Impactos de pisciculturas em tanques-rede sobre a ictiofauna da ...
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Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>pisciculturas</strong> <strong>em</strong> <strong>tanques</strong>-re<strong>de</strong> modificando a alimentação <strong>de</strong> peixes nativos<br />
Autor: Igor Paiva Ramos<br />
populacionais. Espécies carnívoras que ocupam elos superiores na ca<strong>de</strong>ia alimentar, também<br />
são afeta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma indireta por estes <strong>em</strong>preendimentos (Becker e Chew, 1987; Machias et<br />
al., 2004), visto que o efeito “bottom-up” local por entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> energia secundária (ração)<br />
modificam elos inferiores <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia (comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s planctônica e bentônica) atingindo tais<br />
espécies (Becker e Chew, 1987). Desta forma, evi<strong>de</strong>ncia-se que to<strong>da</strong>s as espécies analisa<strong>da</strong>s<br />
buscam alcançar o forrageamento ótimo, para maximizar obtenção <strong>de</strong> recursos, minimizar<br />
gastos energéticos e risco <strong>de</strong> pre<strong>da</strong>ção.<br />
O consumo <strong>de</strong> matéria orgânica por peixes onívoros reflete <strong>em</strong> aumento <strong>da</strong><br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> pesqueira local, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> exerci<strong>da</strong> por estes sist<strong>em</strong>as <strong>sobre</strong> a<br />
<strong>ictiofauna</strong> (Machias et al., 2004). Tal fato foi observado no presente trabalho, com a constante<br />
presença <strong>de</strong> pescadores nas áreas próximas as <strong>pisciculturas</strong>, atraídos pela abundância <strong>de</strong><br />
peixes, como P. squamosissimus. P. maculatus e A. altiparanae. Esse tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
pesqueira indiretamente presta um importante serviço ambiental, com a retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> parte <strong>da</strong><br />
matéria orgânica aporta<strong>da</strong> ao ecossist<strong>em</strong>a aquático pelas <strong>pisciculturas</strong> <strong>em</strong> <strong>tanques</strong>-re<strong>de</strong><br />
(Gyllenhammar et al., 2008). Neste sentido, Vita et al. (2004) relatam que 80% <strong>da</strong> matéria<br />
orgânica particula<strong>da</strong> resultante <strong>de</strong> <strong>tanques</strong>-re<strong>de</strong> (restos <strong>de</strong> ração, fezes e escamas) são<br />
consumi<strong>da</strong>s pelos peixes atraídos para estes locais. Desta maneira, fica claro que os peixes<br />
onívoros resi<strong>de</strong>ntes <strong>em</strong> áreas próximas as <strong>pisciculturas</strong>, aceleram o processo <strong>de</strong> ciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />
matéria orgânica (ração) oriun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s <strong>pisciculturas</strong> (Vita et al., 2004), criando uma via<br />
alternativa para este nutrientes, mitigando os possíveis processos <strong>de</strong> eutrofização local.<br />
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