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Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

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20<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> paz, po<strong>de</strong>ndo qualquer pessoa, nos termos<br />

da lei, nele entrar, permanecer ou <strong>de</strong>le sair com seus<br />

bens;<br />

[...].<br />

A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção, inserida na categoria <strong>de</strong> direitos e<br />

garantias fundamentais da Magna Carta, é uma das mais importantes<br />

prerrogativas do ser humano, não po<strong>de</strong>ndo ser enfraquecida pela legislação<br />

infraconstitucional.<br />

Colhe-se da doutrina <strong>de</strong> Silva (2006) que:<br />

A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção no território nacional <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po<br />

<strong>de</strong> paz contém o direito <strong>de</strong> ir e vir (viajar e migrar) e <strong>de</strong><br />

ficar e <strong>de</strong> permanecer, s<strong>em</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorização.<br />

Significa que “pod<strong>em</strong> todos locomover-se livr<strong>em</strong>ente<br />

nas ruas, nas praças, nos lugares públicos, s<strong>em</strong> t<strong>em</strong>or<br />

<strong>de</strong> ser<strong>em</strong> privados <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção”,<br />

dizia Sampaio Dória no regime da Constituição <strong>de</strong><br />

1946. T<strong>em</strong>os aí a noção essencial da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

locomoção: po<strong>de</strong>r que todos têm <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadar e<br />

“dirigir suas ativida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> seu t<strong>em</strong>po,<br />

como b<strong>em</strong> lhes parecer, <strong>em</strong> princípio, cumprindolhes,<br />

entretanto, respeitar as medidas impostas pela<br />

lei, no interesse comum, e abster-se <strong>de</strong> atos lesivos<br />

dos direitos <strong>de</strong> outr<strong>em</strong>. A lei referida no dispositivo<br />

não se aplica à hipótese <strong>de</strong> locomoção <strong>de</strong>ntro do<br />

território nacional <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> paz. Portanto, será<br />

inconstitucional lei que estabeleça restrições nessa<br />

locomoção. Em t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> guerra, no entanto, isso será<br />

possível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não elimine a liberda<strong>de</strong> como<br />

instituição. (p. 238.)<br />

Não fosse o bastante, ao restringir a locomoção <strong>de</strong> crianças e adolescentes,<br />

ao pretexto <strong>de</strong> velar por seus direitos, as leis que institu<strong>em</strong><br />

o “toque <strong>de</strong> recolher” ofend<strong>em</strong> o princípio da proporcionalida<strong>de</strong>, tido<br />

por muitos autores como um superprincípio, po<strong>de</strong>ndo ser tido como<br />

um verda<strong>de</strong>iro parâmetro <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, que visa<br />

a coibir justamente os excessos legislativos. Men<strong>de</strong>s, Coelho e Branco<br />

(2007) discorr<strong>em</strong> sobre o referido princípio:

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