46 | José Pessoa | Divisão de Documentação Fotográfica - INSTITUTO DOS MUSEUS E DA CONSERVAÇÃO, I.P.
Portugal e o Mundo nos Séculos XVI e XVII A cultura é a obra do tempo: o que pensamos, fazemos e desejamos, matéria primeira para o conhecimento do homem como criador de realidade e vida, através de expressões infinitas que renovam o pensamento e, deste modo, as sociedades. Cultura | Paulo Henriques [Director do Museu Nacional de Arte Antiga] Oolhar retrospectivo sobre o património cultural permite conhecer este objecto da memória, hoje muito legado à ignorância, fixados que estamos no efémero e esquecidos das estruturas civilizacionais que é imperativo legar ao futuro. Esta responsabilidade não configura a rejeição da contemporaneidade, antes é o lastro da transmissão evolutiva dos saberes, essencial ao desenvolvimento do cidadão. Sobre isto nos permite reflectir a exposição Encompassing the Globe. Portugal e o Mundo nos Séculos xvi e xvii: verificação e elogio justo à capacidade de Portugal para gerar civilização através das suas viagens de expansão iniciadas no século xv, propiciadoras de novas conexões humanas, económicas, sociais, politicas e culturais, fundadoras do ciclo moderno da História da Europa e do Mundo, nucleares para a compreensão da contemporaneidade. A exposição permite-nos também a verificação do paradigma que caracteriza o País, o da dispersão dos patrimónios próprios, geradores de identidade nacional, prestígio e riqueza, em favor de uma vivência imediata e individualista, algo esquecida do que é necessário perpetuar e construir, com utopia de futuro. <strong>Lisboa</strong> é aqui mostrada como a grande porta para o Mundo, lugar de chegada das <strong>mais</strong> exóticas mercadorias, conhecimentos e gentes que, circulando pela Europa, alteraram os hábitos do quotidiano e do pensamento, científico e filosófico. Sinal desta disseminação foi a presença de grandes intelectuais portugueses nos principais centros da Europa, assim como a constatação, que as obras expostas sublinham, da quantidade e variedade de produtos que, em trânsito por <strong>Lisboa</strong>, foram desejados, por gosto e curiosidade científica, pelas <strong>mais</strong> sofisticadas sociedades europeias. O olhar dos responsáveis científicos da exposição, Jay Levenson, Jean Michel Massing, Julian Raby, Regina Khral e James Ulak, em articulação com Nuno Vassalo e Silva, traz uma leitura não-portuguesa deste ciclo da História de Portugal, actualizada no quadro contemporâneo da globalização. Em tempo de crise, a exposição fala ainda da força e do génio dos portugueses em vencer obstáculos e inventar Mundos. A própria exposição é disso prova, trabalho perseverante da equipa do Museu Nacional de Arte Antiga que, em conjugação com a do Instituto dos Museus e da Conservação, soube erguer esta produção da Smithsonian Institution. A versão de <strong>Lisboa</strong> não é réplica das que foram vistas na Freer and Sackler Gallery, Washington D. C., e no Palais des Beaux Arts, Bruxelas, em 2007. Respeitando o conceito original, integra agora tesouros nacionais, desejados desde sempre pelos comissários científicos mas que, por imperativos técnicos, não puderam ser cedidos. Algumas das jóias do nosso Património, oriundo de várias instituições de Portugal, brilham a par das obras raras cedidas por grandes colecções do Mundo. Um profundo agradecimento é devido ao Presidente da Smithsonian Institution, Wayne Clough; aos Comissários científicos, Jay Levenson, Julian Raby e Nuno Vassalo e Silva; ao Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Emílio Rui Vilar, e ao Director do Instituto dos Museus e da Conservação, Manuel Bairrão Oleiro, cujo empenho neste projecto gerou força para vencer tormentas, afinal outro dos talentos do ser português. ■ Museu Nacional de Arte Antiga Rua das Janelas Verdes | 1249-027 <strong>Lisboa</strong>. Tel: 21 391 2800 | Fax 21 397 3703 . mnarteantiga@ipmuseus.pt. mnaa.imc-ip.pt Como chegar autocarros: 60, 713, 727 Rua das Janelas Verdes; . 28, 714, 732 – Avenida 24 de Julho; eléctricos: 15E, 18E – Avenida 24 de Julho; 25 – Largo de Santos Horário terça a domingo: 10:00h às 18:00h. quinta-feira: das 10:00h às 23:00h. Encerrado: todas as segundas-feiras | 47
- Page 1 and 2: 10 AGOSTO | SETEMBRO | 2009 entrevi
- Page 3 and 4: índice Editorial Lisboa e Vale do
- Page 5 and 6: Em 1998, preparava-se a entrada da
- Page 7 and 8: Lisboa lança Rede de Cidades Criat
- Page 9 and 10: Costa Polis Praias da Costa requali
- Page 11 and 12: Campanha de medição da qualidade
- Page 13 and 14: Recentrar a discussão O discurso r
- Page 15 and 16: Feliz ou infelizmente, as decisões
- Page 17 and 18: | 15
- Page 19 and 20: Ao fim de onze anos à frente da Co
- Page 21 and 22: A margem sul tem uma qualidade ambi
- Page 23 and 24: da Sony, é um exemplo das áreas d
- Page 25 and 26: legislação, uma sobrepõe-se à o
- Page 27 and 28: Vou sair da administração central
- Page 29 and 30: Desde o arranque do programa em 200
- Page 31 and 32: Ivan Franco, director de investiga
- Page 33 and 34: PME a caminho da internacionalizaç
- Page 35 and 36: Pedro Silva, responsável pela Sec
- Page 37 and 38: Política de Cidades Parcerias para
- Page 39 and 40: informatizados de consulta sobre a
- Page 41 and 42: Arquivo da Câmara Municipal de Vil
- Page 43 and 44: O resultado final que se pretende,
- Page 45 and 46: Guto Ferreira Eco-Bairros Decorreu
- Page 47: Na verdade, num mundo em permanente
- Page 51 and 52: Lisboa leva «Inovação Social» a
- Page 53 and 54: Inaugurado a 5 de Outubro de 2004,
- Page 55: | 53
- Page 58 and 59: 56 |
- Page 60 and 61: artemrede Evelina Lindqvist Na sequ
- Page 62 and 63: DRÁKULA Companhia do Chapitô Com
- Page 64 and 65: Sábado, 10 Outubro | 10h30 Montijo
- Page 66 and 67: Susana Paiva PEQUENA FÁBRICA DE PI