05.06.2015 Views

Reações de redox nos seres vivos nutrientes

Reações de redox nos seres vivos nutrientes

Reações de redox nos seres vivos nutrientes

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Reações <strong>de</strong> <strong>redox</strong> <strong>nos</strong> <strong>seres</strong><br />

<strong>vivos</strong><br />

As reações <strong>de</strong> oxi-redução (ou <strong>redox</strong>) costumam <strong>de</strong>finir-se como<br />

reações em que há transferência <strong>de</strong> eletrões.<br />

<strong>nutrientes</strong><br />

ruifonte@med.up.pt<br />

Departamento <strong>de</strong> Bioquímica da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Porto<br />

1<br />

Zn + Cu 2+<br />

Zn 2+ + Cu<br />

...mas também se po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir como reações em que há variação<br />

do número <strong>de</strong> oxidação em cada um dos pares <strong>redox</strong> envolvidos na reação.<br />

Cu 2+ + 2 e -<br />

Zn Zn 2+ + 2 e -<br />

Cu<br />

Cu 2+<br />

Zn Zn 2+<br />

2 e -<br />

2 Cu<br />

Nas reações <strong>de</strong> oxi-redução há variação no número <strong>de</strong><br />

oxidação <strong>de</strong> um ou mais elementos dos reagentes.<br />

Para <strong>de</strong>terminar o número <strong>de</strong> oxidação (n.o.) <strong>de</strong> um elemento:<br />

1- Atribuem-se os eletrões envolvidos na ligação ao elemento mais eletronegativo.<br />

2- Um <strong>de</strong>terminado átomo terá um n.o. negativo se “recebe” eletrões dos átomos vizinhos: o<br />

valor numérico correspon<strong>de</strong> ao número <strong>de</strong> eletrões que “recebeu”; no caso inverso o<br />

n.o. é positivo...<br />

1- o C é mais eletronegativo que o H <br />

atribuem-se os eletrões envolvidos na ligação<br />

ao C.<br />

2- o C “recebe” 4 eletrões <br />

n.o. do C = - 4.<br />

3- cada um dos átomos <strong>de</strong> H “per<strong>de</strong>u” 1<br />

electrão para o C <br />

n.o. do H = +1.<br />

3<br />

No monóxido <strong>de</strong> carbono<br />

o n.o. do C é +2 e o<br />

do oxigénio –2.<br />

No dióxido <strong>de</strong> carbono<br />

o n.o. do C é +4 e o<br />

do oxigénio –2.<br />

O n.o. do carbono do formol (metanal) é zero:<br />

“per<strong>de</strong>” 2 eletrões para o O mas<br />

“ganha” 2 dos H.<br />

4


Quando, na glicólise,<br />

a glicose se converte em ácido pirúvico,<br />

dizemos que a glicose se oxida a ácido pirúvico...<br />

n.o.= +1<br />

n.o.= 0<br />

n.o.= 0<br />

n.o.= 0<br />

n.o.= 0<br />

n.o.= -1<br />

n.o. médio dos<br />

carbo<strong>nos</strong> = 0<br />

n.o.= +3<br />

n.o.= +2<br />

n.o.= -3<br />

n.o. médio dos<br />

carbo<strong>nos</strong> = + 2/3<br />

… porque o processo envolve aumento do número <strong>de</strong><br />

oxidação (n.o.) médio dos carbo<strong>nos</strong>.<br />

(Nos casos do H (+1) e do O (-2) não houve variação.)<br />

5<br />

Regra simples<br />

para calcular, a partir da fórmula molecular,<br />

o número <strong>de</strong> oxidação médio dos carbo<strong>nos</strong><br />

da maioria dos compostos orgânicos<br />

As exceções são os peróxidos (e os dissulfuretos) em que o n.o. do O (e do S) é -1.<br />

n.o. médio<br />

dos carbo<strong>nos</strong> =<br />

Caso ácido pirúvico<br />

Caso ião piruvato<br />

(O × 2) + (S × 2) + (N × 3) – H + carga da molécula<br />

C<br />

C 3 H 4 O 3<br />

n.o. médio = [3 × 2 –4]/3 = + 2/3<br />

C 3 H 3 O 3<br />

-<br />

n.o. médio = [3 × 2 –3 -1]/3 = + 2/3<br />

carga negativa <br />

número negativo<br />

6<br />

As reações <strong>de</strong> dissociação protónica (ácido-base) não são reações <strong>de</strong><br />

oxi-redução.<br />

Pelo contrário, quando uma substância<br />

per<strong>de</strong> átomos <strong>de</strong> hidrogénio (os eletrões e os protões)<br />

diz-se que se oxida...<br />

Os eletrões dos H ligados ao carbono 1 do etanol<br />

“estavam atribuídos” a esse carbono.<br />

Quando esses hidrogénios saem formando-se o etanal (ou acetal<strong>de</strong>ído),<br />

esses eletrões “<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> pertencer” a esse carbono.<br />

n.o. = -1 n.o. = + 1<br />

ac. pirúvico<br />

piruvato + protão<br />

No ácido pirúvico o eletrão que “pertencia” ao hidrogénio já estava atribuído<br />

ao oxigénio on<strong>de</strong> se ligava.<br />

Quando o protão sai, o eletrão que fica no anião piruvato continua atribuído<br />

ao oxigénio.<br />

7<br />

2 e - 2 H +<br />

Ganhar átomos <strong>de</strong> hidrogénio correspon<strong>de</strong> a uma redução.<br />

Per<strong>de</strong>r átomos <strong>de</strong> hidrogénio correspon<strong>de</strong> a uma oxidação.<br />

8


Na reação em que o acetal<strong>de</strong>ído passa a ácido acético po<strong>de</strong><br />

parecer que quem se oxida (per<strong>de</strong> os hidrogénios) é a água...<br />

n.o. = +1<br />

n.o. = +1<br />

n.o. = -2<br />

2 e - 2 H + n.o. = + 3<br />

...mas o<br />

n.o. dos<br />

átomos do<br />

O e do H<br />

não varia.<br />

O elemento que<br />

sofre aumento no<br />

n.o. é o C1 do<br />

acetal<strong>de</strong>ído.<br />

Tal como as reações ácido-base<br />

as reações <strong>de</strong> hidrólise também não são reações <strong>de</strong> oxi-redução.<br />

n.o.= +1<br />

n.o.= +1 n.o.= 0<br />

n.o.= 0<br />

Ganhar um átomo <strong>de</strong> oxigénio (sem ganhar 2 <strong>de</strong> hidrogénio) correspon<strong>de</strong><br />

9<br />

a uma oxidação.<br />

10<br />

A transformação 2-fosfoglicerato → fosfoenolpiruvato + H 2 O<br />

evi<strong>de</strong>ncia o carácter convencional da classificação das reações.<br />

O C2 oxida-se (0 → +1) haveria uma oxidação<br />

O C3 reduz-se (-1 → -2) haveria uma redução<br />

O n.o. médio dos carbo<strong>nos</strong> (2/3) não varia não é reação <strong>redox</strong><br />

n.o. = 0<br />

n.o. = -1<br />

H 2 O<br />

n.o. = +1<br />

n.o. = -2<br />

O 2-fosfoglicerato não se reduziu nem se oxidou: per<strong>de</strong>u 2 átomos <strong>de</strong><br />

O 2 n.o. = 0<br />

oxigénio molecular<br />

e -<br />

O<br />

• -<br />

2 n.o. = - ½<br />

ião superóxido<br />

n.o. = - 1<br />

O n.o. do oxigénio é<br />

zero no O 2 e<br />

-2 na maioria dos<br />

casos mas...<br />

2H + e -<br />

H 2 O 2<br />

peróxido <strong>de</strong> hidrogénio<br />

n.o. = - 2.<br />

e -<br />

H + OH -<br />

ião hidróxido<br />

H 2 O<br />

HO •<br />

Como na água:<br />

o ião hidróxido é<br />

água <strong>de</strong>sprotonada<br />

(H 2 O → OH - + H + ).<br />

n.o. = - 1<br />

11<br />

12<br />

hidrogénio mas também per<strong>de</strong>u 1 átomo <strong>de</strong> oxigénio.<br />

radical hidroxilo


As enzimas que catalisam reações <strong>de</strong> oxi-redução classificam-se<br />

como oxi-redútases:<br />

Embora a nomenclatura que se aplica às enzimas não siga normas<br />

rígidas algumas i<strong>de</strong>ias po<strong>de</strong>m ser úteis.<br />

Exemplos <strong>de</strong> nomes associados a oxi-redútases:<br />

1) As <strong>de</strong>sidrogénases catalisam reações do tipo:<br />

AH2 +<br />

NAD +<br />

NADP +<br />

FAD<br />

FMN<br />

<strong>de</strong>sidrogénase do AH2<br />

A +<br />

NADH<br />

NADPH<br />

FADH2<br />

FMNH2<br />

Desidrogénases<br />

Redútases<br />

dinucleotí<strong>de</strong>os são substratos<br />

Oxídases<br />

Oxigénases<br />

O 2 é o oxidante direto<br />

Peroxídases<br />

o H 2 O 2 é reduzido a água...<br />

Catálase<br />

Dismútases<br />

catalisam reações <strong>de</strong> dismutação<br />

13<br />

O NADP + tem carga -3 e o NAD + tem carga -1: NADP + e NAD + são<br />

14<br />

nomes e o sinal + não se refere à carga global <strong>de</strong>stes compostos.<br />

Exemplo: <strong>de</strong>sidrogénase da glicose-6-P<br />

n.o. = +1<br />

H +<br />

n.o. = +3<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do sentido – direto ou inverso – em que a reação<br />

ocorre, quando um composto orgânico (AH2) é oxidado pelo NAD +<br />

a enzima que catalisa a reação chama-se <strong>de</strong>sidrogénase do AH2.<br />

2 e -<br />

H +<br />

n.o. = -2<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do lactato<br />

n.o. = -1<br />

NADP +<br />

n.o. = +1 n.o. = 0<br />

NADPH<br />

A glicose-6-fosfato oxida-se per<strong>de</strong>ndo 2 átomos <strong>de</strong> hidrogénio.<br />

O NADP + (oxidante) reduz-se aceitando um ião hidreto (H - ).<br />

Glicose-6-P + NADP + 6-fosfogliconolactona + NADPH + H +<br />

15<br />

…mas há uma exceção...<br />

NADH + Q NAD + + QH 2<br />

<strong>de</strong>sidrogénase do NADH<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do NADH ou<br />

complexo I<br />

2 e -<br />

I<br />

NADH NAD +<br />

fora da<br />

mitocôndria<br />

Q<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q<br />

16<br />

matriz da mitocôndria


2) A maioria das redútases catalisa reações do mesmo tipo das<br />

<strong>de</strong>sidrogénases mas o redutor é o NADPH...<br />

A +<br />

n.o. = -1<br />

NADH<br />

NADPH<br />

FADH2<br />

FMNH2<br />

redútase do A<br />

AH2 +<br />

Exemplo: redútase do glutatião<br />

NADPH NADP +<br />

Dissulfureto do glutatião (forma oxidada)<br />

2 e - H +<br />

H +<br />

NAD +<br />

NADP +<br />

FAD<br />

FMN<br />

n.o. = -2<br />

Glutatião (forma reduzida)<br />

O dissulfureto <strong>de</strong> glutatião reduz-se ganhando 2 átomos <strong>de</strong> hidrogénio.<br />

17<br />

O NADPH (redutor) oxida-se per<strong>de</strong>ndo um ião hidreto.<br />

3) As oxídases catalisam reações em que o O 2 é um dos<br />

reagentes que se reduz<br />

a H 2 O, a peróxido <strong>de</strong> hidrogénio (H 2 O 2 ) ou a superóxido (O 2<br />

• -<br />

).<br />

Em qualquer dos casos o n.o. do O 2 que era zero diminui...<br />

2H +<br />

2 cyt. c (Fe 2+ )+½ O 2 2 cyt. c (Fe 3+ )+H 2 O<br />

oxídase do citocromo c<br />

protoporfirinogénio + O 2<br />

oxídase do<br />

protoporfirina +H 2 O 2<br />

protoporfirinogénio<br />

n.o. = -1<br />

H +<br />

n.o. = -2<br />

NADPH + 2 O 2 NADP + +2 O<br />

• -<br />

2<br />

oxídase da NADPH<br />

n.o. = - ½<br />

18<br />

A oxídase mais conhecida<br />

é a<br />

oxídase do citocromo c,<br />

uma enzima da ca<strong>de</strong>ia<br />

respiratória também<br />

conhecida como<br />

complexo IV.<br />

2 2 Fe 3+<br />

Fe 2+ 2 e - 2 H +<br />

½ O 2<br />

oxídase do<br />

citocromo c ou<br />

complexo IV<br />

cyt c<br />

citocromo c<br />

2 e -<br />

½ O 2<br />

IV<br />

n.o. = 0 n.o. = -2<br />

H 2 O<br />

H 2 O<br />

fora da<br />

mitocôndria<br />

matriz<br />

19<br />

4) As mono-oxigénases (também chamadas oxigénases <strong>de</strong><br />

função mista) catalisam reações em que o O 2 é o oxidante direto,<br />

sendo que um dos átomos <strong>de</strong> oxigénio se vai incorporar num<br />

composto orgânico que é oxidado e o outro vai formar água.<br />

São frequentemente chamadas hidroxílases;<br />

neste caso seria hidroxílase do VH<br />

O 2<br />

VH<br />

WH2<br />

VOH<br />

H 2 O<br />

W<br />

20


Exemplo: a hidroxílase da fenilalanina<br />

tirosina<br />

fenilalanina<br />

tetrahidrobiopterina<br />

dihidrobiopterina<br />

A fenilalanina oxidou-se ganhando um átomo <strong>de</strong> oxigénio.<br />

A tetrahidrobiopterina também se oxidou per<strong>de</strong>ndo dois átomos <strong>de</strong><br />

hidrogénio.<br />

21<br />

Em geral, as mono-oxigénases fazem parte <strong>de</strong> sistemas enzímicos<br />

em que uma redútase <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do NADPH reduz W a WH2<br />

permitindo que muitas moléculas <strong>de</strong> VH sejam oxidadas.<br />

VH<br />

VOH<br />

VH<br />

VH<br />

VOH VOH<br />

VH<br />

VOH<br />

VH<br />

VH<br />

O 2<br />

VH<br />

WH2<br />

NADP +<br />

VH + WH2 + O 2<br />

Mono-oxigénase<br />

Redútase do W<br />

H 2 O<br />

W<br />

VOH<br />

VOH<br />

NADPH<br />

VOH + W + H 2 O<br />

NADPH + W WH2 + NADP +<br />

22<br />

fenilalanina<br />

Hidroxílase da fenilalanina<br />

tirosina<br />

5) As peroxídases catalisam reações em que o H 2 O 2 (que se<br />

reduz a H 2 O) é o agente oxidante direto <strong>de</strong> um composto<br />

orgânico.<br />

Exemplo: a peroxídase do glutatião é a mais conhecida<br />

n.o. = -2<br />

n.o. = -1<br />

tetrahidrobiopterina<br />

dihidrobiopterina<br />

Redútase da dihidrobiopterina<br />

NADP + NADPH<br />

Ativida<strong>de</strong> do sistema enzímico “Hidroxílase da Fenilalanina”:<br />

Fenilalanina + THB + O 2<br />

Tirosina + DHB + H 2 O<br />

2 e - 2H +<br />

23<br />

NADPH + DHB THB + NADP + 24<br />

Glutatião<br />

H 2 O 2<br />

n.o. = -1<br />

Dissulfureto do glutatião<br />

2 H 2 O<br />

O glutatião oxida-se per<strong>de</strong>ndo dois átomos <strong>de</strong> hidrogénio.<br />

O peróxido <strong>de</strong> hidrogénio (oxidante) reduz-se aceitando-os.<br />

n.o. = -2


6) A catálase catalisa a dismutação do<br />

peróxido <strong>de</strong> hidrogénio: 2 H 2 O 2 → O 2 + 2 H 2 O<br />

n.o. = - 1<br />

7) A dismútase do superóxido catalisa a dismutação do<br />

superóxido: 2 O 2<br />

• -<br />

→ O 2 +H 2 O 2<br />

n.o. = - ½<br />

H 2 O 2<br />

2 e -<br />

H 2 O 2<br />

2H +<br />

O 2<br />

• -<br />

e -<br />

O 2<br />

n.o. = 0<br />

O<br />

• -<br />

n.o. = - 1<br />

2 H 2 O 2<br />

2H +<br />

“Uma das moléculas <strong>de</strong> superóxido per<strong>de</strong> um eletrão que é aceite pela 25<br />

outra.”<br />

O 2<br />

n.o. = 0<br />

2 H 2 O n.o. = - 2<br />

“Uma das moléculas <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> hidrogénio oxida-se per<strong>de</strong>ndo dois<br />

átomos <strong>de</strong> hidrogénio que são aceites pela outra.”<br />

Nem todas as reações <strong>de</strong> oxi-redução com interesse biológico<br />

são catalisadas por enzimas. Algumas são não enzímicas.<br />

A reação <strong>de</strong> Fenton é uma reação não enzímica em que o H 2 O 2 é<br />

reduzido a H 2 O (ou ao seu ião OH - ) pelo Fe 2+ não ligado a proteínas<br />

libertando-se, simultaneamente, o radical hidroxilo. Pensa-se que, <strong>nos</strong><br />

<strong>seres</strong> <strong>vivos</strong>, tem relevância na oxidação <strong>de</strong> compostos estruturais.<br />

O 2<br />

Fe 2+ (livre)<br />

O 2<br />

• -<br />

n.o. = - 1<br />

H 2 O 2 n.o. = - 2<br />

e -<br />

Fe 3+<br />

HO •<br />

OH -<br />

A reação <strong>de</strong> Haber-Weiss é a que correspon<strong>de</strong> ao somatório da reação<br />

<strong>de</strong> Fenton com a <strong>de</strong> redução do Fe 3+ pelo superóxido:<br />

O 2<br />

• -<br />

+ H 2 O 2 → O 2 + OH - + HO •<br />

…vai oxidar<br />

fosfolipí<strong>de</strong>os,<br />

proteínas, etc.<br />

26<br />

O radical hidroxilo po<strong>de</strong>,<br />

oxidando, não enzimicamente,<br />

moléculas componentes dos<br />

<strong>seres</strong> <strong>vivos</strong>, originar radicais<br />

orgânicos muito reativos...que<br />

estão na origem da formação<br />

<strong>de</strong> peróxidos orgânicos.<br />

peróxido orgânico<br />

HO •<br />

H 2 O<br />

n.o. = - 2<br />

n.o. = - 1<br />

n.o. = - 2<br />

radical alquilo<br />

n.o. = - 1<br />

O que os <strong>seres</strong> <strong>vivos</strong> sabem fazer melhor é…<br />

comer<br />

ingerir substâncias no estado reduzido que vão ser oxidadas a CO 2<br />

e respirar<br />

inspirar O 2 , o oxidante último dos <strong>nutrientes</strong> e<br />

expirar o produto da oxidação dos <strong>nutrientes</strong><br />

n.o. = 0<br />

n.o. = -1<br />

O 2<br />

n.o. = 0<br />

radical<br />

alquilperoxilo<br />

n.o. = 0<br />

n.o. = -2<br />

n.o. = 0<br />

n.o. = -1<br />

27<br />

28


A oxidação dos <strong>nutrientes</strong> é um<br />

processo que, embora ocorra por<br />

mecanismos distintos, assemelhase<br />

muito à oxidação da gasolina<br />

num automóvel.<br />

Em ambos os casos:<br />

n.o. = 0<br />

n.o. = 0 n.o. = -2<br />

C 6 H 12 O 6 + 6 O 2 → 6 CO 2 + 6 H 2 O<br />

n.o. = + 4<br />

Semi-equação <strong>de</strong> oxidação:<br />

um composto orgânico<br />

oxida-se a CO 2<br />

enquanto o O 2 se reduz<br />

a H 2 O.<br />

C 6 H 12 O 6 + 6 H 2 O → 6 CO 2 + 24 e - + 24 H +<br />

Semi-equação <strong>de</strong> redução:<br />

6 O 2 + 24 e - + 24 H + → 12 H 2 O<br />

n.o. = 0 n.o. = -2<br />

n.o. = 0<br />

C 6 H 12 O 6 + 6 O 2 → 6 CO 2 + 6 H 2 O<br />

n.o. = + 4<br />

29<br />

C 6 H 12 O 6 6 CO 2<br />

24 e -<br />

6 O 2 12 H 2 O<br />

30<br />

Semi-equação <strong>de</strong><br />

redução<br />

6 O 2 + 24 e - + 24 H + →<br />

12 H 2 O<br />

par <strong>redox</strong><br />

forma oxidada / forma reduzida<br />

O 2 / H 2 O<br />

potencial <strong>redox</strong><br />

padrão (Eº’)<br />

2 H + +2 e - → H 2<br />

H + / H 2 0 V<br />

6 CO 2 + 24 e - + 24 H + →<br />

glicose + 6 H 2 O<br />

CO 2 / glicose<br />

Equação <strong>de</strong> Nernst:<br />

Δ Eº’= 0,059 log Keq ⇔<br />

n Δ Eº’<br />

n<br />

log Keq =<br />

Δ Eº’ = + 0,81 - (-0,43) = 1,24 V ⇔ Keq ≈ 10 500 M -1<br />

Apesar <strong>de</strong>sta Keq a reação <strong>de</strong> oxidação da glicose só ocorre <strong>nos</strong> <strong>seres</strong><br />

<strong>vivos</strong> porque ... há oxi-redútases.<br />

C 6 H 12 O 6 + 6 O 2 →<br />

6 CO 2 + 6 H 2 O<br />

glicose<br />

+ 0,81 V<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

capaz <strong>de</strong> ligar O 2 e glicose e<br />

2 e -<br />

2 e -<br />

24 e -<br />

2 e - 2 e - 1,3-bisfosfoglicerato<br />

1,3-bisfosfoglicerato<br />

- 0,43 V<br />

piruvato<br />

piruvato<br />

2 e -<br />

2 e -<br />

acetil-CoA<br />

acetil-CoA<br />

oxalacetato<br />

oxalacetato<br />

0,059<br />

2 e - isocitrato 2 e - isocitrato<br />

malato<br />

α-cetoglutarato<br />

2 e -<br />

malato<br />

α-cetoglutarato<br />

2 e -<br />

fumarato<br />

succinil-CoA<br />

…mas não há nenhuma enzima<br />

fumarato<br />

succinil-CoA<br />

31<br />

catalisar a formação <strong>de</strong> CO 2 e H 2 O. succinato<br />

succinato<br />

32<br />

2 e -<br />

2 e -


Seguindo o trajeto dos eletrões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> succinato até ao oxigénio...<br />

glicose<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

Complexo II ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do succinato<br />

succinato<br />

2 e - 2 e -<br />

2 e - Q III cyt c<br />

II-FAD<br />

fumarato<br />

Complexo III<br />

ou redútase do<br />

citocromo c<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q<br />

citocromo c<br />

½ O 2<br />

Complexo IV ou<br />

oxídase do<br />

citocromo c<br />

IV<br />

H 2 O<br />

lado <strong>de</strong> fora<br />

matriz<br />

2 e -<br />

1,3-bisfosfoglicerato<br />

piruvato<br />

2 e -<br />

acetil-CoA<br />

oxalacetato<br />

2 e - isocitrato<br />

2 e -<br />

1,3-bisfosfoglicerato<br />

piruvato<br />

2 e -<br />

acetil-CoA<br />

oxalacetato<br />

2 e - isocitrato<br />

No processo intervêm 3 enzimas que se situam na membrana interna da mitocôndria:<br />

1º-Desidrogénase do succinato: oxida succinato 2e- reduzindo ubiquinona<br />

malato<br />

fumarato<br />

α-cetoglutarato<br />

succinil-CoA<br />

2 e -<br />

2 e -<br />

malato<br />

fumarato<br />

α-cetoglutarato<br />

succinil-CoA<br />

2 e -<br />

2 e -<br />

QH 2<br />

(ubiquinona)<br />

QH 2<br />

(ubiquinona)<br />

33<br />

(ubiquinol)<br />

Q<br />

succinato<br />

(ubiquinol)<br />

Q<br />

succinato<br />

34<br />

Seguindo o trajeto dos eletrões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> succinato até ao oxigénio...<br />

Complexo II ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do succinato<br />

succinato<br />

2 e - 2 e -<br />

2 e - Q III cyt c<br />

II-FAD<br />

fumarato<br />

Complexo III<br />

ou redútase do<br />

citocromo c<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q<br />

citocromo c<br />

½ O 2<br />

Complexo IV ou<br />

oxídase do<br />

citocromo c<br />

No processo intervêm 3 enzimas que se situam na membrana interna da mitocôndria:<br />

1º-Desidrogénase do succinato: oxida succinato<br />

2ereduzindo<br />

ubiquinona<br />

2e-<br />

2º-Redútase do citocromo c: oxida ubiquinol reduzindo citocromo c<br />

2e-<br />

35<br />

3º-Oxídase do citocromo c: oxida citocromo c reduzindo oxigénio<br />

IV<br />

H 2 O<br />

lado <strong>de</strong> fora<br />

matriz<br />

1º- Ação catalítica da<br />

<strong>de</strong>sidrogénase do succinato (ou<br />

complexo II)<br />

A transferência <strong>de</strong> 2 eletrões entre o<br />

succinato e a ubiquinona dá-se<br />

em duas etapas:<br />

1ª etapa: oxidação do succinato a fumarato<br />

com redução do FAD a FADH 2 .<br />

Complexo II ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do succinato<br />

2 e -<br />

II-FAD<br />

succinato<br />

fumarato<br />

2 e - 2 H +<br />

36<br />

FAD FADH 2<br />

Q<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q


2ª etapa: oxidação do FADH 2 a FAD<br />

com redução da ubiquinona (Q) a ubiquinol (QH2).<br />

FADH 2<br />

2 e - 2 H +<br />

FAD<br />

n.o. = +2<br />

2 e - 2 H +<br />

n.o. = +1<br />

Forma oxidada = Q<br />

Forma reduzida = QH2<br />

Reação global catalisada pela <strong>de</strong>sidrogénase do succinato<br />

n.o. = +3 n.o. = +2<br />

forma oxidada = FAD forma reduzida = FADH 2<br />

37<br />

succinato + Q fumarato + QH 2<br />

R = polímero <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s isoprenoi<strong>de</strong>s que conferem hidrofobicida<strong>de</strong> à coenzima Q.<br />

38<br />

Seguindo o trajeto dos eletrões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> succinato até ao oxigénio...<br />

Complexo II ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do succinato<br />

succinato<br />

2 e - 2 e -<br />

2 e - Q III cyt c<br />

II-FAD<br />

fumarato<br />

Complexo III<br />

ou redútase do<br />

citocromo c<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q<br />

citocromo c<br />

½ O 2<br />

Complexo IV ou<br />

oxídase do<br />

citocromo c<br />

No processo intervêm 3 enzimas que se situam na membrana interna da mitocôndria:<br />

1º-Desidrogénase do succinato: oxida succinato<br />

2ereduzindo<br />

ubiquinona<br />

2e-<br />

2º-Redútase do citocromo c: oxida ubiquinol reduzindo citocromo c<br />

2e-<br />

39<br />

3º-Oxídase do citocromo c: oxida citocromo c reduzindo oxigénio<br />

IV<br />

H 2 O<br />

lado <strong>de</strong> fora<br />

matriz<br />

2º-Acção catalítica da redútase do citocromo c (ou<br />

complexo III)<br />

Na redução <strong>de</strong> 2 moléculas <strong>de</strong> citocromo c (Fe 3+ ) por uma molécula <strong>de</strong><br />

ubiquinol (QH2), 2 eletrões são transferidos para o heme c, o grupo<br />

prostético do citocromo c…<br />

…e estes 2 protões acabam na<br />

face externa da membrana interna<br />

da mitocôndria (fora da<br />

mitocôndria).<br />

QH 2<br />

2 e - 2 H +<br />

2 Fe 3+<br />

2 Fe 2+<br />

Q<br />

40


De facto, a redútase do citocromo c (complexo III) é, simultaneamente,<br />

uma enzima (uma oxi-redútase) e<br />

um transportador <strong>de</strong> protões que são bombeados para fora da mitocôndria:<br />

QH2 + 2 Cyt c (Fe 3+ ) → Q + 2 Cyt c (Fe 2+ ) + 2 H + (fora)<br />

2 H + (<strong>de</strong>ntro) → 2 H + (fora)<br />

QH2 + 2 Cyt c (Fe 3+ ) + 2 H + (<strong>de</strong>ntro) → Q + 2 Cyt c (Fe 2+ ) + 4 H + (fora)<br />

3º-Acção catalítica da oxídase do citocromo c (complexo IV)<br />

2 Fe 2+<br />

2 Fe 3+<br />

Complexo III<br />

ou redútase do<br />

citocromo c<br />

QH2<br />

ubiquinol ou<br />

coenzima QH2<br />

4H +<br />

III<br />

2H +<br />

2 e -<br />

cyt c<br />

citocromo c<br />

fora da<br />

mitocôndria<br />

matriz da<br />

mitocôndria<br />

O complexo III catalisa um processo <strong>de</strong> transporte ativo primário: usa a energia 41<br />

libertada numa reação química para bombear protões contra gradiente electroquímico.<br />

½ O 2<br />

2 e -<br />

2 H +<br />

n.o. = 0 n.o. = -2<br />

…estes 2 protões vêm da matriz<br />

da mitocôndria<br />

H 2 O<br />

42<br />

De facto, a oxídase do citocromo c (complexo IV) é, simultaneamente,<br />

uma enzima (uma oxi-redútase) e<br />

um transportador <strong>de</strong> protões que são bombeados para fora da mitocôndria:<br />

2 Cyt c (Fe 2+ ) + ½ O 2 + 2 H + (<strong>de</strong>ntro) → H 2 O + 2 Cyt c (Fe 3+ )<br />

Complexo IV ou oxídase do citocromo c<br />

2 H + (<strong>de</strong>ntro) → 2 H + (fora)<br />

2 Cyt c (Fe 2+ ) + ½ O 2 + 4 H + (<strong>de</strong>ntro) → H 2 O + 2 Cyt c (Fe 3+ )+ 2 H + (fora)<br />

cyt c<br />

citocromo c<br />

2 e -<br />

2H +<br />

IV<br />

½ O 2<br />

4H +<br />

H 2 O<br />

fora da<br />

mitocôndria<br />

matriz da<br />

mitocôndria<br />

O complexo IV tb catalisa um processo <strong>de</strong> transporte ativo primário: usa a energia 43<br />

libertada numa reação química para bombear protões contra gradiente electroquímico.<br />

O trajeto dos eletrões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> succinato até ao oxigénio...<br />

somatório das reações: succinato + ½ O 2 → fumarato + H 2 O<br />

Semi-equação <strong>de</strong><br />

redução<br />

½ O 2 + 2 e - +2 H + →<br />

H 2 O<br />

fumarato + 2 e - + 2 H + →<br />

succinato<br />

Keq =<br />

par <strong>redox</strong><br />

forma oxidada / forma reduzida<br />

O 2 / H 2 O<br />

2 e -<br />

fumarato / succinato<br />

Δ Eº’ =<br />

0,059<br />

n<br />

log Keq<br />

Δ Eº’ = 0,78 V ⇔ Keq ≈ 10 26 atm -1/2<br />

[fumarato]<br />

[succinato] (pressão parcial O 2 ) 1/2<br />

potencial <strong>redox</strong><br />

padrão (Eº’)<br />

+ 0,81 V<br />

+0,03 V<br />

44


glicose<br />

A reação catalisada pela <strong>de</strong>sidrogénase do piruvato po<strong>de</strong> ser,<br />

conceptualmente, entendida como o somatório <strong>de</strong> 2 processos:<br />

(1a) Reação <strong>de</strong> oxidação do piruvato a acetato + CO 2 :<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

gliceral<strong>de</strong>ído-3-P<br />

2 e - 2 e - 2 e -<br />

1,3-bisfosfoglicerato<br />

1,3-bisfosfoglicerato<br />

+<br />

piruvato<br />

piruvato<br />

2 e - CO 2 e -<br />

2<br />

CO 2<br />

2<br />

acetil-CoA<br />

acetil-CoA<br />

n.o. = +2 n.o. = +3 n.o. = +3<br />

n.o. = +4<br />

oxalacetato<br />

2 e - isocitrato<br />

oxalacetato<br />

2 e - isocitrato<br />

CO 2 e<br />

malato<br />

2<br />

-<br />

CO 2 e (2) Reação inversa à <strong>de</strong> hidrólise do acetil-CoA:<br />

α-cetoglutarato malato<br />

2<br />

-<br />

α-cetoglutarato<br />

CO 2 2 e -<br />

CO 2 2 e -<br />

fumarato<br />

succinil-CoA<br />

fumarato<br />

succinil-CoA<br />

2 e - 2 e -<br />

succinato<br />

succinato<br />

45<br />

46<br />

Ac. acético<br />

Acetil-CoA<br />

O NAD + é o<br />

aceitador <strong>de</strong><br />

eletrões na reação<br />

catalisada pela<br />

<strong>de</strong>sidrogénase do<br />

piruvato.<br />

(1b) reação <strong>de</strong> redução do NAD + a NADH<br />

piruvato acetato + CO 2<br />

2 e -<br />

Reação catalisada pela <strong>de</strong>sidrogénase do piruvato:<br />

(1b) NAD + + 2 e - +H + → NADH<br />

(1a) piruvato + H 2 O → acetato + CO 2 + 2 e - +2 H +<br />

(2) acetato + CoA → acetil-CoA + H 2 O<br />

piruvato + CoA + NAD + → acetil-CoA + CO 2 + NADH + H +<br />

2 e -<br />

O <strong>de</strong>stino final dos eletrões que reduziram o NAD + a NADH é o O 2 .<br />

Que caminho seguem esses eletrões?<br />

NAD +<br />

NADH<br />

47<br />

48


Seguindo o trajeto dos eletrões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> NADH até ao oxigénio...<br />

Complexo I ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do NADH<br />

NADH<br />

Complexo III<br />

ou redútase do<br />

citocromo c<br />

I<br />

Q III cyt c<br />

2 e - 2 e - 2 e -<br />

NAD + ubiquinona ou citocromo c<br />

coenzima Q<br />

½ O 2<br />

Complexo IV<br />

ou oxídase do<br />

citocromo c<br />

No processo intervêm 3 enzimas que se situam na membrana interna da mitocôndria:<br />

1º-Desidrogénase do NADH: oxida NADH reduzindo<br />

2ea<br />

ubiquinona<br />

2e-<br />

2º-Redútase do citocromo c: oxida ubiquinol reduzindo citocromo c<br />

3º-Oxídase do citocromo c: oxida citocromo c reduzindo 2e- oxigénio<br />

IV<br />

H 2 O<br />

49<br />

(forma<br />

FMN<br />

NAD + + QH 2<br />

A <strong>de</strong>sidrogénase do<br />

NADH (ou complexo I)<br />

contém como grupo<br />

prostético o FMN.<br />

NADH + Q<br />

oxidada)<br />

2 e -<br />

FMN<br />

FMNH 2<br />

NADH NAD + 2 e -<br />

Q<br />

QH 2<br />

50<br />

De facto, a <strong>de</strong>sidrogénase do NADH (complexo I) é, simultaneamente,<br />

uma enzima (uma oxi-redútase) e<br />

um transportador <strong>de</strong> protões que são bombeados para fora da mitocôndria:<br />

NADH + H + + Q + 4 H + (<strong>de</strong>ntro) → NAD + + QH2 + 4 H + (fora)<br />

Complexo I ou<br />

<strong>de</strong>sidrogénase<br />

do NADH<br />

4H +<br />

2 e -<br />

I<br />

NADH NAD +<br />

4H +<br />

Q<br />

ubiquinona ou<br />

coenzima Q<br />

fora da<br />

mitocôndria<br />

matriz da<br />

mitocôndria<br />

O complexo I também catalisa um processo <strong>de</strong> transporte ativo primário: usa a energia<br />

51<br />

libertada numa reação química para bombear protões contra gradiente electroquímico.<br />

No trajeto dos eletrões entre NADH e o O 2<br />

intervêm os complexos da ca<strong>de</strong>ia respiratória I, III e IV.<br />

somatório das reações:<br />

NADH + ½ O 2 → NAD + + H 2 O<br />

Semi-equação <strong>de</strong><br />

redução<br />

par <strong>redox</strong><br />

forma oxidada / forma reduzida<br />

potencial <strong>redox</strong><br />

padrão (Eº’)<br />

½ O 2 + 2 e - +2 H + →<br />

O 2 / H 2 O<br />

+ 0,81 V<br />

H 2 e -<br />

2 O<br />

NAD + + 2 e - + H + → NADH<br />

NAD + / NADH -0,32 V<br />

Δ Eº’= 0,059<br />

2<br />

log Keq<br />

Δ Eº’= 1,13 V ⇔ Keq ≈ 10 38 atm -1/2 Keq =<br />

[NAD + ]<br />

52<br />

[NADH] (pO 2 ) 1/2


Nem todas as reações <strong>redox</strong> são fisiologicamente irreversíveis.<br />

O sentido em que uma reação (qualquer reação) evolui é <strong>de</strong>terminado<br />

pela razão Keq / QR.<br />

1- Uma reação está em equilíbrio...<br />

Keq = QR ⇔ Keq/QR =1<br />

aA + bB ↔ pP + qQ<br />

2- A reação evolui em sentido direto ... A + B → P + Q<br />

se Keq > QR ⇔ Keq/QR >1<br />

3- e evolui em sentido inverso... P + Q → A + B<br />

se Keq < QR ⇔ Keq/QR Keq ⇔ ΔE’


Zn + Cu 2+<br />

ΔE = ΔEº +<br />

ΔE = 0,059 Keq<br />

log<br />

2 QR<br />

...se Keq = QR ΔE = 0 V<br />

Zn 2+ + Cu<br />

0,059<br />

2<br />

[Cu 2+ ]<br />

log<br />

[Zn 2+ ]<br />

...se Keq > QR ΔE > 0<br />

...se QR=1 ΔE = ΔEº<br />

Keq ≈ 10 37 1,1V<br />

Zn<br />

Cu 2+<br />

Pilha gasta<br />

57<br />

Pilha carregada

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!