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pelos sócios da SEPSA; a mesma ilha, em que inúmeras vezes fui, pelas mãos do meu pai, brincar de pescar, aprender a pescar, aprender a amar o rio e a respeitar a força de suas águas; o restaurante, onde nunca faltava uma saborosa peixada, acompanhada de um apimentado pirão; a Capelinha do Salto do Avanhandava, toda feita de pedras, lapidadas em diferentes formatos, para facilitar o encaixe (as pedras basálticas eram da região do Salto e foram assentadas em argamassa de cimento e areia, e tiveram de ser transportadas a pé, por homens, a uma distância de mais 200 metros); a ponte do Salto do Avanhandava, que recebeu o nome de “Armando de Salles Oliveira”, e ficava na Rodovia Assis Chateaubriand (tinha 160 metros de comprimento e 7 metros de largura. Construída em concreto e ferro por uma equipe de engenheiros do Estado, sob a chefia do Dr. Leriz Branco, esta ponte, durante mais de 50 anos, ligou o Município de José Bonifácio ao de Barbosa, cidade mais próxima do Salto). Antes dela, a travessia era feita por duas balsas, uma delas, a do Cruz, a balsa do Porto Guanabara, também conhecida por “Porto Cruz” e “Quinca Bahiano”; da Usina Nacional de Energia Elétrica, conhecida por “Usina do Turco”, que fornecia energia para a região de Catanduva; da Usina do Avanhandava, que pertencia à Companhia Paulista de Força e Luz... Isso tudo está ainda na minha memória e na de todos os que conheceram este trecho do Baixo Tietê. A perda é inestimável. Ainda mais que carregada de implicações afetivas. Do quanto ela sensibilizou todos os penapolenses falam os artigos e poemas publicados nos jornais da região daquela época. Pessoas que nunca haviam publicado nada não resistiram ao apelo do momento e derramaram seu sentimento em páginas realmente emocionantes. Outros que não publicaram na época, o fazem agora, e ainda, com a mesma emoção. Porém, em nome da civilização, do progresso e das necessidades modernas que ele nos impõe, acabamos por entender o fato. Ontem, o Salto do
Avanhandava; hoje, a Nova Avanhandava. A região recebeu este novo empreendimento da CESP (hoje AES-Tietê), assombrada pelo que ele tinha de mais grandioso, pelo que significava de capacidade, pelas suas propostas inacreditáveis. Pela proposta inicial, a Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava injetaria mais de 300 mil kw no sistema elétrico interligado. O lago possibilitaria o desenvolvimento de uma agricultura mais produtiva, com o advento da irrigação proporcionada pelas águas represadas e de novas e modernas infra-estruturas de lazer. As duas eclusas, superior e inferior, permitiriam um grande avanço na concretização do velho projeto de navegabilidade do sistema Tietê-Paraná, que começou com os desbravadores de nosso sertão paulista, ainda antes das Monções. Hoje, navega-se em águas tranqüilas, sem precisar realizar as varações por terra...sem perder as canoas...sem ficar aturdido com o barulho das rochas a rasgar as águas; contudo, sem avistar o espetáculo diário e incansável das quedas d’água do Salto do Avanhandava e dos “pulos” dos cardumes de dourados e curimbatás a brilhar sob o sol. Esta parte do trabalho abordou um pouco dos aspectos históricos da construção da Usina Hidroelétrica Nova Avanhandava, das antigas Usinas e do extinto Salto, o passado; a próxima etapa versará, talvez, com o mesmo entusiasmo, de tudo aquilo que o presente nos promete para um futuro próximo – a sustentabilidade advinda do empreendimento Nova Avanhandava. Se não por outros motivos, apenas para garantir a nós mesmos que tudo não foi em vão...E para podermos olhar as gerações futuras e dizer que o preço pago foi justo. Que não temos apenas energia elétrica... Que temos futuro, ainda. E que talvez tenha valido a pena trocar as varas pelas redes de espera...mas isso, só o tempo dirá. É assim mesmo. A história continua...
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pelos sócios da SEPSA; a mesma ilha, em que inúmeras vezes fui, pelas mãos do<br />
meu pai, brincar <strong>de</strong> pescar, apren<strong>de</strong>r a pescar, apren<strong>de</strong>r a amar o rio e a respeitar a<br />
força <strong>de</strong> suas águas; o restaurante, on<strong>de</strong> nunca faltava uma saborosa peixada,<br />
acompanhada <strong>de</strong> um apimentado pirão; a Capelinha do Salto do Avanhandava, toda<br />
feita <strong>de</strong> pedras, lapidadas em diferentes formatos, para facilitar o encaixe (as pedras<br />
basálticas eram da região do Salto e foram assentadas em argamassa <strong>de</strong> cimento e<br />
areia, e tiveram <strong>de</strong> ser transportadas a pé, por homens, a uma distância <strong>de</strong> mais 200<br />
metros); a ponte do Salto do Avanhandava, que recebeu o nome <strong>de</strong> “Armando <strong>de</strong><br />
Salles Oliveira”, e ficava na Rodovia Assis Chateaubriand (tinha 160 metros <strong>de</strong><br />
comprimento e 7 metros <strong>de</strong> largura. Construída em concreto e ferro por uma equipe<br />
<strong>de</strong> engenheiros do Estado, sob a chefia do Dr. Leriz Branco, esta ponte, durante<br />
mais <strong>de</strong> 50 anos, ligou o Município <strong>de</strong> José Bonifácio ao <strong>de</strong> Barbosa, cida<strong>de</strong> mais<br />
próxima do Salto). Antes <strong>de</strong>la, a travessia era feita por duas balsas, uma <strong>de</strong>las, a do<br />
Cruz, a balsa do Porto Guanabara, também conhecida por “Porto Cruz” e “Quinca<br />
Bahiano”; da Usina Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica, conhecida por “Usina do Turco”,<br />
que fornecia energia para a região <strong>de</strong> Catanduva; da Usina do Avanhandava, que<br />
pertencia à Companhia Paulista <strong>de</strong> Força e Luz... Isso tudo está ainda na minha<br />
memória e na <strong>de</strong> todos os que conheceram este trecho do Baixo Tietê.<br />
A perda é inestimável. Ainda mais que carregada <strong>de</strong> implicações<br />
afetivas. Do quanto ela sensibilizou todos os penapolenses falam os artigos e<br />
poemas publicados nos jornais da região daquela época. Pessoas que nunca haviam<br />
publicado nada não resistiram ao apelo do momento e <strong>de</strong>rramaram seu sentimento<br />
em páginas realmente emocionantes. Outros que não publicaram na época, o fazem<br />
agora, e ainda, com a mesma emoção.<br />
Porém, em nome da civilização, do progresso e das necessida<strong>de</strong>s<br />
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