Impactos de pisciculturas em tanques-rede sobre a ictiofauna da ...
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Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>pisciculturas</strong> <strong>em</strong> <strong>tanques</strong>-re<strong>de</strong> modificando a composição bromatológica <strong>de</strong> peixes<br />
nativos - Autor: Igor Paiva Ramos<br />
Introdução<br />
Os primeiros registros do uso <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> organismos aquáticos <strong>em</strong><br />
gaiolas ou <strong>tanques</strong>-re<strong>de</strong> r<strong>em</strong>ontam a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950, no <strong>de</strong>lta do rio Mekong, Su<strong>de</strong>ste<br />
Asiático (Beveridge, 1984). Atualmente, esta ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra-se <strong>em</strong> expansão <strong>em</strong> represas<br />
<strong>de</strong> usinas hidroelétricas brasileiras, <strong>de</strong>vido a fatores favoráveis como o potencial hídrico,<br />
incentivos governamentais e <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> parques e áreas aquícolas (Carvalho e Ramos,<br />
2010; Ramos et al., 2010).<br />
Entretanto, Beveridge (2004) e Pillay (2004) relatam que <strong>em</strong> <strong>pisciculturas</strong> <strong>em</strong> <strong>tanques</strong>re<strong>de</strong>,<br />
até 30% <strong>da</strong> matéria orgânica <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à produção do pescado, não é aproveita<strong>da</strong>.<br />
Assim, esta matéria orgânica po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> como recurso alimentar pela biota local e/ou<br />
causar probl<strong>em</strong>as relacionados à eutrofização (Beveridge, 2004; Håkanson, 2005; Ramos et<br />
al., 2008), implicando <strong>em</strong> alterações <strong>em</strong> áreas próximas a esses sist<strong>em</strong>as (Beveridge, 2004;<br />
Håkanson, 2005; Ramos et al., 2008).<br />
Neste sentido, estudos realizados <strong>em</strong> represas do Alto Paraná <strong>de</strong>mostram o efeito <strong>de</strong><br />
atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas <strong>pisciculturas</strong> <strong>sobre</strong> a <strong>ictiofauna</strong> (Ramos, et al., 2008; Carvalho e Ramos,<br />
2010 e Ramos et al., 2010). Ain<strong>da</strong>, algumas espécies <strong>de</strong> peixes onívoras (Astyanax<br />
altiparanae e Pimelodus maculatus) t<strong>em</strong> sua dieta composta quase que totalmente por restos<br />
<strong>de</strong> ração (Ramos et al., 2008; Ramos, 2009; Brandão, 2010; Ramos, 2011). Entretanto, não há<br />
informações quanto aos possíveis impactos <strong>de</strong>stas mu<strong>da</strong>nças na composição bromatológica<br />
natural <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> peixes nativos. Tais mu<strong>da</strong>nças po<strong>de</strong>m influenciar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
nutricional do pescado, sendo este fato <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, uma vez que diversas espécies<br />
<strong>de</strong> peixes nativos são utiliza<strong>da</strong>s pela população brasileira como fonte <strong>de</strong> proteína animal.<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho, foi avaliar as possíveis alterações na composição<br />
bromatológica natural <strong>de</strong> peixes nativos <strong>de</strong> diferentes níveis tróficos (Galeocharax knerii –<br />
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