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Toda peça contém água necessária para a aglomeração da massa, atingindo um teor de até 30%, variando de acordo com a plasticidade e o método aplicado na moldagem. Quanto mais gorda a argila, maior a quantidade de água necessária para a moldagem, maior o tempo e o cuidado que se deve ter no processo de secagem, e maior a retração. Se enfornada úmida, a secagem no forno será muito brusca, com formação rápida de vapor, o que causará fendas e deformações. Na secagem muito rápida a parte externa seca primeiro, sofrendo uma retração com o fechamento de poros e canais capilares, o que impede a saída do vapor de água que continua se formando no seu interior. Este vapor de água, para sair, força a abertura de novos caminhos, desenvolvendo tensões internas que podem resultar em rachaduras e até no rompimento da peça. A peça cerâmica ao ser enfornada encontra-se no estado seco, com um teor de água entre 1% e 3% (água não eliminada na secagem ou absorvida do ambiente). Até 100°C é a eliminação desta água que ocorre, devendo efetuar-se em períodos de acréscimos suaves de temperatura para evitar a quebra da peça pela brusca formação de vapor. A água combinada quimicamente com as matérias-primas que compõem a massa é eliminada em seguida, à medida que a temperatura aumenta entre 400ºC e 600° C. A presença de matéria orgânica, qualquer que seja, também queima a esta temperatura. As transformações físicas da sílica acontecem em torno de 573°C, com expansão pelo aquecimento e retração no resfriamento. Razão pela qual se deve ter um controle de velocidade de temperatura tanto no aquecimento como no resfriamento, para não prejudicar as características do produto. Com o aumento da temperatura tem início a decomposição dos carbonatos. Quando se trata de argilas para cerâmica vermelha com um teor adequado de fundentes, entre 800ºC e 1.000°C, tem início a vitrificação. Este fenômeno vem acompanhado de uma diminuição ou anulação da porosidade e um aumento da resistência. Em temperaturas abaixo da vitrificação iniciam-se as mudanças de caráter químico, formando compostos que imprimem à massa suas características cerâmicas. A formação de novos compostos se acentua muito mais à medida que a temperatura caminha para a vitrificação da massa. Se houver presença suficiente de materiais fundentes a vitrificação será total podendo chegar até a fusão. As cores iniciais dos produtos crus desaparecem pela queima, dando lugar a outras variáveis de acordo com a composição química da argila e grau oxidante ou redutor da chama. 176

A chama oxidante – aquela que no processo de combustão apresenta excesso de ar (oxigênio) em relação ao combustível – é favorável à coloração avermelhada. A chama redutora – que no processo de combustão apresenta falta de ar (oxigênio) em relação ao combustível – é desfavorável e, dependendo da composição do material, adquire uma coloração escura. Nas argilas gordas, com elevado teor de matéria orgânica, esta em determinado momento queima, dando oportunidade a um aumento de temperatura no forno que, de acordo com os fundentes presentes na peça, formam uma camada superficial impermeável, que impede a penetração de oxigênio. Esta camada dificulta também a saída dos gases que se expandem no seu interior, dando origem a uma massa negra e esponjosa, com a formação de saliências superficiais. O comportamento da argila durante o processo de queima depende do tipo e o teor dos fundentes presentes, que estabelecem o grau de amolecimento da argila. As argilas pobres em fundentes necessitam de mais calor para sua queima que as ricas. O tijolo queimado deve apresentar determinada sonoridade. O contrário é prova de que a queima foi insuficiente para aquela composição. As características exigidas no produto final e o comportamento no processo de fabricação determinam se uma argila é boa ou não. Pela secagem é que o tijolo, por exemplo, sofre uma contração que, sendo excessiva, torna necessário o emprego de um material antiplástico, intimamente incorporado à massa. Este material deve ser cuidadosamente escolhido e adicionado em proporções adequadas para não alterar grandemente a plasticidade. Isto permite a utilização de argilas que, por si só, seriam inadequadas para a fabricação, devido à elevada retração. Pode-se usar também o rejeito de fabricação após a queima, devidamente moído, com grandes vantagens. CONTRAÇÃO NAS ARGILAS A contração de secagem da argila varia em função de sua plasticidade. Não deve ser muito grande para não criar dificuldade no processo. A uma argila que apresenta grande contração, deve-se adicionar material antiplástico para torná-la adequada. Com essa finalidade pode-se utilizar o pó de tijolo citado que vem ajudar a química de queima desde que convenientemente incorporado. É recomendável o emprego de materiais que preservam a capacidade de moldagem, mas que não modificam grandemente o volume após a queima. A contração total de secagem e queima não deve ser muito elevada para não apresentar dificuldades no processo de fabricação. O ideal é trabalhar com um material de baixa retração, desde que as características exigidas sejam atingidas. 177

A chama oxi<strong>da</strong>nte – aquela que <strong>no</strong> <strong>pr</strong>ocesso de combustão a<strong>pr</strong>esenta excesso<br />

de ar (oxigênio) em relação ao combustível – é favorável à coloração a<strong>vermelha</strong><strong>da</strong>. A<br />

chama redutora – que <strong>no</strong> <strong>pr</strong>ocesso de combustão a<strong>pr</strong>esenta falta de ar (oxigênio) em<br />

relação ao combustível – é desfavorável e, dependendo <strong>da</strong> composição do material,<br />

adquire uma coloração escura.<br />

Nas argilas gor<strong>da</strong>s, com elevado teor de matéria orgânica, esta em<br />

determinado momento queima, <strong>da</strong>ndo oportuni<strong>da</strong>de a um aumento de temperatura <strong>no</strong><br />

for<strong>no</strong> que, de acordo com os fundentes <strong>pr</strong>esentes na peça, formam uma cama<strong>da</strong><br />

superficial impermeável, que impede a penetração de oxigênio. Esta cama<strong>da</strong> dificulta<br />

também a saí<strong>da</strong> dos gases que se expandem <strong>no</strong> seu interior, <strong>da</strong>ndo origem a uma massa<br />

negra e esponjosa, com a formação de saliências superficiais.<br />

O comportamento <strong>da</strong> argila durante o <strong>pr</strong>ocesso de queima depende do tipo e<br />

o teor dos fundentes <strong>pr</strong>esentes, que estabelecem o grau de amolecimento <strong>da</strong> argila. As<br />

argilas pobres em fundentes necessitam de mais calor para sua queima que as ricas. O<br />

tijolo queimado deve a<strong>pr</strong>esentar determina<strong>da</strong> so<strong>no</strong>ri<strong>da</strong>de. O contrário é <strong>pr</strong>ova de que a<br />

queima foi insuficiente para aquela composição.<br />

As características exigi<strong>da</strong>s <strong>no</strong> <strong>pr</strong>oduto final e o comportamento <strong>no</strong> <strong>pr</strong>ocesso<br />

de fabricação determinam se uma argila é boa ou não.<br />

Pela secagem é que o tijolo, por exemplo, sofre uma contração que, sendo<br />

excessiva, torna necessário o em<strong>pr</strong>ego de um material antiplástico, intimamente<br />

incorporado à massa. Este material deve ser cui<strong>da</strong>dosamente escolhido e adicionado<br />

em <strong>pr</strong>oporções adequa<strong>da</strong>s para não alterar grandemente a plastici<strong>da</strong>de. Isto permite a<br />

utilização de argilas que, por si só, seriam inadequa<strong>da</strong>s para a fabricação, devido à<br />

eleva<strong>da</strong> retração. Pode-se usar também o rejeito de fabricação após a queima,<br />

devi<strong>da</strong>mente moído, com grandes vantagens.<br />

CONTRAÇÃO NAS ARGILAS<br />

A contração de secagem <strong>da</strong> argila varia em função de sua plastici<strong>da</strong>de. Não<br />

deve ser muito grande para não criar dificul<strong>da</strong>de <strong>no</strong> <strong>pr</strong>ocesso. A uma argila que<br />

a<strong>pr</strong>esenta grande contração, deve-se adicionar material antiplástico para torná-la<br />

adequa<strong>da</strong>. Com essa finali<strong>da</strong>de pode-se utilizar o pó de tijolo citado que vem aju<strong>da</strong>r a<br />

química de queima desde que convenientemente incorporado. É recomendável o<br />

em<strong>pr</strong>ego de materiais que <strong>pr</strong>eservam a capaci<strong>da</strong>de de mol<strong>da</strong>gem, mas que não<br />

modificam grandemente o volume após a queima.<br />

A contração total de secagem e queima não deve ser muito eleva<strong>da</strong> para não<br />

a<strong>pr</strong>esentar dificul<strong>da</strong>des <strong>no</strong> <strong>pr</strong>ocesso de fabricação. O ideal é trabalhar com um material<br />

de baixa retração, desde que as características exigi<strong>da</strong>s sejam atingi<strong>da</strong>s.<br />

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