Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
Tese de Doutorado Hirose, G. L., 2009 INTRODUÇÃO Os Brachyura tanto em termos de abundância como de biomassa, são freqüentemente, um elemento predominante da macrofauna bentônica nos mais variados ambientes aquáticos (Lacerda et al., 1993). Diferentes linhagens de caranguejos conquistaram distintos ambientes, desde zonas abissais a fontes hidrotermais (Williams, 1980; Grassle, 1986); além disto, estão presentes em habitats fluviais e terrestres (Schubart & Diesel, 1998). Como na maioria dos invertebrados marinhos os Brachyura possuem em seu ciclo de vida uma fase larval, a qual é constituída por vários estágios (zoeas) antes de tornarem-se competentes ao assentamento. A fase de zoea constitui-se em formas típicas do zooplâncton, alimentando-se e crescendo no meio pelágico, onde mudam, sucessivamente, até atingirem a fase de decapodito, ainda larval (Darwirs 1985; Nagaraj, 1993). Existem evidências para muitos crustáceos decapodos (incluindo algumas espécies estuarinas), que durante o período de desenvolvimento larval ocorra um processo de migração e posterior emigração, de forma que as larvas sejam exportadas para outras localidades para completarem seu desenvolvimento e, posteriormente retornem às áreas onde se encontram as populações adultas para assentarem (Queiroga et al., 1994). Durante sua fase planctônica, as larvas são expostas às variações ambientais, os quais influenciam suas chances de sobrevivência e desenvolvimento. Entre estes fatores, podemos citar as variáveis físicas e químicas, como a temperatura, salinidade, luz e poluentes, como também alguns fatores biológicos como a disponibilidade de alimento e predação (Anger, 2001). A região de Ubatuba compreende a porção costeira da província biogeográfica subtropical, uma zona de transição da fauna (Palácio, 1982), na qual podem ser 25
Tese de Doutorado Hirose, G. L., 2009 encontradas, tanto espécies de origem tropical como Patagônicas (Sumida & Pires- Vanin, 1997). De acordo com Mantelatto & Fransozo (2000), nesta região ocorrem cerca de 10 famílias de caranguejos no infralitoral não consolidado (até 40m de profundidade), sendo que este número pode aumentar quando somados às regiões de maiores profundidades e à outros tipos de ambientes como os costões rochosos, estuários e manguezais. A enseada de Ubatuba e adjacências, também apresentam certas características quanto à dinâmica física e química de suas águas, com marcantes mudanças sazonais. Tal característica sazonal se deve, principalmente, a proximidade da região com a área de ocorrência da convergência Atlântica subtropical, formada pela confluência da corrente sul, que possui alta salinidade e temperatura (Águas Tropicais - AT), proveniente da corrente do Brasil e pela corrente norte das Malvinas (Falkland) caracterizada por temperatura e salinidade baixa, (Águas Sub-Antarticas - ASA) (Garcia, 1997). Da confluência entre as águas tropicais e águas sub-antárticas ocorre à formação de uma massa de água, chamada de Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS), que durante determinadas épocas do ano, dependendo da intensidade e da influência tanto da corrente do Brasil como dos ventos (Castro Filho et al., 1987), podem influenciar as regiões costeiras, promovendo modificações horizontais, verticais e um processo sazonal de mistura entre as diferentes massas de água (Odebrecht & Castello, 2001). Estas influências acarretam mudanças nos parâmetros ambientais, trazendo alterações na estrutura física, química e, conseqüentemente, biológica desta região. Este trabalho tem por objetivo descrever a distribuição e a abundância larval das principais superfamílias de Brachyura encontradas na região de Ubatuba, sua relação 26
- Page 1 and 2: Tese de Doutorado (Crustacea Distri
- Page 3 and 4: FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA DA P
- Page 5 and 6: carinho Dedico este aos trabalho me
- Page 7 and 8: A todos os amigos adquiridos que pa
- Page 9 and 10: Capítulo III: Comparação Morfol
- Page 11 and 12: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 13 and 14: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 15 and 16: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 17 and 18: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 19 and 20: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 21 and 22: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 23 and 24: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 25 and 26: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 27 and 28: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 29 and 30: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 31 and 32: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 33 and 34: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 35: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 39 and 40: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 41 and 42: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 43 and 44: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 45 and 46: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 47 and 48: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 49 and 50: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 51 and 52: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 53 and 54: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 55 and 56: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 57 and 58: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 59 and 60: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 61 and 62: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 63 and 64: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 65 and 66: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 67 and 68: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 69 and 70: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 71 and 72: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 73 and 74: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 75 and 76: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 77 and 78: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 79 and 80: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 81 and 82: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 83 and 84: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
- Page 85 and 86: Tese de Doutorado Hirose, G. L., 20
<strong>Tese</strong> <strong>de</strong> Doutorado Hirose, G. L., 2009<br />
encontradas, tanto espécies <strong>de</strong> origem tropical como Patagônicas (Sumida & Pires-<br />
Vanin, 1997). De acordo com Mantelatto & Fransozo (2000), nesta região ocorrem<br />
cerca <strong>de</strong> 10 famílias <strong>de</strong> caranguejos no infralitoral não consolidado (até 40m <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong>), sendo que este número po<strong>de</strong> aumentar quando somados às regiões <strong>de</strong><br />
maiores profundida<strong>de</strong>s e à outros tipos <strong>de</strong> ambientes como os costões rochosos,<br />
estuários e manguezais.<br />
A enseada <strong>de</strong> Ubatuba e adjacências, também apresentam certas características<br />
quanto à dinâmica física e química <strong>de</strong> suas águas, com marcantes mudanças sazonais.<br />
Tal característica sazonal se <strong>de</strong>ve, principalmente, a proximida<strong>de</strong> da região com a área<br />
<strong>de</strong> ocorrência da convergência Atlântica subtropical, formada pela confluência da<br />
corrente sul, que possui alta salinida<strong>de</strong> e temperatura (Águas Tropicais - AT),<br />
proveniente da corrente do Brasil e pela corrente norte das Malvinas (Falkland)<br />
caracterizada por temperatura e salinida<strong>de</strong> baixa, (Águas Sub-Antarticas - ASA)<br />
(Garcia, 1997).<br />
Da confluência entre as águas tropicais e águas sub-antárticas ocorre à formação<br />
<strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong> água, chamada <strong>de</strong> Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS), que<br />
durante <strong>de</strong>terminadas épocas do ano, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da intensida<strong>de</strong> e da influência tanto da<br />
corrente do Brasil como dos ventos (Castro Filho et al., 1987), po<strong>de</strong>m influenciar as<br />
regiões costeiras, promovendo modificações horizontais, verticais e um processo<br />
sazonal <strong>de</strong> mistura entre as diferentes massas <strong>de</strong> água (O<strong>de</strong>brecht & Castello, 2001).<br />
Estas influências acarretam mudanças nos parâmetros ambientais, trazendo alterações<br />
na estrutura física, química e, conseqüentemente, biológica <strong>de</strong>sta região.<br />
Este trabalho tem por objetivo <strong>de</strong>screver a distribuição e a abundância larval das<br />
principais superfamílias <strong>de</strong> Brachyura encontradas na região <strong>de</strong> Ubatuba, sua relação<br />
26