CecÃlia Meireles - Outorga.com.br
CecÃlia Meireles - Outorga.com.br
CecÃlia Meireles - Outorga.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />
Se você sente algo diga...<<strong>br</strong> />
É difícil se a<strong>br</strong>ir?<<strong>br</strong> />
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém<<strong>br</strong> />
que queira escutar?<<strong>br</strong> />
Se alguém reclama de você, ouça...<<strong>br</strong> />
É difícil ouvir certas coisas?<<strong>br</strong> />
Mas quem disse que é fácil ouvir você?<<strong>br</strong> />
Se alguém te ama, ame-o...<<strong>br</strong> />
É difícil entregar-se?<<strong>br</strong> />
Mas quem disse que é fácil ser feliz?<<strong>br</strong> />
Nem tudo é fácil na vida...<<strong>br</strong> />
Mas, <strong>com</strong> certeza, nada é impossível...<<strong>br</strong> />
Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />
Não digas onde acaba o dia.<<strong>br</strong> />
Onde <strong>com</strong>eça a noite.<<strong>br</strong> />
Não fales palavras vãs.<<strong>br</strong> />
As palavras do mundo.<<strong>br</strong> />
Não digas onde <strong>com</strong>eça a Terra,<<strong>br</strong> />
Onde termina o céu<<strong>br</strong> />
Não digas até onde és tu.<<strong>br</strong> />
Não digas desde onde és Deus.<<strong>br</strong> />
Não fales palavras vãs.<<strong>br</strong> />
Desfaze-te da vaidade triste de falar.<<strong>br</strong> />
Pensa,<strong>com</strong>pletamente silencioso,<<strong>br</strong> />
Até a glória de ficar silencioso,<<strong>br</strong> />
Sem pensar.<<strong>br</strong> />
Cecília <strong>Meireles</strong><<strong>br</strong> />
Canção do Sonho Acabado<<strong>br</strong> />
Já tive a rosa do amor<<strong>br</strong> />
- ru<strong>br</strong>a rosa, sem pudor.<<strong>br</strong> />
Cobicei, cheirei, colhi.<<strong>br</strong> />
Mas ela despetalou<<strong>br</strong> />
E outra igual, nunca mais vi.<<strong>br</strong> />
Já vivi mil aventuras,<<strong>br</strong> />
Me em<strong>br</strong>iaguei de alegria!<<strong>br</strong> />
Mas os risos da ventura,<<strong>br</strong> />
No limiar da loucura,<<strong>br</strong> />
Se tornaram fantasia...<<strong>br</strong> />
Já almejei felicidade,<<strong>br</strong> />
Mãos dadas, fraternidade,<<strong>br</strong> />
Um ideal sem fronteiras<<strong>br</strong> />
- utopia! Voou ligeira,<<strong>br</strong> />
Nas asas da liberdade.<<strong>br</strong> />
Desejei viver. Demais!<<strong>br</strong> />
Segurar a juventude,<<strong>br</strong> />
Prender o tempo na mão,<<strong>br</strong> />
Plantar o lírio da paz!<<strong>br</strong> />
Mas nem mesmo isto eu pude:<<strong>br</strong> />
Tentei, porém nada fiz...<<strong>br</strong> />
Muito, da vida, eu já quis.<<strong>br</strong> />
Já quis... mas não quero mais...<<strong>br</strong> />
Pesquisa: Luiz Antonio Batista da Rocha – Academia Barretense de Cultura - ABC Página 27<<strong>br</strong> />
www.outorga.<strong>com</strong>.<strong>br</strong> rocha@outorga.<strong>com</strong>.<strong>br</strong>