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20080111_3 - EPE

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PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA – PDE 2007 / 2016<br />

A análise das possibilidades de exportação brasileira de etanol requer o detalhamento dos principais mercados<br />

e suas possibilidades de autoprodução. Sendo assim, serão analisados os EUA, Europa e Japão, devido aos<br />

maiores volumes de etanol envolvidos.<br />

1.4.1. Estados Unidos<br />

Nas projeções acerca da oportunidade de exportação do álcool brasileiro para os EUA, são consideradas as<br />

previsões da EIA para o consumo e importação do etanol no mercado americano.<br />

A produção de etanol nos Estados Unidos apresentou um crescimento superior a 110% no período de 2000 a<br />

2005, passando de 7,6 a 16,2 bilhões de litros por ano.<br />

As diversas Legislações americanas de incentivo à indústria americana de etanol tiveram como objetivo a redução<br />

da dependência da gasolina como combustível, além das preocupações em relação às questões ambientais e<br />

de saúde pública relacionadas ao uso do MTBE (Metil-Terc-Butil Éter) – sendo a substituição deste produto um fator<br />

determinante para o aumento significativo da produção de etanol. Destaca-se o “Energy Policy Act of 2005”, EPAct<br />

2005, que estabeleceu diversas ações de estímulo ao uso do etanol e metas de consumo de combustível renovável<br />

até 2012, sendo provável que a maior parte deste volume venha a ser ocupado pelo etanol. Inclusive, devido ao alto<br />

custo de produção de álcool do milho, o governo americano remunera o formulador de combustíveis com USD0,51<br />

por galão de etanol misturado na gasolina.<br />

A análise da disponibilidade de matéria-prima e da capacidade de expansão industrial são fundamentais para<br />

avaliar as possibilidades de produção americana do etanol, as quais norteiam qualquer projeção do mercado local.<br />

Neste sentido, estudo desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América [37]<br />

prevê uma forte expansão da produção de milho para fins energéticos, reflexo da EPAct 2005. A relação de utilização<br />

de milho para a produção de álcool e o montante total do mercado interno, em 2010, deverá exceder os 20%, não<br />

existindo limitação de matéria-prima para produção de etanol no atendimento do EPAct. O estudo prevê que em<br />

2010 a oferta de álcool suplantará a demanda estabelecida na EPAct. Após esse período, a produção de etanol acompanhará<br />

a legislação. No que se refere à capacidade industrial instalada de produção de etanol nos EUA, observou-se<br />

um aumento de 154% no período de janeiro de 1999 a janeiro de 2006, de acordo com a RFA [31].<br />

Pelas informações apresentadas pode-se depreender que, no que tange à cadeia produtiva, há plena capacidade<br />

de expansão industrial e vasta disponibilidade de matéria-prima, as quais sugerem a possibilidade de autosuficiência<br />

à demanda americana por etanol, o que deve diminuir as possibilidades de aumento das exportações<br />

brasileiras deste combustível para os EUA.<br />

Segundo as previsões de demanda americana por etanol elaboradas pela EIA [12], [13], o consumo de etanol<br />

no setor de transportes passará de 20,4 a 41,9 bilhões de litros anuais, no período 2007/2016. Deste montante, o<br />

volume utilizado na mistura com a gasolina representa 41,8 bilhões de litros de etanol anuais em 2016, e o volume<br />

consumido pela frota de automóvel Flexible Fuel Vehicles, E85 (85% de etanol) responde por 135,3 milhões de litros.<br />

Os volumes previstos permitem afirmar que, apesar da crescente frota E85, a importância deste automóvel é muito<br />

inferior à importância da utilização do etanol como oxigenante e para aumentar a octanagem da gasolina.<br />

O Departamento de Energia Americano estima que a participação do etanol importado no total consumido<br />

internamente pelo setor de transporte seja de 2,7 bilhões de litros em 2016.<br />

Os EUA passaram de uma situação de exportador líquido de etanol, em meados da década de 1990, para importador<br />

líquido nos últimos sete anos. No entanto, diante da possibilidade de auto-atendimento de sua demanda,<br />

a forte política de proteção de sua indústria nacional atualmente praticada deverá ser mantida, com barreiras como a<br />

taxa de importação de USD0,54 por galão importado. É possível obter isenção desta taxa caso o etanol que ingressa<br />

no país seja totalmente produzido pelos países cobertos pela “Iniciativa Caribenha”, sendo chamado de “produto<br />

nativo”.<br />

O Gráfico 6 compara a demanda prevista pela EPAct 2005 com as estimativas da EIA e evidencia a notória diferença<br />

existente entre estas. É importante observar que a demanda legal projetada deverá ser plenamente atendida<br />

e que o volume adicional provavelmente acontecerá em função de causas de mercado, tais como oferta de excedentes<br />

de produção americana ou importações pelo CBI ou do Brasil.

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