Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina
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um plano <strong>de</strong> mídia nacional estratégico (jornais, periódicos, editoriais,<br />
rádios e veículos <strong>de</strong> comunicação <strong>em</strong> geral). Ta<strong>mb</strong>ém <strong>de</strong>verão fomentar<br />
a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates públicos sobre o t<strong>em</strong>a. Tudo isso a partir<br />
da elaboração <strong>de</strong> uma campanha publicitária distribuída <strong>em</strong> quatro<br />
roteiros, <strong>de</strong>vidamente formatados para ampliar o alcance da campanha<br />
“Ficha Limpa” e as i<strong>de</strong>ias educativas do projeto “O que você t<strong>em</strong> a ver com<br />
a corrupção?”.<br />
A intenção é abordar nos respectivos roteiros situações cotidianas<br />
relacionadas ao pleito eleitoral, como as seguintes: a) o pai que<br />
test<strong>em</strong>unha ao filho a ineficiência do exercício do voto; b) a conversa<br />
entre adolescentes na qual um <strong>de</strong>les disse que vai votar <strong>em</strong> qualquer<br />
candidato, pois, segundo afirma, é tudo a mesma coisa; c) a mulher que,<br />
ao receber uma visita <strong>de</strong> um candidato, na véspera das eleições, ganha<br />
uma cesta básica <strong>de</strong> presente; d) o marido que pergunta a esposa sobre o<br />
para<strong>de</strong>iro do título eleitoral, consignando ao final: “Pior que esse trabalho<br />
todo é só para chegar lá e votar <strong>em</strong> branco.”<br />
Todas as cenas, <strong>em</strong> cada roteiro, são sucedidas pelo congelamento<br />
das imagens retratadas, ocasião <strong>em</strong> que um personag<strong>em</strong>/ator entre<br />
<strong>em</strong> cena, indagando ao espectador/cidadão: “Você sabe o que nós t<strong>em</strong>os<br />
a ver com essa cena? Tudo.”. Ato contínuo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> observações próprias<br />
conforme o conteúdo específico <strong>de</strong> cada roteiro, o personag<strong>em</strong>/<br />
ator <strong>de</strong>staca: “Nas próximas eleições, valorize a ética, a honestida<strong>de</strong> e o voto<br />
consciente. Passado sujo não dá futuro. Vote limpo.”<br />
6 Conclusão<br />
Como se pô<strong>de</strong> constatar, o fenômeno da corrupção eleitoral possui<br />
caráter essencialmente cultural, influência do legado individualista que<br />
herdamos. E isso ocorre <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> da adoção da dominação tradicional<br />
patrimonial, caracterizada por um mo<strong>de</strong>lo centralizador, absolutista<br />
e privatista <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, o que permitiu a formação <strong>de</strong> uma estrutura<br />
totalmente contrária e lesiva aos interesses sociais, difusos e coletivos,<br />
avessa, enfim, ao processo eleitoral d<strong>em</strong>ocrático.<br />
A corrupção se forma como valor negativo moral da socieda<strong>de</strong>,<br />
levando seus indivíduos a tratar<strong>em</strong> o público como se fosse privado.<br />
Como fenômeno cultural, a corrupção não se relaciona unicamente