20080111_3 - EPE
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OFERTA DE BIOCOMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS 655<br />
1.5. Perspectivas para o Etanol Brasileiro<br />
1.5.1. EUA<br />
As informações apresentadas sobre o mercado americano de etanol permitem depreender que o aumento de<br />
exportação brasileira para os EUA acontece de forma situacional, ocasionada pela brusca substituição do MTBE e à<br />
logística desfavorável nas regiões costeiras leste e oeste. Todavia, os aumentos de escala e de infra-estrutura para o<br />
álcool no território americano deverão modificar tal situação.<br />
Em 2006, os EUA importaram cerca de 2,2 bilhões de litros de etanol do Brasil. As estimativas de exportação<br />
tomaram como referência as estimativas da EIA apenas a partir de 2010, pois as mesmas possuem significado maior<br />
em médio e longo prazos. Para os anos de 2007, 2008 e 2009, interpolaram-se valores de exportação baseados no<br />
volume exportado em 2006 e 2010. Os volumes estimados se referem àqueles que são comercializados diretamente<br />
com os EUA e também os que eventualmente envolvem negociação intermediária com a CBI.<br />
O cenário elaborado considerou que os níveis de importação americana do etanol brasileiro decrescem devido<br />
à expansão da produção doméstica americana e por permanecerem taxadas. A partir de 2010, as exportações<br />
brasileiras para os Estados Unidos se expandem até 2016, sendo o Brasil o fornecedor preferencial pela alta competitividade<br />
de seu produto.<br />
1.5.2. União Européia<br />
Através da Diretriz para Combustíveis Renováveis, a UE estabeleceu metas de participação dos combustíveis<br />
renováveis no consumo de cada país. O percentual é de 2% em 2006. Para 2011, a meta a ser perseguida é de 5,75%.<br />
O percentual pode ser atendido com o uso de biocombustível puro, misturas ou ETBE.<br />
Para analisar as perspectivas de exportação brasileira de etanol, é preciso verificar qual a possibilidade de produção<br />
interna, as quais são limitadas. Caso seja considerada a utilização de uma parte do 1,5 milhão de hectares, por<br />
exemplo, 750 mil hectares, poderiam ser produzidos cerca de 5,5 bilhões de litros de etanol (considerando plantio<br />
de beterraba com rendimento de cerca de 7.300 litros por hectare ano).<br />
Este valor de autoprodução deverá sofrer influência conforme a demanda do mercado de biodiesel, quanto à<br />
atratividade econômica, o que não acontece nos EUA.<br />
São necessárias as seguintes considerações:<br />
• O volume adicional de biocombustível que deveria ter sido utilizado em 2005 pela UE para atendimento da<br />
meta de 2% é de cerca de 1,5 bilhão de litros;<br />
• O potencial de autoprodução de biocombustíveis da UE é de 5,5 bilhões de litros por ano, segundo a F.O.Licht [19];<br />
• Existem dúvidas quanto à parcela de biodiesel e de etanol que será utilizada para atendimento dos percentuais<br />
de combustíveis renováveis;<br />
• Antes disso, há dúvidas quanto à adoção dos percentuais de utilização de renováveis por todos os membros<br />
da UE.<br />
Sendo assim, estabeleceu-se em 20% o percentual de importação do etanol brasileiro pela UE em relação à demanda<br />
de etanol prevista pela F.O.Licht, que representa 100% das importações da UE [19].<br />
1.5.3. Japão<br />
Em 2003, o governo japonês permitiu a adição de etanol à gasolina na proporção de 3%, embora esteja analisando<br />
a ampliação desse percentual como forma de atender às exigências do Protocolo de Quioto. A adoção do E-3<br />
em bases mandatórias representaria um consumo de cerca de 1,8 bilhão de litros de etanol por ano.<br />
Diante da disposição do governo em elevar o percentual da mistura etanol/gasolina de 3% a 10% em 2012, o<br />
Japão pode ser entendido como um mercado potencial para a produção brasileira.<br />
Considerando-se o volume exportado para o Japão em 2006, 225 milhões de litros, o cenário elaborado estima<br />
que em 2010 serão exportados 900 milhões de litros, o que significa 1,5% do consumo de gasolina.<br />
O volume exportado cresce atingindo 3 bilhões de litros em 2012 (E10), o que significa a metade da meta<br />
divulgada pela Petrobras para o ano. A partir de então, o crescimento ocorre a uma taxa inferior, o que resulta em 4<br />
bilhões de litros em 2016.