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Versao em Pdf (3,14 mb) - Ministério Público de Santa Catarina

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res, mas sim a liberá-los, elevando a uma série <strong>de</strong><br />

interesses corporativos as normas do or<strong>de</strong>namento<br />

jurídico internacional. A <strong>de</strong>pendência das socieda<strong>de</strong>s<br />

nacionais às <strong>em</strong>presas e financeiras transnacionais<br />

é <strong>de</strong> tal ord<strong>em</strong>, que qualquer pronunciamento <strong>de</strong><br />

agências privadas internacionais <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><br />

crédito e risco acabam provocando instabilida<strong>de</strong> política,<br />

provocando crises monetárias, enfim, criando<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> toda ord<strong>em</strong> para o Estado Constitucional<br />

Mo<strong>de</strong>rno.<br />

Esse intenso <strong>em</strong>bate teve seu ápice, como visto, <strong>em</strong> 1989, transcorridas<br />

mais <strong>de</strong> quatro décadas, com a queda do muro <strong>de</strong> Berlim que,<br />

muito mais que a simples <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> uma construção, representa[va]<br />

a vitória cabal do i<strong>de</strong>al neoliberal sobre o pensamento socialista. Tal<br />

vitória, por óbvio, começou a configurar-se numa nova ord<strong>em</strong> mundial,<br />

na qual, sob os preceitos e a doutrina neoliberal, lenta e estrategicamente<br />

vinha dando início às necessárias reformas estatais que introduziriam e<br />

garantiriam a manutenção <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo com a gradual “flexibilização”<br />

dos direitos trabalhistas, a formação <strong>de</strong> blocos econômicos e a submissão<br />

cada vez maior dos Estados <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento às imposições feitas<br />

pelos credores internacionais, sobretudo o Fundo Monetário Internacional<br />

e o Banco Mundial, <strong>em</strong> troca <strong>de</strong> vultuosos <strong>em</strong>préstimos que, <strong>em</strong> tese,<br />

financiariam esse <strong>de</strong>senvolvimento, caindo, tais Estados, num complexo<br />

ciclo vicioso do qual raramente se vê possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sair e que põe<br />

<strong>em</strong> xeque a própria soberania dos Estados que, sob muitos aspectos, já<br />

se vê <strong>de</strong>bilitada com os enlaces do Direito Internacional.<br />

Assim, muitos são atualmente os ataques à soberania dos Estados,<br />

não apenas à soberania <strong>de</strong> cada Estado como face política <strong>de</strong> sua auto<strong>de</strong>terminação,<br />

mas, muito pior e mais contun<strong>de</strong>nte que isso, ao próprio<br />

conceito <strong>de</strong> soberania que se vê hoje enfraquecido frente à nova ord<strong>em</strong><br />

mundial imposta, <strong>de</strong> acordo com o que afirma Cruz 30 :<br />

30 CRUZ. Política…, op. cit., p. 84<br />

O pretenso Po<strong>de</strong>r Soberano do Estado Constitucional<br />

Mo<strong>de</strong>rno, po<strong>de</strong>-se dizer, encontra-se <strong>em</strong> adiantado<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração. Não é o Po<strong>de</strong>r que<br />

<strong>de</strong>saparece, mas sim uma forma específica <strong>de</strong> sua<br />

organização e que teve seu ponto forte no conceito<br />

jurídico-político <strong>de</strong> Soberania. […] Com a crise <strong>de</strong>s-

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