<br />
Se tivesse <strong>de</strong> escolher uma banda sonora para si, qual<br />
seria?<br />
Tinha <strong>de</strong> ser um disco pirata com faixas variadas para<br />
a<strong>de</strong>quar a variações <strong>de</strong> humor: do Tom Waits aos<br />
Beatles, do Michael Nyman ao René Aubry, com um<br />
toque do pop para <strong>de</strong>sanuviar, até terminar com<br />
aquelas vozes arranhadas <strong>de</strong> blues que soam bem <strong>de</strong><br />
qualquer maneira.<br />
Um artista que gostaria <strong>de</strong> ter visto no Teatro José<br />
Lúcio da Silva?<br />
Qualquer novo artista, com um nome por contar. Há<br />
muitos e a precisar <strong>de</strong> palcos.<br />
Uma viagem inevitável<br />
Uma viagem sem <strong>de</strong>stino.<br />
Um vício que gostava <strong>de</strong> não ter<br />
Matutar: v.i: cismar; pensar com<br />
insistência; andar preocupado;<br />
imaginar com fixi<strong>de</strong>z… ufff!<br />
Uma personalida<strong>de</strong> que admira<br />
Quino – porque humor com<br />
humor se paga<br />
Um actor que gostasse <strong>de</strong> levar<br />
a jantar<br />
George Clooney (ofereço o<br />
jantar à minha mãe e ela<br />
fica-me a <strong>de</strong>ver uma)<br />
Um restaurante da região<br />
A casa da minha avó Mina –<br />
mesmo sem o licenciamento<br />
da ASAE.<br />
Um prato <strong>de</strong> eleição<br />
Morcela <strong>de</strong> arroz e uma fatia <strong>de</strong><br />
broa caseira, e nem é preciso prato.<br />
Um refúgio (no distrito)<br />
Qualquer cantinho torto da Rua Direita.<br />
Um sonho para <strong>Leiria</strong>?<br />
Que se possa ser feita dos sonhos <strong>de</strong> quem nela cresce e<br />
vive.<br />
Por um<br />
dia claro<br />
Mesa <strong>de</strong><br />
Cabeceira<br />
Carlos<br />
Martins<br />
George<br />
Clooney<br />
Quino<br />
❚ Não pagamos a vossa crise<br />
Ouve-se por todo o país em<br />
manifestações, em cafés, na rua,<br />
no autocarro, po<strong>de</strong> dizer-se com<br />
alguma tranquilida<strong>de</strong> que é um<br />
sentimento largamente<br />
partilhado pelos portugueses. No<br />
entanto, palavras, se não as levou<br />
já, levá-las-á o vento. Na Irlanda<br />
um grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados sugeriu<br />
uma i<strong>de</strong>ia assim meio tonta, <strong>de</strong>ulhes<br />
para achar que quem manda<br />
nisto é o povo e este pensou que<br />
tal noção é esquisita o suficiente<br />
para ser verda<strong>de</strong>. Vai daí não<br />
pagamos mesmo a vossa crise.<br />
Setecentas mil casas <strong>de</strong>cidiram<br />
não pagar o imposto sobre<br />
proprieda<strong>de</strong> (100€) e o estrago é<br />
fazer as contas mas ainda é para lá<br />
duma fortuna. Se não faz rombo<br />
pelo menos assusta porque vai<br />
que se espalha ao resto? Sou todo<br />
a favor <strong>de</strong> manifestações e vou<br />
per<strong>de</strong>r a voz no meio <strong>de</strong>las<br />
sempre que posso mas acho que<br />
entretanto era <strong>de</strong> organizar várias<br />
frentes. Pelo que tenho lido, o<br />
nível <strong>de</strong> segurança dos ministros<br />
subiu à bruta, por isso o medo<br />
físico já existe (outro dia o Paulo<br />
Rangel saiu do carro para ajudar<br />
não sei quem na rua, foi topado e<br />
"ala que ainda me fico aqui"). Mas<br />
há um outro medinho para<br />
explorar e este muito mais<br />
perigoso, se não houver dinheiro<br />
não há palhaço (diz-me a minha<br />
avó) e sem palhaços po<strong>de</strong>mos<br />
finalmente começar a falar a<br />
sério. Digo eu que seria <strong>de</strong><br />
organizar o pessoal a pagar só o<br />
que acha que <strong>de</strong>ve, tipo<br />
Radiohead ou Unicef. "Epá, este<br />
ano a coisa não está famosa e<br />
parece-me que com o dinheiro<br />
que vos envio todos os meses não<br />
está a ficar melhor <strong>de</strong> modos que<br />
agora não dou mais." Que<br />
conceito estranho. O povo a<br />
mandar. Outra frente a explorar<br />
seria o que o Eric Cantona disse<br />
entre whiskys há uns anos: "O<br />
problema é o sistema? O sistema<br />
são os bancos? Que tal tirar <strong>de</strong> lá o<br />
guito?" E ainda lhe saiu um<br />
magnífico: "É simples". A imagem<br />
agressiva do homem que<br />
pontapeou um fã do Crystal Palace<br />
em 1995 quase que se esfumou ali<br />
em 2 minutos. Voltando a nós,<br />
somos tão bons a <strong>de</strong>senrascar<br />
soluções, parece-me que se calhar é<br />
hora <strong>de</strong> activar o modo<br />
<strong>de</strong>senrascanço, não lhe chamemos<br />
"organizar" porque isso <strong>de</strong>pois dá<br />
muito trabalho. Não, o que nós<br />
vamos fazer é <strong>de</strong>senrascar uma<br />
revolução, vai-se fazendo, em<br />
guardanapos <strong>de</strong> pastelaria, com fita<br />
cola, com cuspo, com berros,<br />
dinheiro no colchão e com menos<br />
viagens às finanças.<br />
músico
40 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Entrevista<br />
Artes plásticas Mário Lopes, escultor<br />
Aprendi com o meu pai a gostar<br />
<strong>de</strong> ferramentas<br />
DR<br />
Graça Menitra<br />
graca.menitra@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Em que contexto surge a exposição <strong>de</strong> xilografias<br />
patente na galeria da Arquivo Livraria?<br />
Resulta dos primeiros trabalhos que fiz no Japão, nesta<br />
área, através <strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> mestrado <strong>de</strong>senvolvido<br />
com uma bolsa <strong>de</strong> estudo do governo japonês,<br />
durante três anos, que terminei em Março <strong>de</strong>ste ano.<br />
O objectivo inicial era estudar escultura mas interessei-me<br />
por outras técnicas relacionadas com a arte japonesa.<br />
E a xilogravura (<strong>de</strong>senho escavado em ma<strong>de</strong>ira<br />
à qual se aplica <strong>de</strong>pois a tinta, tipo carimbo), é<br />
muito tradicional. Parte <strong>de</strong>stes trabalhos já foram expostos<br />
em Tóquio e agora mostro-os aqui em <strong>Leiria</strong> (a<br />
minha terra).<br />
Porque doou esculturas para um jardim <strong>de</strong> Tokushima,<br />
Japão?<br />
Porque sendo uma cida<strong>de</strong> geminada com <strong>Leiria</strong>,<br />
achei interessante <strong>de</strong>ixar trabalhos meus num local<br />
público, o Parque <strong>de</strong> Bizan, on<strong>de</strong> por acaso também<br />
há uma estátua do português Wenceslau <strong>de</strong> Morais.<br />
Agora, a Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> vai apoiar-me com uma exposição<br />
no Banco <strong>de</strong> Portugal, em Fevereio/Março do<br />
próximo ano. Nela penso retratar todo o trabalho que<br />
fiz no Japão (escultura, pintura, xelografia e serigrafia).<br />
Em Abril, na Fábrica <strong>de</strong> Braço <strong>de</strong> Prata, em Lisboa,<br />
vou mostrar também quatro ou cinco pinturas em<br />
gran<strong>de</strong> formato. É preciso é persistência e apresentar<br />
os projectos. Depois os trabalhos falam, ou não, por<br />
si.<br />
Além do Japão e <strong>de</strong> Itália (on<strong>de</strong> se graduou em escultura<br />
na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Belas Artes), já esteve em inúmeros<br />
países, como Coreia, Cabo Ver<strong>de</strong>, Irlanda,<br />
on<strong>de</strong> tem sido assistente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s escultores. Na<br />
área artística, emigrar torna-se ainda mais pertinente?<br />
Emigrei para encontrar o meu caminho e conseguir<br />
sobreviver com esta arte, que nem sempre é fácil.<br />
Contacto leva a contacto e estes começam agora a dar<br />
os seus frutos. Na Irlanda, por exemplo, conheci o filho<br />
<strong>de</strong> um escultor. Comecei a trabalhar com eles<br />
quando tinham encomendas maiores. Como gostaram<br />
do meu trabalho, <strong>de</strong> vez em quando ainda me<br />
chamam para os ajudar. Tenho também participado<br />
em muitos simpósios em países vários, que assim<br />
DR<br />
Mário Lopes, 31<br />
anos, é natural<br />
<strong>de</strong> Santa Eufêmia,<br />
<strong>Leiria</strong>.<br />
Tem colaborado<br />
com<br />
vários escultores<br />
e artistas<br />
pelo mundo,<br />
como Han Soo<br />
Ji, (Itália), Han<br />
Jin Sub, (Coreia<br />
do Sul), Leão<br />
Lopes (Cabo<br />
Ver<strong>de</strong>) e Ken<br />
Thompson<br />
(Irlanda). Em<br />
relação a<br />
prémios,<br />
<strong>de</strong>staque para<br />
o Concurso<br />
Nacional <strong>de</strong><br />
Profissões, que<br />
ganhou em<br />
1999, e, mais<br />
recentemente,<br />
para a<br />
distinção num<br />
simpósio <strong>de</strong><br />
escultura no<br />
Irão.<br />
aproveito para conhecer. As viagens ajudam a enriquecer-me<br />
culturalmente, já que trago sempre muitas<br />
i<strong>de</strong>ias não só do artesanato como da história e cultura<br />
<strong>de</strong>sses países. Mesmo agora estou <strong>de</strong> partida<br />
para Taiwan, precisamente para participar num<br />
simpósio, com mais 14 escultores <strong>de</strong> todo o mundo.<br />
Esses trabalhos vão integrar o património <strong>de</strong> uma<br />
empresa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> material informático.<br />
O seu o percurso profissional começou na Escola <strong>de</strong><br />
Cantaria da Batalha. Sempre soube que queria ser<br />
artista plástico?<br />
Sempre tive tendência para as artes e para os trabalhos<br />
manuais. Habituei-me a trabalhar na terra com<br />
os meus avós e pais e o meu pai, que também era ferreiro,<br />
ajudou-me muito nessa aptidão para as ferramentas<br />
e para os materiais. Na Escola <strong>de</strong> Cantaria da<br />
Batalha, o Mestre Alfredo, assim como os professores<br />
Tó Zé e Alzira, incentivaram-me muito a continuar.<br />
Gostava <strong>de</strong> trabalhar mais no seu país?<br />
Um dia vou tentar estabilizar as minhas raízes. Mas<br />
sendo artista e ainda sem nome, nem sempre é fácil<br />
fazer carreira aqui. Como ainda não formei família<br />
nem tenho ninguém que <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> mim, vou continuar<br />
a viajar e a mostrar o meu trabalho pelo mundo.<br />
Tenho sobretudo explorado a pedra portuguesa,<br />
como o calcário da região, assim como a cortiça. Apesar<br />
<strong>de</strong> ser difícil transportar gran<strong>de</strong>s peças, que facilmente<br />
pesam duas ou três toneladas, o comércio<br />
da pedra está muito internacionalizado e é fácil encontrar<br />
calcário, material que também não é dos mais<br />
caros.
Olhar<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 41<br />
PUBLICIDADE<br />
Desencanto Trocar o certo pelo errado<br />
“<strong>Leiria</strong> é uma festa”<br />
Pedro Cor<strong>de</strong>iro<br />
pedrolcor<strong>de</strong>iro@hotmail.com<br />
❚ Mesmo sobre esta penúria galopante que ensombra<br />
o país, o Há Música na Cida<strong>de</strong> transformou <strong>Leiria</strong> na<br />
sua maior festa. Foi particularmente agradável encontrar<br />
um ambiente excepcionalmente transversal,<br />
“dos zero aos cem”, sem a supérflua presença da já habitué<br />
exposição automóvel – tão querida às iniciativas<br />
urbanas do Município. Uma característica, apenas<br />
atingível no âmbito <strong>de</strong> um entendimento vago e redutor<br />
do que é a urbanida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada pela cida<strong>de</strong> -<br />
essa coisa do enriquecimento do espírito como escudo<br />
para outros males mais <strong>de</strong>ve parecer conversa <strong>de</strong><br />
“pobres”!<br />
A incompreensão consubstancia-se ainda no plano<br />
<strong>de</strong> quem se nega a uma cultura do “inútil” por outra<br />
mais material, a acrescentar a um contexto menos social,<br />
e por conseguinte muito menos cultural.<br />
Espantem-se ao saber que um evento da dimensão<br />
da festa do Há Música na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u grossomodo<br />
da generosida<strong>de</strong> dos músicos e dos seus organizadores<br />
– e é claro que todos teriam mais que fazer!<br />
Mas a coisa aconteceu e esperamos que possa continuar<br />
a acontecer.<br />
É verda<strong>de</strong> que já tínhamos tido outras gran<strong>de</strong>s festas<br />
na cida<strong>de</strong> – a festa do Euro 2004 – impossível <strong>de</strong><br />
esquecer! Essa foi mesmo à gran<strong>de</strong>, não se olhou a<br />
meios. Como no tempo dos imperadores, construiu-<br />
-se o palácio e tudo – o povo é que não o quer... Mas<br />
a festa, essa já ninguém nos tira! Recor<strong>de</strong>mo-la para<br />
sempre como a maior das extravagâncias das nossas<br />
vidas.<br />
Há duas semanas tivemos a benesse do último feriado<br />
do dia <strong>de</strong> todos os santos, precedido pela festa<br />
da noite das bruxas, mais recentemente o Halloween<br />
ao estilo USA. Depois do Shopping-Center e do<br />
Donut plastificado temos também a importação <strong>de</strong><br />
uma nova festa. Se valesse <strong>de</strong> alguma coisa, até nos<br />
podíamos questionar se não haveria por aí escolha<br />
melhor?! Uma festa das Rosas à marroquina (Kelaat<br />
MGouna), uma Tomatina à espanhola (Bunõl), uma<br />
guerra <strong>de</strong> laranjas à Italiana (Ivrea) ou mesmo, e talvez<br />
mais oportunamente, uma verda<strong>de</strong>ira celebração<br />
do fim das vindimas com fogueiras e vinho, à Francesa<br />
(Beaujolais), ou à Portuguesa (ainda por reinventar).<br />
Mas como a coisa parece estar feita, ficamos com<br />
as abóboras e o trick-or-treat (doçuras ou travessuras).<br />
A verda<strong>de</strong> é que a temática agita a noite <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
- mesmo com pouca convicção, a malta mascarase<br />
esperando que os copos façam o resto.<br />
De tudo o que assisti, o mais assustador foi mesmo<br />
umas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> ciclistas a circular em bando, mascarados<br />
com coletes reflectores e uns gritinhos à<br />
mistura.<br />
Mas por fim, o que me remete para o <strong>de</strong>sencanto<br />
<strong>de</strong> Hemingway por reportação a Paris é uma festa, não<br />
são as sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma <strong>Leiria</strong> mais viva (porque não<br />
me lembro), mas a severida<strong>de</strong> com que o país se propõe<br />
a (in)disponibilizar o dia em que os garotos andam<br />
na rua a pedir bolinho, contando com a generosida<strong>de</strong><br />
dos outros para a construção <strong>de</strong> uma doce<br />
fantasia e um mundo mais nobre – um dia em que se<br />
fazia o que parecia estar certo mas que o futuro <strong>de</strong>creta<br />
estar inevitavelmente errado.<br />
RICARDO GRAÇA/ARQUIVO
42 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Obrigatório<br />
Cinema Maratona <strong>de</strong> Cinema<br />
Francês na Livraria Arquivo<br />
DR<br />
Gastronomia Alcobaça volta a ser<br />
capital da doçaria conventual<br />
DR<br />
❚ Quarta-feira, 21, entre as 12 e as 24 horas, acontece a<br />
Maratona <strong>de</strong> Cinema da Arquivo (Mostra <strong>de</strong> Cinema<br />
Francês), <strong>de</strong> forma non stop e com entrada livre. É uma<br />
iniciativa do colectivo a9)))), em colaboração com esta<br />
livraria <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Serão exibidos A Regra do Jogo, <strong>de</strong><br />
Jean Renoir (filho do pintor Auguste Renoir) que data<br />
<strong>de</strong> 1939; O Acossado, <strong>de</strong> Jean-Luc Godard; A Diva e os<br />
Gangsters, <strong>de</strong> Jean-Jacques Beineix, Os Juncos<br />
Silvestres, <strong>de</strong> André Téchiné; As Praias <strong>de</strong> Agnès, <strong>de</strong><br />
Agnès Varda, <strong>de</strong> 2008 e Os Bem-Amados, <strong>de</strong> Christophe<br />
Honoré, <strong>de</strong> 2011. Os filmes são projectados em ví<strong>de</strong>o<br />
(cópias dvd), com legendas em português,<br />
acompanhados por uma folha <strong>de</strong> sala on<strong>de</strong> se aborda o<br />
filme e se tenta contextualizar o trabalho<br />
cinematográfico da obra.<br />
❚ Antigas receitas dos monges <strong>de</strong> Cister ganham<br />
nova vida a partir <strong>de</strong> hoje, 15, até domingo, 18, no<br />
Mosteiro <strong>de</strong> Alcobaça, em mais uma edição da<br />
Mostra Internacional <strong>de</strong> Doces e Licores. Segundo a<br />
autarquia, o evento conta com cerca <strong>de</strong> 40 stands<br />
<strong>de</strong> exposição e venda <strong>de</strong> doçaria conventual, entre<br />
os quais <strong>de</strong> países como Bélgica, França, Espanha,<br />
Brasil e Polónia e po<strong>de</strong> ser visitada entre as 10:30 e<br />
as 23:30 horas, com excepção do último dia, que<br />
encerra às 19 horas. O município espera que a<br />
tradição que faz <strong>de</strong>ste o certame que mais público<br />
atrai a Alcobaça se repita este ano, sendo esperados<br />
cerca <strong>de</strong> 35 mil visitantes. O evento conta também<br />
com dois concursos (Melhor doce e Melhor licor),<br />
para “valorizar as melhores receitas”.<br />
Lobo Antunes<br />
apresenta novo<br />
livro em <strong>Leiria</strong><br />
DR<br />
❚ António Lobo Antunes regressa a <strong>Leiria</strong> e à<br />
Livraria Arquivo, amanhã, 16, pelas 18 horas, para<br />
apresentar o livro Não é meia noite quem quer, com<br />
edição da D. Quixote. O enredo do livro <strong>de</strong>senvolvese<br />
em três dias (sexta-feira, sábado e domingo). Uma<br />
mulher com perto <strong>de</strong> 50 anos vai passar um fim-<strong>de</strong>semana<br />
na casa <strong>de</strong> férias da família, numa praia não<br />
i<strong>de</strong>ntificada. A casa, mo<strong>de</strong>sta, foi vendida e ela quer<br />
<strong>de</strong>spedir-se <strong>de</strong>la, mas também relembrar tudo o que<br />
se passou ali - a infância com os pais e os irmãos, o<br />
suicídio do irmão mais velho, o irmão surdo-mudo,<br />
o complexo e dramático relacionamento dos pais, a<br />
menina da casa em frente, sua amiga do tempo <strong>de</strong><br />
férias. Vem <strong>de</strong>pois a sua vida actual, mal casada,<br />
sem filhos, professora numa escola como tantas<br />
outras, com uma relação frustrante e sem<br />
entusiasmo com uma colega mais velha... O<br />
falhanço que é a sua vida reflecte-se na casa, há<br />
muito <strong>de</strong>sabitada e nos sonhos <strong>de</strong> todos eles, ali<br />
irremediavelmente enterrados. A <strong>de</strong>spedida da casa<br />
po<strong>de</strong> levá-la a imitar o irmão mais velho e, no<br />
domingo, atirar-se das arribas e encerrar ali uma<br />
vida sem futuro.<br />
Leiturasdasemana (https://www.facebook.com/livraria.arquivo)<br />
A instalação do medo<br />
Zink<br />
Editora: Teodolito<br />
«Recorrendo a frases curtas, à meta-linguagem […]<br />
e <strong>de</strong>spido da ironia que o acompanha quase<br />
sempre, o escritor constrói uma narrativa que é<br />
uma forte crítica ao mo<strong>de</strong>lo civilizacional assente<br />
nos mercados. Os mercados são aqui o papão que<br />
tudo comanda e assusta […] Seco, cru, o livro<br />
arrisca na fórmula e é eficaz no efeito. No mesmo<br />
fôlego da escrita, o leitor entra na espiral<br />
construída por Rui Zink, sente o incómodo, sentese<br />
vítima.» Isabel Lucas, Público.<br />
Mudanças<br />
Mo Yan<br />
Editora: Divina Comédia<br />
Prémio Nobel da Literatura 2012<br />
Mo Yan <strong>de</strong>screve, na primeira pessoa, as alterações<br />
políticas e sociais no seu país ao longo das últimas<br />
décadas, num romance disfarçado <strong>de</strong><br />
autobiografia, ou vice-versa. Ao contrário da<br />
maioria dos escritos históricos sobre a China, que<br />
se limitam a narrar acontecimentos políticos,<br />
Mudanças conta a história do povo, numa<br />
perspectiva mais intimista <strong>de</strong> um país em<br />
transformação. Avançando e recuando no tempo,<br />
Mo Yan dá vida à História, <strong>de</strong>screvendo com<br />
acutilância e muito humor os efeitos dos<br />
acontecimentos do dia-a-dia na vida do cidadão<br />
comum.
44 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Agenda<br />
Artes<br />
Paisagem interior, exposição <strong>de</strong><br />
escultura <strong>de</strong> Filipe Curado, é<br />
inaugurada amanhã, 16, no<br />
foyer do Teatro José Lúcio da<br />
Silva (TJLS), on<strong>de</strong> permanece<br />
até 29 <strong>de</strong> Dezembro. Entrada<br />
livre, diariamente entre as 18 e<br />
as 22 ou 24 horas (dias <strong>de</strong><br />
espectáculo)<br />
Crianças<br />
Mãos <strong>de</strong> Sal, pelo Teatro e<br />
Marionetas <strong>de</strong> Mandrágora, sábado,<br />
16, às 10:30 horas, no Teatro Miguel<br />
Franco (TMF), para maiores <strong>de</strong> 4<br />
anos, num espectáculo integrado<br />
no festival Marionetas em<br />
Novembro. Dia 18, domingo, pelas<br />
15:30 horas, sobe a este palco o<br />
grupo Jardins Insolites para<br />
apresentar Coucou (público alvo<br />
entre 6 meses e 3 anos)<br />
Espectáculo com o Avô Cantigas,<br />
domingo, 19, às 16 horas, no TJLS,<br />
<strong>Leiria</strong>, no âmbito da omemoração<br />
dos 30 anos <strong>de</strong> carreira <strong>de</strong>ste teatro.<br />
Para maiores <strong>de</strong> 3 anos<br />
Clube <strong>de</strong> Leitura Arquivinho,<br />
sábado, 17, às 15 horas, na<br />
Arquivo Livraria, <strong>Leiria</strong>,<br />
dinamizado por Susana Neves.<br />
Entrada livre mas com inscrição<br />
prévia, para público-alvo dos 9 aos<br />
12 anos<br />
Vitória Men<strong>de</strong>s, Rosário Beja<br />
Neves e Charters Monteiro<br />
Adiafas da Cultura (3ª edição),<br />
sábado, 17, pelas 21:30 horas, na<br />
se<strong>de</strong> do Rancho Folclórico Rosas<br />
do Lena, na Rebolaria, Batalha.<br />
O evento integra um Serão na<br />
Alta Estremadura (cantigas,<br />
rimances, medicina popular),<br />
dança, poesia e música popular,<br />
com o grupo Semibreves da Ilha,<br />
Pombal, e concertinas Rosas do<br />
Lena<br />
Letras<br />
Exposição <strong>de</strong><br />
escultura <strong>de</strong><br />
Filipe Curado<br />
é inaugurada<br />
amanhã, 16,<br />
no Teatro<br />
José Lúcio da<br />
Silva, <strong>Leiria</strong><br />
Sons entre formas e cores,<br />
exposição <strong>de</strong> fotografia <strong>de</strong> Jorge<br />
Rocha (trabalho <strong>de</strong> estreia,<br />
marcado pela influência e<br />
inspiração dada pela música no<br />
processo <strong>de</strong> criação) é<br />
inaugurada amanhã, 16, no bar<br />
Alinhavar, <strong>Leiria</strong><br />
Xilografias <strong>de</strong> Mário Lopes,<br />
exposição sobre as primeiras<br />
influências <strong>de</strong> uma estadia no<br />
Japão, na Arquivo Livraria, até 6<br />
<strong>de</strong> Dezembro<br />
Preto no Branco, do papel<br />
impresso para a pare<strong>de</strong>,<br />
exposição com trabalhos <strong>de</strong><br />
vários autores, na se<strong>de</strong> do a9)))),<br />
<strong>Leiria</strong>, até 13 <strong>de</strong> Dezembro<br />
Exposição Terra Gran<strong>de</strong><br />
(pintura) da artista Paula Rito,<br />
na Galeria Quattro, <strong>Leiria</strong>, até<br />
dia 14 <strong>de</strong> Dezembro<br />
A exposição <strong>de</strong> pintura<br />
Envolvências <strong>de</strong> cor, <strong>de</strong><br />
Augusto Neves, e trabalhos da<br />
artista Ana Rodrigues, estão<br />
patentes até dia 27, na<br />
Biblioteca Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Cerâmica reflexo <strong>de</strong> uma<br />
Cultura, em exposição no MIMO<br />
– Museu da Imagem em<br />
Movimento, <strong>Leiria</strong>, até dia 23<br />
Cida<strong>de</strong>, quero-as comigo,<br />
exposição <strong>de</strong> pintura <strong>de</strong> Maria<br />
Dulce Bernar<strong>de</strong>s, até dia 17, no<br />
edifício Banco <strong>de</strong> Portugal,<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Sensibilida<strong>de</strong>s 25, a região vista<br />
pela objetiva <strong>de</strong> fotógrafos do<br />
distrito, no Museu Joaquim<br />
Correia, Marinha Gran<strong>de</strong>. Fica,<br />
até dia 30<br />
Natureza cristalina é o nome da<br />
exposição que apresenta o<br />
espólio do Museu<br />
Municipal <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Mós,<br />
para ver até dia 28,<br />
no Salão Nobre da Câmara<br />
Municipal<br />
Eventos<br />
Partidas, teatro infantil para<br />
maiores <strong>de</strong> 3 anos, pelo Te-Ato -<br />
Grupo <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
domingo,18 , às 11 horas, na Sala<br />
Jaime Salazar Sampaio, <strong>Leiria</strong><br />
Vânia Tavares apresenta o livro<br />
infantil A Formiguinha Leonor,<br />
amanhã, 16, às 10 horas, na<br />
Biblioteca Municipal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
O Museu Dr. Joaquim Manso, na<br />
Nazaré, comemora o Dia<br />
Nacional do Mar (16 <strong>de</strong><br />
Novembro) com a tertúlia Do<br />
mar para terra. Formas <strong>de</strong><br />
comunicação, a realizar hoje,<br />
pelas 15 horas, com a<br />
participação dos antigos<br />
pescadores Agostinho da<br />
Nascimenta e Joaquim<br />
Estrelinha. À conversa estarão<br />
ainda António Peixe, docente <strong>de</strong><br />
Ciências do Mar - Ambiente e<br />
alterações climáticas na<br />
Universida<strong>de</strong> Sénior da Nazaré;<br />
Bruno Santos, instrutor <strong>de</strong><br />
mergulho e Lourenço Gorricha,<br />
comandante da Capitania do<br />
Porto da Nazaré<br />
Percursos Reconhecer <strong>Leiria</strong><br />
(reabilitação <strong>de</strong> edifícios<br />
municipais: Casa dos Pintores e<br />
m|i|mo – museu da imagem<br />
em movimento), sábado, 17, com<br />
encontro às 10:30 horas, no<br />
Centro Cívico <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e<br />
participação gratuita. Este<br />
passeio será acompanhado pelos<br />
arquitectos: Ana Filipa Pinhal,<br />
Múisca<br />
Ana Moura<br />
apresenta ao<br />
vivo, amanhã<br />
em <strong>Leiria</strong>, o<br />
seu novo<br />
álbum,<br />
Desfado, que<br />
saiu para o<br />
mercado na<br />
segunda-feira<br />
Ana Moura apresenta ao vivo o<br />
seu novo álbum, Desfado (que saiu<br />
para o mercado segunda-feira),<br />
amanhã, 16, às 21:30 horas, no<br />
TJLS, <strong>Leiria</strong><br />
Concerto pelos Um Zero Azul<br />
(promoção do primeiro single,<br />
Quem não quer ver? (banda sonora<br />
da telenovela da SIC, Dancin'<br />
Days, com participação especial<br />
<strong>de</strong> Tim (Xutos e Pontapés),<br />
amanhã, 16, às 23 horas, no Texas<br />
Bar, <strong>Leiria</strong><br />
Concerto <strong>de</strong> jazz com o quarteto<br />
<strong>de</strong> clarinetes Tertúlia Quartet,<br />
hoje, dia 15, pelas 21:30 horas, no<br />
Centro Recreativo <strong>de</strong> Golpilheira,<br />
Batalha, inserido na 19º Semana<br />
Cultural, que termina domingo<br />
(Dia da Freguesia)<br />
Concerto que assinala 19 anos <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong> do Coral Calçada<br />
Romana, com o Grupo Coral da<br />
Socieda<strong>de</strong> Filarmónica Silvense,<br />
Algarve, como convidado,<br />
domingo, 18, às 16 horas, no salão<br />
da Casa do Povo <strong>de</strong> Alqueidão da<br />
Serra, Porto <strong>de</strong> Mós<br />
Apresentação do curso<br />
profissional <strong>de</strong> instrumentista <strong>de</strong><br />
jazz da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música <strong>de</strong><br />
Alcobaça/ESDICA, sábado, 17, às<br />
22:30 horas, na Socieda<strong>de</strong><br />
Filarmónica Vestiariense<br />
Monsenhor José Cacella, Alcobaça<br />
A comemorar 30 anos <strong>de</strong> carreira<br />
enquanto DJs, Vasquinho e Tomás<br />
actuam na Quinta das Silveiras,<br />
<strong>Leiria</strong>, sábado, 17, a partir das 22<br />
horas, numa festa e reunião <strong>de</strong><br />
amigos, com música genuína dos<br />
anos 70, 80 e 90 (80's Generation,<br />
Saturday Night Fever)<br />
Cinema
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 45<br />
Apresentação do livro Não é meia<br />
noite quem quer, <strong>de</strong> António Lobo<br />
Antunes, amanhã, 16, pelas 18<br />
horas, na Arquivo Livraria.<br />
Com texto <strong>de</strong> Sílvia Alves e<br />
ilustrações <strong>de</strong> Pierre Pratt, A<br />
Fábrica do Tempo é um livro para<br />
pequenos e graúdos, a lançar<br />
sábado, 17, às 17 horas, também<br />
naArquivo Livraria, com a presença<br />
<strong>de</strong> dois professores. No dia 20, às<br />
18:30 horas, será também<br />
apresentado neste espaço o livro<br />
Labirinto <strong>de</strong> Mágoas, <strong>de</strong> Daniel<br />
Sampaio<br />
Atelier <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> leitura O<br />
Livro no país das maravilhas,<br />
orientdo por Patrícia Almeida<br />
(projecto Comboio <strong>de</strong> Fantasias),<br />
amanhã, 16, às 20:45 horas, na<br />
Biblioteca Municipal <strong>de</strong> Ourém<br />
Lançamento do livro As Igrejas da<br />
Pe<strong>de</strong>rneira: do<br />
século XII ao século XVII - uma<br />
análise, <strong>de</strong> Carlos Fidalgo, sábado,<br />
17, pelas 18 horas, no Hotel Praia,<br />
Nazaré<br />
Skyfall 007 Sala 1. 15:15, 18:15,<br />
21:20 e 00:15;<br />
Ativida<strong>de</strong> Paranormal 4<br />
Sala 2. 13:40, 15:45, 18:30,<br />
21:30 e 00:00 horas;<br />
Amanhecer – Parte 2<br />
Sala 3. 13:15, 15:45, 18:30,<br />
21:20 e 00:00 horas;<br />
Força Ralph 2D (V.P)<br />
Sala 4. 11:00, 13:20, 15:50, 18:20,<br />
21:15 e 23:45 horas; Arbitrage – A<br />
Frau<strong>de</strong> Sala 5. 13:30, 15:55, 18:25,<br />
21:30 e 23:55 horas.<br />
LEIRIA<br />
Teatro Miguel Franco Tel:<br />
244839680<br />
De segunda a quarta-feira,<br />
Cirkus, Colombia Sala 1. 18:30 e<br />
21:30 horas;<br />
Castello Lopes Cinemas<br />
Tel: 244845870<br />
De quinta a quarta-feira<br />
A Saga Twilight: Amanhecer -<br />
Parte 2 - Digital<br />
Sala 1. 23:40 horas; ? Sala 1.<br />
12:50, 15:40, 18:20, 21:20 e 00:00<br />
horas; Looper - Reflexo<br />
Assassino- Digital<br />
Sala 2. 23:40 horas; Força Ralph<br />
VP 3DSala 2. 13:30, 16:10, 19:00 e<br />
21:10 horas; Ativida<strong>de</strong><br />
Paranormal 4 - Digital Sala 3.<br />
21:50 e 00:15 horas; 007 - Skyfall<br />
- Digital Sala 3. 13:00, 15:50 e<br />
18:50 horas; Taken - A Vingança<br />
Sala 4. 21:00 e 23:30 horas;<br />
Astérix e Obélix: Ao Serviço <strong>de</strong><br />
Sua Majesta<strong>de</strong> VO Sala 4. 13:10,<br />
15:20 e 18:10 horas; Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Sousa Men<strong>de</strong>s, O Cônsul <strong>de</strong><br />
Bordéus Sala 5. 13:15, 15:10,<br />
18:15, 21:30 e 23:50 horas; 007 -<br />
Skyfall<br />
Sala 6. 12:40, 15:30, 18:30, 21:15 e<br />
00:10 horas; A Saga Twilight:<br />
Amanhecer - Parte 2 Sala 7.<br />
13:20, 16:00, 18:40, 21:40 e 00:20<br />
horas;<br />
Teatro<br />
A Porta 27 – Associação Cultural<br />
apresenta Pistolas, Pilantras e<br />
Problemas (maiores <strong>de</strong> 16 anos),<br />
sábado e domingo, 17 e 18, às 21:47<br />
e 16:32 horas, respectivamente, na<br />
Fábrica <strong>de</strong> Emoções, Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>. Com encenação e<br />
dramaturgia <strong>de</strong> Ricardo Alves e<br />
texto original <strong>de</strong> Suzana<br />
Rodrigues, a interpretação é <strong>de</strong> Ivo<br />
Luz e Tiago Lourenço<br />
A Porta 27 -<br />
Associação<br />
Cultural<br />
apresenta<br />
Pistolas,<br />
Pilantras e<br />
Problemas,<br />
sábado e<br />
domingo, na<br />
Fábrica <strong>de</strong><br />
Emoções,<br />
Marinha<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Comida, com texto <strong>de</strong> Miguel<br />
Castro Caldas e encenação e<br />
interpretação <strong>de</strong> João <strong>de</strong> Brito,<br />
em cena no Espaço O Nariz,<br />
<strong>Leiria</strong>, amanhã, 16, pelas 22<br />
horas, numa produção <strong>de</strong><br />
LAMA<br />
LX Comedy Club, comédia com<br />
Salvador Martinha, Rui Sinel <strong>de</strong><br />
Cor<strong>de</strong>s, Ricardo Vilão<br />
e Luís Franco-Bastos, sábado,<br />
17, às 22 horas, no CCC,<br />
Caldas da Rainha. O<br />
espectáculo integra momentos<br />
<strong>de</strong> Open-mic<br />
Fora do Baralho, espectáculo<br />
<strong>de</strong> magia <strong>de</strong> Mário Daniel<br />
(autor, apresentador e mágico<br />
do programa da SIC,<br />
Minutos Mágicos) domingo, 18,<br />
pelas 16 horas, no<br />
Cine-Teatro Municipal <strong>de</strong><br />
Ourém<br />
PUBLICIDADE<br />
Florbela, filme <strong>de</strong> Vicente Alves<br />
do Ó, com Dalila Carmo, Ivo<br />
Canelas e Albano Jerónimo nos<br />
principais papeis, em exibição<br />
amanhã, 16, às 15 horas em sessão<br />
para escolas e, às 21:30 horas, para<br />
o público geral, no CAE, Figueira<br />
da Foz. Florbela é o retrato íntimo<br />
<strong>de</strong> Florbela Espanca, uma mulher<br />
que viveu <strong>de</strong> forma intensa e não<br />
conseguiu amar docemente. Para<br />
maiores <strong>de</strong> 12 anos<br />
ALCOBAÇA<br />
Cine Teatro Tel. 262 580 885<br />
Para Roma Com Amor<br />
Domingo e segunda às 21:30<br />
horas<br />
CALDAS DA RAINHA<br />
Vivacine Tel.262 840 197<br />
De quinta a quarta-feira<br />
Cinema City<br />
Tel. 244845071<br />
De quinta a quarta-feira<br />
Curta "O Outro Lado" +<br />
Ativida<strong>de</strong> Paranormal 4 Sala 1.<br />
14:00, 18:45 e 00:20 horas; A<br />
Saga Twilight: Amanhecer -<br />
Parte 2 Sala 1. 16:20 e 21:55 horas;<br />
Curta “O Rapaz <strong>de</strong> Papel”+<br />
Força Ralph VP 3D Sala 2-K.<br />
11:20, 18:40 e 00:00 horas;<br />
Curta “O Rapaz <strong>de</strong> Papel”+<br />
Força Ralph VP Sala 2-K. 13:45,<br />
16:15 e 21:30 horas; Madagáscar3<br />
VP Sala3. 11h40 horas; A<br />
advogada Sala 3. 13:40, 15:45,<br />
17:50, 21:55 e 00:05 horas;<br />
Taken- A Vingança Sala 3. 19:55;<br />
A Saga Twilight: Amanhecer -<br />
Parte 2 Sala VIP 4. 13:30 horas,<br />
15:50, 18:10, 21:20 e 23:50 horas;<br />
Astérix e Obélix: Ao Serviço <strong>de</strong><br />
Sua Majesta<strong>de</strong> VO Sala 5-L. 11:25,<br />
16:10 e 18:35 horas; Dois homens<br />
sem lei Sala 5-L. 13:45, 16:10,<br />
18:35, 21:40 e 00:15 horas; Argo<br />
Sala 6-S. 13h35, 16h05, 18h50,<br />
21h35 e 00h10 horas; 007 -<br />
Skyfall Sala 7. 15:40, 19:00, 21:50<br />
e 00:35 horas; Curta “O Rapaz<br />
<strong>de</strong> Papel”+ Força Ralph VP Sala<br />
7. 11:30 horas;
46 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012<br />
Gente&lustre<br />
Diplomacia Leiriense<br />
é embaixadora<br />
na Líbia<br />
Educação Carlos<br />
André li<strong>de</strong>ra centro <strong>de</strong><br />
português em Macau<br />
Viagens <strong>Jornal</strong>ista <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> na Up Magazine<br />
da TAP<br />
Teatro José Ramalho<br />
representa Portugal<br />
no Brasil<br />
Rádio Rui Ramusga<br />
<strong>de</strong>ixa direcção<br />
da 94 FM<br />
❚ Isabel Oliveira Brilhante Pedrosa,<br />
encarregada <strong>de</strong> negócios na<br />
embaixada <strong>de</strong> Trípoli (capital da<br />
Líbia), foi agora nomeada<br />
embaixadora naquele país. A<br />
jurista <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, 48 anos, (Oficial<br />
da Or<strong>de</strong>m do Infante D. Henrique e<br />
Comenda da Or<strong>de</strong>m Isabel a<br />
Católica, do Reino <strong>de</strong> Espanha) já<br />
ocupou cargos em embaixadas,<br />
como Maputo, Rabat ou Díli e<br />
chefiou gabinetes <strong>de</strong> ministros.<br />
❚ Carlos André, director da<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Coimbra (UC), foi escolhido<br />
pelo Instituto Politécnico <strong>de</strong><br />
Macau para li<strong>de</strong>rar o novo Centro<br />
Pedagógico e Científico <strong>de</strong> Língua<br />
Portuguesa naquele país, tendo<br />
em conta “o nome e reputação da<br />
UC”. Carlos André, natural <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, <strong>de</strong>verá iniciar funções em<br />
2013, <strong>de</strong>correndo ainda a fase <strong>de</strong><br />
recrutamento <strong>de</strong> alguns docentes.<br />
❚ José Luís Jorge publicou,<br />
recentemente, na revista Up<br />
Magazine da TAP uma crónica<br />
sobre o rio Danúbio, que atravessa<br />
<strong>de</strong>z países e quatro capitais, ao<br />
longo <strong>de</strong> quase três mil quilómetros.<br />
Este jornalista e repórter<br />
fotográfico <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> já publicou<br />
reportagens em publicações<br />
portuguesas, nomeadamente A<br />
Volta ao Mundo, a extinta Gran<strong>de</strong><br />
Reportagem e a FUGAS.<br />
❚ A convite da embaixada<br />
portuguesa no Brasil, José<br />
Ramalho (actor, marionetista e<br />
responsável técnico do Centro <strong>de</strong><br />
Cultura e Congressos <strong>de</strong> Caldas da<br />
Rainha), apresenta Contos do<br />
Mundo, no Festival Internacional<br />
<strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> Bonecos <strong>de</strong> Brasília,<br />
que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 8. Já este<br />
ano, representou o País no Festival<br />
Internacional <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong><br />
Objectos, em Belo Horizonte.<br />
❚ Após mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos como<br />
jornalista, director <strong>de</strong><br />
informação e director da 94 FM,<br />
Rui Ramusga, abandonou<br />
aquela estação radiofónica, lí<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> audiências no distrito.<br />
Natural <strong>de</strong> Vieira <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, o<br />
jornalista já <strong>de</strong>sempenhou<br />
outros cargos na área da<br />
comunicação social, entre eles o<br />
<strong>de</strong> director-adjunto do JORNAL<br />
DE LEIRIA.<br />
História<strong>de</strong>Vida José Gomes Afonso<br />
Cumpridor <strong>de</strong> promessas<br />
Graça Menitra<br />
graca.menitra@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Engenheiro civil, “filósofo”, pragmático. José Gomes<br />
Afonso, presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong><br />
Mós entre 1985 e 1993, orgulha-se <strong>de</strong>, enquanto<br />
autarca, ter cumprido o que prometeu, apesar das<br />
resistências. A sua obra está fotografada num livro <strong>de</strong><br />
200 páginas, ficando assim para a história. Não quis<br />
fazer mais <strong>de</strong> dois mandatos, precisamente para não<br />
ficar “amarrado” aos votos. Foi posteriomente<br />
convidado para o mesmo cargo, mas diz que jamais<br />
voltará. Até porque acredita que não é bom voltar ao<br />
sítio on<strong>de</strong> já se foi feliz.<br />
Nasceu em Viana do Castelo há 67 anos, no seio <strong>de</strong> uma<br />
família <strong>de</strong> comerciantes (classe média). Tem dois<br />
irmãos (um médico e outro também engenheiro) e a<br />
mãe, <strong>de</strong> 91 anos, ainda é viva. Todos os meses se<br />
<strong>de</strong>sloca até lá, porque herdou a casa dos pais. A sua<br />
vinda para Porto <strong>de</strong> Mós aconteceu por acaso. Aos 25<br />
anos, já licenciado pela Escola Industrial do Porto, teve<br />
conhecimento por um colega <strong>de</strong> tropa, <strong>de</strong> Tomar, que<br />
havia uma empresa <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Mós<br />
(Cerejo dos Santos) que andava à procura <strong>de</strong> um<br />
engenheiro. “Não é tar<strong>de</strong> nem é cedo”, recorda ter dito.<br />
José Gomes Afonso lembra-se até do trajecto que fez<br />
entre Porto e <strong>Leiria</strong>, via caminho-<strong>de</strong>-ferro e <strong>de</strong>pois<br />
numa carreira da Empresa Ribatejana. Após três meses<br />
<strong>de</strong> estágio, chegou a acordo com a empresa e foi buscar<br />
a mulher e a filha <strong>de</strong> seis meses ao Porto. Des<strong>de</strong> então,<br />
tem residido sempre em Porto <strong>de</strong> Mós. Habita numa<br />
vivenda, também com a única filha e os dois netos<br />
gémeos.<br />
Após sete anos nessa empresa, trabalhou como<br />
profissional liberal, até surgir o convite do PSD para se<br />
candidatar à Câmara, que ganhou com maioria<br />
absoluta, reforçada na segunda eleição. “Foram só dois<br />
mandatos porque assim o entendi. Gosto muito da<br />
Não quis fazer<br />
mais <strong>de</strong> dois<br />
mandatos,<br />
como<br />
presi<strong>de</strong>nte da<br />
Câmara <strong>de</strong><br />
Porto <strong>de</strong> Mós,<br />
para não ficar<br />
“amarrado”<br />
aos votos.<br />
Acredita que<br />
não se <strong>de</strong>ve<br />
voltar ao sítio<br />
on<strong>de</strong> já se foi<br />
feliz<br />
GRAÇA MENITRA<br />
minha profissão e não queria estar toda a vida na<br />
câmara. Após o exame das necessida<strong>de</strong>s do concelho, o<br />
segundo mandato foi para concretizar. Mas <strong>de</strong>sapegado<br />
<strong>de</strong> tudo. O objectivo era aquele, quer as pessoas<br />
gostassem ou não”, diz orgulhoso. E houve pessoas que<br />
não gostaram. De entre as obras que fez (biblioteca,<br />
pavilhão <strong>de</strong>sportivo, cine-teatro, recuperação do<br />
castelo, levar água à serra ou arranjar espaços ver<strong>de</strong>s)<br />
houve uma marcante: a abertura da avenida junto à<br />
igreja matriz, <strong>de</strong>sviando o trânsito da estreitíssima Rua<br />
5 <strong>de</strong> Outubro. O arrojo valeu-lhe o incêndio da máquina<br />
<strong>de</strong> terraplanagem, mas não se assustou e foi em frente.<br />
Por isso, José Gomes Afonso <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, com unhas e<br />
<strong>de</strong>ntes, a limitação dos mandatos: “Governar e pensar<br />
no voto é complicado, porque há medidas impopulares<br />
que é preciso tomar. Nas autarquias como no<br />
governo”. Continua a ser militante activo do PSD mas<br />
sem qualquer cargo.<br />
Entre 2008 e 2011, trabalhou em Marrocos, numa<br />
empresa <strong>de</strong> infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.<br />
Actualmente <strong>de</strong>dica-se à formação profissional numa<br />
empresa privada, mas já leccionou no Instituto <strong>de</strong><br />
Emprego e Formação Profissional e no IPL, em cursos<br />
<strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> obras, nomeadamente<br />
acústica em edifícios. “Sobretudo na construção <strong>de</strong><br />
apartamentos, se a empresa não tiver cuidado, vamos<br />
continuar a ouvir, à noite, os barulhos do vizinho.<br />
Barulhos que legalmente não po<strong>de</strong>m existir, sob pena<br />
do empreiteiro ter <strong>de</strong> resolver a situação em tribunal. É<br />
matemático porque dois e dois são quatro. Não há volta<br />
a dar”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Gomes Afonso gosta <strong>de</strong> fotografar paisagens e pessoas,<br />
<strong>de</strong> pintura, <strong>de</strong> fazer agricultura (alfaces e morangos) e<br />
<strong>de</strong> viajar, sobretudo pela Europa. Usar sempre caneta<br />
<strong>de</strong> tinta castanha para assinar documentos é uma das<br />
suas imagens <strong>de</strong> marca. Talvez por ser mais difícil <strong>de</strong><br />
falsificar. Gosta igualmente <strong>de</strong> ler livros <strong>de</strong><br />
investigação, assim como dos que falam da estrutura<br />
psicológia das pessoas. Se não fosse engenheiro,<br />
admite, até po<strong>de</strong>ria ter sido psicólogo ou filósofo. À<br />
mesa <strong>de</strong> cabeceira tem o livro Acontecimentos<br />
Inesperados, que fala sobre o que po<strong>de</strong> acontecer ao<br />
mundo actual. Como, por exemplo, ficar sem<br />
comunicações, tipo internet, o que na sua opinião é<br />
fácil <strong>de</strong> acontecer. “O mundo funciona com muita<br />
rapi<strong>de</strong>z e as pessoas não têm tempo para pensar. Falta<br />
tempo à economia e ao mundo financeiro. É tudo para<br />
o dia seguinte e <strong>de</strong>cidir assim nem sempre quer dizer a<br />
solução mais eficaz. No meu tempo, havia cinco<br />
continentes, agora há mais dois: Antártida e internet.<br />
Não po<strong>de</strong>mos voltar ao tempo <strong>de</strong> Salazar, que pensava<br />
que mesmo com 25 anos <strong>de</strong> atraso chegava sempre a<br />
tempo, mas também não po<strong>de</strong> ser tudo tão instantâneo<br />
como agora...”, conclui.
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2012 47<br />
Ponto<br />
Fuga Sal Nunkachov<br />
Designer:<br />
White Tent,<br />
colecção<br />
homem<br />
primavera<br />
Verão 2013<br />
Mo<strong>de</strong>lo: Estefânia silva (just)<br />
Maquilhagem e cabelo: Alex Me<br />
Fotografia: Sal Nunkachov<br />
Aconteceu<br />
Pombal José Ribeiro<br />
Vieira homenageado<br />
❚ No <strong>de</strong>correr das cerimónias do<br />
Dia do Município, domingo,<br />
Pombal distinguiu diversas<br />
personalida<strong>de</strong>s, entre elas, a título<br />
póstumo, José Ribeiro Vieira. As<br />
filhas do empresário, Alexandra e<br />
Catarina, receberam das mãos do<br />
presi<strong>de</strong>nte da Câmara, Narciso<br />
Mota, a Medalha <strong>de</strong> Prestígio e<br />
Carreira (grau Ouro), pela “gestão<br />
rigorosa da causa pública”<br />
enquanto empresário e nos<br />
diversos cargos que <strong>de</strong>sempenhou<br />
ao longo da vida. Artur Trinda<strong>de</strong>,<br />
secretário-geral da Associação<br />
Nacional <strong>de</strong> Municípios<br />
Portugueses, o Contra-Almirante<br />
António Ribeiro e o professor e<br />
investigador Ricardo Vieira<br />
receberam igual con<strong>de</strong>coração.<br />
Catarina e Alexandra Vieira receberam con<strong>de</strong>coração das mãos <strong>de</strong> Narciso Mota<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Director da PSP elogia nova esquadra <strong>de</strong> Ourém<br />
O director nacional da PSP, Valente Gomes, visitou, na<br />
semana passada, as novas instalações da PSP <strong>de</strong> Ourém.<br />
Na ocasião, o responsável da PSP realçou a qualida<strong>de</strong> da<br />
nova esquadra, com “condições <strong>de</strong> trabalho claramente<br />
acima da média nacional”, e a cooperação da Câmara <strong>de</strong><br />
Ourém na concretização do projecto. Valente Gomes<br />
frisou a importância da ligação das forças <strong>de</strong> segurança<br />
com as autarquias locais, quer na “melhoria das<br />
condições <strong>de</strong> trabalho”, quer e no “diagnóstico <strong>de</strong><br />
situações <strong>de</strong> insegurança”. Esta cooperação foi também<br />
realçada pelo presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Ourém, Paulo<br />
Fonseca.<br />
DR
Um banqueiro é um homem que te<br />
empresta o chapéu <strong>de</strong> chuva quando faz<br />
sol e que to tira quando começa a chover<br />
Mark Twain<br />
Jorlis - Edições e Publicações, Lda.<br />
Parque Movicortes<br />
2404-006 Azoia - <strong>Leiria</strong><br />
Tel. 244 800 400 Fax 244 800 401<br />
geral@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Viver<br />
Cinema Plano<br />
nacional ensina a<br />
<strong>de</strong>sfrutar da 7.ª arte<br />
Págs. 36 e 37<br />
PUBLICIDADE<br />
Paralisação fechou escolas em Alcobaça, Marinha Gran<strong>de</strong> e Pombal<br />
Greve fez greve em <strong>Leiria</strong><br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚A greve geral <strong>de</strong> ontem quase não se<br />
fez sentir nos principais serviços públicos<br />
do concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. A maioria<br />
dos funcionários do Hospital <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tribunais e<br />
autarquia optou por ir trabalhar, não<br />
se verificando gran<strong>de</strong>s atrasos nos<br />
atendimentos ou cancelamento <strong>de</strong><br />
consultas e julgamentos.<br />
Segundo Dina Mendonça, do Sindicato<br />
dos Enfermeiros, a a<strong>de</strong>são<br />
<strong>de</strong>stes técnicos à greve, no turno da<br />
manhã, foi <strong>de</strong> 42% no Hospital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
sem registo <strong>de</strong> faltas nos centros<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> familiar.<br />
Também a maioria das escolas se<br />
encontrava <strong>de</strong> portas abertas, apesar<br />
<strong>de</strong> nem todos os alunos terem aulas,<br />
<strong>de</strong>vido à greve <strong>de</strong> alguns docentes.<br />
Ana Rita Carvalhais, dirigente da<br />
União <strong>de</strong> Sindicatos do Distrito<br />
(USDL), afecta à CGTP-IN, revelou<br />
que se encontrava encerrada a EB 2,3<br />
Correia Mateus, bem como “cerca <strong>de</strong><br />
duas <strong>de</strong>zenas” <strong>de</strong> estabelecimentos<br />
do 1º ciclo e jardins <strong>de</strong> infância.<br />
Apenas o sector dos transportes<br />
teve uma a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 90%. A paralisação<br />
na Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> – a autarquia<br />
do distrito com o maior número<br />
<strong>de</strong> trabalhadores -, foi <strong>de</strong> 14%,<br />
indicou fonte do município à Lusa.<br />
Fora do distrito, os sectores da<br />
educação e saú<strong>de</strong> foram os mais<br />
afectados pela greve geral. No concelho<br />
da Marinha Gran<strong>de</strong>, várias escolas<br />
encerraram portas, casos da Escola<br />
Secundária Calazans Duarte,<br />
Escola Secundária com 3.º Ciclo do<br />
Pinhal do Rei e EB 2 Padre Franklin.<br />
O mesmo cenário repetiu-se em<br />
Pombal e Alcobaça, com os estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Pataias, e Secundária<br />
D. Inês <strong>de</strong> Castro (Alcobaça),<br />
Secundária <strong>de</strong> Pombal e Marquês<br />
<strong>de</strong> Pombal fechadas.<br />
Na saú<strong>de</strong>, a paralisação dos enfermeiros<br />
atingiu os 80% e os 71% nos<br />
hospitais <strong>de</strong> Peniche e <strong>de</strong> Alcobaça no<br />
primeiro turno, respectivamente,<br />
adiantou Dina Mendonça do Sindicato<br />
dos Enfermeiros, enquanto Caldas<br />
teve uma a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 42% e Pombal<br />
<strong>de</strong> 32%.<br />
O sector metalúrgico registou uma<br />
a<strong>de</strong>são que ultrapassou os 60% e o<br />
<strong>de</strong>dicado à indústria automóvel e<br />
do papel mais <strong>de</strong> 70%, realçou ainda<br />
Ana Rita Carvalhais.<br />
Para a dirigente da USDL, “o contributo<br />
do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi muito<br />
positivo para esta jornada <strong>de</strong> luta”.<br />
Ndr: Os dados foram obtidos até<br />
às 12:30 horas.<br />
Viagens (fora) da minha terra<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> convida<br />
os seus<br />
leitores a<br />
partilharem<br />
i<strong>de</strong>ias para a<br />
região<br />
observadas<br />
noutros locais<br />
do País ou do<br />
estrangeiro.<br />
Basta<br />
enviarem<br />
duas ou três<br />
fotografias e<br />
um texto com<br />
1500<br />
caracteres<br />
para<br />
direccao@jor<br />
nal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Passado o pesa<strong>de</strong>lo da 2ª Guerra Mundial, Roma<br />
regressou à liberda<strong>de</strong> perdida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1922, ano em que<br />
Mussolini chegou ao po<strong>de</strong>r. Depois <strong>de</strong> 18 anos <strong>de</strong><br />
ditadura, a Itália fascista aliou-se à Alemanha nazi,<br />
colaborando com Hitler na sua criminosa tentativa <strong>de</strong><br />
dominar a Europa. Como é sabido os dois ditadores<br />
tiveram a morte como epílogo das suas aventuras:<br />
Mussolini foi enforcado pelos guerrilheiros, enquanto<br />
Hitler se suicidou em Berlim.<br />
“Roma cida<strong>de</strong> aberta” é o título do primeiro gran<strong>de</strong><br />
filme italiano do pós-guerra, realizado por Rosselini. É<br />
uma história <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> um caminho<br />
<strong>de</strong>mocrático que chegou aos nossos dias. Nele surgenos<br />
a re<strong>de</strong>scoberta da cida<strong>de</strong>, as memórias do rio<br />
Tibre, a sua beleza e os seus mistérios, ainda<br />
Roma<br />
Orlando<br />
Cardoso<br />
enevoados pelas ruínas do conflito, amalgamados com<br />
as marcas notáveis da sua antiguida<strong>de</strong>.<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roma é pioneira em muitas coisas boas e<br />
inovadoras que vão surgindo, muitas <strong>de</strong>las<br />
timidamente, um pouco por toda a parte. <strong>Leiria</strong> está<br />
nesse caso, como as activida<strong>de</strong>s culturais que, nos<br />
últimos tempos, animaram o seu castelo e outros sítios<br />
dignos da cida<strong>de</strong>.<br />
Os romanos são, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muitos anos, utilizadores<br />
<strong>de</strong> alguns dos seus mais celebrados monumentos para<br />
a realização <strong>de</strong> inúmeros espectáculos e exposições<br />
dos mais variados matizes. São famosos os concertos e<br />
óperas realizados nas Termas <strong>de</strong> Caracala, on<strong>de</strong> os<br />
muros meio <strong>de</strong>struídos pelos homens e pela natureza<br />
são um cenário privilegiado. Poucos terão sido os<br />
países que não tiveram ensejo <strong>de</strong> assistir pela televisão<br />
ao concerto dos três tenores, Pavarotti, Domingo e<br />
Carreras, dirigidos pelo maestro Rieu.<br />
Nos últimos anos, tive o privilégio <strong>de</strong> assistir a<br />
diversos espectáculos em alguns lugares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
dignida<strong>de</strong>, cuja função inicial era diferente. Assisti, por<br />
exemplo, a uma representação <strong>de</strong> árias <strong>de</strong> óperas<br />
célebres numa Igreja Anglicana e a concertos musicais<br />
no claustro da Igreja <strong>de</strong> S. Ivo <strong>de</strong> la Sapienza, obra do<br />
gran<strong>de</strong> arquitecto barroco Borromini e nas ruínas do<br />
Teatro Marcello.<br />
Hoje há uma gran<strong>de</strong> abertura para a utilização <strong>de</strong><br />
monumentos como locais <strong>de</strong> intervenções culturais<br />
radicalmente diferentes das iniciais. É um bom<br />
caminho para torná-los mais próximos <strong>de</strong> todos.<br />
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