22.03.2015 Views

Cecília Meireles - Outorga.com.br

Cecília Meireles - Outorga.com.br

Cecília Meireles - Outorga.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />

Se você sente algo diga...<<strong>br</strong> />

É difícil se a<strong>br</strong>ir?<<strong>br</strong> />

Mas quem disse que é fácil encontrar alguém<<strong>br</strong> />

que queira escutar?<<strong>br</strong> />

Se alguém reclama de você, ouça...<<strong>br</strong> />

É difícil ouvir certas coisas?<<strong>br</strong> />

Mas quem disse que é fácil ouvir você?<<strong>br</strong> />

Se alguém te ama, ame-o...<<strong>br</strong> />

É difícil entregar-se?<<strong>br</strong> />

Mas quem disse que é fácil ser feliz?<<strong>br</strong> />

Nem tudo é fácil na vida...<<strong>br</strong> />

Mas, <strong>com</strong> certeza, nada é impossível...<<strong>br</strong> />

Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />

Não digas onde acaba o dia.<<strong>br</strong> />

Onde <strong>com</strong>eça a noite.<<strong>br</strong> />

Não fales palavras vãs.<<strong>br</strong> />

As palavras do mundo.<<strong>br</strong> />

Não digas onde <strong>com</strong>eça a Terra,<<strong>br</strong> />

Onde termina o céu<<strong>br</strong> />

Não digas até onde és tu.<<strong>br</strong> />

Não digas desde onde és Deus.<<strong>br</strong> />

Não fales palavras vãs.<<strong>br</strong> />

Desfaze-te da vaidade triste de falar.<<strong>br</strong> />

Pensa,<strong>com</strong>pletamente silencioso,<<strong>br</strong> />

Até a glória de ficar silencioso,<<strong>br</strong> />

Sem pensar.<<strong>br</strong> />

Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />

Canção do Sonho Acabado<<strong>br</strong> />

Já tive a rosa do amor<<strong>br</strong> />

- ru<strong>br</strong>a rosa, sem pudor.<<strong>br</strong> />

Cobicei, cheirei, colhi.<<strong>br</strong> />

Mas ela despetalou<<strong>br</strong> />

E outra igual, nunca mais vi.<<strong>br</strong> />

Já vivi mil aventuras,<<strong>br</strong> />

Me em<strong>br</strong>iaguei de alegria!<<strong>br</strong> />

Mas os risos da ventura,<<strong>br</strong> />

No limiar da loucura,<<strong>br</strong> />

Se tornaram fantasia...<<strong>br</strong> />

Já almejei felicidade,<<strong>br</strong> />

Mãos dadas, fraternidade,<<strong>br</strong> />

Um ideal sem fronteiras<<strong>br</strong> />

- utopia! Voou ligeira,<<strong>br</strong> />

Nas asas da liberdade.<<strong>br</strong> />

Desejei viver. Demais!<<strong>br</strong> />

Segurar a juventude,<<strong>br</strong> />

Prender o tempo na mão,<<strong>br</strong> />

Plantar o lírio da paz!<<strong>br</strong> />

Mas nem mesmo isto eu pude:<<strong>br</strong> />

Tentei, porém nada fiz...<<strong>br</strong> />

Muito, da vida, eu já quis.<<strong>br</strong> />

Já quis... mas não quero mais...<<strong>br</strong> />

Pesquisa: Luiz Antonio Batista da Rocha – Academia Barretense de Cultura - ABC Página 27<<strong>br</strong> />

www.outorga.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> rocha@outorga.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!