Mensuração e avaliação dos custos ocultos no setor de ... - CT-UFPB
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – <strong>UFPB</strong><br />
CENTRO DE TECNOLOGIA<br />
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DA PRODUÇÃO<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO<br />
ADRIANO SOUTO HERCULANO<br />
MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR<br />
DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO: impacto<br />
gerencial <strong>no</strong> ciclo <strong>de</strong> vida<br />
JOÃO PESSOA<br />
2009
ADRIANO SOUTO HERCULANO<br />
MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR<br />
DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO: impacto<br />
gerencial <strong>no</strong> ciclo <strong>de</strong> vida<br />
Dissertação apresentada ao Programa <strong>de</strong><br />
Pós Graduação em Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />
do Centro <strong>de</strong> Tec<strong>no</strong>logia da Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba como quesito parcial para<br />
obtenção do grau <strong>de</strong> Mestre em Engenharia<br />
<strong>de</strong> Produção.<br />
Área <strong>de</strong> concentração: Gestão da Produção<br />
Sub-área: Gerência <strong>de</strong> Custos<br />
Professora Orientadora: Dr. Maria Silene Alexandre Leite – <strong>UFPB</strong><br />
JOÃO PESSOA<br />
2009
H539m<br />
Hercula<strong>no</strong>, Adria<strong>no</strong> Souto<br />
<strong>Mensuração</strong> e <strong>avaliação</strong> <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção industrial <strong>de</strong> uma mineração: impacto gerencial <strong>no</strong><br />
ciclo <strong>de</strong> vida / Adria<strong>no</strong> Souto Hercula<strong>no</strong>. – João Pessoa: <strong>UFPB</strong>,<br />
2009.<br />
140f. il.:<br />
Dissertação (Mestrado em Engenharia <strong>de</strong> Produção)<br />
PPGEP / Centro <strong>de</strong> Tec<strong>no</strong>logia / Campus I / Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba – <strong>UFPB</strong>.<br />
1. Custo Oculto 2. FMEA – Análise <strong>de</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha e<br />
Efeitos 3. LCC - Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida I - Título<br />
BS/<strong>CT</strong>/<strong>UFPB</strong> CDU: 657.4 (043)
ADRIANO SOUTO HERCULANO<br />
MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR DE<br />
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO:<br />
impacto gerencial <strong>no</strong> ciclo <strong>de</strong> vida<br />
Dissertação <strong>de</strong> Mestrado apresentada ao<br />
Programa <strong>de</strong> Pós Graduação em Engenharia<br />
<strong>de</strong> Produção do Centro <strong>de</strong> Tec<strong>no</strong>logia da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba como<br />
quesito parcial para obtenção do grau <strong>de</strong><br />
Mestre em Engenharia <strong>de</strong> Produção.<br />
Aprovado em ___ <strong>de</strong> _______ <strong>de</strong> 2009.<br />
___________________________________________________<br />
Profª Drª Maria Silene Alexandre Leite (<strong>UFPB</strong>)<br />
(Orientadora)<br />
__________________________________________________<br />
Prof. Dr. Cosmo Severia<strong>no</strong> Filho (<strong>UFPB</strong>)<br />
(Examinador Inter<strong>no</strong>)<br />
__________________________________________________<br />
Prof. Dr. Aloisio da Silva Lima (<strong>UFPB</strong>)<br />
(Examinador Exter<strong>no</strong>)
AGRADECIMENTOS<br />
`A DEUS pela vida concedida, `a minha esposa e filhos pelo apoio fornecido e<br />
aos meus pais pelo exemplo <strong>de</strong>monstrado.
RESUMO<br />
O objetivo <strong>de</strong>sta dissertação é associar ferramentas <strong>de</strong> gestão que permitam<br />
i<strong>de</strong>ntificar, mensurar e avaliar os <strong>custos</strong> da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção industrial em<br />
uma indústria <strong>de</strong> mineração, <strong>de</strong> modo que se verifique a existência <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>. A metodologia empregada está baseada em três aspectos. O primeiro<br />
consistiu na utilização da ferramenta FMEA em paralelo com a árvore <strong>de</strong> <strong>custos</strong> como<br />
direcionador para classificação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção, <strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar<br />
e separar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acordo com a classificação pré-estabelecida: substituição<br />
preventiva (SP), restauração preventiva (RP), inspeção preditiva (IP), inspeção<br />
funcional (IF), serviço operacional (SO), manutenção corretiva (MC), e reparo<br />
funcional (RF). A classificação obtida pelo FMEA serviu como direcionador da<br />
mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> pelo sistema <strong>de</strong> custeio RKW. O segundo aspecto consistiu<br />
em calcular as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção através <strong>de</strong> duas formas. Sendo que, a<br />
primeira <strong>de</strong>las é baseada na expressão convencional Cman = CMat + CMO + CFer +<br />
Cinv (fórmula 2, on<strong>de</strong> Cman significa Custo <strong>de</strong> manutenção, CMat= custo com<br />
materiais, CMO= significa custo com mão-<strong>de</strong>-obra, CFer= <strong>custos</strong> com ferramental e<br />
Cinv= Custos com investimentos). A segunda é representada pela relação Cman=<br />
CP+CC+Cf (Cman Custo <strong>de</strong> manutenção, CP= custo com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
prevenção,CC= custo com ativida<strong>de</strong>s corretivas e Cf = Custo <strong>de</strong>vido a falhas)<br />
propostas por Almeida (2001). Para utilização da fórmula Cman= CP+CC+Cf foi<br />
necessário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> termos que permitem o cálculo <strong>de</strong> Cf, com<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> oriun<strong>dos</strong> das ativida<strong>de</strong>s qualitativamente<br />
classificadas e associadas a <strong>custos</strong> da não qualida<strong>de</strong> (CNQ) e custo da baixa<br />
produtivida<strong>de</strong> (CPD). O terceiro e último aspecto caracterizou-se pela utilização do<br />
Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida (LCC) para analisar o impacto das duas formas <strong>de</strong> se calcular<br />
os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> quatro situações apresentadas e<br />
costumeiramente vividas <strong>no</strong> dia-a-dia da manutenção, que são: continuar a oferecer<br />
manutenção, reformar parcialmente ou totalmente o equipamento atual ou trocár-lo<br />
por um <strong>no</strong>vo. Deste modo, obtem-se os seguintes resulta<strong>dos</strong> finais: (1) o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> uma classificação <strong>de</strong>terminada pela ferramenta FMEA que<br />
permitiu i<strong>de</strong>ntificar e mensurar <strong>de</strong>ntro da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção o fator <strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
falhas (Cf) como também que fossem utilizadas <strong>no</strong>vas formas <strong>de</strong> se calcular a<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção e associar por conseqüência com a medição <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>; (2) Tanto a forma convencional <strong>de</strong> se calcular os<br />
<strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção como a forma proposta através da fórmula Cman =<br />
CP+CC+Cf <strong>de</strong>vem ser usadas em parceria e <strong>de</strong> forma complementar; (3) A<br />
ferramenta LCC como utilização das duas formas <strong>de</strong> se calcular, conseguiu classificar<br />
as 4 situações, propostas na seguinte sequência: repotenciar ou reformar<br />
parcialmente (situação 3), manter a condição <strong>de</strong> manutenção atual (situação 1),<br />
reformar totalmente (situação 4) e trocar por um <strong>no</strong>vo equipamento (situação 2).<br />
Palavras – chave: Custo Oculto. FMEA – Análise <strong>de</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha e Efeitos LCC<br />
- Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida.
ABSTRA<strong>CT</strong><br />
The objective of this thesis is to combine management tools to i<strong>de</strong>ntify, measure and<br />
evaluate the costs of industrial maintenance activity in an mining industry, in or<strong>de</strong>r to<br />
verify the existence of hid<strong>de</strong>n costs. The methodology is based on three aspects. The<br />
first was the use the FMEA tool in parallel with the cost tree as a <strong>de</strong>terminant for the<br />
classification of maintenance activities in or<strong>de</strong>r to i<strong>de</strong>ntify and separate activities<br />
according to the pre<strong>de</strong>termined classification: preventive replacement (SP), preventive<br />
restoration (RP), predictive inspection (IP), functional inspection (IF), operational<br />
service (OS), corrective maintenance (CM), functional repair (RF). The classification<br />
obtained by the FMEA was used as director of the cost measurement by the RKW<br />
costing system. The second aspect consisted in calculating the maintenance activities<br />
by two ways. The first of them is based on the conventional term Cman = CMAT +<br />
CMO + CFer + Cinv (formula 2, where Cman is maintenance cost, CMAT = material<br />
cost , CMO = labor force cost, CFer = tooling costs and Cinv = investment costs) . The<br />
second is represented by the formula Cman = CP + CC + Cf (Cman = maintenance<br />
cost, CP = cost with prevention activities, CC = cost with corrective activities and Cf =<br />
cost due to failure) proposed by Almeida (2001). To use the formula Cman = CP +<br />
CC + Cf was required the <strong>de</strong>velopment of the terms that allow the calculation of the<br />
term Cf, with the i<strong>de</strong>ntification of the hid<strong>de</strong>n costs from activities qualitatively classified<br />
and associated to costs of <strong>no</strong>n quality (CNQ ) and costs of low productivity (CPD). The<br />
third and final point was characterized by the use of Life Cycle Cost (LCC) to check<br />
the impact of the two ways of calculating the costs of maintenance in four situations<br />
presented and customarily experienced in day-to-day maintenance, that are: to<br />
continue providing maintenance, reform partially or completely the existing equipment<br />
or replace the equipment for a new one. Thus, we obtain the following final results: (1)<br />
the establishment of a classification <strong>de</strong>termined by the FMEA tool that allowed to<br />
i<strong>de</strong>ntify and measure in the maintenance activity the failure factor costs (Cf) and also<br />
be used new ways to calculate the maintenance activity and consequently associate<br />
with the measurement of hid<strong>de</strong>n costs in this activity. (2) Both, the conventional way of<br />
calculating the cost of maintenance and the form proposed by the formula Cman =<br />
CP + CC + Cf, should be used together and in a complement way; (3) the LCC tool,<br />
as the using of the two ways to calculate, has managed to rank the 4 situations,<br />
proposed in the following way: restore partially (situation 3), maintain the condition of<br />
the current maintaining ( situation 1), restore totally (situation 4) and replace for a<br />
new equipment (situation 2).<br />
Keywords: Hid<strong>de</strong>n Cost . FMEA - Analysis of Failure Mo<strong>de</strong>s and Effects. LCC - Life<br />
Cycle Cost
LISTA DE FIGURAS<br />
Figura 1 – Relação entre Precisão e Custo do sistema <strong>de</strong> mensuração...................14<br />
Figura 2 – Distribuição <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong>snecessários .................................................18<br />
Figura 3 – Árvore Estrutural sobre Gastos ................................................................25<br />
Figura 4 – Sistemas <strong>de</strong> Informações Contábeis........................................................27<br />
Figura 5 – Princípios <strong>de</strong> custeio ................................................................................31<br />
Figura 6 – Custos tradicionais <strong>de</strong> manutenção .........................................................36<br />
Figura 7 – Relação Custo e tipo <strong>de</strong> intervenção........................................................37<br />
Figura 8 – Ponto ótimo <strong>de</strong> intervenção......................................................................38<br />
Figura 9 – Relação Manutenção x Custos ................................................................39<br />
Figura 10 – Relação entre tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manutenção e o retor<strong>no</strong> obtido pelo<br />
investimento realizado .................................................................................42<br />
Figura 11 – Composição <strong>dos</strong> investimentos <strong>de</strong>vido ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção e o retor<strong>no</strong> obtido ....................................................................43<br />
Figura 12 – Estratificação das horas improdutivas na manutenção corretiva e<br />
preventiva ....................................................................................................51<br />
Figura 13 – Gráfico sobre a evolução da manutenção..............................................55<br />
Figura 14 - Classificação da manutenção .................................................................59<br />
Figura 15 – Exemplo <strong>de</strong> FTA.....................................................................................64<br />
Figura 16 – Fontes <strong>dos</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha...................................................................74<br />
Figura 17 – Coleta <strong>de</strong> Da<strong>dos</strong>.....................................................................................82<br />
Figura 18 – Roteiro para implantação da confiabilida<strong>de</strong> ...........................................86<br />
Figura 19 – Análise LCC ...........................................................................................87<br />
Figura 20 – Relação entre as interfaces....................................................................89<br />
Figura 21 – Fluxo seqüencial ....................................................................................90<br />
Figura 22 – Etapas do LCC.......................................................................................90<br />
Figura 23 – Diagrama Organizacional.......................................................................96<br />
Figura 24 – FTA ........................................................................................................97<br />
Figura 25 – FMEA .....................................................................................................98
LISTA DE QUADROS<br />
Quadro 1 – Conceitos básicos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> ..................................................................26<br />
Quadro 2 – Definições <strong>dos</strong> componentes do RISC ...................................................35<br />
Quadro 3 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do processo.................................48<br />
Quadro 4 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do serviço <strong>de</strong> engenharia ............49<br />
Quadro 5 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do serviço <strong>de</strong> manutenção ..........50<br />
Quadro 6 – Associação <strong>dos</strong> tipos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> com tipos <strong>de</strong> perdas ................50<br />
Quadro 7 – <strong>Mensuração</strong> <strong>dos</strong> “Custos <strong>ocultos</strong>” ..........................................................52<br />
Quadro 8 - Classificação <strong>dos</strong> termos da fórmula 3....................................................54<br />
Quadro 9 - Planilha <strong>de</strong> medição mensal ...................................................................54<br />
Quadro 10 - – Definições básicas <strong>de</strong> manutenção....................................................60<br />
Quadro 11 - Comparação sobre a evolução da visão da manutenção......................61<br />
Quadro 12 – Conceitos básicos do FMEA ................................................................67<br />
Quadro 13 – Detectabilida<strong>de</strong>.....................................................................................68<br />
Quadro 14 – Freqüência ...........................................................................................68<br />
Quadro 15 – Severida<strong>de</strong> ...........................................................................................68<br />
Quadro 16 – Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas Básicos......................................................................69<br />
Quadro 17 - Variáveis <strong>de</strong> investigação e indicadores <strong>de</strong> pesquisa ...........................80<br />
Quadro 18 – Planilha básica do FMEA .....................................................................83<br />
Quadro 19 – Esquema metodológico ........................................................................93<br />
Quadro 20 - Tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s complementares....................................................98
LISTA DE TABELAS<br />
Tabela 1 – Pareto para situação 1 (condição atual) ................................................104<br />
Tabela 2 – Pareto para situação 2 (Troca)..............................................................104<br />
Tabela 3 – Pareto para situação 3 (Repotenciamento) ...........................................104<br />
Tabela 4 – Pareto para situação 4 (Reforma Geral)................................................105<br />
Tabela 5 – Tabela comparativa entre as opções 1 e 2............................................107<br />
Tabela 6 – Conclusão sobre a influência <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou mal estrutura<strong>dos</strong>..109<br />
Tabela 7 – Resumo sobre a classificação entre as situações propostas ................110
LISTA DE SIGLAS<br />
(CP+ CC) <strong>de</strong>p - Custos com <strong>de</strong>preciação<br />
(CP+ CC) ext - Custos com serviços exter<strong>no</strong>s e terceirização envolvendo<br />
manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva<br />
(CP+ CC) loc = Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção<br />
(CP+ CC) log - Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> logística<br />
(CP+ CC) pes - Custos com pessoal (mão-<strong>de</strong>-obra) envolvendo manutenção<br />
Preventiva e/ou manutenção Corretiva<br />
Ab -<br />
Elementos <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> absenteísmo<br />
ABC –<br />
Custeio Baseado em Ativida<strong>de</strong>s<br />
ABNT – Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas<br />
ABRAMAN – Associação Brasileira <strong>de</strong> Manutenção<br />
AT -<br />
Elementos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho<br />
CC<strong>de</strong>s - Custos Corretivos com <strong>de</strong>scarte<br />
Cf ou <strong>CT</strong> – Custos das falhas <strong>de</strong> manutenção<br />
CFer – Custos com Ferramentas<br />
Cic -<br />
Custos <strong>de</strong>correntes da insatisfação do cliente<br />
CIF –<br />
Custos Indiretos <strong>de</strong> Fabricação<br />
Cinv –<br />
Custos com investimentos<br />
Cman – Custos Totais <strong>de</strong> Manutenção<br />
Cmat – Custos Totais <strong>de</strong> Materiais<br />
CMO – Custos <strong>de</strong> Mão-<strong>de</strong>-Obra<br />
Cmu -<br />
Custos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> multas ou processos judiciais em <strong>de</strong>corrência<br />
da falha<br />
CNQ -<br />
Custo <strong>de</strong> não qualida<strong>de</strong><br />
CP –<br />
Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção<br />
CP taxas - Custos com impostos, taxas, etc...<br />
CPD -<br />
Custo ligado à produtivida<strong>de</strong> direta<br />
Cpfa -<br />
Custos <strong>de</strong>correntes da perda <strong>de</strong> faturamento<br />
CPmel - Custos Preventivos com melhorias<br />
FMEA – Análise <strong>de</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha e Efeitos<br />
FTA -<br />
Árvore <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Falhas<br />
GI –<br />
Grau <strong>de</strong> Importância<br />
HH –<br />
Homem-Hora<br />
IF -<br />
Inspeção Funcional<br />
IP -<br />
Inspeção Preditiva<br />
LCC –<br />
Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida<br />
MAXIMO – Sistema Informatizado para gerenciamento da Manutenção<br />
MC -<br />
Manutenção Corretiva
MTBF –<br />
MTTR –<br />
Nf -<br />
OS –<br />
QFD –<br />
RF –<br />
RISC –<br />
RKW –<br />
RP -<br />
RP -<br />
RWSC –<br />
SESMT –<br />
SIGMA –<br />
SIM –<br />
SO -<br />
SP -<br />
TPM –<br />
UEP –<br />
VPL –<br />
Tempo Médio entre Falhas ou TMEF<br />
Tempo Médio Para Reparos ou TMPF<br />
Número <strong>de</strong> falhas possíveis <strong>de</strong> ocorrer em <strong>de</strong>terminado período<br />
Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço<br />
Desdobramento da Função Qualida<strong>de</strong><br />
Reparo Funcional<br />
Custo Relativamente Mal Estruturado<br />
Método <strong>de</strong> Custeio Baseado em Centros <strong>de</strong> Custos<br />
Elementos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> pessoal<br />
Restauração Preventiva<br />
Custo Relativamente Bem Estruturado<br />
Serviço Especializado <strong>de</strong> Segurança e Medicina do Trabalho<br />
Sistema Informatizado <strong>de</strong> Gerenciamento da Manutenção<br />
Sistema Integrado <strong>de</strong> Manutenção<br />
Serviço Operacional<br />
Substituição Preventiva<br />
Manutenção Produtiva Total<br />
Método <strong>de</strong> Custeio baseado em Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Esforços <strong>de</strong> Produção<br />
Valor Presente Líquido
SUMÁRIO<br />
CAPÍTULO 1 - ASPE<strong>CT</strong>OS INTRODUTÓRIOS DA PESQUISA..............................13<br />
1.1 Formulação do Problema.............................................................................13<br />
1.2 Justificativa...................................................................................................16<br />
1.3 Objetivos .......................................................................................................20<br />
1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................20<br />
1.3.2 Objetivos Específicos .....................................................................................21<br />
1.4 Estruturação da Dissertação .......................................................................21<br />
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................23<br />
2.1 Custos ...........................................................................................................23<br />
2.1.1 Estruturação do Sistema <strong>de</strong> <strong>Mensuração</strong>.......................................................23<br />
2.1.2 Relação entre Sistema <strong>de</strong> Produção e Sistema <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Custos...........29<br />
2.1.3 Custos na Manutenção...................................................................................35<br />
2.1.4 Conceituando “Custos Ocultos”......................................................................46<br />
2.2 Manutenção Industrial..........................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.<br />
2.2.1 Classificação da Manutenção.........................................................................57<br />
2.2.2 Confiabilida<strong>de</strong> e FMEA...................................................................................62<br />
2.2.3 Índices <strong>de</strong> Manutenção...................................................................................70<br />
2.3 Ciclo <strong>de</strong> Vida .................................................................................................72<br />
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .........................................78<br />
3.1 Tipo <strong>de</strong> Pesquisa ..........................................................................................78<br />
3.2 Sujeitos da Pesquisa....................................................................................79<br />
3.3 Definição das Variáveis da Pesquisa..........................................................79<br />
3.4 Coleta <strong>de</strong> Da<strong>dos</strong> ...........................................................................................80<br />
3.5 Ferramenta da Pesquisa ..............................................................................84<br />
3.6 Tratamento <strong>dos</strong> Da<strong>dos</strong>.................................................................................88<br />
3.7 Limitações do Método Escolhido................................................................91<br />
3.8 Etapas do Processo <strong>de</strong> Pesquisa................................................................92<br />
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS OBTIDOS................................................................95<br />
4.1 Caracterização da Empresa Pesquisada ....................................................95<br />
4.2 Caracterização do Equipamento Estudado................................................95<br />
4.3 Aplicação da FMEA ......................................................................................95<br />
4.4 Levantamento e <strong>Mensuração</strong> <strong>dos</strong> Custos ..................................................99<br />
4.4.1 Comparativo do Uso das Fórmulas 2 e 3 .......................................................99<br />
4.4.2 Cálculo <strong>dos</strong> Custos Ocultos..........................................................................102<br />
4.5 Cálculo <strong>dos</strong> Índices <strong>de</strong> Manutenção Relaciona<strong>dos</strong> com FMEA e Custo<br />
Oculto ..........................................................................................................103
4.6 Cálculo do Ciclo De Vida ...........................................................................103<br />
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES........................................108<br />
5.1 Recomendações para Trabalhos Futuros ................................................111<br />
REFERÊNCIAS.......................................................................................................112<br />
ANEXOS .................................................................................................................117<br />
ANEXO A – Filtro Prensa ......................................................................................118<br />
ANEXO B - ORDEM DE SERVIÇO DO SISTEMA MÁXIMO COMPONENTE:<br />
ROLOS.........................................................................................................119<br />
ANEXO C - FTA <strong>dos</strong> Rolos - Componente: Selos/ FTA das Válvulas -<br />
Componente: Sistema Hidráulico/ FTA da Tubulação - Componente:<br />
Válvulas/ FTA do Circuito Elétrico - Componente: Tubulação/ FTA <strong>dos</strong><br />
Coletores - Componente: Circuito Elétrico/ FTA das Placas -<br />
Componente: Coletores/ FTA <strong>dos</strong> Selos - Componente: Placas............120<br />
ANEXO D - FMEA Sistema Mecânico / FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico /<br />
FMEA Sistema Hidráulico ..........................................................................128<br />
ANEXO E - Árvore <strong>de</strong> Custos ...............................................................................131<br />
ANEXO F - Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para forma tradicional..........................133<br />
ANEXO G - Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para a forma proposta na fórmula 3...134<br />
ANEXO H - Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para cálculo <strong>de</strong> Cf ................................135<br />
ANEXO I - Planilha <strong>de</strong> Custos ..............................................................................136<br />
ANEXO J - Planilha <strong>de</strong> LCC (Situações 1 e 2)/ Planilha <strong>de</strong> LCC (Situações 3 e 4)<br />
.....................................................................................................................137<br />
ANEXO K - Planilha do VPL para opção 1/ Planilha do VPL para opção 2.......139
CAPÍTULO 1 - ASPE<strong>CT</strong>OS INTRODUTÓRIOS DA PESQUISA<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a importância do tema abordado, apresenta-se,<br />
neste capítulo inicial uma breve evolução da gestão <strong>dos</strong> processos <strong>de</strong> manufatura<br />
para aten<strong>de</strong>r as <strong>no</strong>vas <strong>de</strong>mandas existentes e o respectivo impacto que estas geram<br />
<strong>de</strong>ntro da mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>.<br />
Consi<strong>de</strong>rando aspectos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m prática e teórica, este capítulo apresenta o<br />
problema pesquisado e evi<strong>de</strong>ncia as características que justificam a realização do<br />
mesmo associado aos objetivos propostos.<br />
1.1 Formulação do problema<br />
A recente crise existente <strong>no</strong> a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2008 provoca duas conseqüências:<br />
redução drástica do crédito e a constatação <strong>de</strong> que não basta às empresas saberem<br />
reagir ao mercado e às suas crises, elas precisam se prevenir e antecipar cenários,<br />
ou seja, a empresa não <strong>de</strong>ve ser reativa e sim proativa. A retração do crédito <strong>de</strong>ntro<br />
do mundo globalizado, on<strong>de</strong> a concorrência é mais acirrada, afeta as empresas que<br />
se sentem pressionadas a rever seus investimentos e redimensionar seus <strong>custos</strong><br />
para se manterem competitivas <strong>no</strong> mercado. Este redimensionamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
ocorre <strong>de</strong> forma compulsória visando à sobrevivência da empresa e como é feito <strong>de</strong><br />
forma reativa, o foco está na redução ou corte <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>. Segundo Padoveze (2006),<br />
a eficácia <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> redução é incerta, pois áreas vitais para a geração <strong>de</strong><br />
receita po<strong>de</strong>m ser atingidas, o que ressalta a importância da contabilida<strong>de</strong> gerencial<br />
possuir um sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> que forneça informações úteis, para a<br />
gerência tomar as melhores <strong>de</strong>cisões.<br />
Para as empresas que conseguiram se antecipar e se prevenir, o<br />
redimensionamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> ocorre <strong>de</strong> forma programada, visa obter para a<br />
empresa o que Porter (1992) <strong>de</strong>finiu como vantagem competitiva. Essa vantagem é<br />
obtida porque em uma concorrência ou competição on<strong>de</strong> existe a escassez <strong>de</strong> crédito<br />
e retração do mercado, o tipo <strong>de</strong> relação ganha-per<strong>de</strong> dominam as relações<br />
comerciais, como conseqüência os bens ou serviços <strong>de</strong> me<strong>no</strong>r custo ten<strong>de</strong>m a ser os<br />
mais procura<strong>dos</strong>
14<br />
e na relação <strong>de</strong>manda-oferta as empresas que possuem esta condição (fornecimento<br />
<strong>de</strong> bens ou serviços mais baratos) saem ganhando <strong>dos</strong> concorrentes. Esta forma <strong>de</strong><br />
redimensionamento é a mais eficaz, pois segundo Hansen (2003) existe uma relação<br />
entre a precisão do sistema e o custo inerente. Esta relação é apresentada na Figura<br />
1:<br />
Figura 1 – Relação entre Precisão e Custo do sistema <strong>de</strong> mensuração<br />
Fonte: Hansen (2003).<br />
A Figura 1 apresenta <strong>no</strong> eixo das abcissas a precisão do sistema <strong>de</strong><br />
mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e <strong>no</strong> eixo das or<strong>de</strong>nadas o custo <strong>de</strong>corrente para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da precisão. Assim, verifica-se a existência <strong>de</strong> três curvas<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sta relação, on<strong>de</strong> a curva “Custo <strong>de</strong> <strong>Mensuração</strong>” representa os <strong>custos</strong><br />
associa<strong>dos</strong> com as mensurações requeridas pelo sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
adotado. Esta curva possui aspecto exponencial (quanto mais preciso for o sistema,<br />
maior o custo para sua implantação). A curva referente ao “Custo do Erro” na<br />
mensuração representa os <strong>custos</strong> associa<strong>dos</strong> com tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões ina<strong>de</strong>quadas<br />
ou ineficazes baseadas em <strong>custos</strong> imprecisos <strong>de</strong> bens ou serviços. Esta curva possui<br />
aspecto logarítmico (quanto mais preciso for o sistema <strong>de</strong> mensuração, me<strong>no</strong>r as<br />
conseqüências <strong>de</strong>vido à erros <strong>de</strong> medição). A terceira curva (custo total) é a<br />
composição das duas curvas anteriores. Observa-se que quanto mais baixo o custo<br />
<strong>de</strong> mensuração, maior o custo <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> erro na apropriação pois as curvas,<br />
segundo Hansen (2003), são conflitantes. Este conflito dificulta e muito a eficácia da
15<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quanto ao redimensionamento <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>, principalmente quando<br />
ocorre <strong>de</strong> forma reativa on<strong>de</strong> a preocupação é a redução <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> das ativida<strong>de</strong>s,<br />
visto que uma medição imprecisa não reflete a realida<strong>de</strong>, oculta fatos e da<strong>dos</strong> que<br />
permitiriam a solução eficaz do problema.<br />
A relação apresentada na Figura 1 i<strong>de</strong>ntifica-se com o conceito <strong>de</strong> “custo<br />
oculto”, uma vez que um sistema preciso consegue reconhecer aspectos <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s que um sistema me<strong>no</strong>s preciso não consegue (linha das abcissas).<br />
Todavia, esta precisão possui um custo (curva custo <strong>de</strong> mensuração) que está<br />
relacionado <strong>de</strong> forma direta (maior precisão, maior o custo para obtê-la). Esse fato<br />
po<strong>de</strong> ser um gerador <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, pois o antagonismo existente <strong>no</strong><br />
comportamento das curvas “Custo <strong>de</strong> <strong>Mensuração</strong>” e “Custo do Erro” associado a<br />
limites <strong>de</strong> recursos financeiros induz muitas empresas a adotarem sistemas me<strong>no</strong>s<br />
preciso e, com isto, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> “enxergar”, ocultando mensurações <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e<br />
seus respectivos <strong>custos</strong> pois, falhas não percebidas por sistemas me<strong>no</strong>s precisos são<br />
i<strong>de</strong>ntificadas pelos sistemas mais precisos <strong>de</strong> forma que possam ser solucionadas<br />
minimizando ou eliminando perdas, reduzindo o custo do erro (curva custo <strong>de</strong> erro).<br />
Segundo Bornia (2008), o ajuste e otimização <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> é um processo<br />
permanente e isto gera impactos <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr do ciclo <strong>de</strong> vida do produto, o que torna<br />
imperioso para a sobrevivência da empresa tomar <strong>de</strong>cisões e medidas <strong>de</strong> forma<br />
preventiva que se referem eficazes e rápidas, com a mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
respectivos obtida <strong>de</strong> forma mais precisa e me<strong>no</strong>s onerosa possível, a fim <strong>de</strong> gerar<br />
assim impactos gerenciais positivos.<br />
Para Kar<strong>de</strong>c (2002) somente a partir do uso eficiente <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo flexível <strong>de</strong><br />
gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> que i<strong>de</strong>ntifique, mensure e avalie sistematicamente os<br />
<strong>custos</strong> indiretos, consegue-se mostrar a importância estratégica da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção, cada vez mais crescente e <strong>de</strong> difícil visualização <strong>de</strong>vido ao grau <strong>de</strong><br />
subjetivida<strong>de</strong>. Esta resulta da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer parâmetros para as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção alinhadas à estratégia da empresa. Tal dificulda<strong>de</strong> atribuise<br />
a três fatores:<br />
O primeiro, segundo Bornia (2008), <strong>de</strong>ve-se ao fato da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção ser consi<strong>de</strong>rada uma ativida<strong>de</strong> que não agrega valor efetivo, mas<br />
propicia suporte para as ativida<strong>de</strong>s que agregam valor;<br />
O segundo fator, segundo Almeida (2001), é <strong>de</strong>vido a complexida<strong>de</strong> técnica<br />
existente na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção que exige serviço especializado e o terceiro
16<br />
fator está relacionado ao fato da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção ser consi<strong>de</strong>rada serviço.<br />
No caso da manutenção industrial, a mesma está inserida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
manufatura, o qual sempre adota um sistema <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> voltado<br />
para manufatura. Segundo Kar<strong>de</strong>c (2002), é fundamental para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong>senvolver <strong>no</strong> âmbito do seu planejamento índices <strong>de</strong> mensuração<br />
relaciona<strong>dos</strong> à produtivida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> e flexibilida<strong>de</strong> para atingir o alinhamento<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
Segundo Severia<strong>no</strong> Filho (1998), <strong>de</strong>vido ao avanço tec<strong>no</strong>lógico da manufatura<br />
os atuais sistemas precisam se adaptar as <strong>no</strong>vas <strong>de</strong>mandas como a mensuração <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> da produtivida<strong>de</strong>, <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> da qualida<strong>de</strong> e <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> da flexibilida<strong>de</strong>.<br />
Severia<strong>no</strong> Filho (1998) esquematiza a organização <strong>de</strong>sses <strong>custos</strong> em duas<br />
categorias: <strong>custos</strong> relativamente bem estrutura<strong>dos</strong> (RWSC) e <strong>custos</strong> relativamente<br />
mal estrutura<strong>dos</strong> (RISC). Os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> estão relaciona<strong>dos</strong> ao RWSC,<br />
pois tratam <strong>de</strong> inputs tangíveis (facilmente quantificáveis). Por sua vez, os <strong>custos</strong> da<br />
qualida<strong>de</strong> e da flexibilida<strong>de</strong> estão relaciona<strong>dos</strong> ao RISC, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> existir<br />
relativa falta <strong>de</strong> conhecimento sobre os mesmos, o que gera oportunida<strong>de</strong> para<br />
aparecimento <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”. Observa-se também que as <strong>de</strong>finições existentes<br />
sobre os termos <strong>custos</strong> da qualida<strong>de</strong> e <strong>custos</strong> da flexibilida<strong>de</strong> e seus índices estão<br />
associadas à operação da manufatura e a manutenção precisa <strong>de</strong>senvolver os seus<br />
respectivos índices e <strong>de</strong>finições equivalentes, para minimizar esta falta <strong>de</strong><br />
conhecimento que proporciona a existência <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” e promover o<br />
alinhamento <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s com a estratégia da empresa. Assim, elabora-se a<br />
seguinte questão-problema:<br />
“Como i<strong>de</strong>ntificar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou <strong>custos</strong> mal estrutura<strong>dos</strong> <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção industrial <strong>de</strong> uma mineração <strong>de</strong> forma a se obter o melhor ciclo <strong>de</strong> LCC<br />
(Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida) do produto?”<br />
1.2 Justificativa<br />
Segundo Padoveze (2006), a utilização <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong>ntro das empresas é<br />
essencialmente gerencial, por isto, a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seus primórdios<br />
sempre esteve em constante evolução e não está presa a nenhuma regra contábil
17<br />
específica. O único fundamento da contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> é sua efetiva e eficaz<br />
utilização <strong>de</strong>ntro das organizações.<br />
Padoveze (2006), Cogan (2007) e Porter (1992) afirmam que é imprescindível<br />
que os aspectos conceituais da contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> sejam analisa<strong>dos</strong>, entendi<strong>dos</strong><br />
e pratica<strong>dos</strong> durante a formação do custo <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os recursos e na sua respectiva<br />
relação com as ativida<strong>de</strong>s e/ou produtos e serviços finais. Hansen (2003) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que um <strong>dos</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ntro da contabilida<strong>de</strong> gerencial neste <strong>no</strong>vo contexto<br />
está em se <strong>de</strong>scobrir o ponto <strong>de</strong> equilíbrio <strong>no</strong> gráfico da Figura 1. Para isso, é<br />
necessário enten<strong>de</strong>r os <strong>no</strong>vos fatores que provocam essas mudanças.<br />
Já Almeida (2001) afirma que para aten<strong>de</strong>r as maiores exigências gerenciais<br />
impostas pelo mercado globalizado, em termos <strong>de</strong> redução <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> operacionais,<br />
flexibilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> produtos e serviços presta<strong>dos</strong> aos clientes, <strong>no</strong>vas<br />
funções antes consi<strong>de</strong>radas secundárias tornam-se tão importantes quanto a<br />
ativida<strong>de</strong> fim da empresa, <strong>de</strong>ntre elas a manutenção.<br />
Bornia (2008) <strong>de</strong>staca que, <strong>de</strong>ntro do <strong>no</strong>vo ambiente competitivo existente, é<br />
necessário que as empresas possuam duas características fundamentais <strong>de</strong>ntro do<br />
seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão para conseguir sobreviver a constante evolução e acirramento<br />
da concorrência, quais sejam: melhoria contínua associada com a eliminação do<br />
<strong>de</strong>sperdício e filosofia da qualida<strong>de</strong> total.<br />
Diante <strong>de</strong>ste cenário, torna-se evi<strong>de</strong>nte que a busca pela excelência é o<br />
caminho a ser trilhado pelas empresas que exigem tratamento em diversas áreas, tais<br />
como: manutenção, logística, assistência técnica, segurança e meio-ambiente. Como<br />
conseqüência <strong>de</strong>sta atuação em várias áreas surge a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento e<br />
<strong>de</strong> priorização.<br />
Padoveze (2006) discute que na contabilida<strong>de</strong> gerencial, necessita-se <strong>de</strong> um<br />
processo classificatório que permita agrupar os <strong>custos</strong> em <strong>de</strong>terminadas classes <strong>de</strong><br />
forma a melhorar as apurações, análises e conseqüentes tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Almeida (2001), Porter (1992) e Kar<strong>de</strong>c (2002) afirmam que um <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong><br />
priorização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s se refere ao alinhamento com as diretrizes do planejamento<br />
estratégico ou com o valor que a mesma possui <strong>de</strong>ntro do processo produtivo.<br />
Basea<strong>dos</strong> nesses critérios existem serviços necessários (alinha<strong>dos</strong> com o<br />
planejamento estratégico ou que agregam valor ao processo produtivo, ou que dão<br />
suporte para as ativida<strong>de</strong>s que agregam valor) e serviços <strong>de</strong>snecessários ou<br />
secundários. A ABRAMAN (2003) em seu documento nacional afirma que,
18<br />
atualmente, <strong>no</strong> Brasil existe a seguinte distribuição <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção, como<br />
<strong>de</strong>monstra a Figura 2:<br />
Desnecessários<br />
25%<br />
Necessários<br />
75%<br />
Figura 2 - Distribuição <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong>snecessários<br />
Fonte: ABRAMAN (2003).<br />
Os serviços <strong>de</strong>snecessários <strong>de</strong> manutenção são responsáveis por 25% das<br />
ativida<strong>de</strong>s e consomem boa parte <strong>de</strong>sses recursos, <strong>de</strong> entre esses se <strong>de</strong>stacam:<br />
excesso <strong>de</strong> manutenção preventiva; problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra que<br />
geram repetição <strong>de</strong> serviços e maior tempo em sua execução; <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> recursos<br />
(materiais e huma<strong>no</strong>s) para cobrir <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> outros <strong>setor</strong>es, além <strong>de</strong> outros.<br />
Desta forma, verifica-se a necessida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> com maior grau <strong>de</strong> precisão que consiga mensurar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong> forma mais a<strong>de</strong>quada com as características e a dinâmica do<br />
processo, que envolva função Manutenção associada à divisão estabelecida na<br />
Figura 2.<br />
Prahalad (2000) <strong>de</strong>staca que como a precisão requerida do sistema <strong>de</strong> gestão<br />
<strong>de</strong> <strong>custos</strong> e os critérios <strong>de</strong> priorização estão relaciona<strong>dos</strong> com a estratégia das<br />
empresas, é fundamental saber “o que” se <strong>de</strong>ve priorizar e medir, pois é comum<br />
ocorrerem casos <strong>de</strong> fracassos como, por exemplo, na implantação do sistema <strong>de</strong><br />
gerenciamento da qualida<strong>de</strong> total na Kodac e HP, <strong>de</strong>vido ao foco ter sido apenas em<br />
“como” se prioriza e se me<strong>de</strong>, sem levar em consi<strong>de</strong>ração este alinhamento com “o<br />
que” medir , priorizar e também com a cultura das empresas.<br />
Todavia, Padoveze (2006) afirma que o método é o fundamento teórico mais<br />
importante na questão da contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Porém não é o único. Por isto,<br />
<strong>de</strong>finido o método a ser utilizado na empresa, to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>mais fundamentos e<br />
processos <strong>de</strong>cisórios <strong>de</strong>verão ser mo<strong>de</strong>la<strong>dos</strong> à luz do método adotado.<br />
Consequentemente, os termos “o que” (princípios <strong>de</strong> custeio) e “como” (método <strong>de</strong><br />
custeio) fazer e medir possuem igual importância e precisam andar em parceria, pois
19<br />
são complementares e fundamentais <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>”.<br />
É necessário, portanto, que os sistemas contábeis se utilizem <strong>de</strong> progressos<br />
que ocorram <strong>no</strong> ambiente <strong>de</strong> manufatura, sendo que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes avanços,<br />
<strong>de</strong>stacam-se: a teoria das restrições, a manufatura just-in-time e a gestão da<br />
qualida<strong>de</strong> total como as que mais se sobressaíram nesta última década em função do<br />
resultado apresentado pelas empresas que as adotaram em seu gerenciamento <strong>de</strong><br />
rotina como, por exemplo, a CSN, GE, GM, Inbev, Intel, Nissan, Toyota e Votorantim.<br />
(EXAME, 2009).<br />
Werkema (2002) discute que <strong>de</strong>ntro da filosofia da qualida<strong>de</strong> total, tão<br />
importante quanto a i<strong>de</strong>ntificação das fontes <strong>de</strong> falha é a sua medição para se<br />
verificar o impacto que provocam e assim <strong>de</strong>senvolver, com base nesta medição,<br />
uma série <strong>de</strong> medidas preventivas e/ou corretivas priorizadas <strong>de</strong> acordo com o valor<br />
obtido.<br />
Deming (1990), consi<strong>de</strong>rado o “pai” do programa <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> total <strong>no</strong> Japão,<br />
afirma que não se po<strong>de</strong> gerenciar aquilo que não se me<strong>de</strong>. Para se i<strong>de</strong>ntificar e medir<br />
os “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, é necessário ter o conhecimento do processo produtivo e o<br />
respectivo mapeamento das ativida<strong>de</strong>s da função manutenção, para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisa<strong>dos</strong>, fornecerão informações<br />
fundamentais para o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>,<br />
observando que os serviços <strong>de</strong>snecessários estarão <strong>de</strong>ntro da parcela conhecida<br />
como “custo oculto”.<br />
Siqueira (2005) afirma que na manutenção e <strong>no</strong> gerenciamento <strong>de</strong> ativos, tão<br />
importante quanto estabelecer o que <strong>de</strong>ve ser feito é também se estabelecer o que<br />
não po<strong>de</strong> ser feito, principalmente para fornecer parâmetros para a segurança do<br />
trabalho <strong>no</strong> programa <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e na <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong><br />
risco. Para isto é necessário realizar a <strong>avaliação</strong> das conseqüências das falhas como<br />
parte da análise <strong>de</strong> mo<strong>dos</strong> e efeitos da falha (FMEA).<br />
No FMEA, a lógica <strong>de</strong> seleção entre ativida<strong>de</strong>s necessárias e não necessárias<br />
com a lógica <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre como atuar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do estabelecimento das<br />
funções, das falhas e <strong>dos</strong> mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas. Para Scapin (1999) e Siqueira (2005)<br />
estabelecer as funções, as falhas e os mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha, é necessário o conhecimento<br />
sobre os mecanismos <strong>de</strong> falhas existentes e, neste estudo a, mo<strong>de</strong>lagem da<br />
probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falha se realiza por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo.
20<br />
Segundo Scapin (1999) a variável <strong>de</strong> tempo t usada na mo<strong>de</strong>lagem estocástica<br />
po<strong>de</strong> ser substituída por qualquer outra variável que represente o ciclo operacional da<br />
função e esteja relacionada com a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> falhas, tais como:<br />
horas, meses, rotações, produção, quilômetros, ciclos <strong>de</strong> abertura ou <strong>de</strong> paradas ou<br />
<strong>de</strong> reabastecimento, e entre outros. Para Motta (2002) e Sotile (2007), isto permite o<br />
intercâmbio com outras ferramentas (LCC - Custos por ciclo <strong>de</strong> vida), que utilizam<br />
como fator <strong>de</strong> medição do tempo unida<strong>de</strong>s como o ciclo <strong>de</strong> forma sinérgica para<br />
auxiliar o sistema <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> na medição <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”.<br />
Segundo Prahalad (2000), <strong>no</strong> processo <strong>de</strong>cisório quanto à continuação ou<br />
interrupção <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> para a fabricação <strong>de</strong> um produto ou o fornecimento <strong>de</strong><br />
um serviço, é necessário ter o conhecimento da expectativa restante <strong>de</strong> vida e a<br />
relação entre os resulta<strong>dos</strong> espera<strong>dos</strong> e os obti<strong>dos</strong> e, para isto, é imprescindível o<br />
conhecimento sobre o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>senhado e planejado para o mesmo.<br />
É importante que o local, aon<strong>de</strong> seja realizado o estudo possua<br />
representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do cenário em que a mesma está inserida. Assim, a<br />
escolha do tema Mineração obe<strong>de</strong>cem a três fatores. O primeiro, resi<strong>de</strong> <strong>no</strong> fato das<br />
exportações <strong>no</strong> Brasil estarem baseadas em commodites e a Mineração respon<strong>de</strong>r<br />
por 62% do que é exportado, ou seja, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1990 o principal <strong>setor</strong><br />
produtivo <strong>de</strong> exportação <strong>no</strong> Brasil é a mineração. O segundo, foi o fato do IBGE<br />
classificar e publicar em seus relatórios em 2006 e 2008 que a mineração <strong>de</strong> ferro,<br />
em função do volume produzido e do valor <strong>de</strong> mercado existente, tenha sido o<br />
principal produto <strong>de</strong> exportação brasileiro. O terceiro e último fator resi<strong>de</strong> na<br />
constatação da ABRAMAN (em seu documento nacional emitido anualmente após a<br />
realização <strong>de</strong> seu congresso <strong>de</strong> manutenção), afirmar que o <strong>setor</strong> <strong>de</strong> mineração<br />
possui a segunda maior relação entre custo <strong>de</strong> manutenção e faturamento bruto,<br />
per<strong>de</strong>ndo apenas para o <strong>setor</strong> Si<strong>de</strong>rúrgico.<br />
1.3 Objetivos<br />
1.3.1 Objetivo Geral<br />
I<strong>de</strong>ntificar, mensurar e avaliar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou mal estrutura<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do<br />
<strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção industrial <strong>de</strong> uma Mineração, <strong>de</strong> forma a obter o melhor ciclo <strong>de</strong><br />
vida do produto.
21<br />
1.3.2 Objetivos Específicos<br />
a) Caracterizar o sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> custo utilizado na usina <strong>de</strong> mineração<br />
estudada, com foco <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção;<br />
b) mapear as ativida<strong>de</strong>s inerentes ao <strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada associado aos critérios: função, falha e modo <strong>de</strong> falha<br />
<strong>de</strong> acordo com a recomendação do FMEA ;<br />
c) i<strong>de</strong>ntificar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> existentes <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada;<br />
d) mensurar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> mapea<strong>dos</strong><br />
e) avaliar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> mensura<strong>dos</strong>, relacionando-os com o ciclo <strong>de</strong> vida<br />
<strong>dos</strong> bens e serviços que recebem manutenção, <strong>de</strong> forma a elaborar o<br />
respectivo LCC (Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida).<br />
1.4 Estruturação da Dissertação<br />
Esta dissertação segue uma estrutura dividida em cinco capítulos. Neste<br />
Capitulo é realizada a apresentação do problema, suas justificativas, objetivos<br />
propostos e como este trabalho está estruturado. O capítulo 2 possui cunho teórico,<br />
apresenta o conceito relacionado. Dentro <strong>de</strong> três áreas básicas envolvidas nesta<br />
pesquisa: Custos, Manutenção e Ciclo <strong>de</strong> Vida resultando em uma sub-divisão em<br />
capítulos 2.1, 2.2 e 2.3. No item 2.1, é apresentado o conceito fundamental <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
associa<strong>dos</strong> à manutenção e <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”. No item 2.2 fornece-se uma<br />
cobertura <strong>de</strong> informações sobre conceitos relaciona<strong>dos</strong> à termi<strong>no</strong>logia <strong>de</strong><br />
manutenção, sua classificação, seus índices <strong>de</strong> medição e a associação com o<br />
FMEA. No item 2.3, finalizamos o Capítulo com apresentação do conceito necessário<br />
para o entendimento do ciclo <strong>de</strong> vida envolvido. A or<strong>de</strong>m existente <strong>no</strong> Capítulo 2 foi<br />
<strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>crescente, baseada na influência que cada uma das três<br />
áreas básicas possui <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />
O Capítulo 3 possui cunho metodológico, nele apresenta-se toda a seqüência<br />
envolvida para <strong>de</strong>terminado método adotado e suas respectivas etapas a serem<br />
<strong>de</strong>senvolvidas na obtenção e formatação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, aplicar-se os conceitos<br />
apresenta<strong>dos</strong> <strong>no</strong> Capítulo anterior. Por isto, o Capítulo 3 está sub-dividido <strong>no</strong>s itens
22<br />
3.1(tipo <strong>de</strong> pesquisa), 3.2 (sujeitos da pesquisa), 3.3 (<strong>de</strong>finição das variáveis <strong>de</strong><br />
pesquisa), 3.4 (coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>), 3.5 (ferramenta da pesquisa), 3.6 (tratamento <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong>), 3.7 (limitações do método escolhido) e 3.8 (etapas do processo <strong>de</strong> pesquisa),<br />
para obter-se <strong>de</strong>sta forma, os meios necessários <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa.<br />
No capítulo 4 ocorre a aplicação do procedimento recomendado <strong>no</strong> capítulo 3 e<br />
utilização <strong>dos</strong> conceitos existentes <strong>no</strong> capítulo 2. Desta forma, o capítulo 4 está subdividido<br />
<strong>no</strong>s itens 4.1(<strong>de</strong>senvolvimento do FMEA), 4.2(<strong>custos</strong>), 4.3 (cálculo <strong>dos</strong><br />
índices <strong>de</strong> manutenção relaciona<strong>dos</strong> com FMEA e custo oculto), 4.4 (cálculo do ciclo<br />
<strong>de</strong> vida). Esta seqüência foi estabelecida em função do objetivo proposto, <strong>no</strong> qual<br />
procura-se relacionar: FMEA - <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> – índices <strong>de</strong> manutenção – ciclo <strong>de</strong><br />
vida. O FMEA servirá <strong>de</strong> base <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> para obtenção <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> e esta<br />
relação será medida através <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> manutenção específicos e posteriormente<br />
avalia<strong>dos</strong> os impactos <strong>de</strong>stes <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> <strong>de</strong>ntro do ciclo <strong>de</strong> vida.<br />
No capítulo 5, são apresentadas as consi<strong>de</strong>rações finais e recomendações<br />
para futuros trabalhos. Nos anexos são encontra<strong>dos</strong> os diagramas e as planilhas<br />
<strong>de</strong>senvolvidas <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr da pesquisa. Assim, <strong>de</strong> acordo com a seqüência <strong>de</strong><br />
execução das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas tem-se a apresentação do equipamento<br />
envolvido, <strong>de</strong> uma Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço (OS), das FTA’s <strong>dos</strong> problemas levanta<strong>dos</strong>, do<br />
FMEA, da árvore <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, das planilhas <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e da planilha<br />
para análise do LCC.<br />
A aplicação do método, bem como <strong>dos</strong> conceitos que este envolve, encluem o<br />
que foi exposto <strong>no</strong>s capítulos anteriores.
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
Para facilitar a compreensão sobre o tema abordado, apresentam-se neste<br />
capítulo os conceitos necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento da base teórica, que<br />
servirão <strong>de</strong> fundamento ao <strong>de</strong>senvolvimento das ações a serem realizadas nas<br />
etapas seguintes. Assim, este capítulo está focado em três temas básicos: Custos,<br />
Manutenção e Ciclo <strong>de</strong> Vida que são apresenta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma a evi<strong>de</strong>nciar a<br />
correlação existente entre eles e os princípios que guiarão a formação da lógica a ser<br />
adotada na metodologia.<br />
2.1 Custos<br />
2.1.1 Estruturação do sistema <strong>de</strong> mensuração<br />
Segundo Padoveze (2006), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a revolução industrial ocorrida por volta <strong>de</strong><br />
1760 até hoje, a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> vivenciou mudanças relevantes,<br />
evi<strong>de</strong>nciadas pela reformulação <strong>de</strong> objetivos e pela ampliação do seu campo <strong>de</strong><br />
atuação. Assim, a partir da Primeira Guerra Mundial, a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong>ixou<br />
<strong>de</strong> ter como objetivo único a <strong>avaliação</strong> <strong>de</strong> inventários, <strong>de</strong> produtos vendi<strong>dos</strong> e <strong>de</strong><br />
resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>.<br />
Cogan (2007) afirma que <strong>de</strong>vido à mecanização gradativa das operações<br />
industriais, as <strong>de</strong>terminações do valor da produção, <strong>dos</strong> inventários e <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />
obtidas começam a <strong>de</strong>monstrar-se cada vez mais complexos, em virtu<strong>de</strong><br />
fundamentalmente da importância crescente <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos <strong>custos</strong> <strong>de</strong> produção, origina<strong>dos</strong><br />
da mecanização <strong>dos</strong> processos produtivos, os quais apresentavam dificulda<strong>de</strong>s na<br />
mensuração do valor incorporado aos produtos fabrica<strong>dos</strong> pelas empresas.<br />
Com o crescimento das organizações empresariais, sendo <strong>no</strong>tória a<br />
intensificação da concorrência e a conseqüente escassez <strong>de</strong> recursos, surgiu a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aperfeiçoar os mecanismos <strong>de</strong> planejamento e controle das<br />
ativida<strong>de</strong>s empresariais. Verificou-se então, que as informações fornecidas pelos<br />
sistemas <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que organizadas <strong>de</strong> forma apropriada, assim como
24<br />
resumidas e relatadas, po<strong>de</strong>riam constituir um importante subsídio para a execução<br />
<strong>de</strong> tais ativida<strong>de</strong>s administrativas (planejamento e controle). Dessa forma, a<br />
contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> começa a se transformar, gradativamente, num verda<strong>de</strong>iro<br />
sistema <strong>de</strong> informações gerenciais <strong>de</strong> vital importância para a gestão empresarial.<br />
Subsidiada pelo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> processamento eletrônico <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong>, os quais permitiram a elaboração e o manuseio <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong><br />
informações em tempo reduzido. Estes introduziram melhorias fundamentais em<br />
termos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> das informações fornecidas pelos <strong>no</strong>vos sistemas <strong>de</strong> <strong>custos</strong>.<br />
Para Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008) esta evolução histórica do sistema <strong>de</strong><br />
contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> evi<strong>de</strong>ncia a importância da correta conceituação <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>de</strong>ntro do sistema gerencial, pois tal conceituação estabelece os princípios básicos<br />
que <strong>no</strong>rtearão o sistema <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong>terminando o rumo <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> econômico-financeira <strong>de</strong> qualquer empreendimento. Com base em<br />
Hansen (2003), consi<strong>de</strong>ra-se <strong>custos</strong> como o valor <strong>dos</strong> bens e serviços consumi<strong>dos</strong> na<br />
produção <strong>de</strong> outros bens e serviços. Estes consumi<strong>dos</strong>, segundo Tiffany e Peterson<br />
(1996), representam o esforço <strong>de</strong>senvolvido pela empresa na sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manufatura ou na prestação <strong>de</strong> serviço.<br />
Segundo Bornia (2008), os esforços da empresa po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>dos</strong> em<br />
trabalho e <strong>de</strong>sperdício. O trabalho po<strong>de</strong> ser dividido em trabalho que agrega valor e<br />
trabalho que não agrega valor.<br />
Prahalad,C.K. e Hamel (2000) e Motta (2002) afirmam que o trabalho que<br />
agrega valor ou trabalho efetivo compreen<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s que realmente modificam<br />
o produto ou serviço, fazendo-o valer mais do que antes. Para Sotile (2007), o<br />
trabalho que não agrega valor, po<strong>de</strong> ser dividido em duas partes: trabalho adicional e<br />
<strong>de</strong>sperdícios. O adicional compreen<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s que não aumentam o valor do<br />
produto ou serviço, mas fornecem apoio para o trabalho efetivo. Os <strong>de</strong>sperdícios não<br />
adicionam valor aos produtos ou serviços e também não são necessários ao trabalho<br />
efetivo, sendo assim <strong>de</strong>snecessários além <strong>de</strong>, muitas vezes, proporcionarem<br />
diminuição do valor <strong>dos</strong> produtos ou serviços ofereci<strong>dos</strong>. Conseqüentemente, verificase<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mensuração monetária das ativida<strong>de</strong>s que agregam valor, das<br />
que não agregam valor e <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sperdícios.<br />
Hansen (2003) associa as ativida<strong>de</strong>s que agregam valor com custo direto e as<br />
que não agregam valor com custo indireto. Já para Cogan (2007), esse tipo <strong>de</strong><br />
associação é uma forma <strong>de</strong> classificação visando à tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ntro do
25<br />
critério <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alocação. Observa-se que a questão do <strong>de</strong>sperdício não faz<br />
parte <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> categorização, o que resulta em uma <strong>de</strong>ficiência do sistema <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> diretos e <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta <strong>no</strong>va realida<strong>de</strong> precisa ser atualizado e<br />
inserir <strong>no</strong> sistema a questão da mensuração do <strong>de</strong>sperdício.<br />
Para suprir esta necessida<strong>de</strong>, o primeiro passo é o estabelecimento <strong>de</strong><br />
conceitos básicos, <strong>de</strong>monstra<strong>dos</strong> na Figura 3 e <strong>no</strong> Quadro1.<br />
Investimento<br />
Despesa<br />
Gasto<br />
Custos<br />
Consumo<br />
Despesa<br />
Custos<br />
Figura 3 – Árvore Estrutural sobre Gastos<br />
Fonte: Viana (2002).<br />
Na Figura 3, é estabelecida uma relação que facilita o entendimento <strong>de</strong> como<br />
um sistema <strong>de</strong> mensuração po<strong>de</strong> ser dividido, complementa<strong>dos</strong> pelos conceitos<br />
expostos <strong>no</strong> Quadro 1., na Figura 3 o gasto monetário é dividido em duas partes<br />
alocadas segundo o foco <strong>de</strong> atuação em manutenção da condição atual (consumo) e<br />
melhoria da condição atual (investimento). Para cada um <strong>dos</strong> focos (investimento ou<br />
consumo) a mensuração se divi<strong>de</strong> com base <strong>no</strong> critério <strong>de</strong> relação direta (consumo) e<br />
indireta com a ativida<strong>de</strong> produtiva a ser mensurada.<br />
Estabelecida esta estrutura básica, segue-se para a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> parâmetros<br />
envolvi<strong>dos</strong>. Estes parâmetros segundo Cogan (2007) <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar a relação<br />
entre a ativida<strong>de</strong> produtiva a ser mensurada quanto ao aspecto <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> (fixo<br />
ou variável), a influência <strong>no</strong> processo produtivo (direta ou indireta) e a agregação <strong>de</strong><br />
valor. Se a ativida<strong>de</strong> não agrega valor a mesma é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sperdício.
26<br />
ITEM Classificação Definição<br />
1 Gasto<br />
2 Investimento<br />
3 Consumo<br />
4 Despesa<br />
É todo esforço monetário com o objetivo <strong>de</strong> manter, expandir ou<br />
melhorar suas operações<br />
É todo esforço monetário com o objetivo <strong>de</strong> expandir ou melhorar<br />
suas operações<br />
É todo esforço monetário com o objetivo <strong>de</strong> manter suas<br />
operações<br />
É o gasto ocorrido na aquisição <strong>de</strong> um bem ou serviço não ligado<br />
diretamente na ativida<strong>de</strong> produtiva e que possui a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
obter receita para a organização<br />
5 Custo<br />
É o gasto ocorrido na aquisição <strong>de</strong> um bem ou serviço com o<br />
objetivo <strong>de</strong> ser aplicado diretamente na ativida<strong>de</strong> produtiva<br />
6 Custo fixo<br />
7 Custo fixo eliminável<br />
São to<strong>dos</strong> os <strong>custos</strong> que a organização tem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />
quantida<strong>de</strong> produzida pelo seu processo, ou seja, é um valor<br />
constante em termos absolutos. Porém, quanto maior for a<br />
quantida<strong>de</strong> produzida, o valor monetário do custo fixo por unida<strong>de</strong><br />
será me<strong>no</strong>r<br />
Po<strong>de</strong>m ser elimina<strong>dos</strong> em curto prazo caso a empresa encerre<br />
temporariamente suas ativida<strong>de</strong>s.Ex.: Salários, aluguéis, etc.<br />
8<br />
Custo fixo não<br />
eliminável<br />
Não são passíveis <strong>de</strong> eliminação a curto prazo. Ex.: <strong>de</strong>preciação<br />
<strong>de</strong> instalações.<br />
9 Custo variável<br />
É o custo caracterizado por ser proporcional à produção da<br />
empresa.<br />
10 Custo direto<br />
11 Custo indireto<br />
12 Desperdício<br />
É o custo que po<strong>de</strong> ser relacionado diretamente com o produto,<br />
processo, centro <strong>de</strong> trabalho ou qualquer outro objeto.<br />
É o custo que não po<strong>de</strong> ser relacionado diretamente com o<br />
produto, processo, centro <strong>de</strong> trabalho ou outro objeto,<br />
necessitando <strong>de</strong> algum fator ou in<strong>de</strong>xador para relacioná-lo.<br />
É o resultado <strong>de</strong> toda ativida<strong>de</strong> que não agrega valor <strong>de</strong> forma<br />
direta (trabalho efetivo) e nem indireta (trabalho adicional,<br />
responsável por fornecer suporte às ativida<strong>de</strong>s que agregam<br />
valor).<br />
13<br />
Custo <strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong><br />
Quadro 1 – Conceitos básicos <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
Fonte: Viana (2002)<br />
São <strong>custos</strong> que não representam o consumo <strong>dos</strong> insumos, pela<br />
empresa, mas o quanto alguém <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ganhar pelo fato <strong>de</strong> ter<br />
optado por um investimento ao invés <strong>de</strong> outro.<br />
O Quadro 1 apresenta também o conceito <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>, pois este,<br />
segundo Viana (2002), auxilia na mensuração <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sperdícios. Assim, consi<strong>de</strong>rar<br />
como o primeiro passo, o estabelecimento da lógica; o segundo, o estabelecimento
27<br />
<strong>dos</strong> conceitos e parâmetros e o terceiro passo consiste em verificar como os mesmos<br />
estão estrutura<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do sistema <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Para Cogan (2007)<br />
e Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), para se realizar esta verificação é necessário conhecer<br />
como se <strong>de</strong>senvolve o registro <strong>de</strong> informações contábeis e sua relação com o sistema<br />
produtivo e com o sistema <strong>de</strong> custeio adotado. Do resultado <strong>de</strong>sta análise há a<br />
constatação se os <strong>custos</strong> estão bem ou mal estrutura<strong>dos</strong>.<br />
Segundo Sakurai (1997) e Bornia (2002), a partir das <strong>de</strong>finições básicas se<br />
parte em direção ao <strong>de</strong>senvolvimento do sistema que irá gerenciar todo o processo<br />
<strong>de</strong> registro <strong>de</strong> informações contábeis. Padoveze (2006) e Cogan (2007) afirmam que,<br />
<strong>de</strong> acordo com o objetivo proposto (gestão financeira ou gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong>), se<br />
<strong>de</strong>senvolve-se um sistema específico, que Hansen (2003) <strong>de</strong>fine como sistema <strong>de</strong><br />
informações contábeis e apresenta a sua estrutura na Figura 4.<br />
Figura 4 – Sistemas <strong>de</strong> Informações Contábeis<br />
Fonte: Hansen (2003).<br />
De acordo com a Figura 4, o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong><br />
financeira é responsável pela contabilida<strong>de</strong> da empresa para aten<strong>de</strong>r aos aspectos<br />
financeiros e legais, enquanto que o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
está voltado para a contabilida<strong>de</strong> gerencial. Comparando com o escopo <strong>de</strong>sta<br />
dissertação, <strong>dos</strong> dois sistemas apresenta<strong>dos</strong>, apenas o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong><br />
gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> será tratado neste trabalho.<br />
Para Hansen (2003) o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> trata-se <strong>de</strong><br />
um subsistema com o objetivo <strong>de</strong> fornecer informações para os usuários inter<strong>no</strong>s<br />
(gerência), por isso os critérios que governam a entrada e o processamento são
28<br />
<strong>de</strong>cidi<strong>dos</strong> internamente, ou seja, segundo Me<strong>de</strong>iros (1994) e Padoveze (2006),<br />
diferente do sistema <strong>de</strong> informações da contabilida<strong>de</strong> financeira (que engloba a<br />
contabilida<strong>de</strong> fiscal e financeira), <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong> não<br />
se mostrar obrigatório acompanhar os princípios contábeis e o mesmo não está<br />
condicionado às disposições legais, todavia este sistema precisa fornecer<br />
informações fi<strong>de</strong>dignas que permitam: a mensuração monetária correta <strong>dos</strong> produtos<br />
e serviços, bem como o planejamento e controle <strong>de</strong> forma que auxiliem a correta<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Com base na Figura 4, observa-se que o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> possui uma subdivisão em: sistema <strong>de</strong> informações da contabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> e o sistema <strong>de</strong> controle operacional. O primeiro realiza toda a medição<br />
monetária e prepara os relatórios contábeis. Está focado na mensuração e busca o<br />
fato ocorrido. Enquanto que o segundo realiza a análise com foco na i<strong>de</strong>ntificação das<br />
oportunida<strong>de</strong>s para melhorar e ajudar a encontrar meios para otimizar o processo,<br />
para tanto precisa das informações recebidas pelo Sistema <strong>de</strong> Informações da<br />
contabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>. Esse sistema (controle operacional) está focado na análise<br />
e propostas <strong>de</strong> soluções, portanto, busca a causa e meios <strong>de</strong> se evitar a repetição <strong>de</strong><br />
falhas, por isso é fundamental <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> melhoria contínua. Para<br />
realizar a análise e propostas <strong>de</strong> soluções, precisa-se <strong>de</strong> uma integração muito maior<br />
com os <strong>de</strong>mais sistemas do que o sistema <strong>de</strong> informações da contabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong>.<br />
Segundo Campos (1992), em algumas empresas esta divisão é realizada <strong>de</strong><br />
tal modo que a subordinação <strong>de</strong>stes <strong>setor</strong>es é distinta, ou seja, respon<strong>de</strong>m a chefias<br />
diferentes como forma <strong>de</strong> agilizar o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e solução <strong>dos</strong><br />
problemas. Hansen (2003) informa que <strong>de</strong> acordo com o porte da empresa, esta<br />
subdivisão po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> existir, tornando-se o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> o responsável pela contabilida<strong>de</strong> gerencial.<br />
Dentro da contabilida<strong>de</strong> gerencial, Sakurai (1997) e Beuren e Schlindwein<br />
(2008) afirmam que um <strong>dos</strong> primeiros passos para um correto gerenciamento é o<br />
conhecimento sobre o Sistema Produtivo da Empresa, por caracterizar a forma como<br />
ocorre a manufatura e o tipo <strong>de</strong> produto que é produzido. Tal sistema fornece<br />
informações que irão auxiliar na mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> gerenciais. Da mesma<br />
forma, Cogan (2007) relata a importância <strong>dos</strong> sistemas produtivos e <strong>de</strong> informação<br />
possuírem um canal que possibilitem um gerenciamento eficaz, que envolva a gestão
29<br />
<strong>dos</strong> <strong>custos</strong> e do processo, e acrescenta a necessida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>finição clara <strong>dos</strong><br />
fundamentos teóricos da contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> que serão adota<strong>dos</strong>.<br />
2.1.2 Relação entre Sistema <strong>de</strong> Produção e Sistema <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Custo<br />
Segundo Russoma<strong>no</strong> (1988) e Slack et al (2001), existem basicamente três<br />
tipos <strong>de</strong> Sistemas Produtivos, por encomenda, o <strong>de</strong> produção contínua e o<br />
intermitente. O primeiro caracteriza-se pela fabricação <strong>de</strong>scontínua <strong>de</strong> produtos não<br />
padroniza<strong>dos</strong>, sendo que para cada produto, existe uma seqüência <strong>de</strong> operações<br />
únicas e distintas. Esse tipo <strong>de</strong> sistema caracteriza-se pelo peque<strong>no</strong> volume <strong>de</strong><br />
produção e pela gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. O segundo <strong>de</strong>fine-se pela fabricação<br />
em série <strong>de</strong> produtos padroniza<strong>dos</strong>, é o mais utilizado mundialmente para processos<br />
industriais <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> commodities. Observa-se nele o gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong><br />
produção e a pouca varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. Já o terceiro e último caracteriza-se pela<br />
fabricação em lotes <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> produtos padroniza<strong>dos</strong>, mais utilizado em<br />
processos industriais do ramo têxtil. Esse sistema apresenta um valor intermediário<br />
tanto em nível <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> produção, como pela varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos oferta<strong>dos</strong>,<br />
ou seja, possui uma produção maior do que o sistema <strong>de</strong> produção por encomenda,<br />
me<strong>no</strong>r do que o contínuo. Com relação à varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> produtos oferta<strong>dos</strong> ou<br />
flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> produção para alteração <strong>no</strong> fornecimento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> produto, o sistema <strong>de</strong> produção intermitente possui uma<br />
capacida<strong>de</strong> me<strong>no</strong>r do que o processo por encomenda, contudo maior do que o<br />
processo contínuo. Como esta dissertação se <strong>de</strong>senvolve em uma Mineração com<br />
características <strong>de</strong> produção contínua, o sistema produtivo usado será este.<br />
Para Cogan (2007), conhecido o sistema produtivo po<strong>de</strong>-se partir para a<br />
<strong>de</strong>finição do sistema que gerenciará a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Segundo Padoveze<br />
(2006), a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> po<strong>de</strong> ser representada em três gran<strong>de</strong>s<br />
fundamentos: sistema <strong>de</strong> acumulação; forma <strong>de</strong> custeio e método <strong>de</strong> custeamento.<br />
Assim, o primeiro citado é composto <strong>de</strong> instrumentos e critérios para registro e<br />
guarda <strong>de</strong> informações segundo um or<strong>de</strong>namento lógico. Existem quatro maneiras<br />
básicas: acumulação por or<strong>de</strong>m, acumulação por processo, acumulação por<br />
ativida<strong>de</strong>s e acumulação híbrida.
30<br />
Para Padoveze (2006) acumulação por or<strong>de</strong>m é o sistema tipicamente usado<br />
<strong>de</strong>ntro do processo produtivo do tipo por encomenda como, por exemplo, escritório <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> engenharia, ou seja, o armazenamento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> tem como referência à<br />
autorização para a fabricação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado produto ou serviço. Esta autorização<br />
possui vários <strong>no</strong>mes como: or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço, or<strong>de</strong>m da fabricação, lote <strong>de</strong> produção.<br />
Todas as informações para posterior cálculo do custo estarão <strong>de</strong>ntro ou registradas<br />
nesta autorização, ou seja, a produção <strong>de</strong> cada elemento <strong>de</strong> custo é acumulada<br />
segundo or<strong>de</strong>ns específicas <strong>de</strong> produção referentes a um <strong>de</strong>terminado produto ou<br />
lote <strong>de</strong> produtos. Esse sistema se diferencia do sistema <strong>de</strong> acumulação por processo,<br />
poeque enquanto neste os gastos são acumula<strong>dos</strong>, à medida que o processo avança,<br />
<strong>no</strong> tipo <strong>de</strong> acumulação por ativida<strong>de</strong>, a acumulação é restrita e específica <strong>de</strong> cada<br />
ativida<strong>de</strong> sem acumulação sucessiva.<br />
Hansen (2003) afirma que a acumulação por processo é o sistema mais<br />
utilizado por empresas que exigem processo contínuo. Esse sistema evi<strong>de</strong>ncia o<br />
custo a cada processo <strong>de</strong> forma cumulativa. Essas empresas ten<strong>de</strong>m a ter poucos<br />
produtos, manufatura em massa e relativamente padronizada que utilizam<br />
basicamente o mesmo processo <strong>de</strong> fabricação com pequenas alterações. O sistema<br />
<strong>de</strong> acumulação por ativida<strong>de</strong>s é muito similar ao sistema <strong>de</strong> acumulação por<br />
processo. Para Cogan (2007), com a utilização do método <strong>de</strong> custeio ABC a empresa<br />
irá adotar o sistema <strong>de</strong> acumulação por ativida<strong>de</strong>s. O último sistema, acumulação<br />
híbrida, possui esta <strong>de</strong><strong>no</strong>minação, pois é composto <strong>de</strong> dois <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong><br />
acumulação cita<strong>dos</strong> anteriormente.<br />
Segundo Sakurai (1997) e Wernke (2001), o conhecimento do processo<br />
produtivo, a escolha do sistema <strong>de</strong> acumulação e a escolha do método <strong>de</strong><br />
custeamento <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>dos</strong> em conjunto e <strong>de</strong> forma seqüencial. Quanto à<br />
forma <strong>de</strong> custeio, a mesma está dividida em basicamente dois grupos: custo real<br />
(consi<strong>de</strong>ra os gastos realiza<strong>dos</strong>) e custo prévio (consi<strong>de</strong>ra da<strong>dos</strong> futuros ou<br />
espera<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma a ter um custo <strong>de</strong> maneira antecipada), sendo o custo real a<br />
forma mais comum e a adotada nesta dissertação. O método <strong>de</strong> custeamento<br />
<strong>de</strong>termina como serão mensura<strong>dos</strong> e aloca<strong>dos</strong> os <strong>custos</strong> das operações.<br />
Hansen (2003) afirma que a contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong> é representada pelo seu<br />
respectivo sistema <strong>de</strong> custeio. Este é um conjunto <strong>de</strong> partes inter-relacionadas que<br />
realizam um ou mais processos para atingir objetivos específicos, <strong>no</strong> caso o objetivo<br />
é a mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>no</strong> processo industrial, com base <strong>no</strong> sistema produtivo da
31<br />
empresa e <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, os quais <strong>de</strong>finem qual será o<br />
sistema <strong>de</strong> Custeio adotado, que para Bornia (2008) é composto basicamente <strong>de</strong><br />
duas partes: Princípios <strong>de</strong> custeio e méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custeio. Sendo o primeiro princípio<br />
<strong>de</strong> custeio são princípios ou filosofias que orientam os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custeio. Existem<br />
três princípios que regem os sistemas <strong>de</strong> <strong>custos</strong>: Custeio Total (ou integral), Custeio<br />
por Absorção e Custeio Direto. O custeio total apropria to<strong>dos</strong> os <strong>custos</strong> fixos aos<br />
produtos. O custeio por absorção apropria os <strong>custos</strong> fixos, diferenciando-se do<br />
custeio total apenas <strong>no</strong>s volumes aloca<strong>dos</strong>. O custeio direto assume que os <strong>custos</strong><br />
fixos não <strong>de</strong>vem ser incluí<strong>dos</strong>. Em comparação com a proposta <strong>de</strong> Padoveze (2006),<br />
os princípios <strong>de</strong> custeio <strong>de</strong> Hansen (2003) equivalem à <strong>de</strong>finição do método <strong>de</strong><br />
custeio <strong>de</strong> Padoveze (2006).Todavia para Sakurai (1997) Hansen (2003) e Cogan<br />
(2007) existem <strong>no</strong> caso do método por absorção uma sub-divisão ,que é absorção<br />
integral e a absorção i<strong>de</strong>al conforme Figura 5.<br />
Figura 5 – Princípios <strong>de</strong> custeio<br />
Fonte: Bornia (2008).<br />
A diferença existente entre o princípio <strong>de</strong> custeio por absorção integral e o<br />
princípio <strong>de</strong> custeio por absorção i<strong>de</strong>al está <strong>no</strong> fato não separar os <strong>de</strong>sperdícios.<br />
Enquanto que <strong>no</strong> último separa os <strong>de</strong>sperdícios do cálculo do custo do produto ou<br />
serviço.<br />
Como o escopo <strong>de</strong>sta dissertação trata da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”,<br />
então os princípios <strong>de</strong> custeio direto ou variável não são indica<strong>dos</strong>, pois os mesmos<br />
por <strong>de</strong>finição já <strong>de</strong>scartam a medição <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> indiretos e fixos, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ram<br />
assim o seu impacto. Conseqüentemente, nesta dissertação será usado o princípio<br />
<strong>de</strong> custeio por absorção i<strong>de</strong>al.
32<br />
Segundo Hansen (2003) e Padoveze (2006), existem basicamente quatro<br />
méto<strong>dos</strong> que são: custo-padrão, RKW, ABC e UEP <strong>de</strong> origem americana consiste<br />
em se calcular o custo consi<strong>de</strong>rado i<strong>de</strong>al ou correto, estabelecendo-o como padrão<br />
para realizar as medições <strong>no</strong> dia-a-dia. Segundo Bornia (2008), sua utilida<strong>de</strong> está<br />
mais associada ao controle operacional do que à medição <strong>de</strong> <strong>custos</strong> propriamente<br />
dito. Tem utilida<strong>de</strong> apenas para <strong>avaliação</strong> das variações ocorridas entre o real e o<br />
padronizado, pois seu objetivo principal é o estabelecimento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />
comparação (padrões) <strong>no</strong> emprego <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> produção e seus <strong>custos</strong><br />
associa<strong>dos</strong> (Matéria-prima, mão-<strong>de</strong>-obra direta e <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> fabricação). Tal<br />
método enfoca basicamente os <strong>custos</strong> diretos, o que segundo Kar<strong>de</strong>c (2002) é uma<br />
<strong>de</strong>svantagem como instrumento <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>custos</strong> associa<strong>dos</strong> com a ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> manutenção. Segundo Cogan (2007), o método citado anteriormente <strong>de</strong>ve ser<br />
utilizado <strong>no</strong> processo <strong>de</strong>cisório em parceria com outro método <strong>de</strong> custeio que<br />
consiga medir os <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> forma mais apurada. Viana (2002) en<strong>dos</strong>sa ao<br />
informar que este método (custo-padrão) apresenta dificulda<strong>de</strong> para a <strong>de</strong>terminação<br />
<strong>de</strong> padrões para os <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> fabricação (CIF), porém é uma eficiente<br />
ferramenta para <strong>avaliação</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
Para Kaplan (2000), o método RKW (Custo por absorção baseado em<br />
Centros <strong>de</strong> Custos), faz os produtos absorverem uma parcela <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> fixos e<br />
variáveis, que seguem um critério <strong>de</strong> distribuição. Desse modo, os <strong>custos</strong> são<br />
forma<strong>dos</strong> <strong>de</strong> três componentes básicos: matéria-prima, mão-<strong>de</strong>-obra direta e gastos<br />
gerais <strong>de</strong> fabricação ou <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> fabricação (CIF). De forma progressiva,<br />
rateia os <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> fabricação para os centros produtivos (centros que<br />
possuem relação direta com os produtos), segundo critérios conheci<strong>dos</strong> como base<br />
<strong>de</strong> rateio.<br />
A operacionalização do método <strong>de</strong> custeio RKW é sintetizada por Bornia<br />
(2008) em cinco fases: a) separação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> em itens; b) divisão da empresa em<br />
centros <strong>de</strong> <strong>custos</strong>; c) i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> com os centros (distribuição primária);<br />
d)redistribuir os <strong>custos</strong> <strong>dos</strong> centros indiretos até os diretos (distribuição secundária);<br />
e) distribuição <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>dos</strong> centros diretos aos produtos (distribuição final).<br />
A forma como serão <strong>de</strong>senvolvidas e utilizadas as bases <strong>de</strong> rateio segundo<br />
Cogan (2007), Padoveze (2006), Hansen (2003) e Sakurai (1997) <strong>de</strong>termina o<br />
principal ponto <strong>de</strong> atenção e limitação na utilização <strong>de</strong>ste método, pois nas empresas<br />
(principalmente as <strong>de</strong>partamentalizadas) o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para o sistema <strong>de</strong> medição
33<br />
<strong>de</strong> <strong>custos</strong> que utiliza este método está naqueles <strong>custos</strong> incorri<strong>dos</strong> <strong>no</strong>s <strong>de</strong>partamentos<br />
auxiliares que não po<strong>de</strong>m ser aloca<strong>dos</strong> diretamente aos produtos, mas precisam ser<br />
transferi<strong>dos</strong> para os <strong>de</strong>partamentos produtivos beneficia<strong>dos</strong>. Dessa forma a lógica do<br />
rateio obe<strong>de</strong>ce a seguinte relação:<br />
Cálculo do CIF<br />
Resultado CIF = Taxa CIF x Montante<br />
(1)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Taxa CIF = CIF anuais orça<strong>dos</strong>/nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> anual orçada.<br />
Montante = Quantida<strong>de</strong> realizada do nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />
Observa-se na Fórmula 1 que o critério <strong>de</strong> rateio representado pela Taxa CIF<br />
está estabelecido sobre critérios estima<strong>dos</strong> e isto prejudica a apuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>.<br />
Deve-se procurar <strong>de</strong>senvolver critérios mais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong>. Conforme Me<strong>de</strong>iros (1994) e<br />
Padoveze (2006), o custeio por absorção é amplamente aceito <strong>no</strong> Brasil, porém leva<br />
<strong>de</strong>svantagem se comparado ao método ABC, <strong>no</strong> que diz respeito ao critério <strong>de</strong><br />
medição <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> indiretos <strong>de</strong> fabricação, por adotar a lógica <strong>de</strong> rateio.<br />
O método ABC <strong>de</strong> origem americana, segundo Cogan (2007), adota o princípio<br />
<strong>de</strong> que um negócio é constituído por uma série <strong>de</strong> processos inter-relaciona<strong>dos</strong> e<br />
estes são constituí<strong>dos</strong> por ativida<strong>de</strong>s que convertem insumos em resulta<strong>dos</strong>. Para<br />
Bornia (2008), o ponto central do método ABC é o conceito <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rado<br />
por ele o me<strong>no</strong>r segmento <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da empresa, gera produto e<br />
serviço e consome recursos para a execução <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> necessária à geração<br />
<strong>de</strong>sses produtos e serviços. Hansen (2003) <strong>de</strong>staca que o método ABC <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />
teoria <strong>de</strong> que o custo é causado e suas causas po<strong>de</strong>m ser gerenciadas, on<strong>de</strong> quanto<br />
mais perto se relacionar os <strong>custos</strong> às suas causas, melhor será a mensuração e<br />
conseqüentemente a orientação para as <strong>de</strong>cisões gerenciais <strong>de</strong>correntes. A lógica do<br />
método ABC recomenda: a divisão <strong>dos</strong> processos da empresa em ativida<strong>de</strong>s; a<br />
análise do comportamento <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s para i<strong>de</strong>ntificar a sua lógica <strong>de</strong><br />
agregação <strong>de</strong> valor e assim estabelecer os direcionadores <strong>de</strong> <strong>custos</strong> aos processos;<br />
mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> das ativida<strong>de</strong>s que compõem os processos empresariais;<br />
i<strong>de</strong>ntificação das causas principais <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> das ativida<strong>de</strong>s (bases <strong>de</strong> relação para
34<br />
estabelecer os direcionadores <strong>de</strong> custo aos produtos) e por fim a alocação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
aos produtos <strong>de</strong> forma proporcional ao grau <strong>de</strong> utilização das bases <strong>de</strong> relação.<br />
De acordo com Padoveze (2006), o método das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> esforço <strong>de</strong><br />
produção (UEP) propõe a unificação da produção com a utilização da <strong>no</strong>ção <strong>de</strong><br />
agregação <strong>de</strong> valor. A matéria-prima é apenas objeto <strong>de</strong> trabalho. Por esse motivo, o<br />
método U.E.P. preocupa-se basicamente com os Custos <strong>de</strong> Transformação. Sua<br />
proposta é a medição <strong>de</strong> produtos diferentes através <strong>de</strong> um único parâmetro <strong>de</strong> forma<br />
a permitir que se tenha um valor global e sintético das ativida<strong>de</strong>s da empresa. Este<br />
sistema atua exclusivamente nesta mensuração, através da unificação da produção<br />
em uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida (chamada UEP) que agiria como um “in<strong>de</strong>xador” da<br />
produção.<br />
Um <strong>dos</strong> objetivos nesta dissertação é a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou mal<br />
estrutura<strong>dos</strong>. Esta i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>ve ser realizada in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do método <strong>de</strong><br />
custeio adotado. Conseqüentemente, o método <strong>de</strong> custeio adotado nesta dissertação<br />
será o existente na empresa estudada.<br />
Concluído como são <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> o registro <strong>de</strong> informações contábeis, o<br />
sistema produtivo vigente e o método <strong>de</strong> custeio existente, passa-se para a última<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do terceiro passo que é a análise <strong>de</strong> se o mo<strong>de</strong>lo está bem ou mal<br />
estruturado. Segundo Lafraia (2001) um mo<strong>de</strong>lo é uma representação simplificada da<br />
realida<strong>de</strong> que possui uma natureza muito complexa para ser analisada diretamente.<br />
Desta forma, o mo<strong>de</strong>lo para representar melhor a realida<strong>de</strong>, ele precisa <strong>de</strong><br />
informações <strong>de</strong>talhadas numa relação diretamente proporcional. Todavia, a busca por<br />
informações mais <strong>de</strong>talhadas torna a ativida<strong>de</strong> mais onerosa. Isto fica evi<strong>de</strong>nte ao se<br />
analisar a Figura 1. Conseqüentemente, em relação a <strong>custos</strong>, os mo<strong>de</strong>los procuram<br />
comparar o <strong>de</strong>talhamento necessário <strong>de</strong> informações e o benefício a ser obtido. Da<br />
análise entre o esforço necessário e o benefício obtido surge, segundo Kar<strong>de</strong>c<br />
(2002), <strong>de</strong>cisões que <strong>de</strong>senvolvem sistemas que apresentam <strong>custos</strong> relativamente<br />
mal estrutura<strong>dos</strong> (RISC). Com base em Severia<strong>no</strong> Filho (1998) e Martins (2008)<br />
apresenta-se o Quadro 2 com as <strong>de</strong>finições básicas <strong>de</strong> componentes, que <strong>de</strong>ntro do<br />
processo <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong> produção possuem suas<br />
ativida<strong>de</strong>s mal estruturadas quanto a sua respectiva medição em termos monetários.
35<br />
ITEM Classificação Definição<br />
1 Prevenção<br />
2 Falha<br />
3 Set-up<br />
4 Espera<br />
5 Ociosida<strong>de</strong><br />
Está relacionado com as ativida<strong>de</strong>s e prevenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos <strong>dos</strong><br />
produtos acaba<strong>dos</strong>, através <strong>de</strong> checagem e correção <strong>de</strong> problemas<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong> processo, antes da inspeção final.<br />
Está relacionado com os produtos acaba<strong>dos</strong> que não alcançaram o<br />
padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estabelecido. Esse custo inclui as <strong>de</strong>spesas<br />
com falhas internas referentes a <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> material e retrabalho<br />
assim como <strong>de</strong>spesas oriundas <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> reclamação <strong>de</strong><br />
clientes.<br />
Consiste <strong>no</strong> custo <strong>de</strong> preparação das máquinas para cada fase do<br />
processo produtivo.<br />
Refere-se ao custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peças que estão esperando<br />
por serviço em algum ponto do processo <strong>de</strong> produção.<br />
Trata-se <strong>de</strong> outro custo por oportunida<strong>de</strong> associado a sub-utilização<br />
<strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> produção.<br />
6 Estoque Trata-se do custo <strong>de</strong>vido a existência <strong>de</strong> estoque.<br />
Quadro 2 – Definições <strong>dos</strong> componentes do RISC<br />
Fonte: Severia<strong>no</strong> Filho (1998) e Martins (2008).<br />
As <strong>de</strong>finições existentes <strong>no</strong> Quadro 2 só serão eficazes, se os três passos para<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>sperdícios e a separação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s necessárias e<br />
<strong>de</strong>snecessárias forem executa<strong>dos</strong>. Portanto <strong>de</strong>ve-se a partir do conhecimento <strong>no</strong><br />
aspecto macro, seguir para o <strong>de</strong>talhamento (aspecto micro). Este <strong>de</strong>talhamento<br />
passa primeiro por conhecer como estão estrutura<strong>dos</strong> os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção e<br />
<strong>de</strong>pois o que se consi<strong>de</strong>ra <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta função Manutenção.<br />
2.1.3 Custos na manutenção<br />
Segundo Kar<strong>de</strong>c (2002) os <strong>custos</strong> na manutenção tradicional são<br />
representa<strong>dos</strong> através da seguinte relação:<br />
Custo <strong>de</strong> Manutenção tradicional<br />
Cman = Cman CMat = + CMat CMO + CMO CFer + CFer Cinv<br />
(2)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
C man = Custos totais <strong>de</strong> manutenção;<br />
C Mat = Custos com materiais;<br />
C MO = Custos com Mão-<strong>de</strong>-obra;
36<br />
C Fer = Custos com ferramental e uso <strong>de</strong> bens , incluindo aqui<br />
<strong>de</strong>preciação, pagamento <strong>de</strong> taxas e impostos ,etc.;<br />
C inv = Custos com investimentos.<br />
Baseado nesta relação, o gráfico resultante:<br />
Figura 6 - Custos tradicionais <strong>de</strong> manutenção<br />
Fonte: Kar<strong>de</strong>c (2002).<br />
Conforme Figura 6, <strong>no</strong> mo<strong>de</strong>lo tradicional, a parcela Cinv possui<br />
comportamento constante. Segundo Almeida (2001), esse mo<strong>de</strong>lo precisa ser<br />
revisado, pois isto só ocorre se a parcela <strong>de</strong> investimento for muito maior do que a<br />
parcela <strong>de</strong> <strong>custos</strong> com falhas, <strong>de</strong> forma que a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za não seja afetada<br />
pela variação em virtu<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falhas. De forma semelhante, os<br />
termos CMO e Cfer apresentam comportamento constante em relação a <strong>custos</strong> (eixo<br />
das or<strong>de</strong>nadas), pois estes recursos são previamente orça<strong>dos</strong> e disponibiliza<strong>dos</strong><br />
basea<strong>dos</strong> na média histórica e não em função das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção (eixo<br />
das abcissas). Estas necessitam <strong>de</strong> maiores recursos do que os estabeleci<strong>dos</strong> <strong>no</strong>s<br />
termos CMO e Cfer, são imputa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do termo Cinv. Todavia o Cinv também é<br />
constante, ou seja, possui limites orçamentários, <strong>de</strong> forma que estes recursos<br />
exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> CMO e Cfer são ratea<strong>dos</strong> ou distribuí<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do Cinv. O sucesso<br />
ou fracasso <strong>de</strong>ste rateamento está na forma como são estabeleci<strong>dos</strong> os critérios <strong>de</strong><br />
rateamento. Pois o termo CMat (único com comportamento diretamente proporcional<br />
a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção) funciona como termômetro para medir se os termos
37<br />
CMO,Cfer e Cinv foram corretamente previstos e mensura<strong>dos</strong>, pois segundo Kar<strong>de</strong>c<br />
(2002), Werkema (2002) e Siqueira(2005) a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção<br />
passa obrigatoriamente pelos fatores mão-<strong>de</strong>-obra,ferramentas e materiais. Além<br />
disso, os <strong>custos</strong> com reparos historicamente são maiores após a falha do que antes,<br />
principalmente <strong>no</strong>s circuitos em série ou em equipamento cuja falha prejudica a<br />
qualida<strong>de</strong> do produto processado, a saú<strong>de</strong> humana ou o meio ambiente. Com base<br />
neste raciocínio <strong>de</strong>fendido por Scapin (1999), Viana (2002) e Siqueira (2005),<br />
apresenta-se a Figura 7, que mostra a relação existente entre o custo com reparos<br />
antes e <strong>de</strong>pois da falha, <strong>de</strong>monstra-se a seguir o crescimento existente com os<br />
<strong>custos</strong> em ações <strong>de</strong> reparo realizadas após a falha.<br />
Custo com<br />
reparos<br />
Antes da Falha<br />
Após a Falha<br />
Vida útil do componente<br />
Falha<br />
Figura 7 – Relação Custo e tipo <strong>de</strong> intervenção<br />
Fonte : Manual <strong>de</strong> Produção Caterpillar (2002).<br />
Siqueira (2005) <strong>de</strong>staca que isto reforça o conceito <strong>de</strong> que a manutenção <strong>de</strong>ve<br />
ter o foco para manter a função do equipamento e não para manter o estado do<br />
equipamento. Pois todo componente possui sua curva característica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
e assim a manutenção <strong>de</strong>ve atuar <strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar esta respectiva curva e<br />
monitorar seu <strong>de</strong>sempenho, <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r atuação esperada. Daí a importância<br />
do uso <strong>de</strong> técnicas preditivas e <strong>de</strong> ferramentas da confiabilida<strong>de</strong> <strong>no</strong> planejamento,<br />
execução e controle das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção. Segundo Viana (2002) e Almeida<br />
(2001), somente com a adoção das mesmas se conseguem executar este salto <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>, adquirir o que Porter (1992) chama <strong>de</strong> diferencial competitivo. Baseado<br />
nisto, o ponto <strong>de</strong> reparo <strong>de</strong>ve ser imediatamente antes da falha, porém o mais<br />
próximo possível da falha para se obter o máximo <strong>de</strong> uso ou <strong>de</strong> rendimento que o
38<br />
<strong>de</strong>terminado componente ou equipamento po<strong>de</strong> oferecer sem afetar a segurança,<br />
pois o reparo realizado bem antes da falha onera por <strong>de</strong>mais a manutenção,<br />
conforme se mostra na Figura 8.<br />
Custo com<br />
reparos por<br />
Hora<br />
Ponto ótimo para reparo<br />
Vida útil do componente<br />
Falha<br />
Figura 8 – Ponto ótimo <strong>de</strong> intervenção<br />
Fonte : Manual <strong>de</strong> Produção Caterpillar (2002).<br />
Utilizando os conceitos apresenta<strong>dos</strong> nas Figuras 7 e 8 para associá-los ao<br />
processo <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, verifica-se a vantagem <strong>de</strong> se adotar formas<br />
preventivas <strong>de</strong> manutenção.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que existem dois tipos <strong>de</strong> manutenção: a Corretiva e a<br />
Preventiva citadas em Alvarez (1998), Almeida (2001), Kar<strong>de</strong>c (2002) e Siqueira<br />
(2005), verifica-se que <strong>de</strong> forma simplificada existem duas situações básicas<br />
<strong>de</strong>correntes do tipo <strong>de</strong> manutenção adotada. Assim tem-se a Manutenção Corretiva<br />
associada às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correção e a Manutenção Preventiva associada às<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção. Como todo o sistema é passível <strong>de</strong> falha, é necessário levar<br />
em consi<strong>de</strong>ração que, qualquer que seja o tipo <strong>de</strong> manutenção adotada a mesma<br />
po<strong>de</strong> falhar, como por exemplo, uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correção ou prevenção não tenha<br />
sido executada ou planejada corretamente gerando perdas, em <strong>de</strong>corrência disto e<br />
consi<strong>de</strong>rando o aspecto probabilístico, existe a condição <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> manutenção.<br />
Desta forma se verifica que é necessário ter uma relação entre os serviços totais da<br />
manutenção que (envolvem serviços preventivos, serviços corretivos e falhas<br />
existentes) com o respectivo custo. Baseado nisto, Almeida (2001) apresenta na<br />
Figura 9 uma função que po<strong>de</strong> representar os <strong>custos</strong> para manter o sistema como<br />
<strong>de</strong>stacado na Figura 8. No eixo das abcissas existe o termo manutenção para
39<br />
representar o resultado <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção (representado por um índice <strong>de</strong><br />
manutenção) e <strong>no</strong> eixo das or<strong>de</strong>nadas o custo realizado para tanto.<br />
Cman<br />
Custo<br />
CP<br />
CC<br />
Cf<br />
Zona ótima<br />
Manutenção<br />
Figura 9 - Relação Manutenção x Custos<br />
Fonte: Almeida (2001).<br />
Baseado na Figura 9 verifica-se a seguinte relação:<br />
Custo <strong>de</strong> Manutenção<br />
Cman = CP + CC + Cf<br />
(3)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Cman = Custos totais <strong>de</strong> manutenção;<br />
CP = Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção;<br />
CC = Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correção;<br />
Cf ou <strong>CT</strong> = Custos das falhas <strong>de</strong> manutenção.<br />
Os <strong>custos</strong> das falhas são os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> perdas<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> cada configuração <strong>de</strong> falha. Vale <strong>de</strong>stacar que apesar <strong>de</strong> apresentar<br />
valores mais baixos do que os valores respectivos para as curvas CP e CC, a curva<br />
Cf ou <strong>CT</strong> não irá <strong>de</strong>saparecer, pois se sabe do caráter probabilístico e <strong>de</strong> incerteza<br />
existente. Este envolve para cada vez que a falha ocorrer o custo da insatisfação do<br />
cliente; perda <strong>de</strong> faturamento <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>sta falha e os <strong>custos</strong> com multas e<br />
dispêndios <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> legislações; contratos ou processos judiciais impostos.
40<br />
Detalhando A Fórmula 3:<br />
Cman = (CP+ CC)pes + (CP+ CC)loc + (CP+ CC)log + CPtaxas+ (CP+ CC)<strong>de</strong>p +<br />
(CP+ CC)ext + CPmel + CC<strong>de</strong>s + Cf<br />
On<strong>de</strong>:<br />
(CP+ CC) pes = Custos com pessoal (mão-<strong>de</strong>-obra) envolvendo manutenção<br />
Preventiva e/ou manutenção Corretiva;<br />
(CP+ CC) loc = Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção (transporte <strong>de</strong> pessoal e<br />
ferramentas manuais) envolvendo manutenção Preventiva e/ou manutenção<br />
Corretiva;<br />
(CP+ CC) log = Custos com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> logística (disponibilização,<br />
preparação da infra-estrutura, equipamentos <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> carga e<br />
materiais) envolvendo manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva;<br />
CP taxas = Custos com impostos, taxas, etc...;<br />
(CP+ CC) <strong>de</strong>p = Custos com <strong>de</strong>preciação envolvendo manutenção Preventiva<br />
e/ou manutenção Corretiva;<br />
(CP+ CC) ext = Custos com serviços exter<strong>no</strong>s e terceirização envolvendo<br />
manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva;<br />
CPmel = Custos Preventivos com melhorias;<br />
CC<strong>de</strong>s = Custos Corretivos com <strong>de</strong>scarte;<br />
CF= Custos das falhas <strong>de</strong> manutenção.<br />
Para Almeida (2001) e Martins (2008) <strong>dos</strong> três últimos itens os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> falhas<br />
são os que possuem maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medição, pois é um tipo <strong>de</strong> custo por<br />
oportunida<strong>de</strong> e está intrinsecamente ligado ao custo da qualida<strong>de</strong> sendo um <strong>dos</strong><br />
componentes do RISC apresentado <strong>no</strong> Quadro 2. verifica-se na Figura 9 que a zona<br />
ou região hachurada indica a melhor situação, ou seja, a situação <strong>de</strong> equilíbrio entre<br />
as curvas CP e CC que proporcionam o me<strong>no</strong>r valor <strong>de</strong> custo da curva Cman. Na<br />
região à esquerda da área hachurada observa-se que a curva CP está em movimento<br />
ascen<strong>de</strong>nte (tendência <strong>de</strong> elevação) e a curva CC está em movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />
(tendência <strong>de</strong> queda), porém os <strong>custos</strong> ou valores da curva CC estão em um nível<br />
mais elevado do que os <strong>custos</strong> ou valores da curva CP, ou seja, nesta região a<br />
relação custo-benefício entre o tipo <strong>de</strong> manutenção a adotar e o retor<strong>no</strong> em termos
41<br />
monetários é a favor <strong>de</strong> se adotar a prevenção e não se adotar a correção, já que o<br />
custo com a preventiva será me<strong>no</strong>r do que com a manutenção corretiva. Na região à<br />
direita da área hachurada, observa-se que a curva CP continua em movimento<br />
ascen<strong>de</strong>nte ainda, e a curva CC está em movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Todavia, ocorreu<br />
uma inversão <strong>de</strong> nível, ou melhor, uma troca <strong>de</strong> posição. Pois a curva CP está em um<br />
nível acima da curva CC e em função disto se conclui que nesta região o retor<strong>no</strong> que<br />
se obtém com a prevenção não compensa os gastos realiza<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, a<br />
relação custo-benefício é a favor <strong>de</strong> se adotarem medidas corretivas. Vale <strong>de</strong>stacar<br />
que esta análise não se contrapõe à análise da Figura 7, uma vez eu nela observado<br />
os gastos realiza<strong>dos</strong> entre o mesmo serviço na situação antes da falha (<strong>de</strong> forma<br />
preventiva) e <strong>de</strong>pois da falha (<strong>de</strong> forma corretiva).<br />
Em função <strong>de</strong>sta característica sobre o comportamento das curvas nas Figuras<br />
7 e 9, existentes na composição <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>, constata-se a importância do<br />
alinhamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção e <strong>de</strong> correção com a estratégia da empresa<br />
,a fim <strong>de</strong> verificar em caso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> alinhamento, uma possível<br />
fonte <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”. Cogan (2007), Kaplan (2000) e Shank (1997) <strong>de</strong>stacam<br />
que, ao se verificar o alinhamento das ativida<strong>de</strong>s com a estratégia, a apuração <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> precisa não só mensurar o que foi realizado, mas também comparar se esta<br />
ativida<strong>de</strong> estava ou não prevista e qual a sua contribuição <strong>no</strong> resultado do processo<br />
<strong>de</strong> forma a i<strong>de</strong>ntificar se existe ou não alinhamento. Para ocorrer esta comparação é<br />
necessário acompanhar as ativida<strong>de</strong>s (preventiva ou corretiva) e baseado em<br />
Werkema (2002), Prahalad (2000) e Porter (1992), observa-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mensuração quanto ao planejamento, controle e correção. Nas Figuras 10 e 11 a<br />
seguir, Palady (2002) consi<strong>de</strong>ra o planejamento como custo <strong>de</strong> prevenção; o controle<br />
como custo <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> e a correção como custo <strong>de</strong> falha.
42<br />
Retor<strong>no</strong> em<br />
dólares<br />
Divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong><br />
Custo <strong>de</strong><br />
Prevenção<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Avaliação<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Falhas<br />
Figura 10 – Relação entre tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manutenção e o retor<strong>no</strong> obtido<br />
pelo investimento realizado<br />
Fonte: Palady (2002).<br />
Na Figura 10 verifica-se a relação <strong>dos</strong> três tipos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> apresenta<strong>dos</strong> <strong>no</strong><br />
eixo das abscissas com seus respectivos divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong> ou retor<strong>no</strong>s monetários, medi<strong>dos</strong><br />
em dólares <strong>no</strong> eixo das or<strong>de</strong>nadas. Po<strong>de</strong>-se observar que a maior coluna ou o maior<br />
retor<strong>no</strong> é obtido quando se investe <strong>no</strong> custo <strong>de</strong> prevenção, ou seja, quando se adota<br />
ferramentas que auxiliem o planejamento e a prevenção <strong>de</strong> problemas. Um exemplo<br />
disto, é o investimento em manutenção preditiva, pois os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> implantação são<br />
eleva<strong>dos</strong> e são <strong>de</strong>bita<strong>dos</strong> ou inseri<strong>dos</strong> <strong>no</strong> item Custo <strong>de</strong> Prevenção (Figura 10),<br />
todavia este tipo <strong>de</strong> manutenção é o melhor caminho para se obter o ponto ótimo,<br />
citado na Figura 9, através <strong>de</strong> duas possibilida<strong>de</strong>s: via curva CC na região hachurada<br />
<strong>de</strong>pois do ponto <strong>de</strong> inflexão; ou via curva CP na região hachurada antes do ponto <strong>de</strong><br />
inflexão. Sendo uma <strong>de</strong> forma corretiva quando a curva CC estiver abaixo da curva<br />
CP, mas sem atingir o ponto <strong>de</strong> inflexão da curva existente na Figura 9 e a outra<br />
forma preventiva se a curva CP estiver abaixo da curva CC nesta mesma figura. Com<br />
isso, seja <strong>de</strong> forma corretiva ou <strong>de</strong> forma preventiva o retor<strong>no</strong> obtido pela manutenção<br />
preditiva é <strong>de</strong>terminar o tempo correto da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção, com o intuito<br />
<strong>de</strong> aproveitar ao máximo a vida útil <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado equipamento e com isso este<br />
custo investimento em prevenção provoca os maiores divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong>, conforme se<br />
observa na Figura 10. Segundo Viana (2002), esta <strong>de</strong>terminação é obtida pela
43<br />
manutenção preditiva através <strong>de</strong> suas quatro técnicas básicas (análise <strong>de</strong> vibração,<br />
ensaio por ultra-som, termografia e análise <strong>de</strong> óleo).<br />
Como complemento da Figura 10 é apresentado na Figura 11, uma<br />
comparação entre três empresas que tomaram diferentes <strong>de</strong>cisões sobre o quanto<br />
investir em prevenção, <strong>avaliação</strong> e na correção (falha). É importante <strong>de</strong>stacar que<br />
semelhante ao raciocínio adotado na Figura 10, <strong>no</strong> eixo das or<strong>de</strong>nadas está<br />
registrado o termo “DÓLARES”, entenda-se como retor<strong>no</strong> do investimento ou <strong>dos</strong><br />
divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>.<br />
1<br />
Pouco ou nenhum investimento em prevenção<br />
2<br />
Investimento com implementação<br />
Retor<strong>no</strong> em<br />
dólares<br />
3<br />
Investimento sem implementação<br />
3<br />
3<br />
3<br />
1 2<br />
1 2<br />
1<br />
2<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Prevenção<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Avaliação<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Falhas<br />
Figura 11 – Composição <strong>dos</strong> investimentos <strong>de</strong>vido ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção e o retor<strong>no</strong> obtido<br />
Fonte: Palady (2002).<br />
Na Figura 11, as barras número 1 representam uma organização que investe<br />
pouco em prevenção, sendo forçada a alocar gran<strong>de</strong> parte <strong>dos</strong> recursos ou <strong>de</strong> seu<br />
fluxo <strong>de</strong> caixa na categoria <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> falhas; As barras número 2 representam uma<br />
organização que investe em prevenção com retor<strong>no</strong>s substanciais através da redução<br />
do custo <strong>de</strong> falha, enquanto que as barras número 3 representam uma organização<br />
que investe na prevenção, mas como não possui controle eficaz, a sua<br />
implementação não se efetiva e, com isso, o custo <strong>de</strong> falha aumenta.<br />
Diante da exposição feita anteriormente <strong>no</strong>ta-se que uma empresa tipo 2<br />
investiu um volume me<strong>no</strong>r do que a empresa tipo 3 em <strong>avaliação</strong> e controle e obteve<br />
um retor<strong>no</strong> muito maior (refletido <strong>no</strong> custo <strong>de</strong> falha), com isso observa-se a
44<br />
importância que o controle sobre os investimentos possui para o sucesso do<br />
investimento.<br />
Comparando-se os três itens (custo com prevenção, custo com <strong>avaliação</strong> e<br />
custo <strong>de</strong> falhas) apresenta<strong>dos</strong> nas Figuras 10 e 11, com os termos presentes na<br />
fórmula 3 se observa que existe o termo Cf da fórmula 3 e o item <strong>avaliação</strong> das<br />
Figuras 10 e 11 que são diferentes. Portanto, da associação das Figuras 10 e 11 com<br />
a Fórmula 3, se verifica que o termo Cf na fórmula 3 precisa ser <strong>de</strong>talhado para se<br />
po<strong>de</strong>r ter condições <strong>de</strong> se avaliar. Baseado em Campos (1992) e Werkema (2002),<br />
estabelece-se a seguinte relação da fórmula 4:<br />
Custo falha<br />
Cf =<br />
Nf(Cic+Cpfa +Cmu)<br />
(4)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Cf = Custo <strong>de</strong> falha;<br />
Nf = Número <strong>de</strong> falhas possíveis <strong>de</strong> ocorrer <strong>no</strong> <strong>de</strong>terminado período. Este<br />
número po<strong>de</strong> ser obtido através do FMEA, multiplicando-se o tipo <strong>de</strong> falha<br />
ocorrido (estabelecido pelo FMEA, através do modo <strong>de</strong> falha) pela sua<br />
respectiva quantida<strong>de</strong> <strong>no</strong> período;<br />
Cic = Custos <strong>de</strong>correntes da insatisfação do cliente;<br />
Cpfa = Custos <strong>de</strong>correntes da perda <strong>de</strong> faturamento;<br />
Cmu = Custos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> multas ou processos judiciais em <strong>de</strong>corrência da<br />
falha.<br />
Segundo Werkema (2002), a parcela Cic+Cpfa +Cmu é <strong>de</strong> difícil mensuração e<br />
recomenda-se , caso possível, a substituição por uma parcela que represente melhor<br />
as características do processo e esteja alinhada com o princípio <strong>de</strong> que <strong>de</strong>va<br />
reproduzir a insatisfação do cliente. Portanto, essa será substituída aqui pelos termos<br />
CNQ e CPD que representam a falha da manutenção que provoca a insatisfação<br />
junto ao seu respectivo cliente.<br />
Ao se comparar os itens <strong>custos</strong> e prevenção, com <strong>avaliação</strong> e falhas<br />
apresentadas nas Figuras 10 e 11 com a fórmula 3, percebe-se que há diferenças
45<br />
entre o termo CP <strong>de</strong>sta e o item <strong>avaliação</strong> daquelas. Assim, tal associação, verificase<br />
que o termo feito CP, para uma melhor <strong>avaliação</strong>, necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento . O<br />
que é possível a luz <strong>de</strong> Campos (1992) e Werkema (2002), com isso temos o custo<br />
<strong>de</strong> falha <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> manufatura representado pela formula a seguir:<br />
Cf =<br />
Nf (CPD+CNQ)<br />
(5)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Cf = Custo <strong>de</strong> falha;<br />
Nf = Número <strong>de</strong> falhas possíveis <strong>de</strong> ocorrer <strong>no</strong> <strong>de</strong>terminado período;<br />
CPD = O custo ligado à produtivida<strong>de</strong> direta;<br />
CNQ= O custo <strong>de</strong> não qualida<strong>de</strong>.<br />
Na mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong> da manutenção, as relações básicas estão<br />
representadas pelas fórmulas três (<strong>de</strong>talhada) e cinco com o grau <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento da empresa nesta mensuração estará associado à forma como se<br />
obtém estes da<strong>dos</strong>, já para obtenção <strong>dos</strong> valores <strong>de</strong> cada parcela <strong>de</strong>stas fórmulas,<br />
<strong>de</strong>ve-se adotar os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custeio existentes. Segundo Hansen (2003) Kar<strong>de</strong>c<br />
(2002), Viana (2002), Bornia (2002) e Almeida (2001), se a empresa não optar pelo<br />
método <strong>de</strong> custeio ABC e adotar o RKW, será necessário levar em conta a lógica do<br />
rateio, apresentada na fórmula 1 que recomenda relacionar uma taxa ou uma<br />
classificação pré-estabelecida (Taxa CIF) pela quantida<strong>de</strong> respectiva (Montante).<br />
Quanto ao princípio <strong>de</strong> custeio, segundo Almeida (2001) e Kar<strong>de</strong>c (2002). Ao se tratar<br />
<strong>de</strong> manutenção, o princípio <strong>de</strong> custeio por absorção i<strong>de</strong>al (Figura 5) é o mais<br />
recomendado.<br />
Estabelecidas as características <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> existentes na Função Manutenção<br />
e levando em consi<strong>de</strong>ração a relação apresentada na Figura 1, verifica-se que o<br />
<strong>de</strong>safio está, segundo Kar<strong>de</strong>c (2002), na capacida<strong>de</strong> do corpo gerencial responsável<br />
pela gestão da manutenção <strong>de</strong> medir a falha em seu processo e isto, segundo<br />
Hansen (2003) e Castro, Pereira e Kliemann (2004), <strong>de</strong>senvolve condições para o<br />
surgimento <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”.
46<br />
2.1.4 Conceituando “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”<br />
“Custo Oculto” ou mal estrutura<strong>dos</strong> é qualquer custo que não seja aparente na<br />
contabilida<strong>de</strong> padrão, ou, em termos gerais, que não esteja imediatamente aparente,<br />
mas que seja importante para o processo <strong>de</strong> produção (FUREDY, 2005). Segundo<br />
Severia<strong>no</strong> Filho (2006), provém da constatação <strong>de</strong> que os sistemas <strong>de</strong> informações<br />
contábeis não permitem colocar em evidência <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> <strong>custos</strong> que são,<br />
entretanto, suporta<strong>dos</strong> pela empresa. Como o próprio <strong>no</strong>me sugere, “<strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>”ou mal estrutura<strong>dos</strong> são aqueles <strong>custos</strong> que não foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> e,<br />
portanto não foram mensura<strong>dos</strong>. Hansen (2003) afirma, que <strong>de</strong>ntro da contabilida<strong>de</strong><br />
gerencial esta falha na i<strong>de</strong>ntificação que afeta o sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> (Figura 4), po<strong>de</strong> ter surgido na escolha <strong>dos</strong> princípios <strong>de</strong> custeio ou na escolha<br />
do método <strong>de</strong> custeio. Tal afirmação po<strong>de</strong> ser comprovado ao se analisar a Figura 1,<br />
a qual representa a relação existente em termos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> entre precisão do sistema<br />
<strong>de</strong> medição e erro. Nota-se que o surgimento <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” é fruto da<br />
<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> precisão que o sistema <strong>de</strong> custeio adotado possui ao realizar uma<br />
atribuição para mensuração monetária <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>, conforme preconiza os<br />
princípios e méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custeamento (RKW, ABC , etc). Esta <strong>de</strong>ficiência está<br />
associada a um erro <strong>de</strong>corrente e isto tem um preço, traduzido em custo do erro.<br />
Como conseqüência <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>ficiência (imprecisão), o mesmo não é i<strong>de</strong>ntificado e fica<br />
oculto.<br />
De acordo com Femenick (2005) o <strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção está <strong>de</strong>ntre os que<br />
mais contribuem para o surgimento <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” é o <strong>de</strong> manutenção, pois<br />
quando uma máquina ou um equipamento sofre qualquer da<strong>no</strong>, há uma interrupção<br />
<strong>no</strong> fluxo produtivo em, pelo me<strong>no</strong>s, um ou mais <strong>dos</strong> seus <strong>setor</strong>es, conseqüentemente<br />
haverá me<strong>no</strong>s produtos, me<strong>no</strong>s vendas, me<strong>no</strong>s receitas. Os <strong>custos</strong> da manutenção<br />
preventiva e corretiva são perfeitamente i<strong>de</strong>ntificáveis. Sendo, neste caso, o “custo<br />
oculto” <strong>de</strong> manutenção o valor da produção não realizada, quando, por ineficiência da<br />
manutenção preventiva, tenha havido a paralisação da produção. Esse custo “oculto”<br />
po<strong>de</strong> ser mensurado baseado <strong>no</strong> preço <strong>de</strong> venda das mercadorias não fabricadas.<br />
Kar<strong>de</strong>c (2002) concorda quanto à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> da<br />
manutenção preventiva e corretiva, todavia adverte sobre a dificulda<strong>de</strong>s em mensurar<br />
ativida<strong>de</strong>s necessárias, conforme citado na Figura 2 . Visto que em <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong><br />
tipos <strong>de</strong> equipamentos a manutenção corretiva acarreta melhor custo-benefício do
47<br />
que a preventiva, como por exemplo, em equipamentos que possuam redundância.<br />
Assim, basta posicionar, na Figura 9, um equipamento <strong>no</strong> ponto da linha abcissa –<br />
manutenção, antes da interração das curvas do CP e CC, ou seja, na parte em que a<br />
primeira citada está abaixo da segunda para se obter a confirmação do exposto.<br />
Kar<strong>de</strong>c (2002) e Almeida (2001) recomendam a associação não só <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>” com a ineficiência da manutenção preventiva, como preconiza Femenick<br />
(2005), mas também da ineficiência da manutenção corretiva. Esta mensuração,<br />
segundo Viana (2002), Stonner (2001) e Shank (1997) po<strong>de</strong> ser realizada<br />
comparando o tipo <strong>de</strong> serviço previsto com o tipo <strong>de</strong> serviço realizado.<br />
Lima (1991) <strong>de</strong>staca que os elementos <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” po<strong>de</strong>m ser<br />
classifica<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>compostos em seis elementos: custo <strong>de</strong> absenteísmo; <strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho; <strong>custos</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> pessoal; <strong>custos</strong> <strong>de</strong> não qualida<strong>de</strong> e <strong>custos</strong><br />
liga<strong>dos</strong> à produtivida<strong>de</strong> direta.<br />
Dessa forma consi<strong>de</strong>rando os ensinamentos <strong>de</strong> Lima (1991), tem-se a<br />
seguinte relação:<br />
Custo Oculto<br />
Custo Oculto = Ab + AT + RP + CNQ + CPD<br />
(6)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Ab = Elementos <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> absenteísmo;<br />
AT = Elementos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho;<br />
RP = Elementos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> pessoal;<br />
CNQ = O custo <strong>de</strong> não qualida<strong>de</strong>;<br />
CPD = Os <strong>custos</strong> liga<strong>dos</strong> à produtivida<strong>de</strong> direta.<br />
Dos seis itens que compõem a Fórmula 6, proposta na classificação <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> <strong>de</strong> Lima (1991), adota-se, neste trabalho, os itens que possuem<br />
relação direta com o escopo do ciclo <strong>de</strong> vida e relaciona<strong>dos</strong> a equipamentos, quais<br />
sejam: custo da não qualida<strong>de</strong> (CNQ) e <strong>custos</strong> liga<strong>dos</strong> à produtivida<strong>de</strong> direta (CPD).<br />
Baseado nisto, observa-se que os termos Ab, AT e RP estão relaciona<strong>dos</strong> a políticas<br />
que envolvem os recursos huma<strong>no</strong>s. Não sendo, portanto, focaliza<strong>dos</strong> pela presente<br />
dissertação cujo o foco é com o ciclo <strong>de</strong> vida do equipamento. Deste modo, os termos
48<br />
Ab, AT e RP são consi<strong>de</strong>radas constantes e não influenciam na ótica do Ciclo <strong>de</strong><br />
Vida. Conseqüentemente, a Fórmula 6 passa a ser reescrita da seguinte forma.<br />
Custo Oculto vinculado ao <strong>de</strong>sempenho<br />
Custo Oculto = CNQ + CPD<br />
Na correlação entre a fórmula 6 e a fórmula 5, se observa que caso o termo Nf<br />
possa ser consi<strong>de</strong>rado 1, então o custo <strong>de</strong> falha da fórmula 5 po<strong>de</strong> ser obtido pela<br />
fórmula 6, ou seja, a fórmula 5 para Nf=1 apresenta o mesmo valor da fórmula 6.<br />
Portanto,é necessário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> duas ações citadas na seqüência:<br />
- Desenvolvimento <strong>dos</strong> termos CNQ e CPD;<br />
- Desenvolvimento <strong>de</strong> uma classificação pré-estabelecida para as ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> manutenção com o respectivo quantitativo <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> cada classe,<br />
<strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>senvolver condições para que Nf=1 e se obe<strong>de</strong>ça a lógica <strong>de</strong><br />
rateio da fórmula 1.<br />
Quanto à classificação <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, os mesmos estão relaciona<strong>dos</strong><br />
com as perdas existentes <strong>no</strong> processo, pois o <strong>de</strong>sperdício é fonte <strong>de</strong> perda, conforme<br />
ressalta Bornia (2008). Segundo este mesmo autor, muitos sistemas <strong>de</strong> mensuração<br />
verificam apenas os <strong>custos</strong> diretos e os indiretos, <strong>de</strong>sprezando os <strong>de</strong>sperdícios e<br />
gerando “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”. Portanto, apresenta-se o Quadro 3 a seguir:<br />
Tipo<br />
Por superprodução<br />
Por transporte<br />
No processamento<br />
Por fabricação <strong>de</strong><br />
produtos<br />
<strong>de</strong>feituosos<br />
No movimento<br />
De matéria-prima<br />
Por estoque<br />
Descrição<br />
Quando se produz mais do que o necessário<br />
Qualquer o fluxo <strong>de</strong> transporte entre seções não agrega valor ao produto que<br />
está sendo manufaturado, prejudicando assim o andamento do processo<br />
produtivo. Quanto me<strong>no</strong>r este item melhor<br />
Quando ocorre uma falha <strong>no</strong> cumprimento da seqüência <strong>de</strong> execução do<br />
processo<br />
Quando o resultado da operação não aten<strong>de</strong> as especificações <strong>de</strong>terminadas<br />
para tal operação<br />
Quando existe a presença <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong>snecessários para realizar<br />
<strong>de</strong>terminada operação. Está muito associado ao estudo <strong>de</strong> tempos e<br />
movimentos.<br />
Quando ocorre <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> matéria-prima durante a sequência <strong>de</strong> execução<br />
do processo.<br />
Quando o produto fica parado por algum motivo<br />
Quadro 3 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do processo<br />
Fonte: Werkema (2002), Bornia (2002).
49<br />
Ao se observar a classificação do Quadro 3, verifica-se que as perdas são<br />
direcionadas para processo produtivo, ou seja, para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação ou<br />
fabricação e <strong>de</strong>vido a isto, percebe-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer um <strong>de</strong>talhamento<br />
<strong>de</strong>stas <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> forma a representar <strong>de</strong> fato o que acontece na rotina das<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção. Para tanto, existe uma classificação proposta por Kar<strong>de</strong>c<br />
(2002) para serviços <strong>de</strong> engenharia, e apresentada <strong>no</strong> Quadro 4. Esta classificação<br />
facilita, mas não é a<strong>de</strong>quada para fins específicos <strong>de</strong> manutenção, pois na área <strong>de</strong><br />
engenharia há o ramo <strong>de</strong> projetos e construção. Por isso, será necessário realizar<br />
alterações nas <strong>de</strong>finições existentes <strong>no</strong> Quadro 3 para apresentá-los posteriormente<br />
<strong>no</strong> Quadro 4. Quanto à classificação e a especificação <strong>de</strong> projeto, Kar<strong>de</strong>c (2002)<br />
utiliza a mesma divisão <strong>de</strong> perdas <strong>no</strong>rmais e a<strong>no</strong>rmais.<br />
Tipo<br />
Quebras<br />
Sobras<br />
Descrição<br />
perdas <strong>de</strong> matéria-prima não passíveis <strong>de</strong> recuperação<br />
perdas <strong>de</strong> materiais que não foram utiliza<strong>dos</strong> na composição do produto<br />
perdas advindas do reprocessamento <strong>de</strong> materiais semi-acaba<strong>dos</strong> ou<br />
Retrabalhos<br />
produtos fora das especificações<br />
materiais semi-acaba<strong>dos</strong> ou produtos fora das especificações requeridas<br />
Refugos<br />
pelo processo ou pelos clientes, para os quais não haja a possibilida<strong>de</strong><br />
ou não sejam vantajosos os retrabalhos<br />
disponibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tempo <strong>dos</strong> recursos não aproveitadas integralmente<br />
Ociosida<strong>de</strong>s<br />
para agregar valor ao produto<br />
perdas oriundas <strong>dos</strong> <strong>de</strong>svios ocorri<strong>dos</strong> durante a execução do processo<br />
Ineficiências<br />
com relação às especificações <strong>de</strong> projeto<br />
Quadro 4 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do serviço <strong>de</strong> engenharia<br />
Fonte: Kar<strong>de</strong>c (2002)<br />
Para elaboração do Quadro 5 com as <strong>no</strong>vas <strong>de</strong>scrições, consi<strong>de</strong>ra-se a<br />
recomendação proposta por Siqueira (2005) sobre aos critérios <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> e<br />
classificação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Desse modo, <strong>de</strong>ntro da manutenção centrada em<br />
confiabilida<strong>de</strong> existe a classificação usual, quanto ao critério <strong>de</strong> programação, em<br />
ativida<strong>de</strong>s programadas e ativida<strong>de</strong>s não-programadas. Na da divisão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
programadas existe uma sub-divisão em quatro classes distintas: Ativida<strong>de</strong>s<br />
direcionadas por tempo, ativida<strong>de</strong>s direcionadas por condição, ativida<strong>de</strong>s<br />
direcionadas por falhas e ativida<strong>de</strong>s direcionadas para operação. Dentro da divisão<br />
das ativida<strong>de</strong>s não-programadas existe a sub-divisão em ativida<strong>de</strong>s para correção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>feitos e ativida<strong>de</strong>s para correção <strong>de</strong> falhas. Baseado nas suas respectivas<br />
<strong>de</strong>finições realizadas em Siqueira (2005), apresenta-se as <strong>no</strong>vas <strong>de</strong>scrições.
50<br />
Tipo<br />
Quebras<br />
Sobras<br />
Retrabalhos<br />
Refugos<br />
Ociosida<strong>de</strong>s<br />
Ineficiências<br />
Descrição<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> programada orientada para<br />
operação quanto ao aspecto <strong>de</strong> inspeção, lubrificação e peque<strong>no</strong>s ajustes<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> programada orientada para<br />
operação quanto ao aspecto <strong>de</strong> limpeza e controle <strong>de</strong> vazamentos.<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> não programada <strong>de</strong> correção <strong>de</strong><br />
falhas o <strong>de</strong>feitos que precisam ser refeitos<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> não programada <strong>de</strong> correção <strong>de</strong><br />
falhas que obrigam o equipamento a trabalhar em "meia-carga"<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> programada orientada por<br />
condição ou por falha<br />
São perdas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> falha na ativida<strong>de</strong> programada orientada por tempo<br />
Quadro 5 – Tipos <strong>de</strong> perdas quanto ao resultado do serviço <strong>de</strong> manutenção<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Werkema (2002), Bornia (2002)<br />
Observa-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> associar os Quadros 4 e 5 com as Fórmulas 5 e<br />
6 como forma <strong>de</strong> associar o tipo <strong>de</strong> perda com o tipo <strong>de</strong> custo oculto envolvido. Para<br />
realizar esta associação foi <strong>de</strong>senvolvido o Quadro 6.<br />
Tipo <strong>de</strong> custo<br />
oculto<br />
CNQ<br />
CPD<br />
CNQ<br />
CNQ<br />
CPD<br />
CPD<br />
Tipo perda quanto ao<br />
resultado<br />
Quebra<br />
Sobras<br />
Retrabalhos<br />
Refugos<br />
Ociosida<strong>de</strong>s<br />
Ineficiência<br />
Quadro 6 – Associação <strong>dos</strong> tipos <strong>de</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> com<br />
tipos <strong>de</strong> perdas<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Werkema (2002), Bornia (2002).<br />
Encerrada a fase <strong>de</strong> classificação baseada na seqüência apresentada na<br />
Figura 12, passa-se à fase da medição. Nesta fase, foi realizada a análise para<br />
mensuração do item i<strong>de</strong>ntificado <strong>no</strong> Quadro 5 (“Ineficiência”) o qual associado ao<br />
fator tempo. Desta análise surgiu o mapeamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção<br />
preventiva e corretiva apresentado na Figura 12 a seguir. O filtro a ser adotado está<br />
baseado em Almeida (2001) o qual divi<strong>de</strong> a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um equipamento em<br />
dois termos: (tempo disponível para operação e tempo disponível para manutenção)
51<br />
sendo cada um <strong>de</strong> seus componentes dividido em tempo efetivo <strong>de</strong> uso e tempo não<br />
efetivo. No caso do tempo não efetivo total tem-se:<br />
- Paradas e esperas na Manutenção corretiva;<br />
- Ineficiência na utilização das horas pela manutenção preventiva.<br />
Observa-se que ambos estão relaciona<strong>dos</strong> com os <strong>custos</strong> liga<strong>dos</strong> à<br />
produtivida<strong>de</strong> direta. Uma vez que, os <strong>custos</strong> da não qualida<strong>de</strong> já são i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong><br />
através do índice <strong>de</strong> manutenção, intitulado retrabalho.<br />
Disponibilida<strong>de</strong><br />
Horas planejadas para<br />
operação<br />
Horas planejadas para<br />
manutenção preventiva<br />
Horas<br />
realizadas<br />
pela<br />
operação<br />
Horas realizadas<br />
pela<br />
manutenção<br />
corretiva<br />
Horas planejadas para<br />
manutenção preventiva<br />
Horas<br />
efetivas<br />
Ineficiência<br />
Horas realizadas pela<br />
manutenção corretiva<br />
Horas<br />
efetivas<br />
Paradas e<br />
esperas<br />
Figura 12 - Estratificação das horas improdutivas na manutenção corretiva e preventiva<br />
Na Figura 12, <strong>de</strong>staca-se a disponibilida<strong>de</strong> que é composta pelas horas<br />
planejadas para operação e para a manutenção. Dentro das horas <strong>de</strong>stinadas à<br />
operação há uma subdivisão composta <strong>dos</strong> itens: horas realizadas pela operação e o<br />
tempo gasto <strong>de</strong>vido à manutenção corretiva oriunda <strong>de</strong> quebras <strong>de</strong> equipamentos não<br />
previstas. Dentro das horas realizadas pela manutenção corretiva ocorre uma <strong>no</strong>va<br />
subdivisão: horas efetivas e paradas e esperas. De maneira análoga, as horas<br />
<strong>de</strong>stinadas à manutenção preventiva são compostas <strong>dos</strong> itens: horas efetivas e horas<br />
<strong>de</strong>sperdiçadas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma <strong>de</strong>ficiência representada como ineficiência.
52<br />
Este <strong>de</strong>talhamento apresentado na Figura 12 associado aos Quadros 5 e 6, servirá<br />
<strong>de</strong> base para i<strong>de</strong>ntificação e classificação das perdas existentes que provocam <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> manutenção industrial <strong>de</strong> uma mineradora, <strong>de</strong> forma a<br />
mensurá-los. Esta formulação será efetiva se na medida <strong>de</strong>senvolvida para a<br />
mensuração <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> for atendido também a condição da existência <strong>de</strong> uma<br />
<strong>no</strong>rmatização pré-estabelecida associada a um quantitativo respectivo. Isto é<br />
alcançado ao se criar como critério <strong>de</strong> classificação o FMEA nas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> serviços<br />
(OS’s). Em paralelo, <strong>de</strong>ve-se adotar também na mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> o<br />
custo horário <strong>de</strong> manutenção para relacionar os gastos realiza<strong>dos</strong> com materiais,<br />
ferramentas e <strong>de</strong>mais termos especifica<strong>dos</strong> na fórmula 3 com as horas previstas para<br />
manutenção. Obtendo uma relação entre a estratificação apresentada na Figura 12<br />
com os gastos mensura<strong>dos</strong> na fórmula 3. Apresenta-se o Quadro 7 que <strong>de</strong>fine como<br />
<strong>de</strong>vem ser mensura<strong>dos</strong> os “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” na manutenção.<br />
Tipo Custo Descrição<br />
Quebras<br />
Sobras<br />
Custo Quebra<br />
Custo Sobra<br />
Somatório( horas das OS´s do tipo corretiva provocada) X (custo<br />
horário da manutenção)<br />
Somatório{ ( horas das horas <strong>de</strong> funcionamento do circuito <strong>de</strong><br />
recirculação)/ (horas <strong>de</strong> funcionamento do circuito geral <strong>no</strong><br />
mesmo período)} X (custo horário da operação do circuito geral)<br />
Retrabalhos Custo Retrabalho<br />
Refugos<br />
Custo Refugo<br />
Ociosida<strong>de</strong>s Custo Ociosida<strong>de</strong><br />
Somatório( horas das OS´s do tipo retrabalho) X (custo horário da<br />
manutenção)<br />
Somatório {(horas <strong>de</strong> funcionamento do circuito a meiacarga)/(horas<br />
<strong>de</strong> funcionamento programado para o mesmo<br />
período)} x (custo horário da operação do circuito geral)<br />
Custo horário <strong>de</strong> manutenção x índice <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong> x<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas totais <strong>de</strong> manutenção corretiva<br />
Custo horário <strong>de</strong> manutenção x índice <strong>de</strong> ineficiência x<br />
Ineficiências Custo Ineficiência<br />
Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas totais <strong>de</strong> manutenção preventiva<br />
Quadro 7 – <strong>Mensuração</strong> <strong>dos</strong> “Custos <strong>ocultos</strong>”<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Werkema (2002), Bornia (2002).<br />
No Quadro 7, observa-se a existência <strong>de</strong> dois índices: <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
eficiência. Os mesmos foram cria<strong>dos</strong> a partir da Figura 13, a diante, na qual se<br />
<strong>de</strong>termina que as horas realizadas pela manutenção corretiva são compostas pelas<br />
horas efetivas na realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção corretiva e pelas horas<br />
<strong>de</strong>sperdiçadas em paradas e esperas; <strong>de</strong>termina também que as horas planejadas<br />
para manutenção preventiva são compostas pelas horas efetivas na realização das<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção preventiva e pelas horas <strong>de</strong>sperdiçadas em ineficiência na
53<br />
execução das mesmas. Dessa forma, com a utilização <strong>de</strong> conceitos estatísticos <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong>, tem-se:<br />
índice <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong><br />
Índice <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong> =<br />
índice <strong>de</strong> ineficiência<br />
(horas realizadas <strong>de</strong> manutenção corretiva/ horas previstas<br />
<strong>de</strong> manutenção corretiva)<br />
(7)<br />
Índice <strong>de</strong> ineficiência =<br />
Analisando o<br />
(horas realizadas <strong>de</strong> manutenção preventiva/ horas<br />
previstas pela manutenção preventiva)<br />
(8)<br />
No Quadro 7, a forma estabelecida para a mensuração baseada em OS’s<br />
aten<strong>de</strong> a condição <strong>de</strong> fornecer da<strong>dos</strong> quantitativos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estas OS’s estejam<br />
vinculadas a uma classificação pré-estabelecida. Esta classificação será <strong>de</strong>terminada<br />
através da FMEA a ser apresentada posteriormente. Assim, po<strong>de</strong>-se voltar para a<br />
Fórmula 6 e <strong>de</strong>talhar suas parcelas do seguinte modo:<br />
Custo Oculto = CNQ + CPD<br />
Custo Oculto da Não Qualida<strong>de</strong><br />
CNQ = Custo Quebra +Custo Retrabalho + Custo Refugo (9)<br />
Custo Oculto da Não Produtivida<strong>de</strong><br />
CPD = Custo Sobra + Custo Ociosida<strong>de</strong> + Custo Ineficiência (10)<br />
Conforme citado <strong>no</strong> item 2.1.2, o princípio <strong>de</strong> custeio a ser adotado é o <strong>de</strong><br />
absorção i<strong>de</strong>al (Figura 5), em função disto torna-se imprescindível relacionar os<br />
componentes da Fórmula 3 com a formulação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> quanto à variabilida<strong>de</strong> (Fixo<br />
ou Variável) por ser uma classificação dada em função do nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Através<br />
do Quadro 8, adiante, é obtido esta relação entre a fórmula 3 e a classificação fixo ou<br />
variável, assim se <strong>de</strong>senvolva as condições para a formulação da planilha baseada<br />
em Bornia (2008) e representada pelo Quadro 9, a seguir:
54<br />
Componente Descrição Classificação<br />
Cpes Custo com pessoal Fixo<br />
Cloc Custo com locomoção Variável<br />
Clog Custo com logística Variável<br />
Ctax Custo com taxas Fixo<br />
C<strong>de</strong>p Custo com <strong>de</strong>preciação Fixo<br />
Cext Custo com serviços exter<strong>no</strong>s Variável<br />
Cmel Custo com melhoramentos Variável<br />
C<strong>de</strong>s Custo com <strong>de</strong>scarte Variável<br />
Quadro 8 - Classificação <strong>dos</strong> termos da fórmula 3<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Werkema (2002), Bornia (2002).<br />
Custo Janeiro Fevereiro Março Abril<br />
Custo<br />
variável<br />
Custo fixo<br />
CNQ<br />
CPD<br />
Custo Total<br />
Quadro 9 - Planilha <strong>de</strong> medição mensal<br />
Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Bornia (2008).<br />
Estabelecida uma relação para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> (representa<strong>dos</strong><br />
pelas fórmulas 6 a 10) associado com a mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção<br />
(fórmula 3) <strong>de</strong> forma a consi<strong>de</strong>rar o custo com falhas (fórmula 5) e tabula<strong>dos</strong> através<br />
do Quadro 9, analisa-se que o Quadro 7 serve <strong>de</strong> base para o Quadro 8 e 9 e<br />
também associa a mensuração através <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviços(OS´s).<br />
Segundo Kar<strong>de</strong>c (2002), Viana (2002) e Warren (2002), <strong>de</strong>ntro da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço é o melhor instrumento para registro <strong>de</strong> informações.<br />
Kar<strong>de</strong>c (2002) acrescenta que um serviço <strong>de</strong> manutenção não <strong>de</strong>ve ven<strong>de</strong>r<br />
manutenção (reparo) baseado em horas <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e sim em disponibilida<strong>de</strong> ou<br />
garantia <strong>de</strong> que o bem ou equipamento que sofreu manutenção irá cumprir sua<br />
respectiva função, ou seja, o serviço <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ve ser avaliado em termos <strong>de</strong><br />
ganho <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> outro índice <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
Consi<strong>de</strong>rando também a relação apresentada na Figura 2, na qual se <strong>de</strong>staca a<br />
existência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s necessárias e <strong>de</strong>snecessárias, mostra-se a necessida<strong>de</strong> do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> critérios que permitam o alinhamento das ativida<strong>de</strong>s com a<br />
estratégia da empresa, <strong>de</strong> forma a se obter uma relação entre o resultado que o<br />
serviço <strong>de</strong> manutenção proporcio<strong>no</strong>u, o custo realizado para tanto e a não<br />
contribuição para o surgimento <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes
55<br />
critérios passa do campo da contabilida<strong>de</strong> para o campo da manutenção, a qual será<br />
tratada a seguir:<br />
.<br />
2.2 Manutenção Industrial<br />
Conforme Siqueira (2005), a história da manutenção po<strong>de</strong> ser<br />
aproximadamente dividida em três gerações distintas, assim discriminadas: primeira<br />
geração on<strong>de</strong> ocorreu a mecanização; segunda on<strong>de</strong> ocorreu a industrialização e a<br />
terceira on<strong>de</strong> está acontecendo a automação. Cada geração é caracterizada pelo<br />
aparecimento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos conceitos e paradigmas nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção<br />
associadas à evolução tec<strong>no</strong>lógica <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> produção.<br />
Geração<br />
Terceira<br />
Manutenção da Confiabilida<strong>de</strong><br />
Manutenção Produtiva<br />
Segunda<br />
DA<br />
Manutenção Preditiva<br />
Manutenção Preventiva<br />
Primeira<br />
Manutenção Corretiva<br />
A<strong>no</strong>s<br />
1940 1950 1970 1980 1990 2000 20100<br />
Figura 13 - Gráfico sobre a evolução da manutenção<br />
Fonte: Siqueira (2005).<br />
Para Viana (2002) a manutenção industrial somente começou a existir <strong>de</strong> fato<br />
com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a qual exigiu das fábricas disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>dos</strong> equipamentos para aten<strong>de</strong>r à programação <strong>de</strong> fabricação, tanto <strong>no</strong> nível <strong>de</strong> prazo<br />
quanto <strong>no</strong> nível <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, <strong>dos</strong> armamentos e munições que seriam utiliza<strong>dos</strong><br />
<strong>no</strong>s campos <strong>de</strong> batalha.
56<br />
Deming (1990) afirma que nesta mesma época começou a <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong>ntro do<br />
processo <strong>de</strong> manufatura, a preocupação com a qualida<strong>de</strong>. Todavia não existia<br />
ferramenta gerencial para administração do fator qualida<strong>de</strong>, ficando assim o foco<br />
apenas o cumprimento <strong>dos</strong> fatores prazo e quantida<strong>de</strong>. Segundo Alvarez (1988), na<br />
primeira geração da manutenção a mecanização da indústria ainda estava incipiente,<br />
com a utilização <strong>de</strong> equipamentos simples e sobredimensiona<strong>dos</strong> as funções para as<br />
quais foram fabrica<strong>dos</strong>. Conseqüentemente, Siqueira (2005) estabelece que a<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção na primeira geração, limitava-se a tarefas simples, <strong>de</strong> rotina,<br />
como limpeza e lubrificação e tarefas corretivas para reparação <strong>de</strong> falhas. Na<br />
segunda geração, como resultado do esforço pós-guerra, ocorreu o acompanhamento<br />
da disseminação das linhas <strong>de</strong> produção para a fabricação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong><br />
para a socieda<strong>de</strong> civil, o que gerou o aumento das expectativas e <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>sta<br />
socieda<strong>de</strong> quanto ao <strong>de</strong>sempenho da indústria. Neste momento surgem também<br />
<strong>no</strong>vos fatores que irão influenciar o <strong>de</strong>sempenho, são eles o preço e a qualida<strong>de</strong> para<br />
trabalharem junto <strong>dos</strong> tradicionais fatores prazo e quantida<strong>de</strong>. Descreve-se <strong>de</strong>sta<br />
forma como conseqüência <strong>de</strong>ste <strong>no</strong>vo cenário, a questão disponibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
equipamentos ganhou importância ainda maior.<br />
Diante <strong>de</strong>sses fatos, Siqueira (2005) estabelece uma <strong>no</strong>va <strong>de</strong>manda que<br />
motivou um esforço científico <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />
manutenção preventivas, orientadas para a minimização <strong>dos</strong> impactos <strong>de</strong> falhas <strong>no</strong>s<br />
processos e meios <strong>de</strong> produção para e também, atuarem em parceria com as<br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> limpeza, lubrificação e tarefas corretivas herdadas da primeira geração.<br />
Isto foi o que caracterizou a segunda geração. Viana (2002) <strong>de</strong>staca que esta<br />
geração foi marcada também pelo surgimento da Manutenção Preditiva e da<br />
Manutenção Produtiva Total (TPM). Autores como Almeida (2001), Werkema (2002) e<br />
Alvarez (1988) afirmam que o TPM foi uma característica da terceira geração. Na<br />
Figura 13, ver-se que o TPM iniciou na fronteira entre a segunda e terceira geração e<br />
por isto fornece condições para diferentes interpretações. O fato é que a TPM surgiu<br />
em mea<strong>dos</strong> da década <strong>de</strong> 1970 como conseqüência do <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas<br />
da Qualida<strong>de</strong> Total. Portanto, com a intensificação das políticas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e <strong>dos</strong><br />
sistemas “just-in-time” que exigem estoques reduzi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> produtos inacaba<strong>dos</strong>, o que<br />
antes era consi<strong>de</strong>rado uma pequena interrupção passou a ser consi<strong>de</strong>rado gran<strong>de</strong>,<br />
em vista disso exigiu mais da linha <strong>de</strong> produção. Na terceira geração ocorreu a<br />
elevação <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e <strong>de</strong> capital, associa<strong>dos</strong> à concorrência em
57<br />
escala mundial, isto conduziu à prática do dimensionamento <strong>de</strong> equipamentos <strong>no</strong><br />
limite da necessida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> processos, o que tor<strong>no</strong>u mais estreitas suas faixas<br />
operacionais, aumentando ainda mais a importância da manutenção. As exigências<br />
passaram a ser um <strong>dos</strong> requisitos tradicionais, como disponibilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><br />
equipamentos e custo para incluir também, confiabilida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s serviços, segurança <strong>no</strong><br />
trabalho e vida útil. Como conseqüência <strong>de</strong>ssas <strong>no</strong>vas exigências, a manutenção<br />
preditiva, a manutenção centrada em confiabilida<strong>de</strong> e a manutenção produtiva total<br />
são atualmente as gran<strong>de</strong>s vertentes do <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas <strong>de</strong><br />
manutenção, <strong>de</strong> forma a automatizar e otimizar o processo.<br />
Para dar suporte ao volume <strong>de</strong> informações oriundas das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stas<br />
<strong>no</strong>vas vertentes, estão os sistemas informatiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong> gerenciamento da manutenção,<br />
on<strong>de</strong> os mais utiliza<strong>dos</strong> são SIGMA, SAP (módulo <strong>de</strong> manutenção), SIM e o MÁXIMO<br />
os quais auxiliam <strong>no</strong> gerenciamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> e planejamento das ações <strong>de</strong><br />
manutenção.<br />
Em processos produtivos on<strong>de</strong> o custo com manutenção for superior a 4% do<br />
faturamento obtido ou <strong>no</strong> caso <strong>de</strong> projetos futuros em que a aplicação <strong>de</strong> capital em<br />
ativos é o maior investimento, Kar<strong>de</strong>c (2002), Almeida (2001) e Viana (2002) afirmam<br />
que a manutenção obrigatoriamente assume uma <strong>no</strong>va dimensão quanto à<br />
importância estratégica, que é a gerência <strong>de</strong> ativos, sendo isto uma <strong>no</strong>va fronteira<br />
para a atuação da manutenção.<br />
2.2.1 Classificação da manutenção<br />
Para Affonso (2005), Almeida (2001), Werkema (2002), Stonner (2001), Palady<br />
(2002) e as <strong>no</strong>rmas da ABNT, a classificação <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção ocorre<br />
quando existe ocorrência <strong>de</strong>s falhas e em função disto. Há basicamente dois tipos <strong>de</strong><br />
intervenção: a manutenção corretiva e a manutenção preventiva. Sendo a primeira<br />
um procedimento adotado em uma empresa na qual se espera que a máquina<br />
apresente uma falha, seja ela concreta ou latente para então corrigi-las.<br />
Enten<strong>de</strong>-se falha concreta como o estágio final <strong>de</strong> todo o <strong>de</strong>feito, que termina<br />
produzindo a parada do equipamento. Já a falha latente é o primeiro estágio ou<br />
período <strong>de</strong> incubação <strong>de</strong> toda a falha concreta, quando a falha resulta do<br />
envelhecimento natural, <strong>de</strong>sgaste ou fadiga. A falha latente não impe<strong>de</strong> o
58<br />
funcionamento do equipamento, apenas prejudica seu <strong>de</strong>sempenho, já a falha<br />
concreta impe<strong>de</strong> seu funcionamento. A característica principal da falha latente é a <strong>de</strong><br />
que esta imperfeição estrutural ou funcional nem sempre paralisa a operação do<br />
equipamento, que continua o mesmo a funcionar, ainda que com o <strong>de</strong>feito<br />
engendrado.<br />
Autores como Viana (2002), Affonso (2005) e Siqueira (2005) chamam a falha<br />
latente <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito. A classificação entre falha latente ou falha concreta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
também <strong>de</strong> fatores que levem em consi<strong>de</strong>ração aspectos <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>, pois um vazamento em uma mangueira, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong><br />
segurança e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> existentes, para <strong>de</strong>terminar se este problema e <strong>de</strong>sta ou<br />
daquela or<strong>de</strong>m. A Manutenção Preventiva “É a assistência técnica dada a um sistema<br />
funcional físico, segundo inspeções executadas com freqüências pré-fixadas e com o<br />
intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectarem falhas latentes, afim <strong>de</strong> prevenir, a forma parada <strong>de</strong>vido às<br />
falhas concretas”.<br />
Segundo Almeida (2001), a classificação baseada na ocorrência das falhas<br />
(antes ou <strong>de</strong>pois) é válida para aspectos <strong>de</strong> mensuração, porém, para aspectos <strong>de</strong><br />
<strong>avaliação</strong> on<strong>de</strong> o objetivo é verificar se o resultado obtido foi o esperado, a<br />
classificação precisa estar associada a função que o equipamento <strong>de</strong>sempenha.<br />
Affonso (2005) e Kar<strong>de</strong>c (2002) afirmam que a forma <strong>de</strong> classificação baseada na<br />
ocorrência <strong>de</strong> falha, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua característica <strong>de</strong> fácil visualização e<br />
i<strong>de</strong>ntificação, permite a adoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> mensuração monetária simples.<br />
Porém, para aspectos <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong>, o sistema <strong>de</strong> mensuração precisa estar<br />
associado à <strong>de</strong>terminação da função, ou seja, o sistema <strong>de</strong> mensuração monetária é<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da forma como a função do equipamento é <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>ntro do<br />
planejamento da manutenção. Na <strong>de</strong>terminação da função se <strong>de</strong>fine o objetivo<br />
necessário para o atendimento das metas estabelecidas com relação ao <strong>de</strong>sempenho<br />
do equipamento analisado. O estabelecimento da função <strong>de</strong>ntro da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção cria o vínculo necessário com as áreas <strong>de</strong> planejamento e controle,<br />
fundamentais para a obtenção <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> a serem utiliza<strong>dos</strong> na mensuração monetária<br />
<strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Para Pallady (2002) e Siqueira (2005), associado ao estabelecimento da<br />
função é fundamental se <strong>de</strong>terminar: o motivo, o que fazer, como realizar e quando<br />
realizar. O conhecimento do primeiro citado facilita a priorização das tarefas e o<br />
estabelecimento do que <strong>de</strong>ve ser feito. O conhecimento do como <strong>de</strong>ve ser feito e <strong>de</strong>
59<br />
quando <strong>de</strong>ve ser feito <strong>de</strong>termina o método a ser adotado para execução <strong>de</strong>stas<br />
tarefas. Este conhecimento é básico para o planejamento provi<strong>de</strong>nciar recursos<br />
materiais, ferramentas, equipamentos e mão-<strong>de</strong>-obra além <strong>de</strong> estimar o tempo<br />
necessário <strong>de</strong> forma eficaz e eficiente. Classificar uma ativida<strong>de</strong> quanto à forma <strong>de</strong><br />
programação leva em consi<strong>de</strong>ração o fator quando fazer, enquanto que classificar<br />
uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com o objetivo associa-se aos fatores: o que fazer e como<br />
fazer. As duas formas, quanto à forma <strong>de</strong> programação e quanto aos objetivos, juntas<br />
<strong>de</strong>terminam a forma <strong>de</strong> priorização das tarefas. Na Figura 14, apresenta-se a<br />
classificação adotada em Siqueira (2005) e Viana (2002). Esta complementa a forma<br />
<strong>de</strong> classificação quanto à ocorrência <strong>de</strong> falhas.<br />
Manutenção programada<br />
Periódica<br />
Classificação quanto a<br />
forma <strong>de</strong> programação<br />
Aperiódica<br />
Manutenção não programada<br />
Classificação quanto ao<br />
objetivo das tarefas<br />
executadas<br />
manutenção corretiva ou reativa<br />
manutenção preventiva<br />
manutenção preditiva<br />
manutenção produtiva<br />
manutenção proativa<br />
manutenção <strong>de</strong>tectiva<br />
Figura 14 - Classificação da manutenção<br />
Fonte: Siqueira (2005).
60<br />
No Quadro 10 é apresentado um resumo das <strong>de</strong>finições adotadas quanto à<br />
manutenção.<br />
ITEM Classificação Definição<br />
1<br />
Manutenção<br />
São ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção previstas , planejadas e realizadas<br />
programada<br />
obe<strong>de</strong>cendo critérios <strong>de</strong> tempo e condições pré-<strong>de</strong>finidas.<br />
2<br />
Manutenção<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas a intervalos fixos <strong>de</strong> tempo<br />
programada periódica<br />
3<br />
Manutenção<br />
programada<br />
aperiódica<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas a intervalos variáveis <strong>de</strong> tempo mas não<br />
<strong>de</strong> forma aleatóra. O caráter aleatório só existe na manutenção nãoprogramada<br />
4<br />
5<br />
6<br />
Manutenção não<br />
programada<br />
Manutenção corretiva<br />
ou reativa<br />
Manutenção<br />
preventiva<br />
7 Manutenção preditiva<br />
8<br />
Manutenção<br />
produtiva<br />
9 Manutenção proativa<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas <strong>de</strong> forma aleatória vinculada a<br />
necessida<strong>de</strong>s e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parada <strong>de</strong>vido a outros motivos<br />
não atribuí<strong>dos</strong> a manutenção (exemplo: falta <strong>de</strong> matéria-prima).<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas após a ocorrência <strong>de</strong> falhas, é uma<br />
manutenção reativa<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas antes da ocorrência <strong>de</strong> falhas<br />
São ativida<strong>de</strong>s realizadas <strong>de</strong> medição e monitoramento para<br />
i<strong>de</strong>ntificar presença ou não <strong>de</strong> falha e medir e acompanhar sua<br />
evolução.<br />
São ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção realizadas <strong>de</strong> forma planejada<br />
(corretiva ou preventiva) visando garantir que a função do<br />
equipamento seja <strong>de</strong>sempenhada <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r as<br />
necessida<strong>de</strong>s da operação.<br />
São ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção realizadas <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>senvolver <strong>no</strong><br />
equipamento condição mínima <strong>de</strong> manutenção, ou seja,atingir o nível<br />
<strong>de</strong> "free-manutenance".<br />
São ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção realizadas para <strong>de</strong>tectar falhas<br />
10 Manutenção <strong>de</strong>tectiva ocorridas e não <strong>de</strong>vidamente tratadas <strong>de</strong>vido ao seu baixo impacto<br />
na operação.<br />
Quadro 10 - – Definições básicas <strong>de</strong> manutenção<br />
Fonte: Siqueira (2005)<br />
O alinhamento entre a função do equipamento com a estratégia ou os objetivos<br />
da empresa é fundamental para se <strong>de</strong>terminar o tipo <strong>de</strong> manutenção a ser adotado.<br />
Segundo Almeida (2001), em equipamentos que possuam dispositivos “stand-by”,<br />
que não sejam críticos para o processo e sua falha não proporcione sérios efeitos ao<br />
nível <strong>de</strong> segurança, qualida<strong>de</strong> e custo. Po<strong>de</strong>-se utilizar a manutenção corretiva como,<br />
por exemplo, em bombas d’água para abastecimento <strong>de</strong> instalações sanitárias em<br />
prédios e <strong>de</strong>pósitos. Neste mesmo local, equipamento igual e <strong>de</strong> mesma<br />
especificação. Porém com aplicação e importância crucial, po<strong>de</strong>m exigir a utilização<br />
da manutenção preditiva através <strong>de</strong> equipamentos específicos <strong>de</strong> monitoramento,<br />
que permitem a medição <strong>de</strong> parâmetros como temperatura, vibração, condição do<br />
óleo, etc. Previamente <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> para caracterizar a condição do material,
61<br />
i<strong>de</strong>ntificando a presença e a evolução da falha a tempo <strong>de</strong> serem corrigidas, com o<br />
planejamento a<strong>de</strong>quado para esta intervenção.<br />
De forma resumida equipamentos iguais recebem tratamento diferente e<br />
proporcional ao seu papel (função) <strong>de</strong>ntro do processo produtivo. Stonner (2001)<br />
informa que o <strong>de</strong>sempenho do equipamento é afetado basicamente pela correta<br />
especificação e também quanto ao uso, ou seja, na forma como o mesmo é operado,<br />
regulado, inspecionado e mantido, portanto a conservação é apenas um <strong>dos</strong><br />
aspectos, entretanto não o único.<br />
Almeida (2001) afirma que a manutenção produtiva promoveu uma mudança<br />
<strong>no</strong> foco, <strong>no</strong>s conceitos e <strong>no</strong>s paradigmas, pois antes o objetivo central estava na<br />
conservação do estado do equipamento, pois somente assim se acreditava que a<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste seria obtida conforme prescrição do fabricante, <strong>de</strong>ssa maneira a<br />
manutenção produtiva provou em exemplos <strong>de</strong> sucesso em aplicações na Toyota,<br />
Honda, Mitsubishi, CSN, entre outros, que o foco <strong>de</strong>ve ser na manutenção da função<br />
na qual foram projeta<strong>dos</strong> os equipamentos e isto <strong>de</strong>ve estar associado com as<br />
condições operacionais impostas <strong>de</strong> forma a se otimizar o uso <strong>dos</strong> mesmos.<br />
Ao analisar o Quadro 11, observa-se que os focos antigos e atuais não são<br />
antagônicos e sim complementares, ou seja, o antigo foco está <strong>de</strong>ntro do <strong>no</strong>vo, pois<br />
este <strong>no</strong>vo foco é mais amplo.<br />
Foco<br />
Índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Antiga Estado (conservação) Disponibilida<strong>de</strong><br />
Atual Uso (otimizar) Função na qual foi projetado<br />
Quadro 11 - Comparação sobre a evolução da visão da manutenção<br />
Fonte: Kar<strong>de</strong>c (2002)<br />
Um <strong>dos</strong> objetivos (item 1.3.2.3) é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />
mensuração monetária <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, existentes nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
manutenção. Todavia, para se realizar a análise <strong>de</strong>stes: As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção<br />
<strong>de</strong>vem ser levantadas e analisadas quanto ao seu alinhamento à estratégia da<br />
empresa (<strong>de</strong>snecessário x necessário). Portanto, é fundamental o conhecimento da<br />
função que o equipamento analisado possui <strong>de</strong>ntro do processo produtivo. Siqueira<br />
(2005), afirma que associado à função, é necessário se <strong>de</strong>terminar <strong>no</strong> planejamento,<br />
a aplicação <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> e uso <strong>de</strong> suas ferramentas, que levem em<br />
consi<strong>de</strong>ração a característica probabilística da ocorrência das falhas e seu impacto <strong>no</strong>
62<br />
ciclo <strong>de</strong> vida. Para tanto, é fundamental a focalização <strong>no</strong> binômio função “versos”<br />
modo <strong>de</strong> falha, os quais estão explicita<strong>dos</strong> <strong>no</strong> Quadro 12, apresentado na seqüência.<br />
2.2.2 Confiabilida<strong>de</strong> e FMEA<br />
Confiabilida<strong>de</strong> é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um item <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar uma função<br />
requerida sob condições especificadas, durante um intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>terminado<br />
(NBR 5462, 1994). Baseado neste conceito se analisa que a confiabilida<strong>de</strong> está<br />
atrelada a três aspectos básicos: função requerida, condição especificada e tempo<br />
<strong>de</strong>terminado. Para Siqueira (2005), a função requerida representa “o que” <strong>de</strong>ve ser<br />
feito, a condição especificada se relaciona com “o como” <strong>de</strong>ve ser feito e o tempo<br />
<strong>de</strong>terminado está relacionado ao “quando” <strong>de</strong>ve ser feito. Para uma ferramenta ser<br />
adotada em trabalhos <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> é necessário, segundo Almeida (2001), ter<br />
especificado o trinômio: “o que”, “como” e “quando”. Simões (2004) afirma que a<br />
ferramenta que se mostrou mais a<strong>de</strong>quada para ser utilizada ao se tratar <strong>de</strong><br />
levantamento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> para estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> na manutenção é a FMEA<br />
(análise <strong>de</strong> mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha e efeitos).<br />
Segundo Palady (2002), FMEA consiste em um grupo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s sistêmicas<br />
com o objetivo <strong>de</strong> reconhecer e avaliar a falha potencial <strong>de</strong> um produto ou processo e<br />
seus possíveis efeitos, para i<strong>de</strong>ntificar as ações que po<strong>de</strong>m eliminar ou reduzir a<br />
chance <strong>de</strong> uma falha vir a ocorrer além <strong>de</strong> documentar o processo <strong>de</strong> análise. Para<br />
Segismundo e Hique (2006) FMEA é uma técnica analítica com o espírito <strong>de</strong> agir<br />
“antes do evento” e não como um exercício “após o evento”, daí ser muito útil <strong>de</strong>ntro<br />
do campo <strong>de</strong> Projetos, Segurança do Trabalho e <strong>de</strong> Manutenção Preventiva. Todavia,<br />
não é a única, pois existem também a FTA (Análise das Árvores <strong>de</strong> Falha) e a PRA<br />
(Análise Probabilística <strong>de</strong> Risco) que, segundo Siqueira (2005), po<strong>de</strong>m ser úteis. As<br />
<strong>de</strong>mais existentes (“5 por quês?”, QFD-Função Desdobramento da Qualida<strong>de</strong>,<br />
“Espinha-<strong>de</strong>–Peixe” ou Diagrama <strong>de</strong> Ishikawa) não aten<strong>de</strong>m ao objeto <strong>de</strong>ste trabalho,<br />
pois não estão atreladas ao modo <strong>de</strong> falha. Quanto à utilização do FTA é necessário<br />
esclarecer que, baseado em Scapin (1999) e Werkema (2002), a ferramenta FTA<br />
complementa a ferramenta FMEA, pois enquanto esta tem caráter preventivo, a FTA<br />
possui caráter corretivo. Além disto, a ferramenta FMEA se mostrou efetiva <strong>no</strong><br />
planejamento, enquanto que a FTA se mostrou efetiva com as equipes <strong>de</strong> execução,
63<br />
conclui-se que FTA tem sido usada como fonte <strong>de</strong> “feedback” para que a ferramenta<br />
FMEA possa fazer os ajustes necessários. Por isto, nesta dissertação será adotada a<br />
ferramenta FMEA como ferramenta principal. As <strong>de</strong>mais serão usadas caso<br />
necessário.<br />
O FMEA consiste <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições, cujo objetivo primordial é “radiografar” cada<br />
uma das partes <strong>de</strong> um sistema, a fim <strong>de</strong> levantar todas as maneiras pelas quais o<br />
componente possa vir a falhar e avaliar quais os efeitos que estas falhas acarretam<br />
sobre os <strong>de</strong>mais elementos e sobre o sistema (instalação, equipamento, etc.)<br />
(CARBONE; TIPPET; SIMÕES, 2004). É um método útil para documentar, <strong>de</strong> forma<br />
organizada, os mo<strong>dos</strong> e os efeitos <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong> componentes, ou seja, investiga-se o<br />
componente com a intenção <strong>de</strong> levantar to<strong>dos</strong> os elementos, com a inclusão das<br />
ações ina<strong>de</strong>quadas do ser huma<strong>no</strong>, que possam interromper ou <strong>de</strong>gradar o seu<br />
funcionamento e/ou do sistema ao qual o componente pertença (SIMÕES, 2004). De<br />
acordo com Maddox (2005), o FMEA constitui uma das técnicas <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> risco<br />
mais utilizadas <strong>no</strong> domínio <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> produto, a qual analisa os possíveis<br />
mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas <strong>dos</strong> itens <strong>de</strong> um sistema e indica os efeitos e a criticida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes<br />
<strong>de</strong>feitos sobre outros elementos e sobre o sistema. Para Puente et al (2002), o FMEA<br />
permite que problemas potenciais sejam analisa<strong>dos</strong> e possíveis imperfeições em<br />
produtos sejam i<strong>de</strong>ntificadas.<br />
Na elaboração do FMEA, cada parte é examinado <strong>de</strong> forma a se i<strong>de</strong>ntificar<br />
seus possíveis mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha. Assim para cada um <strong>de</strong>stes são atribuí<strong>dos</strong> três<br />
valores: a capacida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>sta falha antes que ela realmente<br />
ocorra (Quadro 13), a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> falha (Quadro 14)<br />
e a severida<strong>de</strong> do impacto <strong>de</strong> tal falha (Quadro 15). A simples multiplicação <strong>de</strong>stas<br />
três variáveis gera a criticida<strong>de</strong> (MADDOX, 2005).<br />
A base da estrutura <strong>de</strong> um FTA resi<strong>de</strong> na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um evento topo (falha<br />
funcional <strong>de</strong> um item específico). Segundo Scapin (1999), o evento topo é interligado<br />
às falhas básicas, isto é, conjunto <strong>de</strong> problemas que originam a imperfeição do<br />
evento topo. Para Maddox (2005), os elementos utiliza<strong>dos</strong> para a construção <strong>de</strong> um<br />
FTA são i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> como: elementos que classificam (simbologia <strong>dos</strong> eventos) e<br />
conectam (portas lógicas). Destas as principais são simbolizadas pela lógica<br />
Booleana e fluxogramas. Mediante o exposto, na Figura 15, apresenta-se um<br />
exemplo <strong>de</strong> FTA.
64<br />
EVENTO TOPO<br />
Falha Básica 1<br />
Falha Básica 2<br />
Figura 15 - Exemplo <strong>de</strong> FTA<br />
Fonte: Maddox (2005).<br />
A <strong>no</strong>rma que rege a aplicação da metodologia da confiabilida<strong>de</strong> é a IEC 60300-<br />
3-11. Esta afirma a indispensável importância da documentação <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
relação <strong>dos</strong> critérios utiliza<strong>dos</strong> e <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>. Para tanto, apresenta um<br />
roteiro com as sete etapas que compõem o processo <strong>de</strong> implantação da manutenção<br />
centrada na confiabilida<strong>de</strong>, são eles: seleção do sistema e coleta <strong>de</strong> informações,<br />
análise <strong>de</strong> mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha e efeitos, seleção <strong>de</strong> funções significantes, seleção <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s aplicáveis, <strong>avaliação</strong> da efetivida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s, seleção <strong>de</strong> tarefas<br />
aplicáveis e efetivas e <strong>de</strong>finição da periodicida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s.Verifica-se que este<br />
roteiro leva a elaboração das funções a serem preservadas (estabelece “o que”<br />
fazer), para em seguida <strong>de</strong>senvolver o pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> manutenção (“como” fazer para<br />
manter as funções) e a <strong>de</strong>finição da respectiva periodicida<strong>de</strong> (“quando” fazer).<br />
Ao se traçar um paralelo a este roteiro com o escopo a presente dissertação,<br />
comprova-se que o mesmo <strong>de</strong>ve ser seguido até a quarta etapa, pois é necessário<br />
estabelecer um critério <strong>de</strong> alinhamento que torne o trabalho <strong>de</strong> manutenção passível<br />
para i<strong>de</strong>ntificações <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s necessárias e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>snecessárias (que<br />
geram “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”). A ferramenta FMEA através do estabelecimento das funções<br />
associadas às falhas, mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas, causas e efeitos fornece um conjunto <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong> que permite estabelecer uma relação diretamente proporcional entre a ação<br />
recomendada e o benefício <strong>de</strong>sejado. Pois baseado em Siqueira (2005), para um<br />
mesmo componente po<strong>de</strong>m existir diversos mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas e diversas causas mais<br />
também variadas opção <strong>de</strong> ação.<br />
Se um procedimento adotado <strong>de</strong> manutenção em <strong>de</strong>terminado componente<br />
não estiver associado ao modo <strong>de</strong> falha e nem a causa da falha, po<strong>de</strong>-se concluir que<br />
esta ação, não está alinhada para manter a função do componente e assim po<strong>de</strong> ser
65<br />
classificada como <strong>de</strong>snecessária ou supérflua. Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>snecessárias geram<br />
perdas, pois não agregam valor. Este segundo Porter (1992) e Prahalad,C.K. e Hamel<br />
(2000) é uma relação obtida entre o benefício que se preten<strong>de</strong> obter e o valor a ser<br />
pago para este benefício, ou seja, se um produto “cobra” um preço muito baixo em<br />
comparação com o benefício que proporciona, então, conclui-se que o mesmo está<br />
“barato” e caso contrário o mesmo estará “caro”. Esta ferramenta permite ao térmi<strong>no</strong><br />
do preenchimento da mesma classificar o que é uma perda <strong>no</strong>rmal e uma perda<br />
a<strong>no</strong>rmal. Baseado nisto, as ferramentas <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> gerencial tratarão <strong>de</strong><br />
mensurar estas perdas e verificar o impacto <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>. Em casos <strong>de</strong><br />
dificulda<strong>de</strong> para se i<strong>de</strong>ntificar as causas das perdas a<strong>no</strong>rmais, <strong>de</strong>ve-se adotar o FTA.<br />
Para uso <strong>de</strong>sta ferramenta é fundamental, segundo Scapin(1999) e Siqueira<br />
(2005), o conhecimento das funções , falhas e mo<strong>dos</strong> e imperfeições que precisam<br />
ser previamente <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>.<br />
Componente<br />
Funções<br />
Falha<br />
Modo <strong>de</strong><br />
Falha<br />
Causa <strong>de</strong><br />
Falha<br />
Efeito <strong>de</strong><br />
Falhas<br />
Parte integrante <strong>de</strong> um equipamento.<br />
Representa o que o usuário <strong>de</strong>seja que o item ou sistema faça <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
padrão <strong>de</strong> performance especificado. Sendo classificadas como principal (gera<br />
o objetivo principal do sistema) , secundária (acrescenta objetivos ao sistema),<br />
auxiliar (modifica objetivos do sistema) e supérflua (introduz objetivos<br />
<strong>de</strong>snecessários)<br />
Representa a interrupção ou alteração da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um item<br />
<strong>de</strong>sempenhar <strong>de</strong>terminada função esperada ou requerida. Po<strong>de</strong> ser do tipo<br />
Funcional ou concreta que impossibilita <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar sua função ou falha<br />
Potencial ou latente na qual caracteriza-se pela <strong>de</strong>generação da sua função<br />
ou o início da ocorrência <strong>de</strong> uma falha funcional. Portanto, segundo Viana<br />
(2002), falha é o térmi<strong>no</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um item <strong>de</strong>sempenhar a função<br />
requerida. Depois da falha o item tem uma pane (NBR 5462, 1994).Neste<br />
momento é importante estabelecer a distinção entre falha e <strong>de</strong>feito.Pois, o<br />
<strong>de</strong>feito, segundo Viana (2002), é qualquer <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> uma característica <strong>de</strong> um<br />
item em relação a seus requisitos (NBR 5462, 1994) afirmam que o<br />
aparecimento do <strong>de</strong>feito não impe<strong>de</strong> o funcionamento apenas prejudica o<br />
<strong>de</strong>sempenho.<br />
É um evento ou condição física que provoca uma falha funcional, trata-se <strong>de</strong><br />
um fenôme<strong>no</strong> associado a passagem do estado <strong>no</strong>rmal para o estado<br />
a<strong>no</strong>rmal,.Os mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha <strong>de</strong>screvem como as falhas funcionais<br />
acontecem.O modo <strong>de</strong> falha <strong>de</strong>screve o que está errado na funcionalida<strong>de</strong> do<br />
componente.<br />
Descreve por que está errada a funcionalida<strong>de</strong> do componente. É importante<br />
esta distinção pois é na etapa <strong>de</strong> projeto que se combate a causa da falha e na<br />
etapa <strong>de</strong> manutenção que se combate o modo <strong>de</strong> falha.<br />
É o que acontece quando um modo <strong>de</strong> falha se apresenta. A <strong>avaliação</strong> <strong>de</strong>stes<br />
efeitos será <strong>de</strong>terminada preliminarmente basea<strong>dos</strong> <strong>no</strong>s níveis <strong>de</strong> severida<strong>de</strong><br />
existentes na MIL- STD – 882 D assim <strong>de</strong><strong>no</strong>mina<strong>dos</strong>:<br />
Categoria I – Efeito Catastrófico (causa mortes, gran<strong>de</strong>s da<strong>no</strong>s ambientais e<br />
ao processo produtivo)<br />
Continua
66<br />
Gravida<strong>de</strong> e<br />
Frequência<br />
Tarefas<br />
Atuais<br />
Análise <strong>de</strong><br />
Riscos<br />
Consequência<br />
das falhas<br />
Critério <strong>de</strong><br />
Aplicabilida<strong>de</strong><br />
Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
Serviço<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Aplicáveis<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
(SP)<br />
Restauração<br />
Preventiva<br />
(RP)<br />
Inspeção<br />
Preditiva (IP)<br />
Inspeção<br />
Funcional (IF)<br />
Serviço<br />
Operacional<br />
(SO)<br />
Manutenção<br />
Categoria II – Efeito Crítico ( lesão grave ou incapacitante, graves da<strong>no</strong>s<br />
ambientas ou ao processo)<br />
Categoria III – Efeito Marginal ( lesão leve, da<strong>no</strong> peque<strong>no</strong> e ou atraso na<br />
produção)· Categoria IV – Efeito Insignificante<br />
Gravida<strong>de</strong> ou Severida<strong>de</strong> e Frequência são classifica<strong>dos</strong> segundo tabelas<br />
específicas baseadas na <strong>no</strong>rma IEC 60300-3-11 com o objetivo <strong>de</strong> mensurar<br />
qualitativamente os efeitos que a falha provoca <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stes dois aspectos<br />
básicos que me<strong>de</strong>m a intensida<strong>de</strong> e a repetição <strong>dos</strong> mesmos.<br />
São as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção realizadas atualmente <strong>de</strong>ntro da rotina<br />
existente na empresa em estudo. Para sua <strong>de</strong>scrição e classificação usa-se o<br />
Quadro 1<br />
O risco <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> é obtido da relação Risco = Severida<strong>de</strong> x Frequência<br />
x Detectabilida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os valores <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>, frequência e <strong>de</strong>tectabilida<strong>de</strong><br />
possuem tabelas específicas <strong>de</strong>terminadas pela Norma americana MIL - STD -<br />
882 D.<br />
Obtido através da comparação entre os efeitos das falhas e a função<br />
estabelecida <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>terminar quais são as funções significantes e quais<br />
as que não são.<br />
São critérios que estabelecem se as funções significantes são ou não<br />
aplicáveis. Os critérios são basea<strong>dos</strong> na prevenção do modo <strong>de</strong> falha ou na<br />
minimização <strong>dos</strong> efeitos da falha para níveis aceitáveis. Os critérios são:<br />
Ativida<strong>de</strong>s direcionadas por tempo,<br />
Ativida<strong>de</strong>s direcionadas por condição,<br />
Ativida<strong>de</strong>s direcionadas por falhas,<br />
Ativida<strong>de</strong>s direcionadas por operação.<br />
Documento básico responsável por registrar todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
manutenção. Neste documento <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminado: a data, a <strong>de</strong>scrição do<br />
serviço, o tipo <strong>de</strong> serviço, o número <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do equipamento (tag), os<br />
materiais e ferramentas utiliza<strong>dos</strong>, previsão <strong>de</strong> duração, i<strong>de</strong>ntificação e<br />
assinatura do responsável.<br />
Sáo as ativida<strong>de</strong>s realizadas segundo os critérios <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong>. Existem<br />
sete tipos que são: Substituição Preventiva (SP), Restauração Preventiva (RP),<br />
Inspeção Preditiva (IP), Inspeção Funcional (IF), Serviço Operacional (SO),<br />
Manutenção Corretiva (MC) e Reparo Funcional (RF)<br />
Consiste na reposição programada <strong>de</strong> um componente ou peça <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina em <strong>de</strong>terminada ida<strong>de</strong> limite , para<br />
prevenir sua falha funcional. Ativida<strong>de</strong> direcionada por tempo<br />
Consiste na correção programada do <strong>de</strong>sgaste ou <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> um componente<br />
ou peça <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina em <strong>de</strong>terminada ida<strong>de</strong><br />
limite , para prevenir sua falha funcional. Ativida<strong>de</strong> direcionada por tempo<br />
Consiste na verificação programada <strong>de</strong> um componente ou peça <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina por sentido huma<strong>no</strong> e instrumental do<br />
estado <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> uma falha potencial com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e corrigir<br />
antes da evolução para uma falha funcional. Ativida<strong>de</strong> direcionada por<br />
condição<br />
Consiste na verificação programada do estado funcional <strong>de</strong> um componente ou<br />
peça <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina visando <strong>de</strong>scobrir uma<br />
falha funcional que já tenha ocorrido.Envolve testar a funcionalida<strong>de</strong> do<br />
componente. Ativida<strong>de</strong> direcionada por falhas<br />
Consiste <strong>no</strong> ressuprimento <strong>de</strong> materiais consumíveis usa<strong>dos</strong> na operação<br />
<strong>no</strong>rmal do equipamento e outras ativida<strong>de</strong>s repetitivas como limpeza e outras<br />
associadas a conservação. Ativida<strong>de</strong> direcionada para operação<br />
Consiste na restauração não programada <strong>de</strong> um componente ou peça <strong>de</strong> um<br />
Continua
67<br />
Corretiva<br />
(MC)<br />
Reparo<br />
Funcional<br />
(RF)<br />
<strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina visando corrigir <strong>de</strong>feitos ou falhas<br />
potenciais <strong>de</strong>tectadas. Ativida<strong>de</strong> direcionada por condição.<br />
Consiste na recuperação não programada da capacida<strong>de</strong> funcional <strong>de</strong> um<br />
componente ou peça <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado equipamento ou máquina visando<br />
repara falhas funcionais já ocorridas. Ativida<strong>de</strong> direcionada por falha<br />
Quadro 12 – Conceitos básicos do FMEA<br />
Fonte: Siqueira (2005).<br />
Baseado <strong>no</strong>s resulta<strong>dos</strong> apresenta<strong>dos</strong> nas Figuras 10 e 11, <strong>no</strong>ta-se que tão<br />
importante quanto à execução <strong>de</strong> medidas preventivas é a execução <strong>de</strong> medidas<br />
avaliativas, <strong>de</strong>ste modo o FMEA fornece da<strong>dos</strong> para esta <strong>avaliação</strong>. Basta comparar<br />
as ações executadas em <strong>de</strong>terminado equipamento, em um <strong>de</strong>terminado período com<br />
o tipo <strong>de</strong> ação recomendado na planilha FMEA para este mesmo equipamento. Para<br />
facilitar esta comparação surge o Quadro 12 (Conceitos básicos do FMEA -<br />
SP,RP,IP,IF,SO,MC,RF). Caso uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> serviço (OS) executada seja do tipo RF<br />
e na planilha exista a recomendação <strong>de</strong> uma ação do tipo IP para o respectivo modo<br />
<strong>de</strong> falha, constata-se uma imperfeição na execução da ativida<strong>de</strong> IP e isto <strong>de</strong>ve ser<br />
investigado. Desta forma, o uso da ferramenta FMEA permite que as ações <strong>de</strong><br />
<strong>avaliação</strong> auxiliem as ações <strong>de</strong> prevenção.<br />
Com o Quadro 12, consegue-se estabelecer critérios para classificar as<br />
ativida<strong>de</strong>s. Assim, estas estiverem registradas nas OS’s, <strong>de</strong>senvolve-se condições<br />
para utilizar o Quadro 7 e com isso, calcular os termos da fórmula 6 e consi<strong>de</strong>rar que<br />
a fórmula 6 substitui a fórmula 5. Pois com o Quadro 7 e 12 <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong>, aten<strong>de</strong>-se<br />
os pré-requisitos necessários (classificação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s pré-estabelecidas e o<br />
respectivo quantitativo) para <strong>de</strong>terminar neste trabalho que Nf = 1 e se respeita a<br />
lógica <strong>de</strong> rateio da fórmula 1. Nos Quadros 13, 14, 15 e 16 a seguir existe o<br />
<strong>de</strong>talhamento <strong>dos</strong> conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectabilida<strong>de</strong>, freqüência, severida<strong>de</strong> e mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
falhas. Estes fornecem da<strong>dos</strong> para mensuração da ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvem<br />
informações básicas para <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> e permitir a<br />
associação das tarefas e ativida<strong>de</strong>s aplicáveis <strong>de</strong> manutenção classificadas como<br />
necessárias ou <strong>de</strong>snecessárias unidas a mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>.
68<br />
Detectabiliada<strong>de</strong> <strong>de</strong> Risco<br />
Nível Detectabilida<strong>de</strong> Descrição Valor<br />
1 Fácil Falha <strong>de</strong>tectável por procedimento operacional 1<br />
2 Razoável Falha <strong>de</strong>tectável por inspeção operacional 2<br />
3 Difícil Falha <strong>de</strong>tectável por ensaio funcional 3<br />
4 Muito Difícil Falha <strong>de</strong>tectável apenas por <strong>de</strong>sligamento 4<br />
5 Impossível Falha totalmente oculta 5<br />
Quadro 13 – Detectabilida<strong>de</strong><br />
Fonte: Maddox (2005).<br />
No Quadro 13, mensura-se como está o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e<br />
localização <strong>de</strong> falha, <strong>no</strong> qual quanto mais fácil for a localização da falha com os<br />
recursos disponíveis (material huma<strong>no</strong>, ferramentas, k<strong>no</strong>w-how do processo), me<strong>no</strong>r<br />
a pontuação.<br />
Nível <strong>de</strong> Frequência <strong>de</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha<br />
Nível Frequência Descrição Exemplo Valor<br />
1 Frequente Falha ocorrerá continuamente<br />
Problemas diários, semanais ou<br />
mensais<br />
6<br />
2 Provável Falha ocorrerá com frequência Falhas bimestrais ou trimestrais 5<br />
3 Ocasional<br />
Falha esperada <strong>de</strong> ocorrer<br />
ocasionalmente<br />
Falhas semestrais 4<br />
4 Remoto Falha razoavelmente esperada Falhas anuais 3<br />
5 Improvável Falha ocorrerá excepcionalmente Falhas <strong>de</strong>vido a aci<strong>de</strong>nte 2<br />
6 Imprevisível Falha praticamente não ocorrerá<br />
Quadro 14 – Freqüência<br />
Fonte: Warren (2002)<br />
Falhas <strong>de</strong>vido terremotos,<br />
temporais, intervenção do Estado<br />
No Quadro 14, mensura-se o segundo aspecto que trata do comportamento da<br />
falha em relação ao tempo, on<strong>de</strong> quanto mais freqüente e me<strong>no</strong>s aleatória, maior a<br />
pontuação.<br />
1<br />
Níveis <strong>de</strong> Severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Riscos<br />
Categoria Severida<strong>de</strong> Valor<br />
Da<strong>no</strong>s<br />
Ambiental Pessoal Econômico<br />
I Frequente 5 Gran<strong>de</strong> Mortal Total<br />
II Provável 4 Significante Grave Parcial<br />
III Ocasional 3 Leve Leve Leve<br />
IV Remoto 2 Aceitável Insignificante Aceitável<br />
V Improvável 1 Inexistente Inexistente Inexistente<br />
Quadro 15 – Severida<strong>de</strong><br />
Fonte: Palady (2002).<br />
No Quadro 15, mensura-se quanto ao aspecto <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>, encerrando<br />
assim os três aspectos para priorização das falhas (facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> localização,<br />
freqüência e gravida<strong>de</strong> se ocorrer). No Quadro 15 a relação está distribuída <strong>no</strong>
69<br />
sentido <strong>de</strong> que quanto mais grave for o da<strong>no</strong> causado pela ocorrência da falha, maior<br />
a pontuação.<br />
Para facilitar a comparação e aplicação <strong>dos</strong> critérios para priorização,<br />
apresenta-se o Quadro 16 com as <strong>de</strong>finições clássicas existentes segundo Palady<br />
(2002) e Almeida (2001).<br />
Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha Básicos<br />
Classe Modo <strong>de</strong> Falha Tipo <strong>de</strong> Falha Causa da Falha<br />
Dúctil<br />
Deformação plástica por escoregamento<br />
Fratura<br />
Frágil<br />
Propagação <strong>de</strong> trinca sob tensão estática<br />
Fadiga Térmica<br />
Propagação <strong>de</strong> trinca sob tensão cíclica<br />
Fadiga Térmica<br />
Propagação <strong>de</strong> trinca por ciclo térmico<br />
Mecânico<br />
Remoção <strong>de</strong> material por atrito<br />
Químico<br />
Remoção <strong>de</strong> material por reação química<br />
Eletroquímico<br />
Perda <strong>de</strong> material por reação eletroquímica<br />
Corrosivo<br />
Ação eletroquímica do meio ambiente<br />
Mecânico<br />
Desgaste<br />
A<strong>de</strong>sivo<br />
Ruptura <strong>de</strong> micro a<strong>de</strong>sões entre superfícies<br />
Abrasivo<br />
Risco superficial por material mais duro<br />
Cavitação<br />
Estouro <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong>vido a diferencial <strong>de</strong> pressão<br />
Fretting<br />
Remoção superficial <strong>de</strong>vido a atrito entre partes que não<br />
<strong>de</strong>veriam ter movimento relativo entre si (falha <strong>de</strong> fixação)<br />
Tração<br />
Alongamento dúctil sob força <strong>de</strong> tração<br />
Deformação<br />
Pressão<br />
Encolhimento dúctil sob força <strong>de</strong> pressão<br />
Torção<br />
Distorção helicoidal dúctil por tração<br />
Incrustação<br />
Processual<br />
Depósito <strong>de</strong> material utilizado <strong>no</strong> processo<br />
Ambiental<br />
Depósito <strong>de</strong> material do meio ambiente<br />
Elétrico<br />
Estrutural<br />
Perdas<br />
Isolamento<br />
Resistência<br />
Dielétrica<br />
Magnética<br />
Superficial<br />
Sobrecarga<br />
Sobretensão<br />
Contaminação<br />
Térmica<br />
Eletroquímica<br />
Química<br />
Mecânica<br />
Contaminação<br />
Manutenção<br />
Condução elétrica em semicondutores<br />
Magnetização <strong>de</strong> núcleos magnéticos<br />
Condução elétrica superficial em sóli<strong>dos</strong><br />
Aquecimento por excesso <strong>de</strong> carregamento<br />
Excesso <strong>de</strong> tensão elétrica aplicada<br />
Modificação <strong>de</strong> característica por impurezas<br />
Perda do isolamento por aquecimento<br />
Perda do isolamento por reação eletroquímica<br />
Redução do isolamento por reação química<br />
Perda <strong>de</strong> secção por extrusão dúctil<br />
Modificação da característica por impurezas<br />
Erro na execução da manutenção<br />
Da<strong>no</strong> Ambiental<br />
Erosão<br />
Incidência <strong>de</strong> chuva e vento<br />
Abrasão<br />
Ocorrência <strong>de</strong> chuva <strong>de</strong> granizo<br />
Elétrico<br />
Incidência <strong>de</strong> raios<br />
Deterioração<br />
Corrosão<br />
Ação (eletroquímica) do meio ambiente<br />
Ambiental Deterioração Característica própria <strong>dos</strong> materiais não metálicos<br />
Mecânica<br />
Da<strong>no</strong> por Fadiga Térmica<br />
Irradiação<br />
Quadro 16 – Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas Básicos<br />
Fonte: Siqueira (2005).<br />
Propagação <strong>de</strong> trincas sob efeitos cíclicos<br />
Propagação <strong>de</strong> trincas sob ciclo térmico<br />
Aceleração da fadiga por irradiação
70<br />
No Quadro 16, expõe um resumo das <strong>de</strong>finições necessárias para formulação<br />
e estruturação do banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> a ser utilizado <strong>no</strong> FMEA. Com esta estruturação<br />
<strong>de</strong>finida, é estabelecido os parâmetros para busca <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, todavia estes, da<strong>dos</strong><br />
para se tornarem informações úteis <strong>de</strong>ntro do processo gerencial segundo Werkema<br />
(2002) e Martins (2008) precisam estar associa<strong>dos</strong> a índices, que segundo Porter<br />
(1992), Pidd (1998) e Barcaui (2006) servem <strong>de</strong> balizamento na comparação, se o<br />
resultado esperado está sendo alcançado, o monitoramento das ações é eficaz.<br />
2.2.3 Índices <strong>de</strong> manutenção<br />
Os índices <strong>no</strong>rteiam o processo <strong>de</strong> atribuição e apropriação <strong>de</strong> <strong>custos</strong>,<br />
segundo Viana (2002), existem seis indicadores que formam os “índices <strong>de</strong> classe<br />
mundial”; estes são apresenta<strong>dos</strong> adiante:<br />
MTBF - Mean Time Betwen Failures, conhecido <strong>no</strong> Brasil como TMEF –<br />
Tempo Médio Entre Falhas. Me<strong>de</strong> quanto tempo um equipamento esteve em<br />
operação entre uma falha e outra; O segundo é o MTTR – Mean Time To Reparo, ou<br />
TMPR – Tempo Médio Para Reparo. Ele me<strong>de</strong> a duração média <strong>de</strong> reparo executada<br />
pela equipe <strong>de</strong> manutenção, ou seja, quanto tempo em média leva para um<br />
equipamento voltar para a condição <strong>de</strong> operacional; o terceiro índice é o MTTF –<br />
Mean Time To Failure, ou TMPF - Tempo Médio Para Falha. Este se aplica em<br />
equipamentos e componentes que não sofrem reparos, ou seja, são substituí<strong>dos</strong> por<br />
<strong>no</strong>vos quando apresentam falhas, como por exemplo, lâmpadas elétricas; O quarto<br />
índice representa a disponibilida<strong>de</strong> física do equipamento. De acordo com a ABNT,<br />
disponibilida<strong>de</strong> é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um componente está em condições <strong>de</strong> executar<br />
uma <strong>de</strong>terminada função em um dado instante ou durante um intervalo <strong>de</strong> tempo<br />
<strong>de</strong>terminado; O quinto índice é o custo <strong>de</strong> manutenção por faturamento. Este consiste<br />
na relação entre os gastos totais <strong>de</strong> manutenção e o faturamento da empresa. O<br />
último é o custo <strong>de</strong> manutenção por valor <strong>de</strong> reposição. Tal índice consiste na relação<br />
entre o custo total <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado equipamento com o seu valor<br />
<strong>de</strong> compra.<br />
Segundo Kar<strong>de</strong>c (2002), além <strong>dos</strong> “índices <strong>de</strong> classe mundial”, existem mais<br />
oito indicadores muito importantes para medição do <strong>de</strong>sempenho. São eles: Backlog,<br />
<strong>de</strong>finido como o tempo que uma equipe <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>ve trabalhar para concluir
71<br />
to<strong>dos</strong> os serviços pen<strong>de</strong>ntes utilizando toda a sua força <strong>de</strong> trabalho. Este parâmetro<br />
consiste na relação entre a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> serviços e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendê-los; O<br />
segundo indicador é o retrabalho, como o próprio <strong>no</strong>me sugere, trata do percentual <strong>de</strong><br />
horas trabalhadas em Or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Manutenção encerradas e reabertas por qualquer<br />
motivo, em relação ao total geral trabalhado <strong>no</strong> período; O terceiro índicador é o <strong>de</strong><br />
Corretiva, indica o percentual das horas <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong>dicadas a manutenção<br />
corretiva em relação ao total geral trabalhado <strong>no</strong> período; O quarto índice é o <strong>de</strong><br />
Preventiva. É o oposto ao índice <strong>de</strong> corretiva, pois indica o percentual das horas <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong>dicadas à manutenção preventiva em relação ao total geral trabalhado<br />
<strong>no</strong> período; O quinto índice trata da alocação <strong>de</strong> HH (Homem-Hora) em OM (Or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> Manutenção ou Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço). Este mostra o percentual <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />
manutenção registradas nas OS’s (Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Manutenção), ou seja, mostra quanto<br />
das horas disponíveis da equipe foram efetivamente gastas com execução do serviço<br />
existente nas OS’s; O sexto índice trata do treinamento na Manutenção, este<br />
correspon<strong>de</strong> ao percentual <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> treinamento sobre o total <strong>de</strong> horas disponíveis<br />
da equipe <strong>de</strong> manutenção; O sétimo item trata da taxa <strong>de</strong> Freqüência <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes,<br />
ele representa o número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes por milhão <strong>de</strong> Homens – Horas (HH)<br />
trabalhado. Trata-se <strong>de</strong> um índice adotado pelos <strong>setor</strong>es <strong>de</strong> Serviços Especializa<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong> Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). O último trata da taxa <strong>de</strong> Gravida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes. Consiste <strong>no</strong> total <strong>de</strong> homens horas perdido <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
trabalho por milhão <strong>de</strong> HH trabalhado. É um índice adotado pelos <strong>setor</strong>es <strong>de</strong> Serviços<br />
Especializa<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).<br />
Prahalad,C.K. e Hamel (2000) <strong>de</strong>stacam que o registro <strong>de</strong> informações para<br />
ser consi<strong>de</strong>rado eficaz e auxiliar o processo <strong>de</strong>cisório <strong>de</strong>ve passar por dois critérios:<br />
alinhamento com a estratégia da empresa e agregação <strong>de</strong> valor ao processo<br />
conforme citado <strong>no</strong> item 2.1.3 para <strong>de</strong>senvolvimento do Quadro 7 é necessário o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> critérios. Nota-se que não se encontra <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> itens<br />
gerenciáveis do <strong>setor</strong> <strong>de</strong> Manutenção algum índice que possua critérios para a<br />
mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> <strong>de</strong> forma direta ou indireta. Conseqüentemente, os<br />
mesmos precisam ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e o FMEA é a opção, através do fornecimento<br />
<strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, para comparação entre a ativida<strong>de</strong> realizada, a ativida<strong>de</strong> recomendada e a<br />
representada na seqüência.
72<br />
índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao FMEA<br />
Índice <strong>de</strong><br />
a<strong>de</strong>rência =<br />
ao FMEA<br />
N° <strong>de</strong> OS’s on<strong>de</strong> a ativida<strong>de</strong> recomendada <strong>no</strong> FMEA foi executada<br />
Número <strong>de</strong> OS’s totais executadas<br />
(11)<br />
Baseado na Fórmula 11, <strong>de</strong>senvolve-se a Fórmula 12 on<strong>de</strong> convergem o<br />
índice <strong>de</strong> preventiva, com a disponibilida<strong>de</strong> obtida e com o índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao<br />
FMEA. Deste produto, obtém-se uma relação na qual se constatado: 1. o<br />
planejamento das ativida<strong>de</strong>s (índice <strong>de</strong> preventiva) com a a<strong>de</strong>rência ao FMEA<br />
(fórmula 11); e o 2. resultado obtido <strong>de</strong>sta ação que é a disponibilida<strong>de</strong>. Estes<br />
eventos refletem o <strong>de</strong>sempenho da manutenção em termos percentuais e<br />
relacionando o planejamento com o resultado obtido. Quanto mais alto este índice<br />
melhor.<br />
Desempenho da Manutenção<br />
Desempenho da =<br />
Manutenção<br />
Índice <strong>de</strong><br />
Preventiva<br />
x<br />
Índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência<br />
ao FMEA x<br />
Disponibilida<strong>de</strong> do<br />
equipamento <strong>no</strong> período<br />
(12)<br />
Desenvolvida esta relação precisa-se verificar seu impacto <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr do uso<br />
durante <strong>de</strong>terminado tempo ou ciclo.<br />
2.3 Ciclo <strong>de</strong> vida<br />
Hansen (2003), <strong>de</strong>fine ciclo <strong>de</strong> vida do produto como o tempo <strong>de</strong> existência<br />
<strong>de</strong>ste produto – <strong>de</strong> sua concepção até o seu abando<strong>no</strong>. Segundo Sakurai (1997), “o<br />
custeio do ciclo <strong>de</strong> vida” é um método <strong>de</strong> apuração do custo <strong>de</strong> um produto ou <strong>de</strong> um<br />
equipamento durante toda sua vida útil, ou seja, Life Cycle Costs ou Custos do Ciclo<br />
<strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> equipamentos ou <strong>de</strong> projetos. Tais <strong>de</strong><strong>no</strong>minações <strong>de</strong>signam somatórios<br />
<strong>de</strong> estimativas ou apurações <strong>de</strong> custo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção até a sua baixa, obti<strong>dos</strong><br />
por meio <strong>de</strong> análises. Hansen (2003) e Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), afirmam ainda que<br />
LCC é uma técnica <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> econômica do custo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado equipamento.
73<br />
Leva em consi<strong>de</strong>ração a aquisição, operação, manutenção e disposição <strong>de</strong> um<br />
sistema <strong>de</strong> manufatura em um certo período <strong>de</strong> tempo.<br />
Conforme Kaplan (2000), o objetivo <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> LCC é escolher a<br />
melhor aproximação <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> alternativas para que o me<strong>no</strong>r custo <strong>de</strong> longo<br />
prazo seja atingido. Segundo Motta (2002), a escolha <strong>de</strong>corre da comparação da<br />
situação atual com as situações <strong>de</strong>sejáveis ou previstas. Isto permite a utilização <strong>de</strong><br />
diversas metodologias e técnicas. Almeida (2001) afirma que a análise <strong>de</strong> LCC<br />
permite que os engenheiros e gestores justifiquem a seleção <strong>de</strong> equipamentos e<br />
processos basea<strong>dos</strong> <strong>no</strong> custo total e não apenas <strong>no</strong> custo <strong>de</strong> aquisição inicial.<br />
Geralmente os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> operação, manutenção e baixa exce<strong>de</strong>m to<strong>dos</strong> os outros<br />
<strong>custos</strong>, mas existem exceções. Para Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), justificativas <strong>de</strong><br />
melhorias são baseadas em <strong>de</strong>talhes e alternativas financeiras. Motta (2002)<br />
acrescenta que o dado para qualquer melhoria começa com a mensuração do custo<br />
da condição atual, ou seja, é fundamental a correta apropriação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>.<br />
Estabelecida à situação atual ou o “status quo”, passa-se para a mensuração <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> das alternativas. Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008) relata que é importante <strong>de</strong>stacar que,<br />
para cada alternativa, <strong>de</strong>ve-se existir uma justificativa que forneça o respaldo<br />
necessário. Portanto, segundo Werkema (2002) sugestões <strong>de</strong> melhorias requerem o<br />
conhecimento <strong>de</strong>: 1) como as coisas falham e 2) qual é o custo da falha. Segundo<br />
Almeida (2001), os princípios <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> mostram não só <strong>de</strong> que<br />
forma os itens apresentam problemas, mas também auxiliam na mensuração das<br />
imperfeições em termos qualitativos. Neste campo <strong>de</strong> atuação, as ferramentas FMEA<br />
e FTA (Análise da Árvore <strong>de</strong> Falha) são consi<strong>de</strong>radas como as mais apropriadas<br />
conforme Simões (2004).<br />
Com base nas Figuras 7 a 11, percebe-se como o gerenciamento influencia<br />
durante a vida útil do equipamento e <strong>no</strong> retor<strong>no</strong> obtido. Para isto, é apresentado a<br />
seguir a Figura 16, que mostra quais os fatores que estão presentes em cada uma<br />
das três fases da vida útil <strong>de</strong> um equipamento, a fim <strong>de</strong> se obter o máximo <strong>de</strong> retor<strong>no</strong>.
74<br />
Probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Falha<br />
Fase 1<br />
Qualida<strong>de</strong> do Projeto<br />
Qualida<strong>de</strong> Gerencial<br />
Fase 2 Fase 3<br />
Qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong> Projeto<br />
Qualida<strong>de</strong> Gerencial<br />
Hábitos do usuário<br />
ambiente<br />
Qualida<strong>de</strong> do Projeto<br />
Qualida<strong>de</strong> Gerencial<br />
Mortalida<strong>de</strong> infantil<br />
Expectativa <strong>de</strong> vida<br />
Desgaste<br />
Figura 16 – Fontes <strong>dos</strong> Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Falha<br />
Fonte: Palady (2002).<br />
Tempo<br />
A Figura 16, evi<strong>de</strong>ncia que os fatores qualida<strong>de</strong> do projeto e qualida<strong>de</strong><br />
gerencial estão presentes em todas as fases, tendo como diferença os fatores:<br />
hábitos do usuário e o ambiente que estão presentes, apenas na fase 2. Baseado em<br />
Mirshawka (1990) e Falconi (1992) constata-se que estes dois últimos itens cita<strong>dos</strong><br />
(hábitos do usuário e o ambiente) estão relaciona<strong>dos</strong> com a utilização <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr do<br />
tempo e, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ste fator a sua mensuração <strong>de</strong>ve estar associada a<br />
ferramentas gerenciais que o priorizem, ou seja, uma análise <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr do tempo.<br />
Desse modo conclui-se que há a necessida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong>, associadas ao ciclo <strong>de</strong> vida (<strong>de</strong>correr do tempo), pois elas se alinham com um<br />
<strong>dos</strong> objetivos específicos <strong>de</strong>ste trabalho que é a utilização da ferramenta LCC <strong>de</strong>ntro<br />
das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção em um gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> estratégicos.<br />
Segundo Kar<strong>de</strong>c (2002), engenheiros e gestores <strong>de</strong>vem estar preocupa<strong>dos</strong><br />
com os <strong>custos</strong> do ciclo <strong>de</strong> vida, para tomarem <strong>de</strong>cisões econômicas através <strong>de</strong> ações<br />
<strong>de</strong> engenharia. Por isto, é necessário o equilíbrio entre engenharia e eco<strong>no</strong>mia.<br />
Porter (1992) e Prahalad (2000) <strong>de</strong>stacam que é fundamental <strong>de</strong>ntro do pensamento<br />
estratégico e como forma <strong>de</strong> obter a vantagem competitiva, realizar observações e<br />
análises <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> aspectos que envolvam a melhor utilização presente (eficiência)<br />
associada à forma mais duradoura <strong>de</strong> utilização (o me<strong>no</strong>r custo <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr da vida<br />
útil), ou seja, pon<strong>de</strong>rar entre utilizar ao máximo possível na atualida<strong>de</strong> e o respeito às<br />
condições que promovam uma vida mais longa. Segundo Warren (2002), a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão estratégica é o ato <strong>de</strong> escolher entre estratégias que fornecem uma<br />
garantia razoável <strong>de</strong> crescimento e sobrevivência a longo prazo para uma empresa.
75<br />
Portanto é fundamental na análise ter a disposição da<strong>dos</strong> que permitam uma visão a<br />
longo prazo. LCC (Life Cycle Costs ou Custos do Ciclo <strong>de</strong> Vida) é a mensuração das<br />
estimativas <strong>de</strong> custo tanto <strong>de</strong> equipamentos quanto <strong>de</strong> projetos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção<br />
até o fim <strong>de</strong> sua vida útil, através <strong>de</strong> um estudo analítico e uma estimativa do total <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> durante a vida <strong>de</strong>stes. Em Hansen (2003), verifica-se que o objetivo <strong>de</strong> uma<br />
análise <strong>de</strong> LCC é escolher a melhor alternativa possível para que o me<strong>no</strong>r custo <strong>de</strong><br />
longo prazo seja atingido. Pois a análise <strong>de</strong> Custos <strong>de</strong> Ciclo <strong>de</strong> Vida visa:<br />
compreen<strong>de</strong>r os <strong>custos</strong> que ocorrem em um projeto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua concepção até seu<br />
<strong>de</strong>scomissionamento, fornecendo da<strong>dos</strong> que suportem a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, quanto<br />
a <strong>avaliação</strong> e comparação <strong>de</strong> abordagens para substituição, recuperação, extensão<br />
<strong>de</strong> vida ou baixa <strong>de</strong> equipamentos e priorizar alocação <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong> <strong>no</strong>s diferentes<br />
projetos, para ajudar <strong>no</strong> planejamento financeiro <strong>de</strong> longo prazo. Comprova-se então<br />
que o estudo <strong>de</strong> LCC não é uma medição <strong>dos</strong> gastos. A análise <strong>de</strong> LCC ajuda os<br />
engenheiros a justificar a seleção <strong>de</strong> equipamentos e processos basea<strong>dos</strong> <strong>no</strong> custo<br />
total e não apenas <strong>no</strong> custo <strong>de</strong> aquisição inicial.<br />
Como o foco <strong>de</strong>ste trabalho está <strong>no</strong> campo da manutenção, então baseado em<br />
Kar<strong>de</strong>c (2002), ao afirmar que o problema prioritário, <strong>de</strong>ntro do âmbito da estratégia<br />
<strong>de</strong> manutenção, é <strong>de</strong>finir qual ação tomar <strong>de</strong>ntre os seguintes itens:<br />
• Manutenção da condição atual;<br />
• Repotenciamento, ou seja, troca <strong>de</strong> alguns componentes do equipamento<br />
por outros com características específicas diferentes das originais;<br />
• Troca do equipamento por um <strong>no</strong>vo;<br />
• Mudança do processo <strong>de</strong> manutenção (por exemplo: Reforma geral ou<br />
terceirização com mudança <strong>no</strong> custo e/ou <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> equipamentos).<br />
Segundo Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), o LLC realiza sua análise baseado em três<br />
fatores fundamentais: custo, tempo e taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto. Segundo Stonner (2001),<br />
Hansen (2003) e Padoveze (2006) o custo <strong>de</strong>ntro do LCC leva em consi<strong>de</strong>ração<br />
quatro partes (pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento, aquisição, operação e suporte da<br />
manutenção e, finalmente, o custo da retirada ou <strong>de</strong>smobilização). Baseado em<br />
Maddox (2005), Hansen (2003) e Kar<strong>de</strong>c (2002), a primeira parte do fator <strong>de</strong> custo se<br />
aplica em casos <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos produtos. O fator tempo é o período em que<br />
incorre os <strong>custos</strong> e segundo Kar<strong>de</strong>c (2002) é dividido em duas fases (Fase 1 - O<br />
período <strong>de</strong> planejamento / construção: o tempo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio do estudo até a data
76<br />
em que a construção torna-se operacional e a Fase 2 - O período <strong>de</strong> serviço: vai<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a operacional até o final do Estudo).<br />
Segundo Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), o terceiro e último valor (taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto) é<br />
a taxa que reflete o interesse do investidor em um retor<strong>no</strong> financeiro, em um certo<br />
tempo, on<strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os <strong>custos</strong> são equaliza<strong>dos</strong> para Valor Presente.<br />
Para Hansen (2003) e Bor<strong>de</strong>aux-Rêgo (2008), o Valor Presente é <strong>de</strong>finido pela<br />
fórmula 13:<br />
VPL - Valor Presente Líquido<br />
(13)<br />
A fórmula 13 é composta <strong>dos</strong> seguintes termos:<br />
I = Trata do Investimento necessário. Possui o sinal negativo, pois trata do<br />
<strong>de</strong>sembolso, ou seja, a saída <strong>de</strong> dinheiro<br />
FC = Fluxo <strong>de</strong> Caixa. São todas as entradas (por isto o sinal positivo) que<br />
<strong>de</strong>vem ser somadas. Retrata todo o retor<strong>no</strong> obtido com o uso do<br />
equipamento.<br />
(1+i) = Trata da taxa <strong>de</strong> juros a ser consi<strong>de</strong>rada na operação <strong>de</strong> trazer para do<br />
futuro para o presente<br />
n = Expoente da taxa <strong>de</strong> juros que significa o período a ser consi<strong>de</strong>rado.<br />
A fórmula 13 retrata a comparação entre um <strong>de</strong>sembolso a ser realizado<br />
(investimento) e to<strong>dos</strong> os retor<strong>no</strong>s obti<strong>dos</strong> com o uso <strong>de</strong>ste, representa<strong>dos</strong> pelo fluxo<br />
<strong>de</strong> caixa <strong>de</strong> forma a se obter em uma data (valor presente) a constatação <strong>de</strong> se o<br />
retor<strong>no</strong> adquirido compensa (quando o resultado é positivo) ou não (quando o<br />
resultado é negativo). Para se trazer um valor futuro para o presente é necessário<br />
<strong>de</strong>scontar a taxa <strong>de</strong> juros. Por isto, o termo FC está dividido pela taxa <strong>de</strong> juros.<br />
Exposto os princípios teóricos envolvi<strong>dos</strong>, verifica-se que para a correta<br />
aplicação <strong>dos</strong> mesmos será necessário levar em consi<strong>de</strong>ração as seguintes<br />
prerrogativas durante o <strong>de</strong>senvolvimento da metodologia:
77<br />
- Na fórmula 1, a forma como é obtida a “taxa CIF” precisa ser revista e para<br />
isto existe a utilização do FMEA;<br />
- Desenvolver durante a utilização do FMEA parâmetros (Quadros 12 a 16)<br />
que forneçam os da<strong>dos</strong> necessários para mensuração do custo <strong>de</strong> falha<br />
representado pela fórmula 5 e <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> representa<strong>dos</strong> pelas<br />
fórmulas 6 a 10.Verificando também, se, na fórmula 5, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar<br />
como Nf =1 e assim o custo <strong>de</strong> falha ser calculado pela fórmula 6;<br />
- Realizar a comparação entre as fórmulas 2 e 3 que me<strong>de</strong>m os <strong>custos</strong> com<br />
a manutenção <strong>de</strong> forma a evi<strong>de</strong>nciar e mostrar a presença <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>;<br />
- Desenvolver o LCC <strong>de</strong> forma a apresentar a influência que estes <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> ou mal estrutura<strong>dos</strong> possuem nas quatro alternativas (manutenção<br />
da condição atual, repotenciamento,troca e reforma geral).<br />
Estabeleci<strong>dos</strong> os conceitos, consi<strong>de</strong>rações, abrangências e limites existentes<br />
passa-se para a execução e para tanto, é necessário se <strong>de</strong>finir o “como fazer” e isto<br />
envolve estudo do método a ser adotado. Tratar-se-á <strong>de</strong>ste ponto <strong>no</strong> capítulo a<br />
seguir.
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste capítulo é a <strong>de</strong>scrição <strong>dos</strong> procedimentos metodológicos<br />
envolvi<strong>dos</strong> para o cumprimento <strong>dos</strong> objetivos apresenta<strong>dos</strong> <strong>no</strong> capítulo 1.<br />
3.1 Tipo <strong>de</strong> pesquisa<br />
Gil (1991) <strong>de</strong>staca que, quanto a sua natureza a pesquisa po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> dois<br />
tipos: básica quando objetiva gerar conhecimentos <strong>no</strong>vos úteis para o avanço da<br />
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verda<strong>de</strong>s e interesses universais. O<br />
segundo tipo, pesquisa aplicada a qual objetiva gerar conhecimentos para aplicação<br />
prática, dirigida à solução <strong>de</strong> problemas específicos. Envolve verda<strong>de</strong>s e interesses<br />
locais. Esta forma a presente dissertação possui cunho <strong>de</strong> pesquisa aplicada.<br />
Vergara (1997) classifica a pesquisa científica quanto a dois aspectos básicos:<br />
fins (objetivos) e meios (procedimentos técnicos). Baseado nisto, esta pesquisa<br />
possui quanto aos fins caráter exploratório <strong>de</strong>scritivo e quanto aos meios possui<br />
caráter <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> caso.<br />
O caráter exploratório fica evi<strong>de</strong>nte a partir do momento que esta dissertação<br />
procura proporcionar maior familiarida<strong>de</strong> com o problema, com vistas a torná-lo<br />
explícito. Em paralelo, o estudo possui caráter <strong>de</strong>scritivo quanto aos fins, pois<br />
procura: <strong>de</strong>linear o processo produtivo <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong> mineração, conforme<br />
citado <strong>no</strong> objetivo específico a); apresentar as características <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado<br />
fenôme<strong>no</strong>; utilizar técnicas padronizadas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>; fazer uma observação<br />
sistemática.<br />
Quanto aos meios, trata-se <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> caso, pois foi realizada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
uma empresa <strong>de</strong> mineração, situada <strong>no</strong> município <strong>de</strong> Parauapebas, su<strong>de</strong>ste do Pará.<br />
O motivo da escolha foi <strong>de</strong>finido em função da acessibilida<strong>de</strong> e pelo fato do<br />
pesquisador trabalhar nesta empresa <strong>de</strong> forma a conhecer melhor o seu sistema <strong>de</strong><br />
custeio além <strong>de</strong> perceber a aplicação <strong>de</strong> “custo oculto” na manutenção que aten<strong>de</strong> ao<br />
disposto <strong>no</strong>s objetivos específicos d) e e) do presente trabaljo.<br />
O caráter documental está presente, pois foi realizada uma investigação em<br />
documentos inter<strong>no</strong>s da empresa; nas planilhas <strong>de</strong> <strong>custos</strong>; <strong>no</strong> sistema <strong>de</strong>
79<br />
gerenciamento da manutenção (MÁXIMO, 2007) e seus respectivos relatórios; <strong>no</strong><br />
planejamento e controle da produção; <strong>no</strong>s mapas <strong>de</strong> investimento por <strong>setor</strong>; <strong>no</strong>s<br />
pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> ampliação; nas diretrizes do planejamento estratégico; <strong>no</strong>s relatórios <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong>; <strong>no</strong> meio ambiente e segurança, <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r ao objetivo específico<br />
b) da presente dissertação.<br />
A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, dissertações e manuais que<br />
tratam especificamente sobre os temas e foi essencial para aten<strong>de</strong>r aos objetivos<br />
específicos a) e c).<br />
3.2 Sujeitos da pesquisa<br />
Nesta dissertação, os sujeitos da pesquisa estão representa<strong>dos</strong> por<br />
funcionários <strong>de</strong> nível gerencial da empresa, especialmente o gerente <strong>de</strong> planejamento<br />
<strong>de</strong> manutenção, o gerente <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> manutenção, a analista <strong>de</strong> <strong>custos</strong> e o<br />
gerente <strong>de</strong> operações da usina <strong>de</strong> mineração da unida<strong>de</strong> Carajás/PA. Isto se <strong>de</strong>ve ao<br />
fato <strong>dos</strong> mesmos, <strong>de</strong>vido as suas respectivas funções terem fácil acesso às<br />
informações necessárias à pesquisa, especialmente, <strong>no</strong> que tange aos da<strong>dos</strong><br />
históricos sobre manutenções, pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> produção específicos, planilhas <strong>de</strong><br />
investimentos e diretrizes do planejamento estratégico <strong>de</strong> perío<strong>dos</strong> passa<strong>dos</strong> .<br />
3.3 Definição das variáveis da pesquisa<br />
Estão diretamente relacionadas com os objetivos do estudo, sendo a fonte<br />
para a elaboração <strong>dos</strong> instrumentos <strong>de</strong> pesquisa. São <strong>de</strong>terminadas por meio <strong>de</strong><br />
indicadores, que possibilitam medi-la ou indicar-la <strong>no</strong> fenôme<strong>no</strong>. As variáveis <strong>de</strong><br />
investigação, suas <strong>de</strong>finições e seus indicadores, apresentam-se <strong>no</strong> Quadro 17.
80<br />
Objetivos Variáveis Definição Indicadores<br />
a) I<strong>de</strong>ntificar o sistema<br />
<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
utilizado na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada,<br />
com foco <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção;<br />
Sistema <strong>de</strong><br />
contablida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> gerenciais<br />
adotado na empresa<br />
em estudo (baseado<br />
nas Figuras 3 e 4)<br />
I<strong>de</strong>ntificar e caracterizar<br />
qual o princípio e o<br />
método <strong>de</strong> custeio<br />
adota<strong>dos</strong><br />
Princípio <strong>de</strong> custeio<br />
existente (baseado na<br />
Figura 5) e o método <strong>de</strong><br />
custeio (RKW)<br />
b) Mapear as<br />
ativida<strong>de</strong>s inerentes<br />
ao <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção na usina<br />
<strong>de</strong> mineração<br />
estudada associado<br />
aos critérios: função,<br />
falha e modo <strong>de</strong> falha<br />
<strong>de</strong> acordo com a<br />
recomendação do<br />
FMEA ;<br />
Tipo <strong>de</strong> manutenção<br />
utilizado ( Quadros 10<br />
a 12)<br />
I<strong>de</strong>ntificação da política<br />
adotada pela empresa<br />
quanto ao planejamento<br />
e gestão da<br />
manutenção e o<br />
estabelecimento do<br />
<strong>custos</strong> <strong>de</strong> falhas<br />
Desenvolvimento da<br />
planilha FMEA com a<br />
especificação <strong>dos</strong> tipos<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s aplicáveis<br />
e em parceria com os<br />
Quadros 2 e 5 para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> a serem<br />
utiliza<strong>dos</strong> nas fórmulas<br />
2 a 6)<br />
c) I<strong>de</strong>ntificar os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> existentes <strong>no</strong><br />
<strong>setor</strong> <strong>de</strong> manutenção<br />
na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada;<br />
CNQ e CPD<br />
Estabelecer a relação<br />
entre as ativida<strong>de</strong>s da<br />
manutenção e <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong><br />
Desenvolvimento <strong>dos</strong><br />
Quadros 5 a 7<br />
associa<strong>dos</strong> com a<br />
planilha FMEA<br />
d) Mensurar os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> mapea<strong>dos</strong> <strong>no</strong><br />
objetivo c)<br />
Graduação do nível <strong>de</strong><br />
eficiência do<br />
<strong>de</strong>sempenho da<br />
manutenção<br />
<strong>Mensuração</strong> <strong>de</strong> CNQ e<br />
CPD<br />
Desenvolvimento <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> para uso das<br />
fórmulas 7 a 10 em<br />
parceira com os<br />
Quadros 7 a 9<br />
e) Avaliar os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> mensura<strong>dos</strong><br />
<strong>no</strong> objetivo d)<br />
relacionando com o<br />
ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong> bens<br />
e serviços que<br />
recebem manutenção<br />
<strong>de</strong> forma a elaborar o<br />
respectivo LCC (Custo<br />
do Ciclo <strong>de</strong> Vida).<br />
<strong>Mensuração</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> para cada uma<br />
das quatro opções<br />
existente <strong>no</strong> LCC<br />
(manutenção da<br />
condição atual,<br />
repotenciamento,<br />
troca e reforma geral)<br />
Desenvolvimento da<br />
Planilha <strong>de</strong> LCC para<br />
análise das opções<br />
Desenvolvimento <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong> para utilização<br />
das Figuras 17 e 19 e<br />
fórmula 11<br />
Quadro 17 - Variáveis <strong>de</strong> investigação e indicadores <strong>de</strong> pesquisa<br />
3.4 Coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
A coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> ocorreu por meio <strong>de</strong> pesquisa bibliográfica em livros, sites<br />
especializa<strong>dos</strong>, anais <strong>de</strong> eventos e dissertações com informações pertinentes ao<br />
assunto tratado nesta dissertação, consultando bibliotecas e banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, <strong>de</strong><br />
forma pessoal ou por meio eletrônico.
81<br />
Nesta etapa, procurou-se estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> sobre três itens básicos:<br />
manutenção e seus <strong>custos</strong>; <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>; e LCC, com foco <strong>no</strong> entendimento <strong>de</strong><br />
seus processos e nas suas métricas <strong>de</strong> mensuração. Realizou-se isto, <strong>de</strong> forma a<br />
possibilitar melhor entendimento sobre o assunto, como também para permitir uma<br />
melhor realização do estudo <strong>de</strong>finido em pauta.<br />
A coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> foi realizada também por via documental. Seja <strong>de</strong> forma<br />
direta, através do acompanhamento <strong>dos</strong> fenôme<strong>no</strong>s que ocorrem por meio <strong>de</strong><br />
pesquisa <strong>de</strong> campo na execução da rotina diária, seja <strong>de</strong> forma indireta, uma vez que<br />
foram levanta<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> inter<strong>no</strong>s acerca da empresa estudada, do seu processo<br />
produtivo e sobre suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>.<br />
Consultou-se também os dois sistemas informatiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong> gerenciamento da<br />
manutenção (MÁXIMO) e o da operação (KM). Realizou-se tal empreendimento<br />
através <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> pesquisa como entrevistas, questionários, roteiros <strong>de</strong><br />
observação e tabela <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> (Anexos). Esses instrumentos foram utiliza<strong>dos</strong> com os<br />
ocupantes <strong>dos</strong> pontos-chave e que foram por isto classifica<strong>dos</strong> como sujeitos da<br />
pesquisa. Nestas entrevistas e avaliações, optou-se pela utilização <strong>de</strong> transcrição <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> principais, <strong>de</strong> modo que, as informações secundárias, mas não me<strong>no</strong>s<br />
importantes acerca <strong>de</strong> características e especificações do produto, listagem <strong>de</strong> peças<br />
sobressalentes, relação <strong>de</strong> matérias-primas na composição do produto, diretrizes do<br />
planejamento estratégico e cenário on<strong>de</strong> a empresa atua, sejam absorvi<strong>dos</strong> para<br />
posterior análise.<br />
Com base <strong>no</strong>s da<strong>dos</strong> e informações coletadas nas pesquisas bibliográficas,<br />
documental e campo, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> os processos, suas causas e efeitos para o<br />
surgimento <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” na manutenção, através da i<strong>de</strong>ntificação e<br />
mensuração <strong>dos</strong> fatores existentes <strong>no</strong> dia-a-dia da empresa analisada e da análise<br />
<strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e mensuração <strong>dos</strong> respectivos <strong>custos</strong> na<br />
manutenção.<br />
Nesta dissertação, o processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> ocorreu com base em dois<br />
pontos fundamentais: a fonte para coletar os da<strong>dos</strong> e a montagem do formulário<br />
FMEA.<br />
A fonte para coletar os da<strong>dos</strong> seguiu o fluxo apresentado na Figura 17, <strong>no</strong> qual<br />
po<strong>de</strong>-se verificar três situações que servem <strong>de</strong> base para entendimento da lógica<br />
adotada nesta dissertação para a coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Verifica-se que a fonte é a mesma<br />
(Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço), todavia, a forma como são apura<strong>dos</strong> os da<strong>dos</strong> foi diferente,
82<br />
assim existem três possíveis situações, mas nesta dissertação foram utilizadas duas<br />
situações – situações 1 e 3).<br />
OS – Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço<br />
Número Seqüencial:<br />
Data:<br />
I<strong>de</strong>ntificação do Equipamento (TAG)<br />
Situação 1<br />
Descrição da Ativida<strong>de</strong><br />
Tipo <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>:<br />
Responsável:<br />
Situação 2<br />
Situação 3<br />
Data Programada:<br />
Duração Prevista:<br />
Ferramentas:<br />
Materiais Utiliza<strong>dos</strong>:<br />
Responsável<br />
Equipe Executante<br />
Figura 17 – Coleta <strong>de</strong> Da<strong>dos</strong><br />
São três situações, on<strong>de</strong> a situação 1 é a existente. Na situação 2, o registro<br />
que serve <strong>de</strong> referência para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> é a ativida<strong>de</strong>, e na situação 3 o<br />
registro que serve <strong>de</strong> referência para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> é a classificação do tipo<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Esta exige a criação <strong>de</strong> uma tabela classificatória <strong>dos</strong> serviços<br />
existentes segundo um critério pré-<strong>de</strong>terminado. Na situação 1, o registro que serve<br />
<strong>de</strong> referência para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> é o número <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do<br />
equipamento ou o TAG. Este tipo <strong>de</strong> registro para o sistema <strong>de</strong> custeio é utilizado<br />
principalmente quando os <strong>custos</strong> são i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> por centros <strong>de</strong> <strong>custos</strong>, ou seja,<br />
quando método <strong>de</strong> custeio adotado é o RKW. O tipo <strong>de</strong> registro que retira os da<strong>dos</strong><br />
para o sistema <strong>de</strong> custeio, conforme a situação 2, é utilizado principalmente <strong>no</strong><br />
método ABC, que exige a criação <strong>de</strong> um manual <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que serve <strong>de</strong><br />
referência.<br />
A situação 2 seria utilizada caso se <strong>de</strong>sejasse o <strong>de</strong>senvolvimento do sistema<br />
<strong>de</strong> custeio ABC. Todavia o mesmo não foi utilizado em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> dois motivos: sendo<br />
o primeiro <strong>de</strong>les o fato do manual exigir constantes atualizações, o que se mostrou
83<br />
inviável diante <strong>dos</strong> recursos existentes; e o segundo motivo é que o mesmo é focado<br />
<strong>no</strong> manual do fabricante e neste foi observada a especificação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smontagem geral e substituição <strong>de</strong> componentes, sem haver <strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong><br />
serviços <strong>de</strong> regulagens e inspeções.<br />
A situação 3 trata da proposta <strong>de</strong>sta dissertação, ou seja, através do FMEA se<br />
obter uma classificação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os serviços registra<strong>dos</strong>. No campo Descrição da<br />
Ativida<strong>de</strong>, foram analisa<strong>dos</strong> os critérios estabeleci<strong>dos</strong> na FMEA, foram ainda retira<strong>dos</strong><br />
nele às informações que alimentam o sistema <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong>. Baseado<br />
nisto, os cálculos para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> que utilizam a fórmula 2 foram<br />
basea<strong>dos</strong> na situação 1, enquanto que os cálculos requeri<strong>dos</strong> as fórmulas 1, 3 a 10<br />
foram basea<strong>dos</strong> na situação 3 com a posterior comparação entre estas duas<br />
situações a serem na Figura 20 e apresentadas a seguir.<br />
Vale <strong>de</strong>stacar que o resultado da fórmula 1 e da fórmula 2 <strong>de</strong>ve apresentar o<br />
mesmo valor monetário , ou seja, o custo total, on<strong>de</strong> a diferença será apenas em<br />
como os termos são calcula<strong>dos</strong> e na respectiva apropriação.<br />
O segundo ponto trata da montagem do formulário FMEA. Baseado em<br />
Almeida (2001), Palady (2002) e Viana (2002), todo o <strong>de</strong>senvolvimento sobre custo<br />
na manutenção precisa firmar-se na relação apresentada na Fórmula 3. Para tanto,<br />
necessita-se do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> fatores que irão compor os termos CP, CC e Cf<br />
ou <strong>CT</strong> presentes na fórmula 3. Estes, segundo Siqueira (2005), a confiabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />
fornecer através da implantação <strong>de</strong> sua metodologia apresentada na Figura 18. Para<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do estudo, apresenta-se o Quadro 18 com a planilha básica do<br />
FMEA.<br />
Fórmulário básico FMEA<br />
Equipamento Componente Folha<br />
Sistema Data Revisão<br />
Item Função Falha Modo <strong>de</strong> falha Causa Efeito Severida<strong>de</strong><br />
Quadro 18 – Planilha básica do FMEA<br />
Fonte: Siqueira (2005).
84<br />
No Quadro 18, o cabeçalho serve para i<strong>de</strong>ntificação do equipamento a ser<br />
analisado com o registro do <strong>no</strong>me do mesmo, o componente a ser verificado, a sua<br />
posição <strong>no</strong> registro (folha), o sub-conjunto a que pertence (sistema), data da análise e<br />
o número da revisão. Em seguida, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scrito na coluna item todas as peças<br />
que fazem parte do componente. Para cada peça é <strong>de</strong>scrita sua respectiva falha,<br />
modo <strong>de</strong> falha e causa associada. Nas colunas efeito e severida<strong>de</strong>, são registradas a<br />
pontuação encontrada nas respectivas tabelas <strong>dos</strong> Quadros 14 e 15.<br />
3.5 Ferramentas da pesquisa<br />
É importante <strong>de</strong>stacar que a escolha <strong>dos</strong> instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>,<br />
procura obter condições que facilitem a <strong>de</strong>finição das variáveis <strong>de</strong> investigação e a<br />
sua relação com os respectivos indicadores, ou seja, como este trabalho se propõe a<br />
realizar uma busca <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> implícitos <strong>no</strong> processo em estudo (<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>),<br />
então as técnicas adotadas (ferramentas) precisam possuir a característica <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver indicadores, por isto o <strong>de</strong>staque para FMEA, seguida da efetuação e a<br />
mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>.<br />
No <strong>de</strong>correr do trabalho, po<strong>de</strong>m ocorrer eventos não planeja<strong>dos</strong> e imprevistos<br />
pelo FMEA, conheci<strong>dos</strong> como eventos extraordinários. Para os mesmos foi utilizada a<br />
ferramenta <strong>de</strong> análise FTA. A partir <strong>de</strong>sta estruturação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>, passa-se para a<br />
mensuração <strong>dos</strong> mesmos. Para tanto, <strong>de</strong>ve-se consultar o sistema informatizado <strong>de</strong><br />
gerenciamento da manutenção (MÁXIMO) e o sistema <strong>de</strong> gerenciamento do processo<br />
(KM). Vale <strong>de</strong>stacar que estes se comunicam e possuem interfaces <strong>de</strong> acesso em<br />
ambos. Em seguida, os da<strong>dos</strong> foram analisa<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acordo com as <strong>de</strong>terminações<br />
estabelecidas nas ferramentas FMEA (Quadro 3).<br />
Na Figura 18, é apresentado o diagrama do processo <strong>de</strong> implementação até a<br />
quarta etapa. Sendo a primeira etapa, seleção do sistema ou equipamento e coleta<br />
<strong>de</strong> informações, tem por objetivo i<strong>de</strong>ntificar e documentar o processo que será<br />
submetido à análise. Assim, são obti<strong>dos</strong> os seguintes resulta<strong>dos</strong>:<br />
- Descrição do equipamento;<br />
-Caracterização das fronteiras e interfaces entre os componentes pertencentes<br />
ao equipamento analisado;<br />
- Diagrama organizacional da hierarquia <strong>dos</strong> componentes;<br />
- Diagrama funcional do equipamento.
85<br />
Estes itens são apresenta<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> diagramas para facilitar o<br />
entendimento. Caracterizado o equipamento, passa-se para a segunda etapa, nesta<br />
são i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> e registra<strong>dos</strong>, todas as funções e seus mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falha, assim como<br />
os efeitos adversos produzi<strong>dos</strong> pelos <strong>de</strong>feitos e sua severida<strong>de</strong>. Esta etapa é<br />
representada através <strong>de</strong> uma planilha comumente conhecida como planilha FMEA.<br />
Na terceira etapa, seleção <strong>de</strong> funções significantes, utiliza-se um processo<br />
estruturado para analisar cada função i<strong>de</strong>ntificada na etapa anterior e <strong>de</strong>terminar se<br />
uma falha tem efeito significante ou não. É levado em consi<strong>de</strong>ração aspectos básicos<br />
como: segurança, meio ambiente, <strong>custos</strong>, qualida<strong>de</strong> e operação. Neste momento, é<br />
fundamental o alinhamento com as diretrizes estratégicas da empresa. Nesta etapa, é<br />
que se po<strong>de</strong> iniciar o processo <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, pois nas duas<br />
etapas anteriores o foco é a caracterização do equipamento em termos <strong>de</strong><br />
especificação técnica <strong>de</strong> engenharia. Agora se procura i<strong>de</strong>ntificar as funções<br />
significantes com os <strong>de</strong>mais campos existentes como <strong>custos</strong>, qualida<strong>de</strong>, segurança,<br />
entre outros. Para se formar o elo necessário entre o planejamento da manutenção e<br />
o processo <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, <strong>de</strong>ve ser estabelecido nesta etapa<br />
os fatores ou os índices relevantes que serão adota<strong>dos</strong> na seleção, pois aqui o<br />
objetivo é estabelecer quais são as funções significantes e quais são as funções<br />
insignificantes.<br />
Por fim, na quarta e última etapa, <strong>de</strong>terminam-se as tarefas <strong>de</strong> manutenção<br />
preventiva que sejam tecnicamente aplicáveis, para prevenir ou corrigir cada modo <strong>de</strong><br />
falha ou amenizar as suas conseqüências. Como resultado <strong>de</strong>sta etapa se <strong>de</strong>termina<br />
on<strong>de</strong> a manutenção preventiva é aplicável e on<strong>de</strong> não é aplicável. A relação <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s aplicáveis, também apresentada através da planilha FMEA, fornece as<br />
informações que servirão <strong>de</strong> base para <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> se<br />
i<strong>de</strong>ntificarem quais ativida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>snecessárias ou não agregaram valor ao<br />
processo para assim fornecer da<strong>dos</strong> para i<strong>de</strong>ntificação e mensuração <strong>dos</strong> “<strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>”.
86<br />
Manutenção Centrada na Confiabilida<strong>de</strong> (MCC)<br />
Etapa<br />
Diagrama <strong>de</strong> processo<br />
1 – Seleção do<br />
sistema e<br />
coleta <strong>de</strong><br />
informações<br />
Projeto<br />
Seleção<br />
<strong>de</strong><br />
sistema<br />
Descrição<br />
textual<br />
Contexto<br />
operacional<br />
Fronteiras<br />
do<br />
sistema<br />
Diagrama<br />
organizacional<br />
2 – Análise <strong>de</strong><br />
Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
Falha e Efeitos<br />
Funções Falhas Mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
Falhas<br />
Efeitos<br />
Gravida<strong>de</strong> e<br />
Frequência<br />
3 – Seleção <strong>de</strong><br />
funções<br />
significantes<br />
Tarefas<br />
atuais<br />
Análise<br />
<strong>dos</strong><br />
Riscos<br />
Consequência<br />
das Falhas<br />
Priorizacão<br />
Gravida<strong>de</strong> e<br />
Frequência<br />
4 – Seleção <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s<br />
aplicáveis<br />
Aplicabilida<strong>de</strong><br />
Critérios <strong>de</strong><br />
aplicabilida<strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
aplicáveis<br />
Figura 18 – Roteiro para implantação da confiabilida<strong>de</strong><br />
Fonte: Siqueira (2005).<br />
I<strong>de</strong>ntificadas as situações que se enquadram <strong>no</strong>s Quadros 5 e 6, que<br />
caracterizam a existência <strong>de</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, passa-se para o cálculo <strong>dos</strong><br />
respectivos índices nas Fórmulas 7 e 8 para aplicação <strong>no</strong> Quadro 7 e,<br />
posteriormente, nas Fórmulas 6, 9 e 10. Portanto, ao se concluir a mensuração <strong>dos</strong><br />
“<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>”, calcula-se os <strong>de</strong> manutenção através das Fórmulas 2 a 5 e a<br />
utilização do Quadro 9. Finalizando os cálculos, seu impacto <strong>no</strong> ciclo <strong>de</strong> vida. Este<br />
impacto é realizado através do posterior preenchimento da planilha presente na<br />
Figura 19 apresentada a seguir.
87<br />
Situação 1: Manutenção da condição atual<br />
Equipamento X Período 1 Período 2<br />
Custos<br />
Opção 1<br />
Opção 2<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Custos<br />
Perdas (Custos Ocultos)<br />
Custo Total<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Variação obtida (%)<br />
Situação 2: Trocar<br />
Equipamento X Período 1 Período 2<br />
Custos<br />
Opção 1<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Custos<br />
Perdas (Custos Ocultos)<br />
Opção 2<br />
Custo Total<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Variação obtida (%)<br />
Situação 3: Repotenciar<br />
Equipamento X Período 1 Período 2<br />
Custos<br />
Opção 1<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Custos<br />
Perdas (Custos Ocultos)<br />
Opção 2<br />
Custo Total<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Variação obtida (%)<br />
Situação 4: Reforma Geral<br />
Equipamento X Período 1 Período 2<br />
Custos<br />
Opção 1<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Custos<br />
Perdas (Custos Ocultos)<br />
Opção 2<br />
Custo Total<br />
Disponibilida<strong>de</strong> Física<br />
R$/Hora Trabalhada<br />
Variação obtida (%)<br />
Figura 19 - Análise LCC
88<br />
Ao observar a Figura 19, <strong>no</strong>ta-se 4 situações a serem avalia<strong>dos</strong>. A primeira<br />
situação é a manutenção da condição atual, a segunda situação é a troca do<br />
equipamento por um <strong>no</strong>vo, a terceira situação trata-se do repontenciamento do<br />
equipamento e a quarta e última situação trata-se da reforma geral. No formulário da<br />
Figura 19 existem os seguintes campos a serem preenchi<strong>dos</strong>: Equipamento on<strong>de</strong> se<br />
i<strong>de</strong>ntifica o equipamento em estudo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m; Período on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>fine o tempo <strong>de</strong><br />
observação, que po<strong>de</strong> ser mensal, semanal ou outro tipo).<br />
Na opção 1, serão consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> a forma tradicional <strong>de</strong> custo. Desta maneira, o<br />
cálculo do campo Custos será obtido através da fórmula 2. Dentro da opção 1, o<br />
campo Disponibilida<strong>de</strong> Física será obtido diretamente do sistema (software) <strong>de</strong><br />
informações que gerencia os da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> manutenção (MÁXIMO). O campo R$/Hora<br />
trabalhada é obtido através da divisão entre o campo Custos e as horas totais<br />
trabalhadas pelo equipamento (obtido diretamente <strong>no</strong> software <strong>de</strong> gerenciamento<br />
operacional – KM).<br />
Na opção 2, serão consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> a forma proposta <strong>de</strong> calcular os <strong>custos</strong>. Desta<br />
maneira o cálculo do campo <strong>custos</strong> será obtido através da fórmula 3. O campo<br />
Perdas será obtido através da fórmula 6. O campo Custo Total será obtido da<br />
diferença do valor encontrado na fórmula 3 me<strong>no</strong>s o valor encontrado na fórmula 6,<strong>de</strong><br />
forma que, o resultado apresente os gastos <strong>de</strong> manutenção retirando os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>. Para realizar esta diferença, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>-se <strong>dos</strong> valores obti<strong>dos</strong> anteriormente<br />
nas fórmulas <strong>de</strong> 7 a 10 e <strong>no</strong>s Quadros 7 e 9. Na opção citada, são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os<br />
<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> e sua retirada na apresentação do valor total. Este mostrará a<br />
influência que o mesmo possui. Pois, a opção 2, na análise <strong>de</strong> LCC, se mostre melhor<br />
do que a opção 1 em toda as situações possíveis, isto será sinal da gran<strong>de</strong> influência<br />
<strong>dos</strong> “<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>” <strong>de</strong> outra forma não <strong>de</strong>monstra influência. Isto se faz necessário,<br />
pois caso o valor total <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção seja calculado pelas fórmulas 2 ou<br />
3, terão necessariamente o mesmo valor. O campo Disponibilida<strong>de</strong> Física será obtido<br />
da mesma forma que na opção 1. O campo R$/Hora trabalhada é obtido através da<br />
divisão entre o campo Custos e as horas totais trabalhadas pelo equipamento.<br />
3.6 Tratamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
Como o presente trabalho constitui-se numa pesquisa do tipo bibliográfica e <strong>de</strong><br />
campo, com uma natureza exploratória – <strong>de</strong>scritiva. Na busca <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> e das
89<br />
informações utiliza-se o método <strong>de</strong>dutivo com toda a sua or<strong>de</strong>nação e tratamento <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong>. Adota-se uma formulação qualitativa na i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> e<br />
uma quantitativa durante a sua mensuração. Isto ocorre <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r o objetivo<br />
da pesquisa aplicada que é gerar conhecimento para aplicação prática dirigida à<br />
solução <strong>de</strong> problemas específicos, <strong>no</strong> caso o sistema <strong>de</strong> custeio <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
manutenção industrial <strong>de</strong> uma mineradora.<br />
Quanto às interfaces, em função do âmbito da pesquisa, leva-se em<br />
consi<strong>de</strong>ração os recursos intangíveis como o tempo, associado a dois fatores<br />
principais <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> <strong>custos</strong> usado neste trabalho: recursos e ativida<strong>de</strong>s,<br />
conforme Figura 20.<br />
Ativida<strong>de</strong>s<br />
Recursos<br />
Tempo<br />
Figura 20 – Relação entre as interfaces<br />
As características existentes <strong>no</strong> sistema produtivo da organização objeto <strong>de</strong><br />
estudo foram: sistema <strong>de</strong> produção contínuo; baixa variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos (seis<br />
tipos); alto volume <strong>de</strong> produção; intenso uso <strong>de</strong> equipamentos e ativos (responsável<br />
pela maior parcela <strong>de</strong> <strong>custos</strong>). Foi adotado na presente dissertação o mesmo método<br />
usado pela empresa: o RKW. Vale <strong>de</strong>stacar também que, a rigor, qualquer um <strong>dos</strong><br />
méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custeio po<strong>de</strong> ser aplicado com qualquer um <strong>dos</strong> diversos princípios <strong>de</strong><br />
custeio.<br />
Quanto à seqüência adotada é a apresentada na Figura 21. On<strong>de</strong> da esquerda<br />
para a direita, <strong>no</strong> primeiro quadro, apresenta-se a fonte <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> (OS’s); em seguida,<br />
<strong>no</strong> segundo quadro, apresenta-se a utilização do FMEA como ferramenta para<br />
<strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> parâmetros que servirão <strong>de</strong> base para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>;<br />
No terceiro, apresenta-se quais as relações (fórmulas) adotadas para a mensuração
90<br />
<strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> e por fim, <strong>no</strong> último a elaboração do estudo do LCC com o<br />
preenchimento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> existentes na Figura 19.<br />
Consulta das<br />
OS’s <strong>de</strong>ntro do<br />
sistema <strong>de</strong><br />
gerenciamento<br />
<strong>de</strong> informações<br />
<strong>de</strong> manutenção<br />
(MÁXIMO)<br />
FMEA<br />
- Definição das funções;<br />
- Definição das ativida<strong>de</strong>s<br />
para cada modo <strong>de</strong> falha<br />
- Análise <strong>de</strong> eventos<br />
extraordinários<br />
- I<strong>de</strong>ntificação da<br />
existência <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong><br />
CUSTO OCULTO<br />
- Cálculo através<br />
das fórmulas 2 a<br />
10 e quadros 17<br />
e 19<br />
LCC<br />
Avaliação do impacto<br />
via planilha da Figura<br />
22 e utilizando a<br />
Planilha do Anexo 4<br />
para cada um <strong>dos</strong> 4<br />
casos existentes <strong>de</strong><br />
forma a alimentar a<br />
Planilha do Anexo F<br />
Figura 21 - Fluxo seqüencial<br />
Com relação ao LCC, o tratamento seguirá a seqüência da Figura 22, a seguir:<br />
Passo<br />
1<br />
Tarefa<br />
I<strong>de</strong>ntificação das Alternativas <strong>de</strong><br />
Análise<br />
2<br />
Preparação da Árvore <strong>de</strong><br />
Desdobramento <strong>de</strong> Custos<br />
3<br />
Coleta <strong>de</strong> Da<strong>dos</strong><br />
4<br />
Elaboração <strong>dos</strong> Perfis <strong>de</strong> <strong>custos</strong> por<br />
período<br />
5<br />
6<br />
Desenvolvimento <strong>dos</strong> Gráficos <strong>de</strong><br />
Pareto para Nivelamento das<br />
Alternativas do Passo 1<br />
Análise <strong>dos</strong> Custos e suas Razões<br />
Feedback<br />
7<br />
Seleção <strong>de</strong> Melhor alternativa<br />
Figura 22 – Etapas do LCC
91<br />
No passo 1, foi realizada a <strong>de</strong>finição das alternativas. Conforme citado <strong>no</strong> item<br />
2.3, o foco <strong>de</strong>ste trabalho está <strong>no</strong> campo da manutenção, conseqüentemente as<br />
alternativas serão:<br />
• Manutenção da condição atual<br />
• Troca<br />
• Repotenciamento<br />
• Reforma Geral ou Mudança do processo <strong>de</strong> manutenção, por exemplo:<br />
terceirização com mudança <strong>no</strong> custo e/ou <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> equipamentos.<br />
No segundo passo ocorreu a elaboração da árvore <strong>de</strong> custo. Esta seguiu o<br />
padrão <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> orga<strong>no</strong>gramas. Já o terceiro consistiu na coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong><br />
<strong>de</strong>talhada <strong>no</strong> item 3.4. Em tal etapa, foram feitos contatos com as gerencias <strong>de</strong><br />
planejamento, operação e execução para levantamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
operacionais, <strong>de</strong> manutenção e <strong>de</strong> vida útil <strong>dos</strong> componentes do Filtro (Anexo A). Os<br />
sistemas informatiza<strong>dos</strong> da manutenção (Máximo), <strong>de</strong> operação (KM) e o <strong>de</strong><br />
materiais (Oracle) foram também fonte <strong>de</strong> consultas para o mapeamento <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
envolvi<strong>dos</strong>.<br />
No quarto passo foram elabora<strong>dos</strong> os perfis <strong>de</strong> perdas e <strong>custos</strong> por período<br />
através da planilha apresentada <strong>no</strong> Anexo I. No quinto, constrói-se o gráfico <strong>de</strong><br />
Pareto para <strong>de</strong>senvolver as condições <strong>de</strong> comparação. Após o levantamento <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> custo, consultas ao manual do fabricante e pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> manutenção com foco<br />
<strong>no</strong>s componentes i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> pelo FMEA para o levantamento da sua periodicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> repetição, geraram-se as tabelas com o perfil <strong>de</strong> custo, consi<strong>de</strong>rando um período<br />
<strong>de</strong> 10 a<strong>no</strong>s. Com essa informação, po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificar quais os <strong>custos</strong> <strong>de</strong> maior<br />
impacto e seu comportamento, a fim <strong>de</strong> fornecer da<strong>dos</strong> para construção da tabela<br />
comparativa das 4 situações propostas e apresentadas <strong>no</strong> Anexo J. No sexto passo,<br />
ocorreu a análise e por fim, <strong>no</strong> sétimo e último passo, <strong>de</strong>senvolveu-se a conclusão<br />
com a melhor alternativa encontrada.<br />
3.7 Limitações do método escolhido<br />
Esta pesquisa apresenta três limitações: os da<strong>dos</strong> para análise do resultado<br />
foram referentes ao a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2008; a aplicação do conceito <strong>de</strong> “custo oculto” ser
92<br />
vinculado ao <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> manutenção; o uso seletivo da ferramenta FMEA<br />
apenas para estabelecer parâmetros que permitam i<strong>de</strong>ntificar uma perda <strong>no</strong>rmal <strong>de</strong><br />
uma a<strong>no</strong>rmal.<br />
3.8 Etapas do processo <strong>de</strong> pesquisa<br />
Método é um processo ou uma maneira <strong>de</strong> se executar <strong>de</strong>terminada tarefa,<br />
sendo que, para isto é necessário se <strong>de</strong>finir O QUE precisa ser feito, COMO <strong>de</strong>ve ser<br />
feito e QUANDO <strong>de</strong>ve ser feito, ou seja, estas são as dimensões básicas envolvidas<br />
na utilização <strong>de</strong> um método específico. Na seqüência, apresentam-se as dimensões,<br />
a serem <strong>de</strong>senvolvidas procurando esclarecer os aspectos principais e necessários<br />
em cada etapa com a seguinte correlação preliminar:<br />
• O QUE <strong>de</strong>ve ser feito = representado pelas fases da pesquisa. Procura-se<br />
<strong>de</strong>talhar como foram feitas a análise e interpretação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>;<br />
• COMO <strong>de</strong>ve ser feito = representada pelo item Ferramenta. Nesta<br />
dimensão, <strong>de</strong>screve-se como foram feitos o or<strong>de</strong>namento e o tratamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>;<br />
• QUANDO <strong>de</strong>ve ser feito = representada pelo item Etapa. Nela, <strong>de</strong>talha-se o<br />
universo da pesquisa, com a apresentação <strong>de</strong> como foram feitas a composição <strong>de</strong>sta<br />
etapa, <strong>de</strong> forma a adotar as medidas a<strong>de</strong>quadas à consecução <strong>dos</strong> objetivos da<br />
investigação.<br />
19.<br />
O esquema metodológico usado é apresentado <strong>de</strong> forma resumida <strong>no</strong> Quadro
93<br />
ETAPA FASE (o que fazer) FERRAMENTAS (Como fazer) OBJETIVO<br />
1.1 - Pesquisa bibliográfica para<br />
Definição<br />
conhecer o processo atual do<br />
gerenciamento da manutenção e<br />
elaboração do seu mapeamento;<br />
1.2 – I<strong>de</strong>ntificar e caracterizar o<br />
sistema <strong>de</strong> custeio existente<br />
baseado <strong>no</strong> mapeamento do<br />
processo obtido;<br />
Mapofluxograma do processo <strong>de</strong><br />
manutenção e apresentação das<br />
planilhas <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong><br />
<strong>custos</strong> mostrando os princípios e<br />
método <strong>de</strong> custeio adotado<br />
Específico a). I<strong>de</strong>ntificar o<br />
sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> custo<br />
utilizado na usina <strong>de</strong> mineração<br />
estudada, com foco <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção;<br />
Medição<br />
Análise<br />
Implantação<br />
Controle<br />
2.1 – Determinação do<br />
equipamento envolvido como<br />
piloto e realizar as 4 etapas do<br />
MCC.<br />
3.1 – Pesquisa e <strong>avaliação</strong> das<br />
condições operacionais do<br />
processo <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong><br />
mineração i<strong>de</strong>ntificando os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> existentes na manutenção<br />
do equipamento piloto;<br />
3.2 - Determinação da forma <strong>de</strong><br />
estratificação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> e coleta.<br />
O instrumento <strong>de</strong> coleta será<br />
composto <strong>de</strong> observação e<br />
formulários <strong>de</strong> forma a se obter a<br />
<strong>de</strong>finição das variáveis<br />
estabelecendo o que vai ser<br />
medido, como será medido e a<br />
respectiva elaboração do pla<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>;<br />
Elaboração, tabulação e<br />
formatação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> colhi<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />
forma a quantificar estes <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong>. A tabulação <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />
será composta das informações<br />
obtidas na coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e os<br />
históricos sobre o <strong>de</strong>sempenho da<br />
máquina, custo <strong>de</strong> manutenção,<br />
disponibilida<strong>de</strong>, durabilida<strong>de</strong> e<br />
confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma a<br />
complementar o mapeamento do<br />
processo e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> com da<strong>dos</strong> mais<br />
específicos e informações mais<br />
<strong>de</strong>talhadas.<br />
4.3 – Resulta<strong>dos</strong> alcança<strong>dos</strong>;<br />
Quadro 19 – Esquema metodológico<br />
Realizar os passos apresenta<strong>dos</strong><br />
na Figura 5 utilizando FMEA e<br />
FTA.<br />
Planilhas baseadas <strong>no</strong>s Quadros<br />
10 a 12 e 19 e Figura 18<br />
Planilhas baseadas nas Fórmulas<br />
2 a 13 e Quadros 3 a 6<br />
Planilhas baseadas nas Figuras<br />
19 a 25 e apresentadas em<br />
Anexos<br />
Específico b) Mapear as<br />
ativida<strong>de</strong>s inerentes ao <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada associado<br />
aos critérios: função, falha e<br />
modo <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> acordo com a<br />
recomendação do FMEA e<br />
correlacionado ao processo<br />
produtivo <strong>de</strong> beneficiamento <strong>de</strong><br />
mineração <strong>de</strong> forma a gerar<br />
da<strong>dos</strong> para a mensuração do<br />
custo <strong>de</strong> falha;<br />
c) I<strong>de</strong>ntificar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong><br />
existentes <strong>no</strong> <strong>setor</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção na usina <strong>de</strong><br />
mineração estudada;<br />
d) Mensurar os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong><br />
mapea<strong>dos</strong> <strong>no</strong> objetivo c)<br />
Específico e). Avaliar os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> mensura<strong>dos</strong> <strong>no</strong> objetivo<br />
d) com o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>dos</strong> bens<br />
e serviços que recebem<br />
manutenção <strong>de</strong> forma a<br />
elaborar o respectivo LCC<br />
(Custo do Ciclo <strong>de</strong> Vida).
94<br />
Concluído o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> procedimentos metodológicos, passou-se á<br />
execução, ou seja, à aplicação <strong>de</strong>stes procedimentos metodológicos.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS OBTIDOS<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste capítulo é a execução <strong>dos</strong> procedimentos metodológicos<br />
<strong>de</strong>scritos <strong>no</strong> capítulo 3, com a apresentação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong>.<br />
4.1 Caracterização da empresa pesquisada<br />
A VALE é uma empresa do ramo <strong>de</strong> Mineração, que ocupa o lugar <strong>de</strong> segunda<br />
maior mineradora do mundo. No ramo <strong>de</strong> ferrosos, é lí<strong>de</strong>r mundial e possui <strong>no</strong><br />
município <strong>de</strong> Parauapebas – Su<strong>de</strong>ste do Estado do Pará, a mina <strong>de</strong> Carajás que é<br />
consi<strong>de</strong>rada a maior mina à céu aberto do mundo, dispõe conseqüentemente da<br />
maior produção anual <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro mundial (em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong><br />
toneladas a<strong>no</strong>). Esta empresa privada é o maior exportador brasileiro <strong>de</strong> commodites<br />
e divi<strong>de</strong> com a PETROBRÁS a li<strong>de</strong>rança <strong>no</strong> comércio exterior brasileiro, supera<br />
empresas como EMBRAER, VOTORANTIM e os fabricantes <strong>de</strong> veículos como<br />
FORD, GM e VOLKSWAGEM.<br />
4.2 Caracterização do equipamento estudado<br />
O filtro-prensa é um equipamento utilizado <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> mineração para<br />
realizar a separação entre o minério trabalhado e a água adicionada ao processo<br />
para o transporte <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> tubulações. No anexo A, existe uma figura que<br />
mostra o funcionamento da máquina.<br />
4.3 Aplicação da FMEA<br />
Em função da característica do equipamento analisado - Filtro Prensa –<br />
verificou-se a necessida<strong>de</strong> da elaboração <strong>de</strong> um diagrama que permita melhor<br />
entendimento do sistema envolvido, a fim <strong>de</strong> estabelecer condições para o
96<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do FMEA. Baseado nisto, foi elaborado o seguinte diagrama<br />
organizacional apresentado na Figura 23.<br />
Filtro Prensa<br />
Mecânico<br />
Elétrico<br />
Hidáulico<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1<br />
2<br />
0 1 2<br />
Legenda:<br />
1 – Rolos<br />
2 – Selos<br />
3 – Placas<br />
4 – Coletores<br />
5 – Circuito <strong>de</strong> Comando<br />
6 – Circuito <strong>de</strong> Força<br />
7 – Tubulação<br />
8 – Válvula e Reservatório<br />
9 – Cilindro<br />
10 – Bombas<br />
11 – Filtro<br />
12 – Motor Hidáulico<br />
Figura 23 – Diagrama Organizacional<br />
No Anexo A, é apresentada a foto do equipamento com seu respectivo<br />
esquema <strong>de</strong> funcionamento, fornecido pelo fabricante. Baseado na Figura 18,<br />
observa-se que, concluída a elaboração do diagrama organizacional (Figura 23) e do<br />
lógico funcional (Anexo A), passa-se agora para a análise <strong>dos</strong> mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> falhas e<br />
efeitos. Esta será realizada baseada <strong>no</strong> Quadro 16, na Figura 23 e na consulta as<br />
OS’s (Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Serviço) <strong>de</strong>ntro do Sistema MÁXIMO (apresentado <strong>no</strong> Anexo B) e<br />
explicitado a forma da coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> na Figura 17. Desta análise, verifica-se a<br />
necessida<strong>de</strong> da utilização da ferramenta FTA, <strong>de</strong>vido à complexida<strong>de</strong> envolvida na<br />
análise do sistema. Portanto, foram elaboradas oito FTA’s apresentadas em anexo.<br />
Todas as FTA’s foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> seguindo a metodologia representada na Figura<br />
15. Para este trabalho, a lógica adotada para realizar a associação do FTA com a<br />
ferramenta FMEA está representada na Figura 24. Nesta associação, coloou-se como
97<br />
evento topo a falha apresentada pelo sistema; <strong>no</strong> nível abaixo a associação do<br />
componente com as falhas básicas existentes, para <strong>no</strong> último nível ser especificada a<br />
causa da falha para, a partir daí, <strong>de</strong>senvolver-se condições <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a causa e<br />
ligada a esta se <strong>de</strong>terminar a solução. Resolução classificada neste, FTA através do<br />
último nível, que é a especificação do tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> necessário para eliminar a<br />
causa.<br />
Falha<br />
Componente 1<br />
Componente 2<br />
Causa<br />
Falha 1<br />
Causa<br />
Falha 2<br />
Causa<br />
Falha 3<br />
Causa<br />
Falha 4<br />
Solução<br />
Solução<br />
Solução<br />
Solução<br />
Tipo<br />
<strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong><br />
Tipo<br />
<strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong><br />
Tipo<br />
<strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong><br />
Tipo<br />
<strong>de</strong><br />
Ativida<strong>de</strong><br />
Figura 24 – FTA<br />
Ao consultar o banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> do sistema MÁXIMO (Anexo B), verificou-se<br />
que a classificação RF não existia e <strong>de</strong>parou-se com classificação apresentada <strong>no</strong><br />
Quadro 20, a qual não se enquadrava na classificação do Quadro 12.
98<br />
Tipo<br />
Falha Operacional<br />
Corretiva Provocada<br />
Teste <strong>de</strong> Meia Carga<br />
Descrição<br />
Ocorre quando existe <strong>de</strong>sbalanceamento na linha por falha operacional e<br />
uma parte do circuito entra em recirculação ou opera em vazio<br />
Ocorre quando existe uma falha <strong>de</strong>vido uma falha operacional<br />
Ocorre quando um <strong>de</strong>feito existe ou a manutenção não foi a<strong>de</strong>quada e exige<br />
que a máquina opera com baixo rendimento<br />
Retrabalho<br />
Ocorre quando existe uma falha <strong>de</strong>vido a uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção<br />
realizada <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada<br />
Quadro 20 - Tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s complementares<br />
Todavia, ao se consultar o Quadro 5, verificou-se que as <strong>de</strong>finições existentes<br />
nele aten<strong>de</strong>m à associação do Quadro 12 com o Quadro 20. Assim, as ativida<strong>de</strong>s<br />
existentes <strong>no</strong> Quadro 20 serão classificadas como ativida<strong>de</strong> RF <strong>no</strong> Quadro 12.<br />
Como conseqüência, foi elaborado o respectivo FMEA do conjunto<br />
apresentado parcialmente na Figura 25 e <strong>de</strong> forma mais <strong>de</strong>talhada <strong>no</strong> Anexo D<br />
Figura 25 – FMEA
99<br />
Baseado <strong>no</strong> Quadro 17, verifica-se que <strong>de</strong> posse do FMEA (objetivo b) e<br />
baseado <strong>no</strong> fluxo apresentado na Figura 21, passa-se para o cálculo <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> com a utilização os Quadros <strong>de</strong> 5 a 7. A fonte <strong>de</strong> consulta para obtenção <strong>dos</strong><br />
da<strong>dos</strong> dispostos para mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> continua sendo as Or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Serviços<br />
(OS), pois é nas mesmas, on<strong>de</strong> se registra os materiais aplica<strong>dos</strong>, as ferramentas e<br />
recursos emprega<strong>dos</strong> (exemplo: guindaste), a equipe envolvida, duração e tipo da<br />
ativida<strong>de</strong>. Desta forma, o custo com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção (CP) será obtido do<br />
somatório <strong>dos</strong> gastos existentes nas OS’s classificadas como SP, RP e IP (baseado<br />
<strong>no</strong> Quadro 12). O custo com ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correção (CC) será obtido do somatório <strong>dos</strong><br />
gastos existentes nas OS’s classificadas como SO, IF e MC (baseado <strong>no</strong> Quadro 12).<br />
O custo <strong>de</strong> falhas (Cf) será obtido do somatório <strong>dos</strong> gastos existentes nas OS’s<br />
classificadas como RF (baseado <strong>no</strong> Quadro 12 e Quadro 20). Foi escolhido como<br />
fonte <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> as OS’s, pois segundo Kar<strong>de</strong>c (2002) e Viana (2003) são as fontes <strong>de</strong><br />
da<strong>dos</strong> mais utilizadas. Por conseguinte, são também mais adotadas na empresa aqui<br />
pesquisada.<br />
4.4 Levantamento e mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong><br />
Nesta etapa, usa-se as planilhas apresentadas <strong>no</strong>s anexos <strong>de</strong> F a J, com o<br />
objetivo <strong>de</strong> obter os da<strong>dos</strong> necessários para preenchimento da planilha da Figura 19,<br />
responsável por efetuar a comparação entre as situações analisadas sob as óticas da<br />
fórmula tradicional (opção 1) e da forma proposta (opção 2).<br />
4.4.1 Comparativo do uso das Fórmulas 2 e 3<br />
No Anexo E é apresentada, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada, a árvore <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvida conforme mo<strong>de</strong>lo citado na Figura 6. Os componentes <strong>de</strong>sta árvore<br />
servem <strong>de</strong> base para a estruturação da planilha apresentada <strong>no</strong> Anexo F. Nela são<br />
representadas como os <strong>custos</strong> <strong>de</strong>senvolvem-se na empresa estudada.
100<br />
- Fórmula 2: To<strong>dos</strong> os termos <strong>de</strong>sta fórmula são obti<strong>dos</strong> diretamente do<br />
sistema através <strong>de</strong> seu banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> localizado com o <strong>de</strong> TAG (número <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação do equipamento ou número patrimonial, <strong>no</strong> caso uma prensa filtro) e do<br />
respectivo centro <strong>de</strong> custo<br />
Cmat = Soma <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os valores monetários registra<strong>dos</strong> nas OS’s do<br />
período (Mês, a<strong>no</strong> ou dia) para cada TAG <strong>dos</strong> materiais retira<strong>dos</strong> do almoxarifado (a<br />
requisição <strong>de</strong> material está anexada na OS) <strong>de</strong>ntro do centro <strong>de</strong> <strong>custos</strong> materiais.<br />
Cmo = Soma <strong>de</strong> todas as horas da equipe que realizou as respectivas OS’s<br />
para cada TAG, com consi<strong>de</strong>ração o mesmo período adotado <strong>no</strong> cálculo do Cmat.<br />
Nas OS’s estão anexa<strong>dos</strong> os cartões <strong>de</strong> ponto e contabiliza<strong>dos</strong> <strong>no</strong> centro <strong>de</strong> custo<br />
Mão-<strong>de</strong>-obra.<br />
Cfer = Soma <strong>de</strong> todas as horas <strong>de</strong> uso <strong>dos</strong> equipamentos <strong>de</strong> içamento e<br />
também das ferramentas retiradas da ferramentaria. O próprio sistema também<br />
possui o critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação adotado pela contabilida<strong>de</strong>/controladoria e possui o<br />
centro <strong>de</strong> custo específico intitulado ferramentas.<br />
Cinv = Valor constante adotado pela empresa em função <strong>dos</strong> investimentos<br />
realiza<strong>dos</strong> para rateio em cada equipamento (rateio por TAG) <strong>no</strong> início do a<strong>no</strong>. Este<br />
valor vem <strong>de</strong>terminado pelo <strong>setor</strong> <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>/controladoria.<br />
Consultando o Anexo F que apresenta a planilha com a memória <strong>de</strong> cálculo<br />
encontra-se:<br />
Valor total da planilha do Anexo F (forma tradicional) => Valor Total = R$<br />
659.400,00.<br />
Aplicando este valor na fórmula 2 encontra-se:<br />
Cman = R$ 659.400,00 , o que comprova os da<strong>dos</strong> levanta<strong>dos</strong> na tabela do<br />
Anexo F.<br />
No Anexo G é apresentada a planilha com os valores encontra<strong>dos</strong> para uso na<br />
fórmula 3 (proposta <strong>de</strong>ste trabalho). No Anexo H mostra-se a planilha para cálculo do<br />
Custo <strong>de</strong> Falha. Observa-se que o valor total da planilha do Anexo F é igual ao<br />
somatório do valor total das planilhas do Anexo G e H. Conclui-se que os cálculos<br />
estão corretos pois os valores totais são iguais conforme apresentado a seguir:
101<br />
- Fórmula 3 :<br />
CP = Soma <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os valores monetários (materiais, mão-<strong>de</strong>-obra,<br />
ferramentas e Cinv) para cada TAG registradas nas OS’s do período (Mês, a<strong>no</strong> ou<br />
dias) <strong>de</strong> acordo com a classificação do Quadro 12 para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>:<br />
substituição preventiva (SP), restauração preventiva (RP) e inspeção preditiva (IP).<br />
CC = Soma <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os valores monetários (materiais, mão-<strong>de</strong>-obra,<br />
ferramentas e Cinv) para cada TAG registradas nas OS’s do período (Mês, a<strong>no</strong> ou<br />
dias) <strong>de</strong> acordo com a classificação do Quadro 12 para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>: serviço<br />
operacional (SO), inspeção funcional (IF) e manutenção corretiva (MC).<br />
Cf = Soma <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os valores monetários (materiais, mão-<strong>de</strong>-obra,<br />
ferramentas e Cinv) para cada TAG registra<strong>dos</strong> nas OS’s do período (Mês, a<strong>no</strong> ou<br />
dias) <strong>de</strong> acordo com a classificação do Quadro 20 que substituiu as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> RF<br />
do Quadro 12.<br />
Na consulta aos Anexos G e H que apresentam as planilhas com as<br />
respectivas memórias <strong>de</strong> cálculos, encontram-se:<br />
Valor total da planilha do Anexo G => Valor Total = R$ 593.460,00.<br />
Valor total da planilha do Anexo H => Valor Total = R$ 65.940,00.<br />
Valor total da planilha <strong>dos</strong> Anexos G e H soma<strong>dos</strong>=> Valor Total = R$<br />
659.400,00.<br />
Ao se aplicar este valor na fórmula 3, encontra-se:<br />
Cman = R$ 659.400,00.<br />
Este resultado reflete que o uso da fórmula 3, po<strong>de</strong> substituir a fórmula 2.<br />
Percebeu-se também que os valores do custo com investimento (Cinv) da planilha do<br />
Anexo F, possui o mesmo valor do custo com melhorias da planilha do Anexo G.<br />
Checado os valores sobre a forma <strong>de</strong> distribuição <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>, passa-se para o cálculo<br />
<strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>, que será o <strong>de</strong>talhamento <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> falhas. Conforme<br />
explicado <strong>no</strong> <strong>de</strong>correr da elaboração da fórmula 6, constatou-se que a mesma po<strong>de</strong><br />
substituir a fórmula 5 se existir condições para que Nf = 1 e esta condição (Nf = 1)<br />
seja alcançada ao se utilizar o FMEA para classificar as ativida<strong>de</strong>s e quantificá-las<br />
através do registro nas OS’s, em disposição à lógica <strong>de</strong> rateio da fórmula 1.
102<br />
4.4.2 Cálculo <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong><br />
Foram coleta<strong>dos</strong> <strong>no</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> da empresa:<br />
- O circuito trabalhou 24 horas por dia <strong>no</strong>s 365 dias do a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2008;<br />
- No a<strong>no</strong> estão previstas 680 horas <strong>de</strong> manutenção preventiva para este<br />
equipamento;<br />
- Índice <strong>de</strong> preventiva é <strong>de</strong> 88%;<br />
- Disponibilida<strong>de</strong> média anual <strong>de</strong> 92%;<br />
- Carga horária <strong>de</strong> funcionamento operacional = (24 horas x 365 dias) – (horas<br />
previstas para manutenção) = (24 x 365) – (680) = 8080 horas;<br />
- Custo horário <strong>de</strong> manutenção = Custo Total / Tempo previsto para manutenção<br />
= R$ 659.400,00 / 680 horas = R$ 970,00 / horas.<br />
- Custo horário <strong>de</strong> operação = R$ 19.400,00.<br />
Memória <strong>de</strong> cálculo:<br />
Baseado na planilha do Anexo H e com o emprego das fórmulas do Quadro 7,<br />
<strong>de</strong>termina-se:<br />
Custo Quebra = (26+10) x (970) = R$ 34.970,00<br />
Custo Sobra = (610/8080) x (19400) = R$ 1.464,00<br />
Custo Retrabalho = (1,88+2,06+5,11+1,71+2,84+5,62)x (970) = R$ 18.639,00<br />
Obs.1: O termo 2,06 horas equivale, conforme está especificado na<br />
Observação A da planilha para cálculo <strong>de</strong> Cf <strong>no</strong> Anexo H, ao gasto <strong>de</strong> R$ 2.000,00<br />
que foi i<strong>de</strong>ntificado <strong>no</strong> histórico das OS’s como retrabalho. O termo 5,11 horas<br />
equivale, <strong>de</strong> acordo com o especificado na Observação B da planilha para cálculo <strong>de</strong><br />
Cf <strong>no</strong> Anexo H, ao gasto <strong>de</strong> R$ 4.956,00 i<strong>de</strong>ntificado <strong>no</strong> histórico das OS’s como<br />
retrabalho. Os valores: 1,88 ; 1,71 ; 2,84 e 5,62 foram obti<strong>dos</strong> diretamente das OS’s.<br />
Custo Refugo = (1600/8080) x (19400) = R$ 3.843,00<br />
Para o cálculo <strong>dos</strong> termos custo <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong> e custo <strong>de</strong> ineficiência é<br />
necessário primeiro se utilizar respectivamente as fórmulas 7 e 8 para se obter os<br />
índices <strong>de</strong> ociosida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> ineficiência.<br />
Índice <strong>de</strong> Ociosida<strong>de</strong> = 451/102 = 4,42<br />
Índice <strong>de</strong> Ineficiência = 1918/680 = 2,82
103<br />
Desta forma:<br />
Custo Ociosida<strong>de</strong> = (970) x (4,42) = R$ 4.286,00<br />
Custo Ineficiência = (970) x (2,82) = R$ 2.738,00<br />
Valendo-se <strong>dos</strong> valores obti<strong>dos</strong> nas fórmulas 9 e 10 calcula-se<br />
respectivamente:<br />
CNQ = 34.970 + 18.639 + 3.843 = R$ 57.452,00<br />
CPD = 1.464 + 4.286 + 2.738 = R$ 8.488,00<br />
Com aplicação na fórmula 6, <strong>de</strong>termina-se:<br />
Custo Oculto = 57.452 + 8.488 = R$ 65.940,00.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stes cálculos estão representa<strong>dos</strong> através da planilha<br />
existente <strong>no</strong> Anexo I que servirá <strong>de</strong> base para o cálculo do ciclo <strong>de</strong> vida.<br />
4.5 Cálculo <strong>dos</strong> índices <strong>de</strong> manutenção relaciona<strong>dos</strong> com FMEA e custo oculto<br />
Com estes resulta<strong>dos</strong> calcula<strong>dos</strong>, passa-se agora para o cálculo não só <strong>dos</strong><br />
índices <strong>de</strong> manutenção, mas também baseado na fórmula 11, do Índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência<br />
FMEA.<br />
Índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência FMEA = 128/130 = 98%.<br />
Baseado na fórmula 12 calcula-se o <strong>de</strong>sempenho da manutenção.<br />
Desempenho da manutenção = (0,88) x (0,98) x (0,92) = 0,79 = 79% ;<br />
Desempenho da manutenção = 79%.<br />
4.6 Cálculo do ciclo <strong>de</strong> vida<br />
De posse <strong>dos</strong> valores obti<strong>dos</strong>, analisa-se o impacto <strong>de</strong>stes <strong>no</strong> ciclo <strong>de</strong> vida do<br />
equipamento. No Anexo A, existe um resumo <strong>dos</strong> <strong>de</strong>monstrativos encontra<strong>dos</strong>, que<br />
serve <strong>de</strong> fonte para atendimento do fluxo estabelecido na Figura 22.<br />
Consi<strong>de</strong>rando as quatro opções para análise (Manutenção da condição atual,<br />
Troca, Repotenciamento e Reforma Geral); a árvore <strong>de</strong> <strong>custos</strong> apresentada <strong>no</strong> Anexo<br />
E e pesquisa na base <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> da empresa on<strong>de</strong> se realizou este estudo,<br />
<strong>de</strong>senvolve-se as seguintes tabelas baseadas <strong>no</strong> método <strong>de</strong> Pareto:
104<br />
Tabela 1 – Pareto para situação 1 (condição atual)<br />
Tabela 2 - Pareto para situação 2 (Troca)<br />
Tabela 3 – Pareto para situação 3 (Repotenciamento)
105<br />
Tabela 4 – Pareto para situação 4 (Reforma Geral)<br />
Como esta análise envolve a perspectiva <strong>de</strong> gastos para os próximos 10 a<strong>no</strong>s<br />
e tem por base o Anexo F, constata-se que a maior parcela <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> é <strong>de</strong> materiais,<br />
logo foi consi<strong>de</strong>rado apenas o gasto com estes. Da análise comparativa, adota-se a<br />
situação 1 como referência para comparação com as <strong>de</strong>mais situações. No item<br />
<strong>custos</strong>, observa-se que das três situações alternativas apesar <strong>de</strong> exigirem um custo<br />
<strong>de</strong> aquisição alto, as situações 2 (Tabela 2) e 3 (Tabela 3) <strong>no</strong> somatório geral<br />
apresentam valor me<strong>no</strong>r do que a situação atual (Tabela 1). Ao retirar o custo <strong>de</strong><br />
aquisição e comparar a situação 1 com a situação 2, percebe-se que ocorre uma<br />
redução em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 40%. Com a adoção da mesma medida e comparação da<br />
situação 1 com a 3, se observa que ocorre uma redução em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 8%. Dentro da<br />
mesma condição (retirada do custo <strong>de</strong> aquisição) e comparando a situação 1 com a 4<br />
(Tabela 4), analisa-se que ocorre uma redução em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 10%. Baseado nisto,<br />
serão aceitos <strong>no</strong> item <strong>custos</strong> para formulação da tabela comparativa (Figura 19) os<br />
percentuais respectivamente <strong>de</strong> 40% para situação 2, 8% para a situação 3 e 10 %<br />
para a situação 4 como critério <strong>de</strong> nivelamento. Esta tabela (Figura 19) está<br />
apresentada <strong>no</strong> Anexo J. Para fornecimento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e preenchimento da planilha do<br />
Anexo J foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>:<br />
Situação 2 (trocar): Aquisição em janeiro, disponibilida<strong>de</strong> fornecida pelo<br />
fabricante <strong>de</strong> 98% e redução <strong>de</strong> perdas em manutenção em 95%.
106<br />
Situação 3 (repotenciar): Realização em janeiro, disponibilida<strong>de</strong> fornecida <strong>de</strong><br />
96% e redução <strong>de</strong> perdas em manutenção em 92%.<br />
Situação 4 (reforma geral): Realização em janeiro, disponibilida<strong>de</strong> fornecida <strong>de</strong><br />
97% e redução <strong>de</strong> perdas em manutenção em 90%.<br />
Desta forma, consi<strong>de</strong>rm-se os seguintes da<strong>dos</strong> históricos da empresa:<br />
- Relação Dólar / Real = R$ 1,80<br />
- Taxa <strong>de</strong> inflação anual = 4%.<br />
- Custos ambientais e <strong>custos</strong> <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> produção = Foram adota<strong>dos</strong> os<br />
mesmos valores para as 4 opções, <strong>de</strong> forma a provocar a análise sob a<br />
ótica exclusiva <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>de</strong> manutenção.<br />
- Limite <strong>de</strong> análise = 10 a<strong>no</strong>s.<br />
- Horas por a<strong>no</strong> = 8080 horas.<br />
- Intervalos <strong>de</strong> manutenção, relação <strong>de</strong> peças e homens–horas necessários:<br />
Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> manutenção adotado na empresa e baseado <strong>no</strong> manual do<br />
fabricante.<br />
Da apreciação <strong>dos</strong> valores do item custo da planilha apresentada <strong>no</strong>s Anexos<br />
J, estabelece-se <strong>no</strong> Anexo K um quadro comparativo do VPL para a opção 1 e neste<br />
mesmo um quadro comparativo para a opção 2 também. Da análise <strong>dos</strong> gráficos<br />
existentes <strong>no</strong> Anexo K, consi<strong>de</strong>ra-se na análise do VPL a melhor opção como <strong>de</strong><br />
me<strong>no</strong>r valor monetário, pois os fluxos <strong>de</strong> caixa são gastos (saídas). Desta <strong>avaliação</strong><br />
verifica-se que a situação 3 na análise do LCC, torna-se a melhor opção. Isto mostra<br />
a importância do LCC, pois se a análise fosse baseada apenas <strong>no</strong> levantamento<br />
obtido <strong>no</strong>s da<strong>dos</strong> históricos apresenta<strong>dos</strong> nas Tabelas <strong>de</strong> 1 a 4, a opção 2 se tornaria<br />
a mais a<strong>de</strong>quada. Conseqüentemente, a comparação será em relação à situação 3,<br />
da qual se obtém a tabela comparativa na seqüência:
107<br />
Tabela 5 – Tabela comparativa entre as opções 1 e 2<br />
Forma Tradicional do cálculo<br />
Tabela<br />
Forma Proposta do cálculo do<br />
do custo <strong>de</strong> manutenção<br />
comparativa<br />
custo <strong>de</strong> manutenção<br />
Cman=CMat+CMO+Cfer+Cinv<br />
apresentada<br />
Cman=CP+CC+Cf (fórmula 3).<br />
(fórmula 2).<br />
pelo LCC<br />
Que consi<strong>de</strong>ra os <strong>custos</strong><br />
Que não consi<strong>de</strong>ra os <strong>custos</strong><br />
entre as 4<br />
<strong>ocultos</strong><br />
<strong>ocultos</strong><br />
situações<br />
existentes Valor % Valor %<br />
Influência <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou<br />
mal estrutura<strong>dos</strong><br />
Conclusão<br />
Comparação<br />
entre<br />
repotenciar<br />
ou manter o<br />
"status quo"<br />
R$ 1.002.533,71 30,27 R$ 650.924,22 20,14<br />
Variação entre as<br />
fomas <strong>de</strong> calcular<br />
os <strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção em<br />
tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 10%<br />
Influência<br />
percebida<br />
Comparação<br />
entre<br />
repotenciar<br />
ou reformar<br />
geral<br />
Comparação<br />
entre<br />
repotenciar<br />
ou trocar por<br />
um <strong>no</strong>vo<br />
R$ 1.034.346,17 31,23 R$ 1.016.563,82 31,46<br />
R$ 5.592.408,09 168,87 R$ 5.581.688,38 172,71<br />
Variação entre as<br />
fomas <strong>de</strong> calcular<br />
os <strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção<br />
me<strong>no</strong>r do que <strong>de</strong><br />
1%<br />
Variação entre as<br />
fomas <strong>de</strong> calcular<br />
os <strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção<br />
me<strong>no</strong>r do que <strong>de</strong><br />
4%<br />
Influência<br />
não<br />
percebida<br />
Influência<br />
não<br />
percebida<br />
Na Tabela 5, constata-se a influência que os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> possuem. Das três<br />
possíveis comparações, a primeira comparação (situação 3 e 1) apresenta a maior<br />
variação entre as opções 1 (forma tradicional <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>) e 2 (forma<br />
proposta <strong>de</strong> mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong>). Já a maior variação entre a opção 1 e 2 ocorre<br />
justamente em relação a duas situações mais aplicadas <strong>no</strong> dia-a-dia da manutenção<br />
(manter o status atual – situação 1 e realizar melhoria parcial ou repotenciar –<br />
situação 3), encontra-se refletida aqui a importância do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas<br />
<strong>de</strong> mensuração que adotem o calculo <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> em situações cotidianas,<br />
estes são caracterizadas por <strong>de</strong>cidir entre opções que não necessitem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
aporte financeiro pontual (caracterizando como investimento) e as que possam ser<br />
tratadas <strong>de</strong>ntro do âmbito <strong>dos</strong> centro <strong>de</strong> <strong>custos</strong> operacionais <strong>de</strong> manutenção.
108<br />
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES<br />
Os dois índices <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> nesta dissertação para análise do <strong>de</strong>sempenho<br />
obtiveram respectivamente os seguintes resulta<strong>dos</strong>:<br />
Índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao FMEA = 98%<br />
Desempenho da manutenção = 79%<br />
Estes resulta<strong>dos</strong> refletem que apesar do excelente resultado na implantação<br />
da FMEA, observa-se que <strong>de</strong>vido ao baixo índice <strong>de</strong> execução da manutenção<br />
preventiva obtido (88%), o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sta manutenção ficou abaixo da meta<br />
recomendada para o <strong>setor</strong> que é <strong>de</strong> 82%. Isto indica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
investigação para verificar as causas que levaram a equipe <strong>de</strong> execução a não<br />
realizar o que foi recomendado fazer. Em paralelo, este resultado constata que os<br />
índices <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> nesta dissertação cumprem o objetivo proposto para todo<br />
índice <strong>de</strong> controle, ou seja, <strong>de</strong> servirem <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> gerenciamento, como<br />
guias que <strong>no</strong>rteiam as ativida<strong>de</strong>s a serem executadas.<br />
A utilização da FMEA só foi possível a partir da caracterização do sistema <strong>de</strong><br />
custeio e da elaboração da árvore <strong>de</strong> custo que permitiu <strong>de</strong>finir em quantas classes<br />
<strong>de</strong>veria ser dividida a FMEA. Neste caso, o resultado obtido foi a divisão nas<br />
classes: mecânica, elétrica e hidráulica, as quais foram i<strong>de</strong>ntificadas junto ao<br />
sistema <strong>de</strong> custeio por centro <strong>de</strong> <strong>custos</strong> (RKW) que permite a mensuração <strong>de</strong><br />
perdas, conforme afirmam Castro, A. G.; Pereira, M. L.; Kliemann, F. J. N. (2004).<br />
Em paralelo, <strong>de</strong>senvolveu-se o Anexo F, principalmente a coluna Conta Contábil,<br />
esta é uma <strong>de</strong>monstração da utilização do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentalização.<br />
Desenvolvida a árvore <strong>de</strong> <strong>custos</strong> (Anexo E), associada aos <strong>de</strong>partamentos<br />
existentes (operação, manutenção, logística e fretes), fica <strong>de</strong>monstrado que a<br />
caracterização do sistema <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> custo utilizado na usina <strong>de</strong> mineração, mais<br />
especificamente <strong>no</strong> <strong>de</strong>partamento.<br />
O mapeamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção obtido através da ferramenta<br />
FMEA teve como resultado o conhecimento das 44 ativida<strong>de</strong>s fundamentais para<br />
assegurar a funcionalida<strong>de</strong> do equipamento estudado. Destas 44 ativida<strong>de</strong>s, em<br />
apenas 10 recebeu recomendação para a substituição preventiva (SP) e em 16<br />
ativida<strong>de</strong>s recebem recomendação à manutenção corretiva (MC) associada ao<br />
monitoramento <strong>de</strong> 11 ativida<strong>de</strong>s via Inspeção preditiva (IP), pois ambas são
109<br />
direcionadas por condição, ou seja, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção corretiva passam a<br />
ser direcionadas pela manutenção preditiva. Isto possibilitou uma mudança radical <strong>no</strong><br />
direcionamento da manutenção corretiva que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma ativida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>sejada e<br />
aleatória para atuar <strong>de</strong> forma estratégica junto com a manutenção preditiva. A FMEA<br />
permitiu estabelecer os parâmetros para se diferenciar ativida<strong>de</strong>s através <strong>dos</strong> critérios<br />
função, modo <strong>de</strong> falha, solução e criticida<strong>de</strong> (expressa pelo produto entre<br />
<strong>de</strong>tectabilida<strong>de</strong>, freqüência e severida<strong>de</strong>) e associam ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> a ser<br />
<strong>de</strong>senvolvida: substituição preventiva (SP), restauração preventiva (RP), inspeção<br />
preditiva (IP), inspeção funcional (IF), serviço operacional (SO), manutenção corretiva<br />
(MC), reparo funcional (RF)), <strong>de</strong>monstrando, a importância <strong>de</strong> cada ativida<strong>de</strong>.<br />
Em relação ao terceiro e quarto objetivos específicos, é necessário a<br />
apresentação da Tabela 6 para evi<strong>de</strong>nciar o resultado obtido com a i<strong>de</strong>ntificação e<br />
mensuração <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou mal estrutura<strong>dos</strong>:<br />
Tabela 6 – Conclusão sobre a influência <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> ou mal estrutura<strong>dos</strong><br />
Tabela comparativa<br />
apresentada pelo LCC<br />
entre as 4 situações<br />
existentes<br />
Forma Tradicional do cálculo do<br />
custo <strong>de</strong> manutenção<br />
Cman=CMat+CMO+Cfer+Cinv<br />
(fórmula 2).<br />
Que não consi<strong>de</strong>ra os <strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong><br />
Forma Proposta do cálculo do<br />
custo <strong>de</strong> manutenção<br />
Cman=CP+CC+Cf (fórmula 3).<br />
Que consi<strong>de</strong>ra os <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong><br />
Influência <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong><br />
<strong>ocultos</strong> ou<br />
mal<br />
estrutura<strong>dos</strong><br />
Conclusão<br />
Valor % Valor %<br />
Comparação entre<br />
repotenciar ou manter<br />
o "status quo"<br />
R$ 1.002.533,71 30,27 R$ 650.924,22 20,14<br />
Variação<br />
entre as<br />
fomas <strong>de</strong><br />
calcular os<br />
<strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção<br />
em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />
10%<br />
Influência<br />
percebida<br />
Comparação entre<br />
repotenciar ou reformar<br />
geral<br />
R$ 1.034.346,17 31,23 R$ 1.016.563,82 31,46<br />
Variação<br />
entre as<br />
fomas <strong>de</strong><br />
calcular os<br />
<strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção<br />
me<strong>no</strong>r do que<br />
<strong>de</strong> 1%<br />
Influência<br />
não<br />
percebida<br />
Comparação entre<br />
repotenciar ou trocar<br />
por um <strong>no</strong>vo<br />
R$ 5.592.408,09 168,87 R$ 5.581.688,38 172,71<br />
Variação<br />
entre as<br />
fomas <strong>de</strong><br />
calcular os<br />
<strong>custos</strong> <strong>de</strong><br />
manutenção<br />
me<strong>no</strong>r do que<br />
<strong>de</strong> 4%<br />
Influência<br />
não<br />
percebida
110<br />
A influência <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> fica evi<strong>de</strong>nte na comparação entre as<br />
situações on<strong>de</strong> não existe o custo <strong>de</strong> aquisição (comparação entre a repotenciar ou<br />
manter a condição atual), pois existe uma diferença em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> 10% entre a forma<br />
tradicional <strong>de</strong> se calcular a forma proposta. Nas <strong>de</strong>mais comparações entre as<br />
situações, o custo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>vido a sua or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za contribui para a<br />
influência <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong>, ou seja, na forma tradicional o custo <strong>de</strong> aquisição ao<br />
ser inserido <strong>no</strong> termo Cinv, eleva-se a um valor muito maior do que os <strong>de</strong>mais<br />
termos: CMat, CMO e Cfer da expressão Cman = CMat+CMO+ Cfer + Cinv. Da<br />
mesma forma, o custo <strong>de</strong> aquisição ao ser inserido <strong>no</strong> termo CPmel, induz a um<br />
valor muito maior do que os <strong>de</strong>mais termos: Cpes, C loc, Clog, CPtaxas, C<strong>de</strong>p,Cext,<br />
C<strong>de</strong>s e Cf da expressão Cman = Cman = (CP+ CC)pes + (CP+ CC)loc + (CP+<br />
CC)log + CPtaxas+ (CP+ CC)<strong>de</strong>p + (CP+ CC)ext + CPmel + CC<strong>de</strong>s + Cf (fórmula 3<br />
<strong>de</strong>talhada).<br />
Para o quinto e último objetivo específico, que diz respeito a <strong>avaliação</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>custos</strong> <strong>ocultos</strong> relaciona<strong>dos</strong> com o ciclo <strong>de</strong> vida, foi <strong>de</strong>senvolvido a Tabela 7, a esta<br />
aten<strong>de</strong>u ao objetivo maior <strong>de</strong>sta análise, pois com a utilização do LCC clasificou as<br />
quatros situações propostas para a análise e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Tabela 7 - Resumo sobre a classificação entre as situações propostas<br />
Situação Proposta<br />
Valor do VPL<br />
Opção 1 Opção 2<br />
Classificação<br />
Manter condição atual R$ 4.314.132,39 R$ 3.882.719,15 2 0<br />
Trocar R$ 8.796.277,30 R$ 8.711.140,31 4 0<br />
Repotenciar R$ 3.311.598,68 R$ 3.231.794,93 1 0<br />
Reforma geral R$ 4.345.944,85 R$ 4.248.358,75 3 0<br />
A proposta <strong>de</strong> repotenciamento (situação 3) foi a melhor classificada, pois<br />
nesta <strong>avaliação</strong> se levou em consi<strong>de</strong>ração que, como se trata <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> <strong>custos</strong><br />
, então o mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma <strong>avaliação</strong> <strong>de</strong> valor presente (VPL) assume a<br />
condição <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> caixa (<strong>de</strong>sembolso) e portanto a <strong>avaliação</strong> que se realiza é<br />
quanto me<strong>no</strong>r o valor obtido, melhor o resultado. Portanto, os valores me<strong>no</strong>res<br />
ficaram com os primeiros lugares. Outro aspecto que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>stacado é sobre a<br />
segunda situação classificadora <strong>de</strong> manter a condição atual. Isto reflete que o<br />
equipamento em estudo está em condições <strong>de</strong> ser operacionalizado <strong>de</strong> forma
111<br />
produtiva, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se efetue o planejamento da manutenção, o que reforça e<br />
en<strong>dos</strong>sa a análise realizada em função <strong>dos</strong> números obti<strong>dos</strong> pelos índices <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> nesta dissertação.<br />
5.1 Recomendações para trabalhos futuros<br />
1 – Utilização da ferramenta FMEA como balizador para estabelecimento <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro do gerenciamento <strong>de</strong> projetos e como <strong>de</strong>terminante <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong><br />
rateio em sistema <strong>de</strong> custeio RKW <strong>de</strong>ntro do gerenciamento <strong>de</strong> <strong>custos</strong> em projetos <strong>de</strong><br />
engenharia.<br />
2 – Estudo comparativo entre a mensuração via sistema <strong>de</strong> custeio RKW e a<br />
mensuração via sistema <strong>de</strong> custeio ABC. Para utilização <strong>de</strong>ste, basta adotar na<br />
Figura 17 a situação 2 como fonte <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> e a partir daí <strong>de</strong>senvolver o estudo<br />
comparativo.<br />
3 - Utilização do LCC e FMEA <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> frotas<br />
<strong>de</strong> equipamentos móveis para <strong>de</strong>terminação do momento <strong>de</strong> substituição.
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ANEXO A – Filtro Prensa<br />
118
ANEXO B - ORDEM DE SERVIÇO DO SISTEMA MÁXIMO COMPONENTE: ROLOS<br />
119
120<br />
ANEXO C - FTA <strong>dos</strong> Rolos - Componente: Selos/ FTA das Válvulas -<br />
Componente: Sistema Hidráulico/ FTA da Tubulação -<br />
Componente: Válvulas/ FTA do Circuito Elétrico - Componente:<br />
Tubulação/ FTA <strong>dos</strong> Coletores - Componente: Circuito Elétrico/<br />
FTA das Placas - Componente: Coletores/ FTA <strong>dos</strong> Selos -<br />
Componente: Placas<br />
Prensagem Ina<strong>de</strong>quada<br />
Rolos <strong>de</strong>sgasta<strong>dos</strong><br />
Suporte <strong>dos</strong> mancais<br />
folga<strong>dos</strong><br />
Rolamento <strong>dos</strong><br />
mancais<br />
danifica<strong>dos</strong><br />
Placas com<br />
acoplamento<br />
ina<strong>de</strong>quado<br />
Ver anexo 3.3<br />
Desgaste<br />
abrasivo<br />
Trocar<br />
Filtro<br />
Inspeção<br />
operacional<br />
não checou a<br />
marcação do<br />
aperto na<br />
cabeça do<br />
parafuso<br />
Trocar<br />
Parafuso<br />
Montagem<br />
Ina<strong>de</strong>quada<br />
Montagem<br />
seguindo<br />
Procedimento<br />
Operacional<br />
Falha <strong>de</strong><br />
Lubrificação<br />
Trocar<br />
óleo<br />
baseado<br />
na<br />
condição<br />
Contaminação<br />
Trocar<br />
Filtro<br />
Montagem<br />
Ina<strong>de</strong>quada<br />
Montagem<br />
seguindo<br />
Procedimento<br />
Operacional<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Corretiva<br />
provocada<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Inspeção<br />
Preditiva<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva
121<br />
FTA - Componente: Selos<br />
Sistema com vazamento<br />
Selo danificado<br />
Selo rompido<br />
Selo ressecado<br />
Selo <strong>de</strong>formado ou<br />
corroído<br />
Pressão <strong>no</strong> sistema acima<br />
do especificado<br />
Temperatura <strong>no</strong> sistema<br />
acima do especificado<br />
Componentes<br />
metálicos (molas)<br />
corroí<strong>dos</strong><br />
Fluído com<br />
características<br />
químicas<br />
ina<strong>de</strong>quadas<br />
Regulagem do<br />
pressostato e troca do<br />
componente <strong>de</strong>feituoso<br />
Verificação da limpeza <strong>no</strong><br />
trocador <strong>de</strong> calor ou <strong>de</strong><br />
restrição <strong>no</strong> sistema<br />
Trocar selo<br />
Trocar óleo<br />
baseado na<br />
condição<br />
Inspeção<br />
Funcional<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Inspeção<br />
Preditiva
122<br />
FTA - Componente: Placas<br />
Placas com acoplamento ina<strong>de</strong>quado<br />
Sistema hidráulico<br />
com vazamento<br />
Ver anexo 3.6<br />
Folga entre<br />
placas<br />
Beiral danificado<br />
Sensor mecânico <strong>de</strong><br />
alinhamento acionado<br />
Placa empenada<br />
Contaminação do sistema<br />
Placa não alinhada <strong>de</strong>vido<br />
a falha <strong>de</strong> montagem<br />
Troca da placa<br />
Trocar Beiral e limpar o<br />
sistema<br />
Montagem seguindo<br />
Procedimento Operacional<br />
Substituição<br />
Preventiva Corretiva Provocada (RF –<br />
Reparo Funcional)<br />
Manutenção Corretiva
123<br />
FTA - Componente: Coletores<br />
Transbordo <strong>no</strong> sistema<br />
Coletores não atuam<br />
Coletores<br />
<strong>de</strong>sgasta<strong>dos</strong><br />
Coletores incrusta<strong>dos</strong> ou<br />
entupi<strong>dos</strong><br />
Trocar<br />
Coletores<br />
Realizar reparo<br />
localizado com<br />
solda<br />
Efetuar a limpeza<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Serviço<br />
Operacional
124<br />
FTA - Componente: Circuito Elétrico<br />
Sistema elétrico com falha<br />
Sistema <strong>de</strong> força<br />
com falha<br />
Sistema <strong>de</strong><br />
comando com<br />
falha<br />
Programador Lógico<br />
danificado<br />
Sobretensão<br />
Falha na lógica <strong>de</strong><br />
programação<br />
1 2 3 4<br />
Substituir<br />
Programador<br />
Resetar<br />
sistema<br />
Reinstalar software <strong>de</strong><br />
programação<br />
5 6 7<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Legenda:<br />
1 – Falha fornecimento da<br />
concessionária<br />
2 – Sobrecarga<br />
3 – Falha <strong>no</strong> isolamento<br />
4 – Curto-circuito<br />
5 – Checar sistema <strong>de</strong><br />
proteção e verificar causa<br />
6 – Troca <strong>de</strong> componente<br />
7 – Retirar curto
125<br />
FTA - Componente: Tubulação<br />
Circulação Ina<strong>de</strong>quada<br />
Tubulação com<br />
vazamento<br />
Tubulação<br />
restringida<br />
Desgaste<br />
abrasivo<br />
<strong>de</strong>vido a<br />
passagem do<br />
produto<br />
Montagem Ina<strong>de</strong>quada<br />
Pressão <strong>no</strong><br />
sistema abaixo<br />
<strong>de</strong> 4 BAR<br />
Contaminação<br />
Trocar Filtro<br />
Trocar trecho<br />
da tubulação<br />
Montagem seguindo<br />
Procedimento Operacional<br />
Verificar<br />
sistema <strong>de</strong><br />
bombeamento<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Inspeção<br />
Funcional<br />
Substituição<br />
Preventiva
126<br />
FTA - Componente: Válvulas<br />
Fluxo interrompido<br />
Válvula sem<br />
receber sinal<br />
elétrico<br />
Solenói<strong>de</strong><br />
queimado<br />
Fiação elétrica<br />
com <strong>de</strong>feito<br />
Sistema <strong>de</strong> comando<br />
com falha<br />
Válvula travada<br />
ou danificada<br />
Trocar<br />
componente<br />
<strong>de</strong>feituoso<br />
Trocar<br />
componente<br />
<strong>de</strong>feituoso<br />
Trocar componente<br />
<strong>de</strong>feituoso<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Contaminação<br />
Vazão abaixo <strong>de</strong> 5<br />
litros por minuto<br />
Trocar<br />
Filtro<br />
Trocar<br />
bomba<br />
Substituição<br />
Preventiva<br />
Inspeção Preditiva
127<br />
FTA - Componente: Sistema Hidráulico<br />
Cilindros não atuam<br />
Cilindro com<br />
reparo danificado<br />
Baixa pressão <strong>no</strong><br />
sistema<br />
Tubulação com<br />
circulação<br />
ina<strong>de</strong>quada<br />
Ver anexo 3.6<br />
Haste<br />
riscada<br />
Trocar<br />
componente<br />
<strong>de</strong>feituoso<br />
Selo danificado<br />
Ver anexo 3.2<br />
Bomba<br />
danificada<br />
Trocar componente<br />
<strong>de</strong>feituoso baseado na análise<br />
termográfica e medição<br />
amperagem<br />
Bomba não recebe<br />
sinal elétrico<br />
Trocar componente<br />
<strong>de</strong>feituoso<br />
Montagem Ina<strong>de</strong>quada<br />
Montagem seguindo<br />
Procedimento<br />
Operacional<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Inspeção<br />
Preditiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva<br />
Manutenção<br />
Corretiva
ANEXO D - FMEA Sistema Mecânico / FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico /<br />
FMEA Sistema Hidráulico<br />
128
FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico<br />
129
FMEA Sistema Hidráulico<br />
130
131<br />
ANEXO E - Árvore <strong>de</strong> Custos<br />
EQUIPAMENTO<br />
Custos<br />
Variáveis<br />
Custos<br />
Fixos<br />
Manutenção<br />
Mecânica<br />
Hidráulica<br />
Elétrica<br />
/Instrumentação<br />
Salários com<br />
horas extras<br />
Materiais<br />
reservas<br />
Operação<br />
Manta<br />
Limpeza<br />
Energia<br />
elétrica<br />
Materiais<br />
<strong>de</strong>sgaste<br />
Salários<br />
com<br />
horas<br />
Logística<br />
Mobilizaçã<br />
o e Base<br />
<strong>de</strong><br />
Serviços<br />
<strong>de</strong><br />
içamento<br />
Custos<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />
Transporte e<br />
fretes<br />
Impostos<br />
e Taxas<br />
Materiais<br />
Pessoal<br />
Ferramentas<br />
Instalações<br />
Depreciação<br />
Pessoais<br />
EPIs e<br />
Uniformes<br />
Transporte <strong>de</strong><br />
funcionários<br />
Alimentação<br />
Assistência<br />
médica
132<br />
LCC<br />
Custo <strong>de</strong> Aquisição<br />
Custo <strong>de</strong> Operação<br />
Custo <strong>de</strong> Manutenção<br />
Planejada<br />
Custo <strong>de</strong> Manutenção<br />
Não Planejada<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Disponibilização<br />
Preço <strong>de</strong><br />
Compra<br />
Mão - <strong>de</strong> - Obra<br />
Direta<br />
Custo <strong>de</strong> Preventivas<br />
Custo <strong>de</strong> Corretivas<br />
Custo <strong>de</strong><br />
Conversão<br />
Administração e<br />
Engenharia<br />
Utilida<strong>de</strong>s<br />
Custo <strong>de</strong> inspeções<br />
sensitivas<br />
Custo <strong>de</strong> materiais -<br />
Custo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smontagem<br />
Instalação<br />
Consumíveis<br />
Custo <strong>de</strong> inspeções<br />
preditivas<br />
Custo <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />
obra<br />
Limpeza da planta<br />
Treinamento<br />
Perda <strong>de</strong><br />
Produção<br />
Custo <strong>de</strong> materiais -<br />
e instrumentos<br />
Conversão<br />
Consumo <strong>de</strong><br />
Energia<br />
Custo <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />
obra<br />
Transporte<br />
Manutenção <strong>de</strong><br />
Peças<br />
Sobressalentes
ANEXO – F Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para forma tradicional<br />
133
ANEXO G - Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para a forma proposta na fórmula 3<br />
134
ANEXO H - Quadro <strong>dos</strong> <strong>custos</strong> anuais para cálculo <strong>de</strong> Cf<br />
135
ANEXO I - Planilha <strong>de</strong> Custos<br />
136
137<br />
ANEXO J - Planilha <strong>de</strong> LCC (Situações 1 e 2)/ Planilha <strong>de</strong> LCC (Situações 3 e 4)<br />
Situação 1: Manutenção da condição atual<br />
OPÇÃO 1<br />
OPÇÃO 2<br />
Equipamento<br />
X<br />
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11 Período 12<br />
Custos 56115,00 54000,00 58130,00 57275,00 59270,00 53080,00 54090,00 52055,00 53120,00 52170,00 54000,00 56095,00<br />
Disponibilidad<br />
e Física<br />
92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
51625,8 49680 53479,6 52693 54528,4 48833,6 49762,8 47890,6 48870,4 47996,4 49680 51607,4<br />
Custos 49215,00 48000,00 53130,00 52285,00 54340,00 48500,00 49350,00 47555,00 47237,00 46268,00 47627,00 49953,00<br />
Perdas(Custos<br />
Ocultos)<br />
6900,00 6000,00 5000,00 4990,00 4930,00 4580,00 4740,00 4500,00 5883,00 5902,00 6373,00 6142,00<br />
Custo Total 56115,00 54000,00 58130,00 57275,00 59270,00 53080,00 54090,00 52055,00 53120,00 52170,00 54000,00 56095,00<br />
Disponibilidad<br />
e Física<br />
92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
45277,8 44160 48879,6 48102,2 49992,8 44620 45402 43750,6 43458,04 42566,56 43816,84 45956,76<br />
Variação obtida (%) 88% 89% 91% 91% 92% 91% 91% 91% 89% 89% 88% 89%<br />
Situação 2: Trocar<br />
OPÇÃO 1<br />
OPÇÃO 2<br />
Equipamento<br />
X<br />
Custos<br />
Disponibilidad<br />
e Física<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
Custos<br />
Perdas(Custos<br />
Ocultos)<br />
Custo Total<br />
Disponibilidad<br />
e Física<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11 Período 12<br />
7944762,0<br />
0<br />
32400,00 34878,00 34365,00 35562,00 31848,00 32454,00 31233,00 31872,00 31302,00 32400,00 33657,00<br />
98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98<br />
7785866,7<br />
6<br />
7944762,0<br />
0<br />
31752 34180,44 33677,7 34850,76 31211,04 31804,92 30608,34 31234,56 30675,96 31752 32983,86<br />
30780,00 33134,1 32646,75 33783,9 30255,6 30831,3 29671,35 30278,4 29736,9 30780 31974,15<br />
0 1620,00 1743,90 1718,25 1778,10 1592,40 1622,70 1561,65 1593,60 1565,10 1620,00 1682,85<br />
7944762,0<br />
0 32400,00 34878,00 34365,00 35562,00 31848,00 32454,00 31233,00 31872,00 31302,00 32400,00 33657,00<br />
98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98<br />
7785866,7<br />
6<br />
30164,40 32471,42 31993,82 33108,22 29650,49 30214,67 29077,92 29672,83 29142,16 30164,40 31334,67
138<br />
Variação obtida (%) 0 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95%<br />
Situação 3:<br />
Repotenciar<br />
Equipamento X Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11<br />
Período<br />
12<br />
OPÇÃO 1<br />
OPÇÃO 2<br />
Custos 2383428,60 49680,00 53479,60 52693,00 54528,40 48833,60 49762,80 47890,60 48870,40 47996,40 49680,00 51607,40<br />
Disponibilida<strong>de</strong><br />
Física<br />
96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
2288091,46 47692,80 51340,42 50585,28 52347,26 46880,26 47772,29 45974,98 46915,58 46076,54 47692,80 49543,10<br />
Custos 2383428,60 45705,60 49201,23 48477,56 50166,13 44926,91 45781,78 44059,35 44960,77 44156,69 45705,60 47478,81<br />
Perdas(Custos<br />
Ocultos)<br />
0 3974,40 4278,37 4215,44 4362,27 3906,69 3981,02 3831,25 3909,63 3839,71 3974,40 4128,59<br />
Custo Total 2383428,60 49680,00 53479,60 52693,00 54528,40 48833,60 49762,80 47890,60 48870,40 47996,40 49680,00 51607,40<br />
Disponibilida<strong>de</strong><br />
Física<br />
96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
2288091,46 43877,38 47233,18 46538,46 48159,48 43129,84 43950,50 42296,98 43162,34 42390,42 43877,38 45579,66<br />
Variação obtida (%) 0 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92%<br />
Situação 4 :<br />
Reforma Geral<br />
Equipamento X Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11<br />
Período<br />
12<br />
OPÇÃO 1<br />
OPÇÃO 2<br />
Custos 3575142,90 48600,00 52317,00 51547,50 53343,00 47772,00 48681,00 46849,50 47808,00 46953,00 48600,00 50485,50<br />
Disponibilida<strong>de</strong><br />
Física<br />
97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
3467888,61 47142,00 50747,49 50001,08 51742,71 46338,84 47220,57 45444,02 46373,76 45544,41 47142,00 48970,94<br />
Custos 3575142,90 43740,00 47085,30 46392,75 48008,70 42994,80 43812,90 42164,55 43027,20 42257,70 43740,00 45436,95<br />
Perdas(Custos<br />
Ocultos)<br />
0 4860 5231,7 5154,75 5334,3 4777,2 4868,1 4684,95 4780,8 4695,3 4860 5048,55<br />
Custo Total 3575142,90 48600,00 52317,00 51547,50 53343,00 47772,00 48681,00 46849,50 47808,00 46953,00 48600,00 50485,50<br />
Disponibilida<strong>de</strong><br />
Física<br />
97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97<br />
R$/ Hora<br />
Trabalhada<br />
3467888,61 42427,80 45672,74 45000,97 46568,44 41704,96 42498,51 40899,61 41736,38 40989,97 42427,80 44073,84<br />
Variação obtida (%) 0 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90%
ANEXO K - Planilha do VPL para opção 1/ Planilha do VPL para opção 2<br />
139
140