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Edição nº 498 - Março/2011 - Ucg

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Goiânia, 2ª quinzena de março de <strong>2011</strong> Folha PUC <strong>498</strong> - 7<br />

Trajetórias que se mesclam<br />

Há 30 anos, Sandra de Faria<br />

chegou à PUC Goiás, na época<br />

Universidade Católica de Goiás.<br />

Dava seus primeiros passos no<br />

mundo acadêmico. Cursou Serviço<br />

Social e tornou-se especialista<br />

em Política Social. O mestrado e<br />

o doutorado em Serviço Social foram<br />

na PUC de São Paulo. Depois<br />

de passar pela Pró-Reitoria de Extensão<br />

e Apoio Estudantil, assumiu<br />

a Pró-Reitoria de Pós-Graduação<br />

e Pesquisa da PUC Goiás.<br />

A sua trajetória profissional<br />

se confunde, em muitos momentos,<br />

com a história da própria instituição.<br />

Nesse período, acompanhou<br />

e fez parte, como mulher e<br />

profissional, dos avanços obtidos<br />

pelo sexo feminino na luta pelos<br />

direitos da mulher.<br />

Ela avalia que o século 20 foi<br />

de conquista, afirmação e garantia<br />

de direitos para as mulheres.<br />

Nesse período, frisa, o caminho<br />

rumo à emancipação da mulher<br />

começou a ser trilhado, sobretudo,<br />

no Brasil, com a conquista<br />

do direito ao voto. “Não dá<br />

para olhar para o século 20 e vê-<br />

-lo somente como de conflitos. É<br />

também de grandes mudanças e<br />

avanços”, cita.<br />

Sandra pondera que, no Brasil,<br />

as conquistas femininas<br />

avançaram, sobretudo, a partir<br />

de 1988, com a nova Constituição,<br />

no campo político, civil e<br />

social, mas considera que, no<br />

campo do trabalho, ainda há<br />

muito que avançar para todos<br />

os trabalhadores, especialmente<br />

para as mulheres.<br />

Apesar de várias pesquisas<br />

indicarem a feminilização do<br />

mercado de trabalho, embora a<br />

mulher tenha entrado em áreas<br />

impensadas em outras épocas,<br />

como as engenharias, medicina,<br />

de ocupar cargos de gerência, estar<br />

na construção civil, esse processo<br />

não foi acompanhado das<br />

garantias de direito no trabalho. É<br />

neste campo, avalia a pró-reitora,<br />

que se encontram os principais<br />

desafios a serem vencidos, por homens<br />

e mulheres.<br />

E neste cenário, avalia, a PUC<br />

Goiás tem mantido seu compromisso<br />

com a garantia de direitos<br />

da sociedade. “Faz parte de nossa<br />

cultura o compromisso histórico<br />

com grupos, movimentos, estudos<br />

e pesquisas voltados para a defesa<br />

e garantia de direitos, que nos<br />

educam internamente e que vai<br />

além do compromisso educacional<br />

e firma nossa identidade com a<br />

garantia de direitos. Nossa expectativa<br />

é ser referência para nossos<br />

alunos”, resume.<br />

EXCELÊNCIA PUC NO ENSINO<br />

Por uma sociedade mais justa<br />

O sotaque já denunciava que a<br />

capital goiana não era de fato sua<br />

terra natal, apesar de viver em<br />

Goiás desde muito jovem. Natural<br />

de Conceição do Araguaia<br />

(PA), a professora Márcia de<br />

Alencar Santana, atual pró-reitora<br />

de Extensão e Apoio Estudantil,<br />

mudou-se para Goiânia em<br />

1972 e atua na PUC Goiás há 21<br />

anos como docente. “É o primeiro<br />

cargo de gestão que assumo.<br />

Não tinha ideia da imensidão do<br />

trabalho de extensão desenvolvi-<br />

do na universidade”, afirmou, ao<br />

se referir aos numerosos projetos<br />

da PUC Goiás.<br />

A ligação com os movimentos<br />

sociais sempre esteve presente<br />

na sua história de vida.<br />

O primeiro contato com a PUC<br />

Goiás, na época UCG, foi como<br />

acadêmica do curso de Geografia,<br />

em 1980. A militância iniciou<br />

no movimento estudantil e teve<br />

continuidade na carreira docente:<br />

de 2002 a 2004 foi presidente<br />

da Associação dos Professores<br />

(APUC) e de 2004 a 2010 assu-<br />

miu o Sindicato dos Professores<br />

do Estado de Goiás (Sinpro-GO).<br />

Para a pró-reitora, a principal<br />

conquista da mulher foi o respeito<br />

como ser humano. “Há um século<br />

não podíamos votar, já que não<br />

éramos consideradas cidadãs”,<br />

observou. A participação no mercado<br />

de trabalho e a consciência de<br />

ter direitos também foram vitórias<br />

apontadas por ela. “Existem desafios.<br />

A violência doméstica é uma<br />

nódoa para a sociedade e precisamos<br />

de mais liberdade para sermos<br />

mulheres”, opinou.<br />

Sabedoria na prática<br />

Ela fez graduação em Direito,<br />

tem especialização e mestrado.<br />

Alcançou reconhecimento profissional.<br />

Independência financeira.<br />

Mas não perdeu a meiguice, a feminilidade.<br />

“Admiro as mulheres<br />

que conseguem mostrar que são<br />

plenas, fortes e decididas agindo<br />

com mansidão, sem grandes arroubos”.<br />

Aos 48 anos, Helenisa<br />

Maria Gomes de Oliveira Neto<br />

pode dizer que se tornou uma delas.<br />

Atualmente ela é pró-reitora<br />

de Desenvolvimento Institucional<br />

(Prodin) da PUC Goiás e consegue<br />

colocar em prática, talvez até sem<br />

saber, os ensinamentos de um livro<br />

que aprecia: “Ester”, da Bíblia.<br />

E é preciso mesmo sabedoria<br />

para conquistar, não só o amor<br />

do rei e a liberdade de um povo<br />

– como nos mostram os relatos bíblicos<br />

-, mas também vitórias nos<br />

dias de hoje. As demandas são<br />

muitas. Foram muitas. “Cheguei<br />

a pensar em desistir da carreira<br />

profissional”, admite. “Olha, não<br />

é fácil conciliar a profissão com as<br />

responsabilidades de casa, criação<br />

de filhos, marido. Mas pude contar<br />

com o apoio e o incentivo da<br />

própria família para continuar”.<br />

As vitórias, consolidadas em casa,<br />

também não tardaram a aparecer<br />

no mundo profissional. Apenas<br />

três anos depois de formar-se<br />

em Direito pela PUC Goiás, em<br />

1985, Helenisa passou na seleção<br />

para ser professora na instituição<br />

em que estudou. De 1988,<br />

quando começou a lecionar na<br />

PUC Goiás, até 1999, ela conciliou<br />

o magistério superior com<br />

a advocacia. Nesse ano, encarou<br />

novo desafio: assumiu a direção<br />

do Departamento de Ciências<br />

Jurídicas da universidade, onde<br />

ficou por dois mandatos. Novas<br />

conquistas no currículo: em 2007,<br />

diretora-geral da Santa Casa de<br />

Misericórdia e, desde dezembro<br />

de 2010, é a nova titular da Prodin.<br />

“Às vezes fico pensando se, em<br />

alguns momentos, deixei a vida<br />

profissional suplantar a familiar;<br />

se, como mãe, não fiz o suficiente<br />

para os meus filhos. Mas acho que<br />

deu certo, sim”, afirma. A filha<br />

mais velha, Helenisa Helena, 28<br />

anos, formou-se em Odontologia<br />

e hoje faz doutorado; João Luiz<br />

Filho, 23, se forma em Medicina<br />

neste semestre pela PUC Goiás e<br />

o caçula Rubens, 22, faz arquitetura<br />

pela Universidade Estadual de<br />

Goiás (UEG) e Engenharia Civil<br />

pela PUC Goiás.<br />

E que mulher a inspirou? “Minha<br />

mãe, Maria Helenisa Cândida<br />

Gomes. Acredita que, com 48<br />

anos, ela fez Pedagogia, e depois<br />

mestrado em Educação?”, conta a<br />

pró-reitora. Sinal de que realmente<br />

o tema do Dia da Mulher deste<br />

ano caminha para ser realidade.

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