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20080111_3 - EPE

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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />

nos picos de exportação. Porém, o baixo calado do Porto de Santos entre 12 e 14 metros, impossibilita a atracação de<br />

grandes navios o que pode restringir a capacidade de escoamento de grandes volumes de etanol.<br />

O Terminal Intermodal de Suape (PE), com investimentos de R$ 73,6 milhões, começou a operar em setembro<br />

de 2005, com capacidade para 0,15 milhões de m3/ano de etanol para exportação. Possui 12 tanques para combustíveis<br />

a granel e uma capacidade de armazenagem 156 mil m3, é um dos principais portos para escoamento de granéis<br />

líquidos e GLP da região Nordeste.<br />

1.8. Considerações Finais<br />

O etanol atingiu custos competitivos com a gasolina nesses 30 anos do Programa Nacional do Álcool, como<br />

resultado dos avanços tecnológicos incorporados pelo setor sucroalcooleiro, tanto na área agrícola quanto na área<br />

industrial. Os ganhos em produtividade da cana-de-açúcar, em teor de sacarose e na eficiência da sua conversão,<br />

aliados ao gerenciamento de toda a cadeia produtiva, conduziram o setor sucroalcooleiro aos baixos custos de produção<br />

de açúcar e álcool, fatores preponderantes para manter a competitividade em mercados mundiais.<br />

A implantação de um programa de energias renováveis, principalmente de culturas energéticas como a cana-deaçúcar,<br />

é capaz de gerar empregos no meio rural, promovendo a fixação do homem no campo, gerando renda, melhorando<br />

a qualidade de vida e induzindo o desenvolvimento sustentável do País. A produção de etanol para adição ou<br />

substituição à gasolina, permite ainda a geração descentralizada de energia elétrica e a substituição do óleo combustível<br />

pelo bagaço de cana-de-açúcar, contribuições importantes para reduzir a dependência de petróleo e derivados.<br />

A revitalização do mercado doméstico e as perspectivas de aumento das exportações do etanol combustível<br />

como oxigenante da gasolina, apontam para a consolidação da agroenergia, em particular da cana-de-açúcar, como<br />

o agronegócio da próxima década, com possibilidade de transformação desse produto em uma commodity de grande<br />

aceitação no mercado internacional.<br />

Finalmente, é de interesse registrar as metas do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC do Governo Federal,<br />

o qual sinaliza investimentos da ordem de 17,4 bilhões de reais até 2010 em combustíveis renováveis, prevendo,<br />

para tanto, parcerias com o setor privado, além do financiamento público. A premissa fundamental é assegurar a<br />

liderança do Brasil na área de biocombustíveis. Em relação ao álcool combustível, o PAC objetiva a meta de produção<br />

de 23,3 bilhões de litros anuais de etanol em 2010, o que representa 5,7 bilhões de litros/ano adicionais à produção<br />

atual. Para tanto, serão construídas 77 novas usinas, contabilizando um investimento total de R$12 bilhões na fase<br />

industrial. As novas usinas representarão um aumento da capacidade de moagem de 154 milhões de toneladas<br />

de cana-de-açúcar. Prevê-se que em 2007 sejam construídas 17 novas usinas e o investimento de R$ 2,7 bilhões. O<br />

PAC define investimentos em infra-estrutura dutoviária para escoamento de etanol, totalizando R$ 4,1 bilhões. São<br />

previstos 1.150 quilômetros de dutos fazendo a interligação Centro-Oeste/Sudeste e a ampliação da capacidade de<br />

exportação de etanol para 8 milhões de m3/ano, utilizando os terminais da Região Sudeste.<br />

2. Expansão da Oferta de Biodiesel<br />

2.1. Introdução<br />

A Lei nº 11.097/2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, definiu biodiesel<br />

como sendo um “biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna<br />

com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir<br />

parcial ou totalmente combustível de origem fóssil”. A Resolução ANP n° 42 de 24/11/2004 delineou a definição contida<br />

na lei, como sendo um “combustível composto de alquil-ésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de<br />

óleos vegetais ou de gorduras animais” e estabeleceu as normas e especificações do biocombustível, pois, quer seja<br />

obtido através de esterificação ou de transesterificação, este deverá ter características físico-químicas semelhantes<br />

ao diesel mineral, para que possa substituí-lo, mesmo que parcialmente 6 .<br />

6 Apesar dos investimentos previstos em P&D para a obtenção de biodiesel de segunda geração, não foi considerada a hipótese de consolidação<br />

desta rota em fase industrial no horizonte decenal.

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