António Fonseca Ferreira POR Lisboa mais ... - CCDR-LVT

A administração pública
está bloqueada. Se calhar
esta reforma não foi
mais longe porque
o actual xadrez não
o permitiu. O problema
da administração
pública portuguesa só se
resolve com um processo
de regionalização que dê
um novo ciclo ao poder
local, em que possa obter
novas competências.
Eu passei a vida fazendo política pelo lado cívico mas nunca tendo
querido meter-me na política. Gostava muito da profissão, designadamente
estas áreas do território, do urbanismo. Duas ou três
vezes na vida colocou-se a hipótese de ser candidato a isto ou
aquilo e recusei. Quando fui para a CML foi-me proposto ser vereador
e não quis, fui como técnico. E tive outros episódios. Não fui,
por razões profissionais.
Neste momento, a satisfação profissional é grande. O último congresso
do Partido Socialista também influenciou a minha decisão.
Além de apresentarmos a moção, candidatámo-nos e tivemos 11
por cento, o que num clima de «unanimismo» é importante.
É muito importante para abrir o pluralismo dentro dos partidos,
neste caso dentro do Partido Socialista, isso foi sempre uma
obsessão minha. Houve sempre tendência para as direcções
.se fecharem dentro de um certo «unanimismo», e eu acho que,
particularmente nos dias de hoje, isso não é muito próprio da
democracia.
Temos 27 elementos na Comissão Nacional, sete na Comissão
Política e isso traz algumas responsabilidades para podermos
continuar a cimentar posições e lutar por aprofundar o pluralismo,
que é aprofundar a democracia.
Essa é uma das razões da minha decisão. Tenho uma educação
judaico-cristã, também senti alguma necessidade de me submeter
a votos.
É a primeira vez que vai a votos?
Faço parte da Assembleia Municipal de Trancoso, vou sair agora
por causa da candidatura a Palmela, mas estou lá há 11 anos.
Tenho pena porque aquilo é o verdadeiro sossego.
Esta decisão significa que deixa de lado a investigação que tem
mantido ao longo da carreira? Deixa de vez o planeamento
regional e o ordenamento do território?
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