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2008-Vol.2-Número 1 - Fepam

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Lâmpadas fluorescentes<br />

Constituída de um tubo de vidro selado preenchido com gás inerte (argônio), à baixa<br />

pressão e vapor de mercúrio, com terminais de alumínio, eletrodos (tungstênio, níquel, cobre ou<br />

ferro) e um “pó fosforoso” (clorofluorfosfato de cálcio 4 a 6 gramas / lâmpada de 40 watts). O<br />

conteúdo de mercúrio em cada lâmpada atinge mais de 10 mg de vapor de mercúrio.<br />

Conhecidas como lâmpadas “ambientalmente corretas”, vistas sob o aspecto do consumo<br />

e da eficiência de luminosidade, a substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes vem<br />

recebendo incentivos por parte dos órgãos governamentais, face a estes aspectos positivos, como<br />

por exemplo, sua vida útil que pode chegar a até 16.000 horas de duração satisfatória contínua o<br />

que, comparado com uma lâmpada comum, corresponderia à vida útil de 8 lâmpadas. Estas<br />

também têm um consumo muito menor de energia, em média 80% menos que as incandescentes,<br />

embora tenham o custo mais elevado.<br />

Políticas públicas estão voltadas ao fomento destas lâmpadas, como pode ser constatado<br />

em matéria que foi publicada no jornal Estado de São Paulo em 2001, período crítico da crise<br />

energética vivida pelo País, que noticiou: “nos últimos meses, o governo determinou que as concessionárias<br />

de energia apresentem programa de distribuição gratuita dessas lâmpadas para os consumidores de baixa renda,<br />

doando mais de 6 milhões de lâmpadas, como uma das medidas de combate ao desperdício de energia. Os técnicos do<br />

governo estimam que, com a implantação desta idéia, seja possível uma economia anual da ordem de 680 milhões<br />

de quilowatts/hora – o suficiente para abastecer, por um mês, uma cidade de 380 mil habitantes”.<br />

A preocupação está no descarte após a vida útil das lâmpadas fluorescentes. Não<br />

podemos continuar aceitando que o impacto destas, assim como de outros resíduos contendo<br />

metais pesados, num aterro de resíduos urbanos seja o mesmo que o proporcionado por<br />

"cascas de ovos e abacaxis", em função da presença de vários metais, entre eles o mercúrio,<br />

que possui toxidez aguda, podendo provocar náuseas, vômitos, danos aos rins, entre outras<br />

e toxidez crônica com inflamação da boca, perda de dentes, alterações psicológicas e<br />

psicomotoras, e ainda podendo ser facilmente metilado por bactérias e, após, ser absorvido<br />

por animais, onde irá acumular-se nos tecidos. O argumento de que as concentrações presentes<br />

são baixas caem por terra, uma vez que estamos falando de áreas de aterros onde os<br />

resíduos serão dispostos e ali irão perpetuar, resultando em altas concentrações localizadas.<br />

Uma série de outros elementos químicos, além do mercúrio, está presente na composição<br />

do “pó fosforoso” da lâmpada fluorescente, entre os quais: bário, cádmio, cálcio, alumínio, chumbo,<br />

cobre, ferro, magnésio, manganês, sódio, zinco, antimônio e níquel.<br />

Países desenvolvidos já anunciam o fim das lâmpadas incandescentes, com o estabelecimento<br />

em paralelo de políticas claras para destino final das lâmpadas fluorescentes no pós-consumo.<br />

A Nova Zelândia fixou a data de outubro de 2009 como limite máximo para o término da<br />

comercialização no país das lâmpadas incandescentes, sob o argumento de tratar-se de uma<br />

“tecnologia muito velha e ineficaz, onde somente 5% da energia que consome gera luz, sendo o<br />

restante calor inútil”.<br />

No Brasil, ainda se faz necessária uma diretriz legal para o recolhimento e processamento<br />

adequado, sob pena de não estarmos computando o custo ambiental como uma variável nesta<br />

equação econômica, priorizando a redução do consumo energético. Trata-se de um resíduo que<br />

não pode ser gerenciado através de “sucateiros”, como evidenciado na foto a seguir, os quais não<br />

têm condições de absorver, armazenar e destiná-lo corretamente, pois necessitarão desembolsar<br />

28<br />

<strong>Fepam</strong> em Revista, Porto Alegre, v.2, n.1, p.26-32, jan./dez. <strong>2008</strong>.

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