A Coexistência do Platonismo e do Aristotelismo na Filosofia Medieval
A Coexistência do Platonismo e do Aristotelismo na Filosofia Medieval
A Coexistência do Platonismo e do Aristotelismo na Filosofia Medieval
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A COEXISTÊNCIA DO<br />
PLATONISMO E DO<br />
ARISTOTELISMO NA FILOSOFIA<br />
MEDIEVAL<br />
Prof. Dr. André Marcelo M. Soares
O novo platonismo<br />
• O neoplatonismo teve grande ascendência sobre os primeiros<br />
escritores cristãos. Dele se valiam para esclarecer e defender o<br />
novo conteú<strong>do</strong> da fé.<br />
• Quan<strong>do</strong> Agostinho se converteu ao cristianismo, já conhecia<br />
muito bem, principalmente através da leitura <strong>do</strong>s textos de<br />
Cícero, o pensamento clássico.<br />
• Seu mo<strong>do</strong> de ver o homem como uma alma que se serve de um corpo<br />
foi herda<strong>do</strong> de Platão, através <strong>do</strong> conhecimento da <strong>do</strong>utri<strong>na</strong> <strong>do</strong><br />
neoplatônico Plotino.
Século VIII: re<strong>na</strong>scimento intelectual<br />
• Do século V ao século VIII, com a queda <strong>do</strong> Império Romano,<br />
decai a produção intelectual.<br />
• No século VIII, com o império carolíngeo, houve um primeiro<br />
ressurgimento da cultura ocidental. Carlos Magno promoveu a<br />
difusão das escolas e <strong>do</strong> que havia de disponível da cultura<br />
antiga.<br />
• O monge inglês Alcuíno de York , nos fins <strong>do</strong> século VIII, foi<br />
chama<strong>do</strong> por Carlos Magno para organizar a escola palati<strong>na</strong>.
Estu<strong>do</strong>s medievais e platonismo<br />
• Nasce o trivium, ou ensino literário (gramática, retórica e<br />
dialética) e o quadrivium, ou ensino científico (aritmética,<br />
geometria, astronomia e música). Nas escolas mais importantes,<br />
ensi<strong>na</strong>va-se também a teologia.<br />
• Scotus Eríge<strong>na</strong>, procurou amalgamar idéias platônicas e<br />
neoplatônicas, como as de Agostinho. De Aristóteles, só se<br />
conhecia o Organon.<br />
• A difusão <strong>do</strong> aristotelismo ocorreu graças à multiplicação das<br />
traduções <strong>do</strong> Organon.
O problema <strong>do</strong>s universais<br />
• Com o estu<strong>do</strong> da dialética, o interesse <strong>do</strong>s estudiosos voltou-se<br />
para o problema <strong>do</strong>s universais, mais debati<strong>do</strong> no século XI.<br />
• O problema <strong>do</strong>s universais foi assim proposto:<br />
o universal ou essência, que é comum a todas as coisas que chamamos pelo<br />
mesmo nome, é real, tem existência própria, ou é ape<strong>na</strong>s um ato ou<br />
conteú<strong>do</strong> da nossa mente que expressamos com um nome?<br />
• As soluções dadas ao problema foram três: o realismo, o<br />
conceitualismo e o nomi<strong>na</strong>lismo.
A escolástica<br />
• A influência <strong>do</strong>s primeiros comenta<strong>do</strong>res árabes, como<br />
Avice<strong>na</strong>, contribuiu para a difusão da <strong>do</strong>utri<strong>na</strong> aristotélica no<br />
ensino universitário.<br />
• O primeiro escolástico de destaque foi Anselmo de Canterbury<br />
que seguiu Agostinho, mas basean<strong>do</strong>-se no realismo. A seguir,<br />
deve-se citar Pedro Abelar<strong>do</strong>, mais incli<strong>na</strong><strong>do</strong> ao conceitualismo.<br />
• Com o tempo o aristotelismo vai sen<strong>do</strong> assimila<strong>do</strong> por correntes<br />
de inspiração aristotélica, como o tomismo, o averroísmo e o<br />
escotismo.
As transformações<br />
• No século XI, a Europa assistiu um novo ressurgimento <strong>do</strong><br />
interesse pelo estu<strong>do</strong>. No século XII, a escolástica lati<strong>na</strong> descobre<br />
Aristóteles através <strong>do</strong>s árabes.<br />
• No século XIII, a escolástica atingiu seu maior vigor, sobretu<strong>do</strong><br />
com as escolas de Paris e Oxford, onde ensi<strong>na</strong>ram Boaventura,<br />
Tomás de Aquino e Scotus.<br />
• No século XIV ocorre uma onda de descrédito em relação ao<br />
pensamento escolástico.
Aristotélicos x platônicos<br />
• O maior representante <strong>do</strong> platonismo medieval foi Boaventura, que<br />
se baseou em Agostinho.<br />
• Entre a corrente filosófica de Boaventura e a de Tomás de<br />
Aquino ocorreram grandes divergências.<br />
• Na tentativa de fazer uma síntese <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is pensa<strong>do</strong>res, surge o<br />
escotismo de Duns Scotus.<br />
• Na segunda metade <strong>do</strong> século XIV, Ockham cria o nomi<strong>na</strong>lismo e<br />
abre as portas para a modernidade.