PROJETO: CONHECENDO O CORPO HUMANO Eixo 4 ... - USP
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Considerações Finais<br />
Pudemos observar que as ações realizadas contribuíram para a mudança da<br />
atitude das crianças de freqüentemente levar o dedo ao nariz. A magia também de<br />
acessar as informações para saber o caminho que o alimento faz quando entra pela nossa<br />
boca e percorre o sistema digestivo, bem como a importância dos alimentos para a nossa<br />
saúde também, de alguma maneira, colaboraram para que algumas crianças<br />
resignificassem o momento de almoço, mas ainda não foram suficientes para que a<br />
ingesta ou o repertório alimentar aumentasse como era nosso desejo inicial. Isso ainda é<br />
um desafio para pensarmos através de outras estratégias que temos utilizado, como as<br />
oficinas culinárias e o trabalho com os canteiros.<br />
Em relação ás informações trabalhadas sabemos que as crianças ainda não<br />
constroem conceitos, mas comparando as falas das crianças da Turma com o registro de<br />
um episódio, ocorrido no ano anterior, com uma das crianças (registrado por outra<br />
professora), podemos afirmar que as crianças puderam ampliar suas hipóteses acerca do<br />
que é o corpo humano. O episódio ocorreu da seguinte maneira: as crianças tomavam<br />
banho e na medida em que saíam do chuveiro, a professora as ajudava com a troca de<br />
roupas. Ao interagir com uma das crianças a professora disse: – Gabriel (nome fictício)<br />
pegue a sua toalha e enxugue o seu corpo! E a criança emitiu a seguinte frase: - Eu não<br />
tenho corpo! A professora então foi até ele, apalpou seu peito e sua barriga e disse: -<br />
isso é seu corpo! O que a criança retrucou: - Não! isso é minha barriga! Então ela passa<br />
a mão em todo o corpo da criança e diz: tudo isso aqui é o seu corpo! E ele novamente<br />
retruca: - Não, isso é o Gabriel! Outra cena envolvendo também crianças de mesma<br />
faixa etária nos dá pistas para hipotetizarmos como as crianças assimilam as<br />
informações sobre o funcionamento do corpo ocorreu em um momento de despedida<br />
quando a professora chamava a atenção de uma das crianças dessa mesma faixa etária<br />
para o movimento dos peixes no aquário. Ao interromper seu choro em função da<br />
despedida da mãe, a criança olha fixamente para um dos peixinhos, respira fundo e diz:<br />
- o peixe não pode sentar porque ele não tem bumbum!<br />
Essas falas das crianças revelam o quanto as aprendizagens são muitas e o<br />
quanto nessa faixa etária ao trabalharmos conhecimentos sobre o corpo humano estamos<br />
também ajudando as crianças a se constituem como sujeitos, ou seja, construir a sua<br />
identidade. Como nos diz a pesquisadora Ana Paula Soares (2010) essas práticas<br />
“constituem zonas de possibilidades de construção do eu e do outro”.<br />
Referências Bibliográficas.<br />
Coleção: O Corpo Humano. Editora Globo S.A, 1995. Publicação original:<br />
Editorial Planeta De Agostini S.A. Barcelona, Espanha.<br />
MARANHÃO, Damaris Gomes. O cuidado de si e do outro. In: Revista<br />
Educação Infantil. Editora Segmento. Outubro, 2011. pgs 14 -29.<br />
MEC/SEB. Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação<br />
Básica. Coordenação Geral da Educação Infantil. Diretrizes Curriculares Nacionais<br />
para Educação Infantil. Brasília, Brasil. 2010