22.04.2015 Views

Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

254<br />

resultado jurídico.<br />

O questionamento basilar situa-se na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atribuição<br />

da criação <strong>de</strong> um risco juridicamente proibido, que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou<br />

resultado jurídico, à conduta humana, que busca <strong>de</strong>terminar quando o<br />

resultado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado obra do agente.<br />

Em suma, Roxin (2002, p. 13) <strong>de</strong>termina a possibilida<strong>de</strong> da imputação<br />

<strong>de</strong> um resultado, causado por uma conduta humana, ao seu agente<br />

criador quando preenchido o tipo objetivo, ou seja, quando:<br />

a) seu comportamento criou um risco não permitido para o objeto<br />

da ação;<br />

b) o risco se realizou no resultado concreto;<br />

c) o resultado se encontra <strong>de</strong>ntro do alcance do tipo.<br />

O risco permitido é aquele que, mesmo perigoso, é admitido pela<br />

própria socieda<strong>de</strong>, como as condutas <strong>de</strong> dirigir veículo automotor,<br />

fabricar armas, realizar ou submeter-se a uma cirurgia, <strong>de</strong>ntre outras.<br />

Com o intuito <strong>de</strong> diminuir os riscos <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s suportadas pela<br />

socieda<strong>de</strong>, o or<strong>de</strong>namento jurídico passou a regulamentá-las, por meio<br />

<strong>de</strong> normas jurídicas, como a regulamentação <strong>de</strong> condução <strong>de</strong> veículos<br />

automotores e as regras técnicas, como a lex artis.<br />

Com efeito, D’Ávila (2001, p. 45-46) afirma que “[...] <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> do<br />

incr<strong>em</strong>ento da complexida<strong>de</strong> nas relações sociais, passaram a angariar<br />

relevância fundamental nas relações urbanas e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, num<br />

<strong>de</strong>sconcertante paradoxo, um gran<strong>de</strong> potencial danoso”. Alerta, ta<strong>mb</strong>ém,<br />

que a própria socieda<strong>de</strong> reconhece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s<br />

perigosas e o risco <strong>de</strong> dano <strong>de</strong>las advindos.<br />

A fim <strong>de</strong> regular a vida <strong>em</strong> socieda<strong>de</strong>, o legislador proibiu <strong>de</strong>terminadas<br />

condutas, as quais expunham a perigo <strong>de</strong> lesão o b<strong>em</strong> jurídico<br />

tutelado, tipificando-as como crimes. Por conseguinte, somente<br />

os riscos – criados por conduta humana – previstos pelo or<strong>de</strong>namento<br />

jurídico, cujo resultado se encontra no â<strong>mb</strong>ito <strong>de</strong> proteção da norma,<br />

serão passíveis <strong>de</strong> imputação objetiva.<br />

Desse modo, excluir-se-á a imputação quando, mesmo que uma<br />

conduta humana comissiva ou omissiva crie um risco à vida <strong>em</strong> socieda<strong>de</strong>,<br />

que origine resultado lesivo, esse risco não seja juridicamente<br />

<strong>de</strong>saprovado ou quando o resultado lesivo estiver fora do â<strong>mb</strong>ito <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!