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A representação do medo na descrição da peste em Atenas (V ...

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História, imag<strong>em</strong> e <strong>na</strong>rrativas<br />

N o 4, ano 2, abril/2007 – ISSN 1808-9895<br />

hom<strong>em</strong> não é mais livre para atuar socialmente, pois encontra-se preso à manutenção <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>,<br />

mesmo quan<strong>do</strong> passa ao <strong>do</strong>mínio público.<br />

Assim perceb<strong>em</strong>os que a descrição <strong>da</strong> Peste, juntamente com a <strong>da</strong>s batalhas ocorri<strong>da</strong>s <strong>na</strong><br />

região <strong>do</strong> Peloponeso, <strong>na</strong> <strong>na</strong>rrativa de Tucídides, oferece-nos um material rico <strong>na</strong> percepção de<br />

um ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>ores coletivos que s<strong>em</strong>pre assaltaram a humani<strong>da</strong>de. Os relatos sobre a<br />

experiência huma<strong>na</strong> provaram que s<strong>em</strong>pre que os homens são atingi<strong>do</strong>s por uma calami<strong>da</strong>de<br />

deste porte ocorre o aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong>s regras morais impostas por um “corpo” político e religioso,<br />

cuja função é socializar esse hom<strong>em</strong> insociável. Essas “leis” feitas pelos homens e para os<br />

homens são abala<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> a estrutura ideológica de uma época <strong>em</strong> determi<strong>na</strong><strong>do</strong> momento é<br />

questio<strong>na</strong><strong>da</strong>, tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong>-se insuficiente para explicar os acontecimentos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ao re<strong>do</strong>r.<br />

Destacar e compreender esses fenômenos favorece uma percepção ca<strong>da</strong> vez mais<br />

enriquece<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> experiência huma<strong>na</strong>, uma vez que expressamos por meio <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, não a<br />

experiência <strong>em</strong> si, mas o senti<strong>do</strong> dessa experiência e a re-significação <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s no t<strong>em</strong>po.<br />

Bibliografia<br />

a) Documentos Textuais<br />

TUCÍDIDES. História <strong>da</strong> Guerra <strong>do</strong> Peloponeso. Tradução de Mario <strong>da</strong> Gama Kury. São Paulo:<br />

Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, 2001.<br />

b) Obras Gerais<br />

ARENDT, Han<strong>na</strong>h. A condição huma<strong>na</strong>. São Paulo: Forense/Salamandra/Edusp, 1981<br />

BACZKO, Bronislaw. Imagi<strong>na</strong>ção Social. In: ENCICLOPÉDIA Ei<strong>na</strong>udi. Lisboa: Portuguesa: Imprensa<br />

Nacio<strong>na</strong>l: Casa <strong>da</strong> Moe<strong>da</strong>, 1985. p. 296-332.<br />

CAIRUS, H. F. & JUNIOR, W. A. R. Textos Hipocráticos: o <strong>do</strong>ente, o médico e a <strong>do</strong>ença. Rio<br />

de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005.<br />

CAPONI, Sandra. Público e Priva<strong>do</strong> nos t<strong>em</strong>po de <strong>peste</strong>. Hist. Cienc. Saúde – Manguinhos,<br />

mar./jun. 1999, vol.6, no.1, p. 07-28. ISSN 0104-5970.<br />

CARDOSO, Ciro Flamarion. Narrativa, senti<strong>do</strong> e história. São Paulo: Papirus, 1997.<br />

http://www.historiaimag<strong>em</strong>.com.br<br />

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