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20080111_3 - EPE

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OFERTA DE CARVÃO MINERAL 733<br />

ma. Apesar deste aspecto e, em virtude da descontinuidade das pesquisas em prospecção geológica de carvão no<br />

Brasil, é urgente a retomada de um programa de prospecção que permita avaliar o verdadeiro potencial geológico<br />

do Brasil, que poderia apontar, inclusive, a existência de recursos e reservas, eventualmente, substituintes do próprio<br />

carvão metalúrgico de que o país depende atualmente para manutenção da sua indústria siderúrgica.<br />

Devido à existência em abundância de carvão vapor no sul do país, não parece razoável cogitar a instalação<br />

de termelétricas a carvão importado nessa região. Por outro lado, dadas as características do carvão nacional, não<br />

parece aceitável cogitar a instalação de termelétricas com este combustível fora dessa região.<br />

No caso da região Sul, a análise da infra-estrutura existente revela que a questão do transporte não se constitui<br />

em uma restrição à expansão da geração a carvão. Contudo, deve-se frisar que investimentos adicionais podem<br />

intensificar o uso do carvão nacional, inclusive em outras aplicações, como na mistura para o carvão metalúrgico e<br />

viabilizar o escoamento de subprodutos do carvão na geração termelétrica, eventualmente melhorando a competitividade<br />

desses projetos.<br />

As regiões brasileiras naturalmente candidatas a instalar termelétricas a carvão importado seriam o Nordeste e<br />

o Sudeste, quer pelas dimensões do mercado de energia elétrica, quer pela necessidade de alternativas de geração<br />

de porte. Ambas as regiões possuem portos estrategicamente localizados, com amplas condições de receber, ou de<br />

se preparar para tal, grandes volumes de carvão. Alguns desses portos já funcionam hoje como terminais de carvão,<br />

para atendimento à indústria siderúrgica. No caso do Nordeste, em particular, a integração com o modal ferroviário<br />

é uma possibilidade real haja vista os projetos ferroviários em construção e previstos para a região.<br />

Assim, quanto à importação de carvão, tudo indica que a infra-estrutura portuária tem condições de, em uma<br />

perspectiva de longo prazo, se adaptar a uma eventual solicitação adicional.<br />

Quanto às tecnologias de geração de energia elétrica a partir do carvão mineral, ratificaram-se as indicações<br />

de que, no caso do carvão nacional, tecnologias de combustão pulverizada e leito fluidizado são as que apresentam<br />

as melhores perspectivas para aplicação nas futuras termelétricas, no horizonte considerado no estudo. No caso do<br />

carvão importado, a qualidade do carvão a ser utilizado poderá permitir o uso da combustão pressurizada, possibilitando<br />

eficiência maior, de até 45%.<br />

Pelo lado da demanda, conforme os resultados apontaram, o principal uso do carvão mineral nacional continuará<br />

a ser para geração elétrica. Do ponto de vista do seu uso na indústria, o consumo do carvão metalúrgico<br />

importado continuará a responder por taxas aceleradas de crescimento, motivado pelo crescimento da siderurgia<br />

no horizonte do PDE 2007/2016.<br />

O atendimento da demanda por carvão vapor neste horizonte, em termos de disponibilidade do energético<br />

deve apresentar um risco reduzido, uma vez que os projetos que utilizam carvão nacional normalmente situam-se<br />

no entorno das jazidas, o que não os torna vulneráveis a fluxos de comércio internacionais.<br />

Até 2016, sinaliza-se a instalação adicional de aproximadamente 700 MW de usinas a carvão situadas na região<br />

Sul do país, e a indicação de instalação de 1.600 MW adicionais de usinas térmicas indicativas na região Sul, que<br />

deverão ser elegidos dentro de um cardápio de opções de projetos em estudo, como apresentado nesta nota técnica.<br />

Com relação à viabilização de usina movida a carvão importado, demandar-se-ia a importação de 1,8 milhões<br />

de toneladas anuais deste energético (com poder calorífico de 6.000 kcal/kg). A efetivação desta usina contribuiria,<br />

porém, para o aumento da dependência externa do Brasil quanto a este energético, uma vez que a demanda industrial<br />

também continuará a ser atendida por carvão importado, em face à indisponibilidade de jazidas de carvão com<br />

a qualidade demandada para coqueificação.<br />

A partir da avaliação do panorama internacional, pôde-se perceber certa estabilidade de preços do carvão<br />

mineral, mesmo em um ambiente de preços altos de petróleo e gás natural, este último o principal concorrente do<br />

carvão no setor elétrico.<br />

Na projeção da AIE, é assumido que o preço de carvão na Europa irá se acomodar no patamar de US$ 40 por<br />

tonelada em 2010, retomando, após esse ano, uma trajetória levemente ascendente. Um valor em torno de US$ 40<br />

por tonelada também é projetado pelo EIA/DOE para o carvão nos Estados Unidos, proveniente das minas do Appalachia.<br />

Porém, ao contrário do que ocorre no cenário da AIE, o EIA/DOE projeta um aumento de preços entre 2005 e<br />

2010 e, a partir de então, os preços voltam a cair. Esta variação, entretanto, não é brusca. A variação do preço proje-

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