Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

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237 a impunidade e a apropriação indevida do espaço público, com a busca frenética de vantagens e privilégios pessoais. Essencial se torna uma educação voltada para a convivência eleitoral cidadã. Uma sociedade só se modifica quando os indivíduos que a compõem se modificam. A educação das novas gerações é o único instrumento possível capaz de deter o fenômeno da corrupção eleitoral. Somente se poderá realizar um processo eleitoral verdadeiramente democrático através da reflexão crítica e libertária, da análise transparente das propostas partidárias e dos respectivos candidatos, do envolvimento político e da participação popular direta no processo eleitoral. Urge, portanto, reeducar cada sujeito para o exercício consciente e planejado da cidadania, em busca da sonhada e desejada Democracia. Eis a utopia! 5.a O Projeto O que você tem a ver com a corrupção? A necessidade da ética humana comum para a convivência coletiva e harmônica deve ser construída a partir da singularidade do sujeito, respeitadas as diferenças e pluralidades múltiplas da raça humana. E toda mudança envolve educação. No Brasil, a educação se apresenta como um importante veículo de combate à corrupção, por meio da percepção e do estímulo à ética, à moral e à honestidade do cidadão, e do comprometimento da sociedade na cobrança pela transparência da gestão pública e pelo fim da impunidade. Outro fator relevante é a adoção de medidas que contribuam para a diminuição da burocracia judicial e melhore a eficiência dos serviços da Justiça na punição de corruptos e corruptores. Essa visão estimula a criação de soluções passíveis de serem incrementadas, como a atuação preventiva por meio da mobilização e conscientização social. Partindo dessa premissa e diante das dificuldades em se coibir práticas corruptas que estão arraigadas na sociedade brasileira, surgiu a idéia do programa de mobilização e conscientização social denominado “O que você tem a ver com a corrupção?”. O programa tem o caráter educativo de trabalhar a problemática da corrupção a partir de soluções práticas visíveis, longe do discurso demagógico tão comum nos dias de hoje.

238 O grande trunfo do ineditismo da prática consiste na confecção de um processo cultural de formação de consciência e de responsabilidade dos cidadãos, a partir de três tipos de responsabilidades: a) a responsabilidade com os próprios atos, ou responsabilidade individual: “estou fazendo a minha parte no meu dia-a-dia?”; b) a responsabilidade com os atos de terceiros, ou responsabilidade social ou coletiva: “estamos cobrando individual e coletivamente a efetiva apuração e punição de corruptos?” “Estamos exigindo o fim da impunidade?”; e c) a responsabilidade com as gerações futuras a partir de um agir consciente. É justamente a última responsabilidade que justifica o estímulo às novas gerações a adotarem uma conduta ética e moral comprometida com o bem-estar coletivo. É extremamente importante conscientizar a juventude sobre as consequências dos vícios e condutas desonestas. Lembremos que se todos fossem viver em condições financeiras iguais aos 20% (vinte por cento) dos que mais detêm poder econômico, seriam necessários 10 (dez) planetas Terra para satisfazer o consumo de toda a humanidade. Além do objetivo preventivo por meio da educação, a campanha tem como escopo estimular as denúncias populares dos atos de corrupção, não importando o maior ou menor grau de lesividade à população. Com isso, cria-se um canal direto entre a sociedade e o Ministério Público, o que facilita a apuração das mencionadas condutas. O projeto visa a atacar dois pontos fundamentais: 1º- acabar com a impunidade, ou seja, buscar a efetiva punição dos corruptos e dos corruptores, por meio de um canal real para o oferecimento de denúncias; e 2º- educar e estimular as novas gerações, mediante a construção, em longo prazo, de um Brasil mais justo e sério, destacando-se o papel fundamental de nossas próprias condutas diárias a partir do principio de que é preciso dar exemplo. O tema corrupção é colocado em situações cotidianas e depois assume a temática que engloba o incentivo à honestidade e à transparência das atitudes em todos os níveis, de escolas a governos. O que se propõe é a simples reflexão sobre o que a corrupção pode ocasionar em nossas vidas. Nesse enfoque, a campanha estimula as pessoas a assumirem a responsabilidade com suas próprias atitudes, tanto para si como para outras pessoas.

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a impunida<strong>de</strong> e a apropriação in<strong>de</strong>vida do espaço público, com a busca<br />

frenética <strong>de</strong> vantagens e privilégios pessoais.<br />

Essencial se torna uma educação voltada para a convivência<br />

eleitoral cidadã. Uma socieda<strong>de</strong> só se modifica quando os indivíduos<br />

que a compõ<strong>em</strong> se modificam. A educação das novas gerações é o<br />

único instrumento possível capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>ter o fenômeno da corrupção<br />

eleitoral. Somente se po<strong>de</strong>rá realizar um processo eleitoral verda<strong>de</strong>iramente<br />

d<strong>em</strong>ocrático através da reflexão crítica e libertária, da análise<br />

transparente das propostas partidárias e dos respectivos candidatos,<br />

do envolvimento político e da participação popular direta no processo<br />

eleitoral. Urge, portanto, reeducar cada sujeito para o exercício<br />

consciente e planejado da cidadania, <strong>em</strong> busca da sonhada e <strong>de</strong>sejada<br />

D<strong>em</strong>ocracia. Eis a utopia!<br />

5.a O Projeto O que você t<strong>em</strong> a ver com a corrupção?<br />

A necessida<strong>de</strong> da ética humana comum para a convivência coletiva<br />

e harmônica <strong>de</strong>ve ser construída a partir da singularida<strong>de</strong> do sujeito,<br />

respeitadas as diferenças e pluralida<strong>de</strong>s múltiplas da raça humana. E<br />

toda mudança envolve educação.<br />

No Brasil, a educação se apresenta como um importante veículo<br />

<strong>de</strong> co<strong>mb</strong>ate à corrupção, por meio da percepção e do estímulo à ética, à<br />

moral e à honestida<strong>de</strong> do cidadão, e do comprometimento da socieda<strong>de</strong><br />

na cobrança pela transparência da gestão pública e pelo fim da impunida<strong>de</strong>.<br />

Outro fator relevante é a adoção <strong>de</strong> medidas que contribuam para<br />

a diminuição da burocracia judicial e melhore a eficiência dos serviços<br />

da Justiça na punição <strong>de</strong> corruptos e corruptores. Essa visão estimula a<br />

criação <strong>de</strong> soluções passíveis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> incr<strong>em</strong>entadas, como a atuação<br />

preventiva por meio da mobilização e conscientização social.<br />

Partindo <strong>de</strong>ssa pr<strong>em</strong>issa e diante das dificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> se coibir<br />

práticas corruptas que estão arraigadas na socieda<strong>de</strong> brasileira, surgiu<br />

a idéia do programa <strong>de</strong> mobilização e conscientização social <strong>de</strong>nominado<br />

“O que você t<strong>em</strong> a ver com a corrupção?”. O programa t<strong>em</strong> o<br />

caráter educativo <strong>de</strong> trabalhar a probl<strong>em</strong>ática da corrupção a partir <strong>de</strong><br />

soluções práticas visíveis, longe do discurso d<strong>em</strong>agógico tão comum<br />

nos dias <strong>de</strong> hoje.

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