António Fonseca Ferreira POR Lisboa mais ... - CCDR-LVT
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Neste momento podemos dizer que os resultados<br />
são visíveis, a região está completamente diferente.<br />
No Vale do Tejo e no Oeste, os centros urbanos foram<br />
praticamente todos requalificados. Os centros históricos<br />
– Óbidos, Alcobaça, Abrantes, Almeirim, Rio Maior –<br />
foram completamente renovados nos últimos dez anos.<br />
Os principais instrumentos de planeamento estratégico estão<br />
prontos. Foi por isso que escolheu sair neste momento, depois<br />
de onze anos na presidência da <strong>CCDR</strong>?<br />
Era minha intenção ter saído em Junho do ano passado, porque<br />
para cargos executivos desta natureza seis a oito anos é o normal,<br />
<strong>mais</strong> do que dez é um exagero. Fiquei por causa da revisão do<br />
Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) da Área<br />
Metropolitana de <strong>Lisboa</strong> (AML), em função da mudança do aeroporto<br />
para Alcochete.<br />
Fechou-se um ciclo quando ficou pronta a Estratégia <strong>Lisboa</strong> 2020,<br />
que corresponde a preparar o período do Quadro de Referência<br />
Estratégico Nacional (QREN).<br />
Vim para a Comissão em função da minha experiência de planeamento<br />
estratégico e penso que cumpri esse papel. A preparação<br />
do QREN foi uma das coisas que se fizeram bem para a região.<br />
A experiência estendeu-se depois às outras <strong>CCDR</strong>. Também coordenei<br />
o primeiro PROT para a AML, aprovado em 2002. Depois de uns<br />
anos de interrupção, fez-se o plano da zona envolvente da área<br />
metropolitana, Oeste e Vale do Tejo, que saiu em Agosto.<br />
A <strong>CCDR</strong> tem um papel importante nos PDM. Também foi depois<br />
de eu ter chegado que se concluiu a primeira geração de PDM da<br />
região, que já estava adiantada, e neste momento estão em revisão<br />
os PDM para articulá-los com os planos regionais de ordenamento<br />
do território. Concluiu-se, de facto, uma época em termos<br />
do planeamento regional.<br />
Acaba de ser anunciado o projecto Arco Ribeirinho Sul, também<br />
coordenado por si. É a concretização dos modelos que defende?<br />
É <strong>mais</strong> do que um planeamento, é um programa de requalificação<br />
de uma zona fundamental da AML. É um elemento para aquilo<br />
que eu espero que dentro de 20 anos seja uma nova metrópole,<br />
uma nova AML.<br />
Não é por acaso que arranca agora, tem a ver com a mudança do<br />
aeroporto para a Margem Sul. O novo aeroporto de <strong>Lisboa</strong>, a Plataforma<br />
Logística do Poceirão – a grande plataforma logística<br />
do país, os investimentos turísticos na Margem Sul, a Alta Velocidade,<br />
proporcionam uma nova geração de projectos de internacionalização<br />
da economia portuguesa e do País que têm potencial<br />
para transformar a Área Metropolitana, designadamente na<br />
relação das duas margens.<br />
Essa não era uma questão estratégica para si?<br />
Era. A península de Setúbal teve historicamente um papel subsidiário<br />
da AML. Era um dormitório com indústrias temporárias<br />
– a construção naval, a siderurgia, com ciclos de emprego e desemprego.<br />
Esta nova geração de projectos permite uma nova situação,<br />
em função dos investimentos já feitos, designadamente a ligação<br />
ferroviária na Ponte 25 de Abril, a Ponte Vasco da Gama, a requalificação<br />
ribeirinha, iniciada com o Polis da Caparica e também<br />
na baía do Seixal. Com o Arco Ribeirinho, que incide nas antigas áreas<br />
industriais, cria-se uma outra estrutura na área metropolitana.<br />
Deixo uma nota, contudo: podem não ser só coisas boas. Isto é excelente<br />
para o País, para a AML e particularmente para a península<br />
de Setúbal, mas tem os perigos do desordenamento e da degradação<br />
ambiental.<br />
São grandes investimentos, o que significa grandes pressões urbanísticas<br />
e imobiliárias, e num território muito sensível em termos<br />
ambientais.<br />
O estuário do Tejo?<br />
Os estuários do Tejo e do Sado, ligados por corredores ambientais,<br />
designadamente o aquífero subterrâneo. E também o montado<br />
de sobro, que ali é dominante.<br />
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